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CURSO DE NUTRIÇÃO
Saúde Coletiva:
Vigilância sanitária dos alimentos;
Epidemiologia nutricional;
Indicadores culturais, sociais e econômicos do processo saúde-doença;
Segurança alimentar e nutricional;
Determinantes sociais do processo saúde-doença;
Políticas Nacionais de Alimentação e Nutrição e Políticas de Saúde;
Vigilância alimentar e nutricional;
Ações do nutricionista no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi criado em 1976 com o objetivo de melhorar as condições
nutricionais dos trabalhadores e a qualidade de vida, reduzir acidentes de trabalho e aumentar a produtividade.
Acerca do PAT, avalie as asserções a seguir:
O PAT preconiza exigências nutricionais com variações de valores calóricos de acordo com o nível de esforço
físico exigido pelos trabalhadores, independente do turno de trabalho e da carga horária trabalhada.
PORQUE
O nível de esforço físico é o fator primordial para cálculo das necessidades calóricas das refeições dos
trabalhadores, independente do volume e do horário em que as mesmas são oferecidas. Acerca dessas
asserções, assinale a opção correta.
(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
Gabarito: E
Comentário:
Uma das linhas de ação do Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN), ao perceber
deficiência calórica em 67% da população, expandiu a cobertura para trabalhadores de baixa renda, criando em
1976 o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) com os objetivos de melhorar o estado nutricional do
trabalhador, aumentar sua produtividade e reduzir os acidentes de trabalho e o absenteísmo¹. O PAT foi instituído
pela LEI de nº 6.321, de 14 de abril de 1976, tendo por objetivo a melhoria da situação nutricional dos
trabalhadores, a fim de promover sua saúde e prevenir as doenças profissionais². Naquela ocasião, as principais
refeições (almoço e jantar) deveriam possuir, no mínimo, 1.400 kcal, admitindo-se uma redução para 1.200 kcal
no caso de atividade leve, ou acréscimo para 1.600 kcal, no caso de atividade intensa, mediante justificativa
técnica²,³. No entanto, diante de um novo contexto estabelecido pela transição nutricional, nos últimos vinte anos,
surgiu a necessidade de se estabelecer novas recomendações nutricionais para a alimentação do trabalhador.
Esses novos parâmetros nutricionais foram baseados na recomendação de macro e micronutrientes,
considerando uma dieta de 2.000 kcal/dia. Assim, a PORTARIA de nº 66, publicada no Diário Oficial da União
(D.O.U.) em 25/08/2006, alterou os parâmetros nutricionais do PAT, definindo as novas recomendações com
base em uma dieta de 2.000 kcal/dia, com carboidrato de 55 a 75% do valor energético total (VET), proteína de
10 a 15% do VET, gordura total de 15 a 30% do VET, gordura saturada menor que 10% do VET, fibra maior que
25 g e sódio menor ou igual a 2400 mg 4, 5. Além disso, a PORTARIA de nº 193 de 2006, publicada no Diário
Oficial da União (D.O.U.) em 07/12/2006, estabeleceu que as principais refeições (almoço, jantar e ceia)
deveriam conter de 600 a 800 kcal (30 a 40% do VET), podendo haver um acréscimo de 20% (400 kcal), e as
menores refeições (desjejum e lanche) deveriam conter de 300 a 400 kcal (15 a 20% do VET), admitindo-se um
acréscimo de 20% (400 kcal). As refeições também deveriam ter diariamente frutas, verduras e legumes. A
mesma Portaria ainda menciona, em seu Inciso IV, Parágrafo 7º que “ O cálculo do VET será alterado, em
cumprimento às exigências laborais, em benefício da saúde do trabalhador, desde que baseado em estudos de
diagnóstico nutricional.”. Portanto, em nenhum momento as Portarias que regulamentam o PAT mencionam que
os valores calóricos deveriam ser ajustados ao nível de esforço físico, não sendo esse considerado fator
primordial para o cálculo das necessidades calóricas. Logo, considera-se que a alternativa correta dessa questão
seja a alternativa “E”, uma vez que as duas asserções são proposições falsas.
