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Introdução à alimentação saudável e hábitos

alimentares regionais

Alimentação saudável é aquela que garante todos os nutrientes de que o organismo


necessita. Na fase adulta, a alimentação deve fornecer a energia necessária para as
atividades diárias e garantir a saúde do indivíduo. Na infância, também deve
promover o crescimento adequado da criança e seu desenvolvimento físico e
intelectual.

Investir na primeira infância1 é uma das melhores formas de enfrentar a pobreza,


reduzir as desigualdades e construir uma sociedade socialmente justa e
ambientalmente sustentável. A assistência integral à criança influencia seu sucesso
escolar e sua autoestima. Uma alimentação escolar de qualidade aumenta as
chances de os estudantes aprenderem, relacionarem-se com outras pessoas se
prepararem para a independência econômica e a vida em comunidade.

Para ter uma alimentação saudável, é importante consumir diferentes tipos de


alimentos e manter um esquema de cinco ou seis refeições diárias, em horários
regulares. No quadro abaixo, é apresentada uma possibilidade de organização dos
horários das refeições para os estudantes.

8 horas → café da manhã

10 horas → lanche da manhã

12 horas → almoço

15 horas → lanche da tarde

19 horas → jantar

Antes de dormir → um lanche

Na alimentação, existem regras sobre quantidade, qualidade, harmonia e


adequação. Essas regras são conhecidas como leis do equilíbrio. Veja abaixo:

1ª – Lei da Quantidade: a quantidade de alimento deve ser suficiente para atender


as exigências energéticas do organismo e mantê-lo em equilíbrio.

1
Primeira infância é o nome dado aos primeiros anos de vida do, sobretudo, os cinco primeiros. Essa
fase é determinante para o desenvolvimento físico, intelectual e social do indivíduo. É na primeira
infância que a criança desenvolve grande parte do potencial que terá na idade adulta.
2ª – lei da Qualidade: o regime alimentar deve ser completo em sua
composição. Deve incluir todos os nutrientes necessários ao bom
funcionamento do organismo.

3ª – Lei da Harmonia: as quantidades dos diversos nutrientes devem ser


proporcionais entre si.

4ª – Lei da Adequação: está subordinada ao momento biológico da vida, aos hábitos


individuais e à situação socioeconômica da pessoa.

Hábitos alimentares são as formas como os indivíduos selecionam, consomem e


utilizam os alimentos disponíveis no mercado. Cada região possui condições
diferentes de consumo. São elas: preço dos produtos, renda da família, costumes
alimentares, cultura, religião, estilos de vida, tradição culinária.

Estudos demonstram que o nível socioeconômico da população influencia seus


hábitos alimentares e o próprio acesso à alimentação. Em geral, quanto mais elevada
a condição financeira, melhor o consumo qualitativo e quantitativo dos alimentos.

O Brasil é um país de grandes dimensões, famoso por sua riqueza natural. A culinária
brasileira incorpora as culturas originais de populações indígenas e afro-brasileiras
escravizadas, assim como de inúmeras outras tradições. Alguns alimentos típicos da
nossa terra são bem conhecidos, como, por exemplo, a mandioca e a manga.

Muitos alimentos nutritivos e saborosos faziam parte das refeições das famílias
brasileiras, mas, aos poucos, foram sendo esquecidos ou desvalorizados. Entre as
razões desse processo está o fato de as pessoas terem migrado para as cidades
grandes, passando a consumir mais alimentos industrializados.

A base de sustento da população colonial foi a mandioca. Ela continua tendo grande
importância na dieta nacional, sobretudo na produção de farinha, consumida em
todas as regiões do país, mas principalmente no Norte e Nordeste.
Com o passar do tempo, houve o aumento no consumo de alguns alimentos, como
ovos, leite e seus derivados. E também algumas substituições, como banha e
manteiga por margarina e por óleos vegetais industrializados.

O momento atual é marcado pelo crescimento do consumo de alimentos com alto


valor calórico, mas baixo valor nutricional. Isso ocorre devido à maior ingestão de
açúcar refinado e refrigerantes, enquanto o consumo de legumes, verduras e frutas
está abaixo do limite mínimo recomendável por habitante.

A mudança nutricional ocorrida nas últimas décadas é caracterizada por elevados


níveis de gorduras, principalmente as de origem animal, de açúcares e de alimentos
refinados. E de baixos índices de carboidratos complexos e fibras.

Isso está relacionado ao aumento do número de pessoas que se alimentam fora de


casa e a mudanças no estilo de vida. Muitas pessoas, para economizar tempo, optam
por produtos industrializados e semiprontos. Nesse cenário, ocorre um crescimento
excessivo da obesidade, associada às demais doenças metabólicas.

O contexto atual exige novas estratégias para introduzir hábitos alimentares


saudáveis, buscando melhorar a saúde pública.

O Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que passou a vigorar em 5


de maior de 2016, afirma que a alimentação saudável deve estar de acordo com as
necessidades nutricionais de cada fase da vida do indivíduo. Deve-se respeitar a
cultura alimentar local e as dimensões de gênero, raça e etnia. É preciso ainda levar
em conta a acessibilidade, do ponto de vista físico e financeiro. Alimentos saudáveis
também devem apresentar quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos
e biológicos.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) determina que os cardápios da


alimentação escolar devem respeitar os hábitos alimentares, a cultura alimentar da
localidade e se pautar na sustentabilidade, na sazonalidade e na diversificação
agrícola da região em que está o município ou estado.

O conhecimento, valorização, produção e utilização dos alimentos regionais na


comunidade colaboram para desenvolver a economia local e melhorar a qualidade
de vida da região. O livro Alimentos Regionais Brasileiros, elaborado pelo Ministério
da Saúde2 pode ser utilizado como apoio. Esse material apresenta os alimentos por
região, traz receitas de pratos e ressalta a diversidade cultural brasileira.

2
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília,
2ª edição, 2015

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