Você está na página 1de 3

Descentralização de recursos para as unidades escolares

A aplicação dos recursos na alimentação escolar deve seguir a legislação, tanto do


Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), quanto das que disciplinam os
processos licitatórios.

Nos outros documentos deste curso, a abordagem é focada na gestão própria com a
centralização de todas as ações na Secretaria Municipal de Educação. Neste, texto,
apresentamos uma das possibilidades de organizar o programa de alimentação escolar
com a descentralização de recursos para as unidades escolares.

Este sistema permite que as escolas comprem, elas mesmas, os gêneros alimentícios,
insumos, equipamentos e utensílios. Mas é preciso lembrar que os cardápios,
independentemente de serem definidos por um(a) nutricionista da escola ou pela
Secretaria de Educação, devem ser validados pelo Conselho de Alimentação Escolar
(CAE). Também é necessário observar se o Tribunal de Contas apresenta
recomendações para esse tipo de organização da alimentação escolar.

As regras do Pnae sobre organização dos cardápios e compra de gêneros da agricultura


familiar devem ser respeitadas. A escola precisa seguir a legislação no uso dos recursos
e deve organizar toda a documentação para que a Prefeitura possa prestar contas no
Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC). Deve ainda submeter essa
documentação ao CAE, no caso de recursos oriundos do Pnae. E quando se tratar de
recursos próprios, a escola deve adotar os mesmos procedimentos para que a
administração municipal providencie a prestação junto ao Tribunal de Contas.

Gestão terceirizada

O primeiro passo é analisar todo o processo de alimentação escolar para definir se a


melhor alternativa é a terceirização. Para facilitar essa análise, utilize o checklist e a
metodologia de aplicação, apresentados na Aula 1.

É importante que a contratação leve em conta as necessidades da Rede Municipal. A


empresa contratada tem que fornecer os recursos que não são oferecidos pela
Secretaria. Isso pode incluir:

 Mão de obra (merendeiras, motoristas, nutricionista).


 Uniformes e equipamentos de proteção individual.
 Equipamentos e utensílios.
 Gêneros alimentícios.
 Produtos de limpeza.
 Gás.
 Despesas diversas, entre outros custos envolvidos no processo.

Se a decisão for pela terceirização, o processo deve ser iniciado pela elaboração de um
termo de referência, com a participação do(a) nutricionista responsável técnico(a). É
recomendável que, ao final da elaboração, o termo seja submetido à análise do CAE,
porque o processo será gerenciado por uma empresa. Isso exigirá fiscalização
frequente e rigorosa.

Em seguida, o termo de referência deve ser encaminhado para o setor responsável por
licitações na Prefeitura ou na Secretaria de Educação. Ele será utilizado como base
para a organização do edital de licitação.

Além das informações do termo de referência, é preciso inserir no edital outras


previsões, como a necessidade de visita técnica aos interessados e a apresentação de,
no mínimo, três atestados de capacidade técnica para o objeto do edital. Esses
atestados devem ser emitidos por outros órgãos públicos, apontando a capacidade de
fornecimento, no mínimo, equivalente ao número de estudantes na Rede Municipal de
Ensino.

O edital deve conter um anexo, que apresente:


 A relação das unidades escolares, com seus respectivos endereços, telefones e e-
mails.
 As características de atendimento das escolas (etapas, modalidades e regime de
matrícula).
 O número de alunos por escola e por turno.
 Os tipos de cardápios a serem servidos (definir e validar com o CAE).
 As especificações técnicas dos gêneros alimentícios.
 A frequência dos alimentos.
 Os valores per capita utilizados na composição do cardápio.
 O roteiro de identificação da estrutura das escolas e materiais disponíveis (ver na
Aula 1).

Além disso, alguns pontos são essenciais no edital de licitação:


 O objeto da licitação – fornecimento de alimentação escolar – definido com
clareza.
 Condições de execução do objeto.
 Responsabilidades da licitante vencedora.
 Responsabilidades da Prefeitura e da Secretaria de Educação.
 Prazos e condições para a assinatura do contrato.
 Condições de pagamento.
 Condições para participar da licitação.
 Exigência de qualificação técnica da empresa participante.
 Reajustamento de preços, se for o caso.
 Proposta, julgamento e habilitação da proposta.
 Garantias, multas e sanções, e dotação orçamentária.

Além dessas considerações específicas, o processo licitatório deve seguir todas as


regras estabelecidas na legislação específica. Elas estão descritas nos outros materiais
deste curso.

Você também pode gostar