REFERÊNCIAS
1. VELOSO, I. S.; SANTANA, V. S. Impacto nutricional do programa de alimentação do trabalhador no Brasil.
Rev. Panam. Salud Publ., v. 11, n. 1, 2002. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v11n1/7885.pdf.
Acesso em: 04 mar. 2013
http://www.mte.gov.br/Empregador/PAT/Legislacao/Conteudo/PORTARIA_N_03_DE_1_DE_
Estudo acerca da tendência histórica da redução da desnutrição no Brasil, entre 1974 e 2007, conclui que o
desenvolvimento socioeconômico, unido a políticas públicas favoráveis à equidade, encaminharam para um
quadro de melhorais na condição de vida e na redução da desnutrição infantil.
MONTEIRO, C.A.M. BENICIO, M.H.D. CONDE, W.L. KONNO,S. et al. Narrowing socioeconomic
inequality in clid stunting: the Brazillian experience. Bull. World Organ, 2010, p. 88305-311 (traduzido).
A partir do texto acima e considerando o contexto da segurança alimentar e nutricional, avalie as afirmativas
abaixo.
II. Entende-se por alimentação saudável aquela que é de fácil acesso, em quantidade suficiente e de modo
permanente, conforme explicitado no direito humano à alimentação adequada segundo o qual todas as pessoas
devem estar livres da fome e da má nutrição.
III. A vulnerabilidade à fome ou a exposição à insegurança alimentar e nutricional torna-se mais aguda quando a
análise se baseia nos indicadores indiretos do estado nutricional, uma vez que assim se abrange um contingente
mais amplo e diversificado da população em situação de risco.
IV. Aquilo que se come e bebe não é somente uma questão de escolha individual. A pobreza, a exclusão social e
a qualidade da informação disponível frustram, ou pelo menos restringem, a escolha de uma alimentação
adequada e saudável.
É correto apenas o que se afirma em:
(A) I e II.
(B) II e III
(C) III e IV
(D) I,II e IV
(E) I,III e IV
Gabarito: E
Comentário:
REFERÊNCIAS
Um nutricionista leu essa notícia e considerou que a divulgação da mesma repercute positivamente nas ações de
atenção dietética, pois a notícia veiculada cumpriu o papel de:
(A) mostrar aos consumidores o quanto é dispendioso substituir o leite de vaca por similares.
(C) apresentar dados estatísticos referentes a uma enfermidade pouco conhecida pela população.
(D) tratar o assunto de forma clara e objetiva para que os leitores saibam da existência da enfermidade.
(E) informar aos profissionais da saúde que existe uma grande parcela da população com alergia ao leite de
vaca.
Gabarito: B
Comentário:
O direito fundamental à saúde não é só um dos direitos básicos tutelados pela Constituição Federal, mas também
por vários documentos internacionais atinentes a direitos humanos, pois o elemento saúde é essencial ao direito
de viver com dignidade¹. No que tange aos direitos das crianças e adolescentes, estabelece o Estatuto da
Criança e do Adolescente (LEI FEDERAL de nº 8.069, de 13 de julho de 1990) que a criança goza de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana e da proteção nos termos do Estatuto (art. 3°), sendo dever da
família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à dignidade, ao respeito, dentre outros (art. 4°). Ainda, dispôs
no artigo 7° que a criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência². Uma vez demonstrado que a criança necessita do medicamento-alimento por expressa
indicação de profissional médico competente, o Estado está obrigado a fornecê-lo.
REFERÊNCIAS
2. BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente, e dá
outras providências. Brasília, 1990.
É responsabilidade do município manter o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional atualizado quanto aos
dados dos beneficiários cadastrados no Bolsa Família, para que essas pessoas continuem recebendo o
benefício.
PORQUE
(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
Comentário:
O Sistema foi concebido sobre três eixos: I - formular políticas públicas; II - planejar, acompanhar e avaliar
programas sociais relacionados a agraves de alimentação e nutrição; e III - avaliar a eficácia das ações
governamentais.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Portaria Interministerial. n. 2.509, de 18 de novembro de 2004. Dispõe sobre as atribuições e normas
para a oferta e o monitoramento das ações de saúde relativas às condicionalidades das famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família. Disponível em:
<http://189.28.128.100/nutricao/docs/legislacao/portaria_interminist2509_15_11_2004.pdf>. Acesso em: 25 abril
2013.
