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INTRODUÇÃO
Segundo dados apresentados pelo IBGE (2009), nos anos de 1974 a 1985, 18,5%
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Antes de respondermos essa pergunta, é importante entender o significado das
palavras que a compõem. Sendo assim, "hábito" pode ser definido como a
disposição adquirida pela repetição frequente de um ato, uso ou costume, já
“alimentar” significa dar alimento, nutrir, sustentar, munir, abastecer (AURÉLIO,
2008).
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1) Escolaridade e renda: o nível de instrução tem relação positiva sobre o
consumo de frutas e hortaliças, e a condição econômica é um fator
delimitador das escolhas alimentares, pois produtos de melhor valor
nutricional, ou seja, mais saudáveis são mais caros. Uma dieta caracterizada
pelo consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais, carnes magras e rica em
diversos nutrientes tem o custo mais elevado do que as dietas ricas em
doces, alimentos gordurosos e carboidratos simples. Quanto maior o poder
aquisitivo, menor é a proporção de famílias cuja ingestão alimentar não
satisfaz os requisitos energéticos.
2) Mídia: a mídia, de forma bastante incisiva e até agressiva, dita regras e muda
comportamentos. Considerando que a televisão é o veículo de informação
mais acessível para a população brasileira, ela tem sido apontada como um
fator que influencia a alimentação, promovendo principalmente hábitos
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práticas alimentares estão relacionadas com a trajetória pessoal da família,
pois as influências que determinam o comportamento alimentar de um
indivíduo não ocorrem somente no jovem e no adulto, iniciam na infância,
quando a alimentação da criança passa a ser igual a da família, sendo
estimulada pela cultura na qual está inserida.
De acordo com Proença (2010), por razões biológicas e também por abranger
aspectos econômicos, psicológicos, sociais e culturais, por se tratar de algo
complexo e multifatorial, a alimentação representa uma das atividades humanas de
maior importância. Por isso, para a eficácia na intervenção dos profissionais da
saúde, a alimentação precisa ser avaliada e estudada dentro de todas as suas
faces.
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Para concluir, o comportamento alimentar é um conjunto de ações relacionadas ao
alimento, que envolve desde a escolha até a ingestão, bem como tudo que ele se
relaciona. Já o hábito alimentar é a resposta do indivíduo frente ao alimento, ficando
caracterizado pela repetição desse ato. Ou seja, que o comportamento alimentar
promove o hábito alimentar. Portanto, por se tratar de conceitos tão interligados e
complementares, o entendimento dos dois significados e de suas diferenças é
fundamental para o sucesso em todos os tipos de tratamentos, intervenções e
ações preventivas relacionadas aos indivíduos (pacientes).
Mudar atitudes é uma tarefa bastante difícil e complexa, pois envolve, além de muito
estudo e pesquisa, a própria formação do profissional. Nesse caso, fica nítido que
estratégias diferenciadas são necessárias para que isso ocorra efetivamente. É
nesse aspecto que se evidencia a necessidade de uma intervenção, não só no
aspecto prático do que comer ou como comer, mas na questão cultural e até
educacional, ou seja, começando sempre pelas crianças, pois essas formarão
ALIMENTAÇÃO X NUTRIÇÃO
Pacheco (2008) entende que os hábitos são formados desde a infância e vão se
modificando de acordo com o processo de socialização. Posteriormente, na
adolescência, os hábitos alimentares se modificam na busca da identidade grupal e
ao longo da vida sofrerão outras influências, mudanças e alterações. Dessa forma,
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a criança cresce em um ambiente familiar que tem um
comportamento alimentar definido, que se repete dia após dia e ao
qual ela se adapta. Ao sair do convívio basicamente familiar e
penetrar no contexto escolar, o indivíduo experimentará outros
alimentos e preparações e terá oportunidade de promover alterações
nos seus hábitos alimentares (PACHECO, 2008, p. 221).
A obesidade
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magnificado, com aumento expressivo da mortalidade (250% em relação a
pacientes não obesos). Geralmente, as pessoas obesas comem excessivamente
quando se sentem mal emocionalmente, que é o que chamamos de comer
emocional. No entanto, é importante salientar que pessoas não obesas também o
fazem. De modo geral, os obesos têm uma autoestima baixa, tem problemas com
autoimagem e sentem preconceito das outras pessoas que os encaram com
desprezo e rejeição.
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Assim, podemos citar as motivações intrínseca e extrínseca para uma mudança de
comportamento. A intrínseca é aquela que surge a partir das metas, desejos e
necessidades do indivíduo, a fim de alcançar uma recompensa interna. O desejo de
prevenir doenças, ter uma boa saúde ou perder peso são exemplos de motivações
internas. Em contrapartida, a motivação extrínseca é gerada por fatores externos e
esses podem atuar positiva ou negativamente nessa motivação. O suporte familiar,
o prazer e as orientações médicas para o tratamento de uma doença são exemplos
de motivação extrínseca. A efetivação da mudança do comportamento alimentar
pode ser estimulada ou prejudicada de acordo com os tipos de motivação (ASSIS;
NAHAS, 1999).
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Estágio de Significado Estratégia de ação
mudança
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Decisão Paciente expressa o Construir e reforçar a
desejo de mudar no autoeficácia do paciente.
período próximo e está Estruturar um plano para
comprometido/decidido e mudança, considerar
confiante com essa adequação, viabilidade e
mudança (“cliente ideal”). dificuldades do planejamento,
explorar dificuldades em
assumir novos
comportamentos. Oferecer
ajuda para que a pessoa
encontre uma estratégia de
mudança ou um objetivo que
seja aceitável, apropriado e
realizável - proporcionar treino
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Manutenção Mantém as mudanças por Evitar recaídas e consolidar
tempo considerável. ganhos obtidos durante a fase
de ação. Reforçar o novo
comportamento. Esclarecer
que lapsos e recaídas são
normais, reforçar os benefícios
e conquistas, manter o desafio,
não julgar (especialmente na
recaída - identificar o que o fez
retomar os comportamentos de
risco). Propor um plano de
seguimento, suporte e
fortalecimento. Explorar
estratégias de superação.
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