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Regras para aquisições na alimentação escolar

Os recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da


Educação (FNDE), por meio do Pnae, devem ser utilizados exclusivamente na
aquisição de gêneros alimentícios. A compra de qualquer outro item ou serviço
deverá ser feita com recursos próprios, para além dos 25% destinados à manutenção
e desenvolvimento do ensino (MDE), como vimos na Aula 3 deste curso.

Lembre-se: do montante repassado pelo Pnae, no mínimo 30% devem ser usados na
aquisição de produtos da agricultura familiar (artigo 14 da Lei Federal 11.947/09).
Em outro texto desta aula você conhecerá detalhes sobre isso.

Com o restante dos recursos do Pnae, a Prefeitura deve organizar processo


licitatório para a aquisição apenas de gêneros alimentícios. Essas compras têm que
se basear no cardápio planejado pelo(a) nutricionista responsável e seguir as
diretrizes da Resolução 26/13 do FNDE e a legislação brasileira sobre compras
públicas.

O processo licitatório deve ser realizado de acordo com o que está determinado nas
leis federais 8.666/93 ou 10.520/02, que regulamentam o pregão (presencial ou
eletrônico).

Processo licitatório

A Plataforma CONVIVA EDUCAÇÃO possui um conteúdo completo e fácil sobre o


processo licitatório que se aplica à alimentação escolar. Acesse:
http://convivaeducacao.org.br/platform/themes/administrations#administration-5

A responsabilidade de definir quais produtos e a quantidade que deve ser comprada,


bem como o cronograma e locais de entrega é da(o) nutricionista. Ela(e) deve
acompanhar o processo licitatório desde a elaboração do termo de referência até a
entrega dos produtos. Esta participação contribui para que a alimentação chegue de
maneira adequada a todas as unidades escolares e para cada um dos estudantes.

Termo de Referência

O primeiro passo é elaborar o termo de referência que servirá de base para


organizar cada edital da alimentação escolar. O(a) nutricionista deve detalhar os
produtos, mas sem indicar marca ou modelo. Deve também calcular a quantidade a
ser adquirida, de acordo com os cardápios elaborados. Estabelecer o estado de
conservação e prever os casos em que os produtos serão devolvidos. Exemplos:

 “Arroz Agulhinha, de acordo com a NTA 33, grupo: beneficiado, subgrupo:


polido, classe: longo fino, do tipo I, embalado em saco plástico (polietileno) e
rotulagem específica”.
 "Abacaxi, tipo pérola, apresentando 70% de maturação, sem danificações
físicas, peso de aproximadamente 1,3 kg por unidade".
 "Abobrinha, tipo verde, sadia, fresca, sem danificações físicas, casca
integral, isenta de substâncias terrosas, sujidades, parasitas, larvas, folhas,
resíduos de defensivos agrícolas, odor e sabor estranhos".
 "Alface, aparência fresca, colhida ao atingir o grau de evolução completo e
perfeito estado de desenvolvimento, isenta de danos e defeitos de natureza
física ou mecânica, terra aderente, sujidades, parasitas e larvas, e defensivos
agrícolas".
 "Ovo, casca íntegra, sem rachaduras, sem sujidades, com etiqueta constando
a data de validade do produto".
 "Carne moída, proveniente de machos da espécie bovina, sadios, abatidos
sob inspeção sanitária e veterinária, constando o número de inscrição SIF -
Serviço de Inspeção Federal, manipulada em condições higiênicas satisfatórias.
Somente será aceita carne de segunda sem osso e sem pedaços de nervos e
gorduras aparentes. Deve apresentar cor vermelha viva e aspecto saudável. Os
cortes devem ser de músculo traseiro e acém. Não será recebida carne com
odor, cor e sabor impróprios ao produto, que apresente aspecto amolecido,
pegajoso, esverdeado e pardacento. Serão devolvidos produtos que não estejam
de acordo com a temperatura exigida pela legislação".
 "Margarina com sal, mínimo de 65% de lipídios, embalagem intacta de 500 g.
Na embalagem deverá constar rotulagem específica. Validade mínima de três
meses a contar da data de entrega".
 "Pão francês de 50 g, de boa qualidade com miolo branco e casca de cor
dourada brilhante e homogênea. Serão rejeitados pães mal assados, queimados,
amassados, achatados e que apresentem aspecto de massa pesada e
características organolépticas anormais".

O termo de referência também deve determinar as condições de recebimento de


cada produto, como por exemplo: a entrega de panificação, carnes, verduras e frutas
será diária, de segunda a sexta-feira nos dias letivos, conforme o calendário escolar,
entre as 7 e as 10h da manhã, em cada unidade escolar, nas quantidades e locais
definidos no Anexo X (definir o número do anexo). No anexo deverá constar o nome
de cada unidade escolar, endereço, telefone, e-mail, nome do(a) diretor(a) e o(a)
responsável pelo recebimento.

Alguns produtos podem ter outras especificações e outra rotina de entrega. Gêneros
não perecíveis, por exemplo, podem ser entregues semanal ou quinzenalmente no
centro de armazenamento da Secretaria de Educação ou diretamente nas unidades
escolares. Isso deve ser pensado de acordo com a realidade local e com a
necessidade da gestão da alimentação escolar. Mas todos os detalhes precisam
constar do termo de referência.

Edital de licitação

O setor de licitações na Prefeitura ou na Secretaria de Educação deve elaborar o


edital a partir do termo de referência. Inicialmente, é preciso definir a modalidade a
ser utilizada. Para saber mais sobre esse assunto, você pode acessar a Plataforma
CONVIVA http://convivaeducacao.org.br/platform/themes/administrations
(Compras Públicas, Fase Interna, Modalidade de Licitação).

O edital deve trazer informações detalhadas sobre a autorização para entrega dos
produtos, a emissão e a liquidação dos empenhos e os prazos para o pagamento dos
fornecedores. Outros pontos também devem ficar claros no edital, como
penalidades e sanções em caso de não cumprimento do que foi determinado. É
preciso prever ainda a proibição de entrega parcial da compra, como, por exemplo,
apenas alguns itens. O edital deve detalhar, inclusive, como serão as notificações em
casos como esse.

Um dos pontos importantes do edital é a minuta do contrato a ser firmado entre a


administração municipal e a empresa vencedora do processo licitatório. No contrato
devem constar detalhadamente todas as informações presentes no termo de
referência e no edital de licitação.

O edital ainda deve prever a apresentação de amostras dos produtos, quando


houver necessidade. E indicar um fiscal para o contrato a ser firmado entre a
administração municipal e a empresa vencedora.

Este(a) fiscal será o(a) responsável pela elaboração de um relatório em caso de


irregularidades, detalhando o ocorrido. Quando a empresa fornecedora entrega
todos os produtos de acordo com o estabelecido no contrato, o(a) fiscal liquida o
empenho referente àquela aquisição e solicita a sequência do processo para o
devido pagamento.

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