A sustentabilidade é uma questão central do tripé ambiente, sociedade e economia. As unidades de alimentação
e nutrição (UAN) causam impactos decorrentes de suas atividades nos três aspectos citados. No quadro a seguir
são apresentados exemplos de indicadores da sustentabilidade no preparo e consumo de alimentos.
Com base nos indicadores da sustentabilidade, quais são as premissas para se estruturar um cardápio de forma
sustentável? Dimensionar recursos materiais e humanos, incluir preparações do patrimônio gastronômico
internacional e local, oferecer opções vegetarianas preparadas com produtos hidropônicos.
(A) Aumentar oferta de alimentos funcionais, empregar produtos de origem animal de criação extensiva, adquirir
vegetais hidropônicos, usar utensílios feitos com material natural.
(B) Resgatar pratos tradicionais ou regionais utilizar produtos de origem local e orgânicos, considerar a
sazonalidade na seleção de alimentos, aumentar o uso de frutas e grãos integrais.
(C) Estabelecer orçamentos do cardápio, incluir preparações integrais, empregar técnicas de cocção que
reduzam o emprego de gorduras, priorizar o uso de pratos vegetarianos.
(D) Incluir preparações internacionais, nacionais e regionais, definir técnicas de preparo, adquirir produtos
integrais, usar vegetais orgânicos ou hidropônicos.
Gabarito: C
Comentário:
Para justificar a resposta dessa questão podemos, inicialmente, analisar as alternativas da questão e assinalar
em negrito o que se destaca como uma informação que se relaciona com tema:sustentabilidade e, além disso,
sublinhar informações que são discordantes ao tema. O próprio quadro apresenta os indicadores econômicos,
sociais e ambientais que estão fortemente relacionados com sustentabilidade na produção de refeições,
indicando ações que podem minimizar o impacto ao meio ambiente.
O modo de vida urbano contemporâneo é caracterizado pela falta de tempo para o preparo e o consumo de
alimentos. Observa-se o deslocamento das refeições para fora dos domicílios e, conseqüentemente, o aumento
do número de Unidades Produtoras de Refeições (UPR). Essa produção de alimentos gera diversos resíduos
orgânicos e inorgânicos2. Dentro desse contexto, é necessário que as UPRs se ajustem à práticas que
preservem os recursos naturais e diminuam os danos ao ambiente 4,5. Para as aplicações dos preceitos da
sustentabilidade em UPR é primordial que o nutricionista conheça o seu papel e suas possíveis ações no
fomento da sustentabilidade, tais como: favorecer um diálogo com os fornecedores sobre a abrangência do
desenvolvimento sustentável, privilegiar o fornecimento racional de alimentos (tipo de embalagem
preferencialmente reciclável e os meios de transporte utilizados), dar preferência na elaboração do cardápio por
alimentos da estação e/ou alimentos vindos de um modo de produção ambientalmente amigável, preferir
equipamentos que consumam menos água e energia e desenvolver programas de sensibilização junto aos
funcionários para evitar o desperdício³.
A não adequação das práticas sustentáveis nas UPR traz reflexos negativos ao ambiente, considerando-se: a
geração de resíduos, a não adequação do descarte de produtos e embalagens, a utilização de produtos químicos
não biodegradáveis e o desperdício de água e de energia nas diversas etapas do processo produtivo4.
Além disso, o princípio da “sustentabilidade ambiental” é claramente evidenciado no Guia Alimentar para a
População Brasileira¹, com o incentivo ao consumo de alimentos nas formas mais naturais, produzidos
localmente, com a valorização dos alimentos regionais, da produção familiar e da cultura alimentar, estimulando
ações que buscam mudanças de hábitos alimentares para a redução do risco de ocorrência de doenças,
valorizando a produção e o processamento de alimentos com o uso de recursos e tecnologias ambientalmente
sustentáveis. Atualmente, se reconhece como prioritária a produção de alimentos que fomentem e garantam a
Segurança Alimentar e Nutricional nacional, mas se reconhece como, igualmente prioritário, o uso da terra e da
água, de forma ecologicamente sustentável e com impactos sociais e ambientais positivos. Por essas afirmações,
considera-se correta a alternativa “C”, que menciona como premissa, para se estruturar um cardápio de forma
sustentável, o resgate de pratos tradicionais ou regionais, a utilização de produtos de origem local e orgânicos,
considerando a sazonalidade na seleção de alimentos e, finalmente, o aumento no uso de frutas e grãos
integrais.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação
saudável. Brasília, 2006.
2. CALE, L.; SPINELLI, M.G.N. Controle de Resíduos: responsabilidade social do nutricionista. Revista Nutrição
Profissional, São Paulo, v. 19, p. 33-38, mai./jun., 2008.
3. LEMOS, M.; CAMPOS, I.C. Implantação da ISO 14001 na Unidade de Alimentação e Nutrição de uma
Indústria de Santa Catarina, Brasil. Revista Nutrição em Pauta, São Paulo, v. 13, n. 72, p. 30-35, mai./jun., 2005.
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como parte de seus propósitos a prevenção e o
controle das deficiências nutricionais, entre as quais a anemia ferropriva. Tendo em vista a sua alta incidência,
especialmente em crianças menores de dois anos e gestantes, tornou-se obrigatório, no Brasil, desde 2002, a
fortificação das farinhas de trigo e milho, que são alimentos de baixo custo e consumo freqüente pela população.
Neste contexto a fortificação de alimentos é uma ação política de segurança alimentar. Visando atender aos
propósitos da PNAN e avaliar a política de fortificação, é, necessário que, nos diversos níveis do sistema de
saúde, seja contínuo o monitoramento:
(B) dos teores de ferro e ácido fólico dos alimentos fortificados e do consumo destes alimentos pela população.
(C) do consumo dos alimentos fortificados e da prevalência de anemia ferropriva nos diferentes grupos
populacionais.
(D) dos teores de ferro, vitamina C e ácido fólico dos alimentos fortificados e do consumo destes alimentos pela
população.
(E) dos teores de ferro nos alimentos fortificados, do consumo destes alimentos e da prevalência da anemia
ferropriva na população.
Gabarito: E
Comentário:
A PNAN, aprovada em 1999, compõe o conjunto de políticas do governo voltadas à concretização do direito
universal humano, à alimentação e à nutrição adequadas. O propósito da PNAN é a garantia da qualidade dos
alimentos colocados para consumo no país, a promoção de práticas alimentares saudáveis, a prevenção e o
controle dos distúrbios nutricionais, bem como o estímulo às ações intersetoriais que propiciem o acesso
universal aos alimentos¹. Sete são as diretrizes programáticas dessa Política:
A alternativa “E” contempla tanto o propósito da PNAN como as suas diretrizes. As demais alternativas “A”, “B”,
“C” e “D” estão incorretas, pois estão incompletas em relação aos propósitos da política e não visam às suas
propostas de avaliação, principalmente em relação ao monitoramento da política.
REFERÊNCIAS
Gabarito: D
Comentário:
Afirmativa I - Correta
Estudos realizados no Brasil estabeleceram a associação epidemiológica entre o consumo de
álcool e cânceres da cavidade bucal e de esôfago. Os efeitos do álcool variam de acordo com
a rapidez e a frequência com que ele é ingerido, com a quantidade de alimentos consumidos
durante a ingestão de bebidas alcoólicas e com o peso do indivíduo. Pesquisas relacionando o
consumo de álcool e mortalidade demonstraram que o consumo moderado de álcool poderia
ser fator protetor de doenças cardiovasculares² ³.
Afirmativa II - Correta
O NASF deve ser constituído por uma equipe, na qual profissionais de diferentes áreas de
conhecimento atuam em conjunto com os profissionais das equipes de Saúde da Família (SF),
compartilhando e apoiando as práticas em saúde. O NASF não se constitui porta de entrada
do sistema para os usuários, mas, sim, de apoio às equipes de SF. Deve atuar em ações
interdisciplinares e intersetoriais; educação permanente em saúde dos profissionais e da
população; desenvolvimento da noção de território; integralidade, participação social,
educação popular; promoção da saúde e humanização4.
Afirmativa III – Correta
O nutricionista do NASF, com apoio dos demais profissionais da respectiva equipe e em
colaboração com as equipes de SF, deve elaborar, revisar, adaptar, padronizar e definir os
protocolos de atenção nutricional, individual e coletiva, apoiando ações de promoção da
saúde, de promoção da alimentação saudável e prevenção de doenças que exijam atividades
de educação permanente4.
Afirmativa IV- Correta
A evolução da dieta do brasileiro nos últimos 30 anos demonstra tendência de redução do
consumo de alimentos tradicionalmente presentes na mesma (arroz e feijão). Mantendo-se
excesso de consumo de açúcares, com insuficiência de frutas e hortaliças e incremento de
gorduras, principalmente saturadas. Demonstra-se, assim, um padrão alimentar inadequado à
manutenção da saúde, rico em gorduras e pobre em micronutrientes e fibras, resultando no
aumento da obesidade e das DCNT a ela associadas4.
Afirmativa V- Incorreta
Os índices de sobrepeso e obesidade em brasileiros apresentam-se em ascensão,
acompanhando a epidemia de excesso de peso observada mundialmente5. O problema está
se agravando devido ao consumo de alimentos com alta densidade energética, definida como
a energia disponível por unidade de peso e relaciona-se à quantidade de água nos
alimentos6. Aqueles com elevada quantidade de água em sua composição, como frutas,
legumes e verduras, apresentam baixa densidade energética, enquanto os com baixa
quantidade de água, tais como farinhas, grãos, açúcar, óleos e manteiga, têm alta densidade
energética8. A redução no consumo de alimentos e bebidas com alta densidade energética
pode contribuir de duas formas na prevenção do ganho de peso: pela diminuição do total
calórico. da dieta7 e pela regulação da ingestão de alimentos por meio do controle de
sinalização do apetite (fome e saciedade) 8.
REFERÊNCIAS
1. INSTITUTO DO CÂNCER. Álcool. Consumo e Relação com o Câncer. Disponível em:
<http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=14>. Acesso em: 24 abril 2013.
2. AGUILAR, D. et al. Alcohol consumption and prognosis in patients with left ventricular
systolic dysfunction after a myocardial infarction. J. Am. Coll. Cardiol., v. 43, p. 2015-21, 2004.
3. MUKAMAL, K.J. et al. Prior alcohol consumption and mortality following acute myocardial
infarction. JAMA, v. 285, p. 1965-70, 2001.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde na escola, 2009. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdf.
Acesso em: 24 abril 2013.
5. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Programa de Orçamentos Familiares
(2002-2003) – Análise da Disponibilidade Domiciliar de Alimentos e do Estado Nutricional no
Brasil. Rio de Janeiro; 2003.
6. DUFFEY, K.J., POPKIN, B.M. Energy density, portion size, and eating occasions:
contributions to increased energy intake in the United States,. Plo. S. Med., v. 8, n. 6, p. 1977-
2006, 2011.
7. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases.
Genebra, 2003. (Technical report series).
8. ROLLS, B.J.; ROE, L.S.; MEENGS, J. S. Reductions in portion size and energy density of
foods are additive and lead to sustained decreases in energy intake. Am. J. Clin. Nutr., v. 83,
n. 1, p. 11-7, 2006.
Um nutricionista foi contratado para compor a equipe de um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) que
agrega 15 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Esse profissional, visando à realização de um
diagnóstico das condições de insegurança alimentar dos grupos vulneráveis identificados no território de ação,
utilizará dados dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS). Nessa situação, é indicador dos SIS útil para o
diagnóstico pretendido
I. a prevalência de baixo peso entre crianças menores de 5 anos de idade, adolescentes e idosos.
III. o percentual de crianças entre seis e 23 meses de idade com dieta diversificada.
(A) I, II e III.
(B) I, II e V.
(D) II, IV e V.
(E) III, IV e V.
Comentário:
O SIS é definido pela Organização Mundial de Saúde como um mecanismo de coleta, processamento, análise e
transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde. Assim,
os 2 gestores da saúde no Brasil podem avaliar, monitorar e controlar as atividades desenvolvidas pelos
prestadores de serviços através de indicadores locais, facilitando a formulação e a avaliação de políticas, planos
e programas de saúde¹.No Brasil, existem cinco principais SIS ligados ao Ministério da Saúde: Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS) e
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS)². Existem ainda muitos outros sistemas que são
operados pela rede de serviços do SUS, servindo como fontes complementares de dados, como: Sistema de
Informações de Atenção Básica (SIAB), Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN),
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), Sistema de Informações do Câncer da
Mulher (SisCam), HiperDia, Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde (SIOPS), Sistema de
Informações da Anvisa, entre outros³. Pedraza4 realizou um estudo para o Brasil, onde buscou caracterizar
possíveis grupos vulneráveis. O autor segue duas perspectivas: dados relacionados com a pobreza e os critérios
para classificação de grupos vulneráveis da FAO (Food and Agriculture Organization), somando ainda,
conhecimentos sobre as características da população brasileira. São destacados, em seu texto, três grandes
grupos que devem ser identificados por sistemas de segurança alimentar no Brasil: “a) grupos vulneráveis que,
por sua condição biológica, são mais suscetíveis a uma ingestão deficitária de alimentos: gestantes, lactantes,
crianças e idosos; b) grupos em risco por dificuldades de acesso aos alimentos por baixa renda familiar e c)
grupos com estado nutricional crítico de desnutrição energético-calórica. Dessa forma, não há alternativa correta,
pois apenas o item III representa dados coletados pelo SISVAN, que é fonte complementar de dados para o SIS.
Os itens I, II, IV e V estão incorretos, uma vez que os dois primeiros citam o adolescente como grupo vulnerável e
os dos últimos citam atribuições que não são do SIS.
REFERÊNCIAS
Muitos foram os avanços no campo da segurança alimentar e nutricional no Brasil, em decorrência da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição. Com relação a esse tema, julgue os itens seguintes.
I O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) foi criado com o objetivo de assegurar o
direito humano à alimentação adequada (DHAA).
II De acordo com a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, são deveres do poder público a
promoção, o monitoramento e a avaliação do DHAA.
III Participam do SISAN, entre outros, os conselhos de segurança alimentar e nutricional, nas três esferas de
governo: federal, estadual e municipal.
Gabarito: E
Comentário:
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Ministério da Saúde. Política nacional de alimentação e nutrição. 2º ed. rev. Brasília: 2003.
2. Brasil. Lei 11.346. 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional –
SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Diário
Oficial da União em 18/9/2006.
Em uma unidade básica de saúde (UBS), foi realizado um levantamento com o objetivo de fornecer informações
para a elaboração de um projeto de educação alimentar e nutricional para meninas adolescentes. O diagnóstico
com as adolescentes mostrou a seguinte situação: 80% relatam já ter feito pelo menos em uma ocasião dieta
para redução de peso; 50% delas não ingerem leite ou derivados, apesar de o considerarem um alimento
bastante nutritivo; quanto ao desjejum, 40% delas não tomavam café da manhã. Considerando o resultado desse
diagnóstico, é correto afirmar que
(A) as adolescentes têm boa percepção quanto ao seu peso corporal, refletindo em sucessivas experiências de
dieta.
(B) a condição socioeconômica da clientela avaliada sugere a adoção da teoria tecnicista de educação
nutricional, como modelo de projeto a ser adotado na referida UBS.
(D) o projeto a ser elaborado na referida UBS é uma iniciativa experimental na área de educação e foge do
modelo de assistência previsto no Sistema Único de Saúde.
(E) o diagnóstico identifica que as adolescentes se encontram no estágio de ação, segundo o modelo transteórico
de mudança de comportamento.
Gabarito: C
Comentário:
A. O corpo perfeito vem sendo preconizado pela nossa sociedade e veiculado pela mídia, fato que leva as
mulheres, sobretudo, adolescentes, a uma insatisfação constante, fazendo com que sejam adotadas dietas
restritivas.1
B. A teoria tecnicista está baseada na organização racional dos meios, inspirada no aprender a fazer. Para ela a
essência das coisas é alcançada pela razão técnico-científica. Assim, o que vale é a decisão técnica dos que
detêm o conhecimento.
C. O consumo alimentar adotado por adolescentes é influenciado pelo estilo de vida, bem como pelo convívio
familiar, amigos, mídia e pressão social, e este frequentemente não proporciona meios para o suprimento
adequado das necessidades nutricionais. Uma das maiores barreiras para a prática de mudanças na dieta do
adolescente é a crença de que não há necessidade de alteração dos hábitos alimentares, decorrente, na maioria
das vezes, de uma interpretação errada do próprio consumo ou até mesmo da falta de programas de educação
nutricional direcionados à população adolescente.2
D. O modelo assistencial do SUS na atenção básica, entre outras coisas, combina o uso de técnicas e
tecnologias para resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas.3
Nesse contexto, propõe uma nova dinâmica para a estruturação dos serviços de saúde, promovendo uma
relação dos profissionais mais próximos do seu objeto de trabalho, ou seja, mais próximos das pessoas, famílias
e comunidades, assumindo compromisso de prestar assistência integral e resolutiva a toda população, a qual tem
seu acesso garantido através de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar que presta assistência de acordo
com as reais necessidades dessa população, identificando os fatores de risco aos quais ela está exposta e neles
intervindo de forma apropriada, visando a qualidade de vida da comunidade.4
REFERÊNCIAS
1. Andrade A, Bosi MLM. Mídia e subjetividade: impacto no comportamento alimentar feminino. Rev. Nutr. 2003;
16(1): 117-125.
2. Toral N, Slater B, Cintra IP, Fisberg M. Comportamento alimentar de adolescentes em relação ao consumo de
frutas e verduras. Rev. Nutr. 2006; 19(3): 331-340.
3. Paim JS. Vigilância a Saúde: dos modelos assistenciais para a promoção da saúde. In: Czeresnia D, Freitas
CM, (orgs). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p.161-171.
4. Rosa W, Labate R. Programa de Saúde da Família. Rev Latino-americana de Enfermagem 2005; 13(6): 1.027-
1.034.
5. Assis MAA, Nahas MV. Aspectos motivacionais em programas de mudança de comportamento alimentar. Rev.
Nutr. 1999 Apr; 12(1): 33-41.
6. Toral N, Slater B. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar. Ciênc. saúde coletiva. 2007
Dec; 12(6): 1.641-1.650.
A figura abaixo indica a evolução do perfil antropométrico-nutricional da população adulta brasileira, comparando-
se estimativas da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2002-2003 com a Pesquisa Nacional de Saúde e
Nutrição (PNSN) de 1989 e o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 1974-1975.
Com relação aos dados apresentados na figura e às possíveis inferências a partir deles, assinale a opção
correta.
(A) Observa-se que, nos anos avaliados na pesquisa, tanto para homens quanto para mulheres, houve aumento
no excesso de peso, como conseqüência, provavelmente, da implantação de programas sociais de transferência
de renda.
(B) De acordo com as pesquisas, entre os anos avaliados, houve declínio dos déficits ponderais, tanto para
homens quanto para mulheres.
(D) O aumento do excesso de peso e da obesidade observado entre as mulheres é distinto nos dois períodos
demarcados pelas três pesquisas, sendo maior entre as décadas de 70 e 80 em virtude das maiores reduções de
deficit de peso nesse mesmo período.
(E) A comparação entre os dados obtidos nos três estudos fica comprometida pelo fato de apenas o ENDEF e a
PNSN serem estudos de representatividade nacional.
Gabarito: B
Comentário:
Os dados do gráfico apresentam o resultado de estudos brasileiros de base populacional, com enfoque nos
problemas nutricionais. Esses estudos foram muito importantes uma vez que, além de possibilitarem avaliar a
magnitude dos agravos nutricionais mais relevantes e alguns de seus determinantes, permitiram estudar a
tendência dos problemas nutricionais. O Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) realizou-se ao longo de
12 meses entre os anos de 1974-1975 e compreendeu 55 mil domicílios. Nesse inquérito, além da avaliação do
estado nutricional foi também priorizada a caracterização do consumo alimentar e da despesa familiar. A
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) realizada em 1989 caracterizou-se como um estudo do tipo
transversal, de base domiciliar, com uma amostra do tipo estratificada e probabilística de aproximadamente 63
milhões de brasileiros, abrangendo 14.445 domicílios. O estudo teve como objetivo central a avaliação do estado
nutricional da população e, ainda, consolidou informações sobre condições de saúde, domicílio, renda, ocupação
e participação nos programas governamentais de alimentação e nutrição. A Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF), 2002-2003, teve por objetivo fornecer informações sobre a composição dos orçamentos domésticos, a
partir da investigação dos hábitos de consumo, da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos,
segundo as características dos domicílios e das pessoas. A POF investigou também a autopercepção das
condições de vida da população brasileira.1,2,3 Importante salientar que, esses estudos, quando bem
analisados, se constituem na base de grande parte da discussão sobre transição nutricional feita no Brasil até os
dias de hoje. Entende-se por transição nutricional, o fenômeno no qual ocorre uma inversão nos padrões de
distribuição dos problemas nutricionais de uma dada população no tempo, ou seja, uma mudança na magnitude e
no risco atribuível de agravos associados ao padrão de determinação de doenças atribuídas ao atraso e à
modernidade, sendo em geral, uma passagem da desnutrição para a obesidade.4
A ocorrência da obesidade e do sobrepeso vem aumentando no mundo inteiro e também no Brasil. A análise
comparativa entre esses três estudos populacionais apresentados evidenciam a tendência de elevação do
sobrepeso e da obesidade na população e o declínio do déficit ponderal na população adulta brasileira.
Referências
1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rio de Janeiro. Pesquisa de Orçamentos Familiares.
Brasil. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2003medidas/
pof2003medidas.pdf. Acesso em 1º/9/2009.
2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rio de Janeiro. Estudo Nacional de Despesa Familiar.
Brasil. Disponível em http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/EstudoNacionalDespesaFamiliar. pdf.
Acesso em 1º/9/2009.
3. Filho MB, Rissin A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad Saúde Pública
2003;19 (Suppl 1):S181-S191.
4. Gustavo GK, Meléndez V. A transição nutricional e a epidemiologia da obesidade na América Latina. Cad.
Saúde Pública 2003;19 (Suppl 1):S4-S5
Como? Utilizando a força, o carisma, a simpatia dos nossos personagens em mensagens, dirigidas
principalmente às crianças, para que dediquem mais do seu tempo ao exercício físico e para que se afastem de
alimentos inadequados. Naturalmente, temos um personagem ótimo para esse tipo de mensagem: a comilona
Magali, que, a partir da orientação de médicos e especialistas em alimentação, pode passar a buscar qualidade e
não, quantidade, às muitas refeições que tem ao dia. Mas, se ela não resistir, que venha, também, a
quantidade... com qualidade...
O texto acima apresenta uma resposta do desenhista Maurício de Souza à situação epidemiológica vivenciada
pela população brasileira. A leitura desse texto e a sua transposição para a prática do nutricionista no ambiente
escolar permitem que sejam elaboradas propostas de ações, em consonância com a Portaria Interministerial n.º
1.010/2006, que recomenda estratégias para a promoção da alimentação saudável nas escolas. Essas propostas
devem ter como meta a mudança de atitudes para a prevenção do quadro apresentado. Nessa perspectiva,
identifique duas ações primordiais para atuação do nutricionista no contexto da criança na escola e justifique a
importância de cada uma dessas ações.
Padrão de resposta:
Espera-se que o estudante seja capaz de identificar duas ações e, ao mencioná-las, apresente possíveis
impactos dessas ações na saúde do escolar. Na avaliação da questão, será considerada a importância da
argumentação em relação à proposta.
Comentário:
REFERÊNCIAS
1. Brasil. Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Portaria Interministerial Nº 1.010 8 de maio de 2006.
Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-1010.htm. Acesso
em 30/9/2009.
2. Brasil. Ministério da Saúde. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15
de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação