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REITOR VICE-REITOR
João Natel Pollonio Machado Griseldes Fredel Boos
EDITORA DA FURB
CONSELHO EDITORIAL
Edson Luiz Borges CAPA
Elsa Cristine Bevian Criação: Lindamir Aparecida Rosa Junge
João Francisco Noll Foto: Daniella Schmit
Jorge Gustavo Barbosa de Oliveira
Roberto Heinzle Diagramação: Lindamir Aparecida Rosa Junge
Marcia de Freitas Oliveira Revisão: Odair José Albino
Maria José Ribeiro
DISTRIBUIÇÃO
EDITOR EXECUTIVO Edifurb
Maicon Tenfen
© Luciane Coutinho de Azevedo Campanella, Joseane Freygang, Marcia Regina Selpa de Andrade e Marcus Vinicius Marques de Moraes. (org.)
A532a Analysis : o ENADE na formação da nutrição : análise da prova de 2010 / organizadores: Luciane Coutinho de
Azevedo Campanella ... [et al.]. – Blumenau : Edifurb, 2013.
105 p. : il.
ISBN 978-85-7114-177-3
Bibliografia: p. 100-101.
1. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. 2. Ensino superior - Avaliação. 3. Nutrição - Exames,
questões, etc. I. Campanella, Luciane Coutinho
de Azevedo.
CDD 378.01
ALESSANDRO GUEDES
Formação: Graduação em Farmácia- UFSC; Mestrado em Química Orgânica- Produtos
Naturais- UFSC.
Área de Atuação: Docente do Curso de Farmácia e Nutrição – FURB. Responsabilidade Técnica
da Farmácia do Ambulatório Universitário e da Farmácia Privativa – FURB.
BETHANIA HERING
Formação: Graduação em Nutrição – UFSC; Graduação em Administração - ESAG;
Especialização em Terapia Nutricional - UFSC; Mestrado em Nutrição – Área Metabolismo e
Dietética – UFSC.
Área de atuação: Docente do Curso de Nutrição – FURB; Docente do Curso de Nutrição –
UNIVALI; Membro do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE).
JOSEANE FREYGANG
Formação: Graduação em Nutrição – UNIVALI; Especialização em Nutrição Clínica – UGF;
Especialização em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia – PUC; Mestrado em Nutrição –
UFSC.
RAQUEL KERPEL
Formação: Graduação em Nutrição – UNIJUI; Especialização em Saúde da Família – UFSC.
Mestrado em Nutrição – Área Metabolismo e Dietética – UFSC.
Área de atuação: Docente do Curso de Nutrição – FURB; Tutora da Universidade Aberta do
SUS - UNASUS - UFSC; Docente do Curso de Nutrição – FAMEBLU.
SUMÁRIO
QUESTÃO 24 ................................................................................................................................ 51
Autora: Renata Labronici Bertin .............................................................................................. 51
QUESTÃO 25 ................................................................................................................................ 53
Autora: Joseane Freygang ...................................................................................................... 53
QUESTÃO 26 ................................................................................................................................ 55
Autora: Bethânia Hering.......................................................................................................... 55
QUESTÃO 27 ................................................................................................................................ 58
Autora: Joseane Freygang ...................................................................................................... 58
QUESTÃO 28 ................................................................................................................................ 60
Autora: Joseane Freygang ....................................................................................................... 60
QUESTÃO 29 ................................................................................................................................ 62
Autora: Bethânia Hering.......................................................................................................... 62
QUESTÃO 30 ................................................................................................................................ 66
Autora: Anamaria Araújo da Silva ........................................................................................... 66
QUESTÃO 31 ................................................................................................................................ 68
Autora: Joseane Freygang ....................................................................................................... 68
QUESTÃO 32 ................................................................................................................................ 71
Autora: Camila Leandra Bueno de Almeida ............................................................................ 71
QUESTÃO 33 ................................................................................................................................ 74
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella ................................................................ 74
QUESTÃO 34 ................................................................................................................................ 77
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella ................................................................ 77
QUESTÃO 35 ................................................................................................................................ 81
Autora: Joseane Freygang ....................................................................................................... 81
QUESTÃO 36 ................................................................................................................................ 85
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella ................................................................ 85
QUESTÃO 37 ................................................................................................................................ 87
Autora: Joseane Freygang ....................................................................................................... 87
QUESTÃO 38 ................................................................................................................................ 90
Autora: Joseane Freygang ...................................................................................................... 90
QUESTÃO 39 ................................................................................................................................ 93
Autora: Alessandro Guedes e Luciane Coutinho de Azevedo Campanella ............................. 93
QUESTÃO 40 ................................................................................................................................ 96
Autora: Raquel Kerpel ............................................................................................................. 96
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E UNIVERSIDADE: ENTRE O PRAGMATISMO QUANTITATIVO E A
PRÁTICA ENERGIZADORA .......................................................................................................... 100
ACADÊMICOS COLABORADORES DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA FURB...................................... 103
PREFÁCIO
O curso que teve a primeira turma em fevereiro de 2004, já relevou sua maturidade
acadêmica, tendo conquistado três estrelas de reconhecimento pelo Guia do Estudante da
Editora Abril em 2012. Mas, antes disso, em 2010, com estudantes ingressantes na
universidade e com aqueles que estavam no último ano de Nutrição, o curso participou pela
primeira vez da avaliação pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e
mostra se potencial.
Portanto, o ENADE mesmo com suas limitações nos instrumentos de avaliação, está
permitindo a obtenção de dados da formação acadêmica e a opinião dos estudantes sobre o
curso, de modo a orientar os coordenadores e os docentes, nas ações pedagógicas e
administrativas necessárias para a permanente busca da melhoria da qualidade da graduação.
Em sua primeira edição, este traz na sua essência o processo de análise das questões
específicas do ENADE (2010), parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES), que avalia as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes e tem como
propósito subsidiar e preparar os acadêmicos formandos para os próximos ENADEs.
Optamos por apresentar as questões em ordem cronológica crescente, uma vez que
muitas questões foram categorizadas, no entendimento dos docentes do curso de Nutrição,
em mais de uma das áreas de atuação do profissional nutricionista previstas nas Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Nutrição (RESOLUÇÃO do Ministério da Educação, no 5 de
2001). Destacamos que decidimos incluir as questões anuladas no processo de análise e
discussão, em decorrência do alto índice de questões anuladas – 37% das questões específicas
daquela prova.
Esperamos com este livro contribuir para a formação dos futuros profissionais da
Nutrição e para qualificação docente, com ênfase no processo avaliativo, objetivando
aperfeiçoar as atividades de ensinar e aprender. Atividades previstas no processo de avaliação
continuada do Projeto Pedagógico do curso (PPC) de Nutrição da FURB.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) foi instituído pela Lei
Nº 10.861, de 14 de abril de 2004, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação
superior e orientar a expansão da oferta; identificar mérito e valor das instituições, áreas,
cursos e programas, nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; e
promover a responsabilidade social das IES, respeitando a identidade institucional e a
autonomia.
Para avaliar todos os aspectos que giram em torno dos objetivos citados, o INEP
utiliza vários instrumentos complementares e de informação para obter resultados que
possibilitem traçar o panorama de qualidade dos cursos e das instituições, provendo, desta
forma, a avaliação de Instituições, Estudantes e Cursos.
Além disso, análises e revisões críticas dos instrumentos, das metodologias e dos
critérios utilizados também são realizadas pela CONAES com o objetivo de aprimorar esses
instrumentos e os procedimentos de avaliação, produzir indicadores de qualidade, divulgar os
resultados e realizar estudos para a melhoria da qualidade da educação superior no País.
Os conceitos são expressos numa escala de cinco níveis (de 1 a 5), em que os níveis
iguais ou superiores a 3 (três) indicam qualidade satisfatória2. Os indicadores de qualidade
também serão expressos numa escala de cinco níveis, em que os níveis iguais ou superiores a 3
(três) indicam qualidade satisfatória e, no caso de instituições, também são apresentados em
escala contínua.
1
Portaria Normativa MEC 40/2007, art. 33.
2
Portaria Normativa MEC, art. 33-A, §1º e §2º.
Ano I – cursos de graduação das áreas da saúde, ciências agrárias e áreas afins e
cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em ambiente e saúde,
produção alimentícia, recursos naturais, militar e segurança;
Ano II – cursos de graduação das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins
e, cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em controle e processos
industriais, informação e comunicação, infraestrutura, produção industrial;
Ano III – cursos de graduação das áreas de ciências sociais aplicadas, ciências
humanas e áreas afins e, cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos
em gestão e negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e
design.
Tem por finalidade: avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos
programáticos; contribuir para a avaliação dos cursos de graduação por meio da verificação
das competências, habilidades e conhecimentos desenvolvidos pelos estudantes; aferir o
desempenho dos estudantes no que se refere ao uso, síntese e integração de conhecimentos
adquiridos ao longo do curso; possibilitar aos cursos o acompanhamento dos resultados de
suas ações pedagógicas e avaliar comparativamente a formação oferecida pela IES aos
estudantes das respectivas áreas avaliadas. Assim sendo, o ENADE passa a ser um dos
instrumentos de avaliação da formação dos estudantes e seus resultados oferecem
elementos/insumos para a construção de indicadores de qualidade dos cursos e servirão de
referência para os processos posteriores de avaliação in loco.
3
Portaria Normativa MEC 40/2007, art. 33-E.
4
Portaria Normativa 386, de 17 de outubro de 2012.
QUESTÃO 11
Autora: Renata Labronici Bertin
(A) I, II e IV.
(B) I, II e V.
(C) I, III e V.
(D) II, III e IV.
(E) III, IV e V.
_______________________________________________________________
A afirmativa “I” está incorreta, pois a proteína mais abundante da clara do ovo é a
Ovoalbumina (50 a 54%), constituída principalmente pelos aminoácidos lisina e triptofano,
considerados aminoácidos essenciais, porém, não são aminoácidos sulfurados (metionina e
cisteína) e a proteína da gema mais importante é a fosvitina ou fosfovitina, que contém em sua
composição 10% de fósforo 1,2.
A afirmativa “II” está correta, tendo em vista que a gema contém proteínas (16%),
lipídios (30 a 34%) e aproximadamente 50% de água. Além disso, a coloração da gema se deve
pelo conteúdo de carotenoides, xantofilas e pela presença de riboflavina. Dentre os lipídios
presentes na gema, podem-se destacar os fosfolipídios, tais como: as lecitinas e os esteróis.
Ademais, o conteúdo de colesterol da gema é um dos mais elevados entre os alimentos; cada
gema contém aproximadamente 180 a 190 mg de colesterol 1,2,3 .
A afirmativa “III” está incorreta, pois apesar do ovo apresentar quantidade
considerável de biotina e niacina, tem apenas 0,05% de avidina (proteína presente na clara).
Além disso, nessa alternativa, foi um erro afirmar que a niacina é percursora do triptofano pois
sabe-se que o triptofano é um aminoácido aromático, constituinte de diversas proteínas, cuja
ingestão diária é obrigatória por ser um aminoácido essencial (não sintetizado no metabolismo
humano)4.
A afirmativa “IV” está correta, pois o ovo é considerado um dos alimentos mais
completos da alimentação humana, por ser rico em proteína de fácil digestibilidade e de alto
valor biológico (existência de aminoácidos essenciais e de alto percentual de utilização de
nitrogênio), além de possuir lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais5 .
A afirmativa “V” se apresenta incorreta, pois a lisozima (glicoproteína) representa 3,5%
das proteínas presente na clara e não na gema do ovo. Ela age como uma enzima responsável
por romper a parede celular de bactérias (lise) e ocasionar sua morte, além de inibir o
crescimento bacteriano nos ovos crus com casca 2 .
Frente ao exposto, não houve alternativa que contemplasse apenas os itens corretos
(II e IV), motivo pelo qual a questão foi ANULADA.
REFERÊNCIAS
2. ARAÚJO, W.M.C. Alquimia dos alimentos. 2. ed. Brasília, DF: SENAC, 2008. 557 p.
4. MARIA, C.A.B.; MOREIRA, R.F.A. A intrigante bioquímica da niacina: uma revisão crítica.
Quím. Nova, São Paulo, v. 34, n. 10, p. 1739-1752, 2011.
QUESTÃO 12
Autora: Renata Labronici Bertin
As fibras alimentares presentes na farinha integral dão aos pães maior valor nutritivo,
mas alteram suas características, tornando a massa densa, firme e reduzida em volume
devido:
_______________________________________________________________
Gabarito: C
Comentário:
hidratação e para a formação da rede proteica coesa e estável, causando ruptura da massa e
redução de sua resistência1.
Consequentemente, a utilização de farinhas ricas em fibras, diminui a qualidade de
pães, comprometendo seu volume e textura 3,4.
REFERÊNCIAS
1. BORGES, J.T.S. et al. Qualidade protéica de pão de sal contendo farinha de linhaça
(Linum usitatissimum L.). Alimentos e Nutrição, Araraquara v. 21, n.1, p. 109-117, jan./mar.
2010.
4. RIEDER, A. et al. Effect of barley and oat flour types and sourdoughs on dough rheology
and bread quality of composite wheat bread. Journal of Cereal Science, v. 55 , n. 1, p. 44-52,
abr./out. 2012.
QUESTÃO 13
Autora: Renata Labronici Bertin
(A) farinha de cevada, como fonte de proteína; óleo de canola como fonte de ácidos graxos
essenciais; amido de milho como fonte de carboidratos; água e fermento.
(B) ovos, como fonte animal de proteína; óleo de soja, como fonte de ácidos graxos essenciais;
farinha de mandioca, como fonte de carboidratos; água e fermento.
(C) leite de vaca, como fonte de proteína; óleo de oliva, como fonte de ácidos graxos
essenciais; fubá de milho, como fonte de carboidratos; água e fermento.
(D) farinha de soja, como fonte de proteína; margarina vegetal, como fonte de ácidos graxos
essenciais; farinha de milho, como fonte de carboidratos; água e fermento.
(E) clara de ovo, como fonte de proteína; óleo de milho, como fonte de ácidos graxos
essenciais; farinha de trigo integral, como fonte de carboidratos; água e fermento.
_______________________________________________________________
Gabarito: B
Comentário:
90%). Dentre as proteínas de origem animal, o ovo apresenta a maior digestibilidade (97%) em
detrimento às carnes e aos leites (95%)3,4.
Em relação aos óleos vegetais, como fonte de nutriente essencial, os mesmos podem
ser classificados de várias maneiras, sendo uma delas a classificação por composição de ácidos
graxos. Nos óleos vegetais, quatro ácidos graxos são dominantes: palmítico, oleico, linoleico
(por vezes acompanhado de ácido esteárico) e linolênico. Dentre esses ácidos graxos, dois são
considerados essenciais (linoleico e linolênico), uma vez que não podem ser sintetizados pelos
seres humanos e outros mamíferos; só podem ser obtidos mediante ingestão alimentar. Os
ácidos graxos mais comuns nos óleos vegetais são oleico/linoleico, encontrados no óleo de
amendoim (na proporção de 38% de oleico e 41% de linoleico), no óleo de cártamo (14% e
75%, respectivamente), no óleo de gergelim (38% e 45%), de girassol (20% e 69%) e no óleo de
milho (20% e 63%). Já os óleos vegetais que apresentam expressiva quantidade do ácido
linolênico são: o óleo de linhaça (de 50 a 60% de sua composição), seguido do óleo de canola
(10%) e o de soja (8%)4.
Dentre os óleos mais comumente utilizados na culinária, devido seu valor nutricional e
sua estabilidade, o óleo de soja se destaca, por ser rico em ácidos graxos insaturados
(aproximadamente 85% do total), mais especificamente oleico (de 19 a 30%), ácido linoleico
(entre 44 e 62%) e ácido linolênico (de 4 a 11%) 3,4,5.
Frente ao exposto, considera-se a alternativa correta a letra “B”, uma vez que o ovo é
a fonte proteica de melhor digestibilidade, o óleo de soja possui o melhor perfil de ácidos
graxos dentre as opções destacadas nas demais alternativas e a farinha de mandioca é
considerada uma fonte alimentar segura para ser utilizada em preparações para portadores de
DC, pois a mesma não contem glúten3.
REFERÊNCIAS
1. SHILS, M. E. et al Nutrição moderna na saúde e na doença. 10. ed. São Paulo: Manole,
2009.
QUESTÃO 14
Autora: Camila Leandra Bueno de Almeida
(A) Pré-contemplação
(B) Contemplação
(C) Preparação
(D) Manutenção
(E) Ação
_______________________________________________________________
Gabarito: A
Comentário:
REFERÊNCIAS
2. PROCHASKA, J. O. et al. Attendance and outcome in work site weight control program:
processes and stages of changes as process and prediction variables. Addic. Behav., Oxford, v.
17, 1992.
QUESTÃO 15
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
A substituição de óleo de soja pelo triglicerídeo de cadeia média (TCM) é uma conduta
adequada para pacientes portadores de pancreatite crônica.
PORQUE
_________________________________________________________
Gabarito: A
Comentário:
Diante do exposto, afirma-se que a opção correta é a apresentada na letra “A”, uma
vez que as duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta
da primeira.
REFERÊNCIAS
1. SHILS, M. E. et al. Nutrição moderna na saúde e na doença. 10. ed. Manole: São Paulo,
2009.
3. WAITZBERG, D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4. ed., São
Paulo: Atheneu, 2009.
QUESTÃO 16
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
Um homem de 55 anos de idade, com alto risco para doença arterial coronariana,
compareceu ao ambulatório de nutrição para consulta. Para que sejam observadas as
recomendações nutricionais para redução do colesterol plasmático total, esse paciente deve
ser orientado a:
(A) reduzir o consumo de gorduras totais e de açúcares simples e aumentar a ingestão de leite
integral e frutas.
(B) aumentar o consumo de ácidos graxos monoinsaturados e de proteína vegetal e manter a
ingestão de laticínios integrais.
(C) substituir as carnes por alimentos e laticínios integrais, aumentar o aporte de fibras
dietéticas e reduzir a quantidade de frituras.
(D) retirar a gordura aparente das carnes, substituir os laticínios integrais por desnatados e
reduzir a ingestão de gorduras vegetais hidrogenadas.
(E) aumentar a ingestão de alimentos que são fontes de ácidos graxos poli-insaturados, reduzir
a quantidade de açúcares simples e diminuir o número de refeições por dia.
_______________________________________________________________
Gabarito: D
Comentário:
Embora qualquer artéria possa ser afetada pelo processo aterosclerótico, os principais
alvos são a aorta e as artérias coronárias e cerebrais2. A formação da placa de ateroma na
parede desses vasos, bem como suas consequências clínicas (infarto do miocárdio e acidente
vascular encefálico), associa-se intimamente com determinados fatores de risco
cardiovascular, como a hipercolesterolemia1. Estudos epidemiológicos e experimentais têm
mostrado que as dislipidemias, caracterizadas por elevadas concentrações de LDL (low density
lipoprotein) e/ou reduzidas de HDL (high density lipoprotein) circulantes, estão associadas à
acelerada aterogênese2.
Entre os vários componentes dietéticos, são os ácidos graxos trans que mais
aumentam LDL, seguido dos ácidos graxos saturados e do colesterol dietético. Os ácidos graxos
trans são isômeros geométricos dos ácidos graxos insaturados, produzidos, principalmente,
por meio da hidrogenação parcial de óleos vegetais. Tal processo se aplica aos óleos vegetais
líquidos à temperatura ambiente, com o objetivo de conferir consistência de semissólida à
sólida a essas gorduras. Na configuração trans, os dois átomos de hidrogênio ligados ao
carbono na dupla ligação estão localizados em lados opostos, formando uma molécula mais
rígida e com configuração retilínea, assemelhando-se, assim, ao ácido graxo saturado3. Ácidos
graxos trans estão presentes em diversos produtos industrializados que utilizam esse tipo de
gordura 4.
Vale lembrar que cerca de 2/3 dos ácidos graxos saturados da dieta vem da gordura
animal, que incluem a gordura dos laticínios e das carnes. A gordura do leite é mais
hipercolesterolêmica que a gordura da carne em virtude do seu conteúdo mais alto de ácidos
graxos que aumentam o colesterol. Logo, uma redução no ácido graxo saturado da dieta deve
vir através da diminuição do consumo de gordura animal. O consumo reduzido de gorduras
animais também diminuirá o consumo de colesterol dietético 3,4.
Desse modo, considera-se a alternativa correta a apresentada na letra “D”, uma vez
que para reduzir o colesterol plasmático recomendam-se: “retirar a gordura aparente das
carnes, substituir os laticínios integrais por desnatados e reduzir a ingestão de gorduras
vegetais hidrogenadas”.
REFERÊNCIAS
2. SHILS, M. E. et al. Nutrição moderna na saúde e na doença. 10. ed. Manole: São Paulo,
2009.
3. SANTOS R.D. et al. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq.
Bras. Cardiol., Rio de Janeiro , v. 100, n. 1, supl.3, p. 1- 40, jan. 2013.
QUESTÃO 17
Autora: Anamaria Araújo da Silva
_______________________________________________________________
Gabarito: A (questão ANULADA)
Comentário:
A afirmativa I está correta, uma vez que a proteína ligadora de retinol, responsável
pelo transporte de vitamina A na forma de retinol, é um dos principais indicadores de proteína
visceral, sensível na identificação aguda da desnutrição proteico calórica devido a sua curta
meia-vida biológica (10 a 12 horas)¹.
A afirmativa III está correta, já que a anemia por deficiência de ferro é detectada pela
concentração plasmática de hemoglobina e ferritina²; a concentração plasmática de
hemoglobina representa a quantidade de proteína por unidade de volume sanguíneo, sendo o
marcador mais fidedigno para determinar a gravidade da anemia por deficiência de ferro²,
enquanto que a ferritina é o exame que melhor reflete o estado do mineral ferro
(glicoproteína que armazena o ferro) no organismo, visto que seus níveis teciduais diminuem
antes mesmo do aparecimento da anemia³.
A afirmativa IV está incorreta, uma vez que a anemia por deficiência de ácido fólico
não é detectada pela concentração de albumina no plasma. Apesar da anemia por deficiência
de ácido fólico cursar com leve redução na concentração plasmática de hemoglobina5, os
principais indicadores para diagnóstico da deficiência do ácido fólico são sua dosagem ou da
concentração plasmática de homocisteína³.
Apesar de esta questão ter sido ANULADA, diante do exposto, considera-se que a
alternativa “A” está correta.
REFERÊNCIAS
2. CIOCARE J.M.C.; WEBER C.S.; FAULHABER G.A.M. Anemias: In: XAVIER, R.M. et al.
Laboratório na prática clínica: consulta rápida. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p.395-399.
QUESTÃO 18
Autora: Bethânia Hering
PORQUE
O nível de esforço físico é o fator primordial para cálculo das necessidades calóricas
das refeições dos trabalhadores, independente do volume e do horário em que as mesmas são
oferecidas.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 19
Autora: Alessandro Guedes
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 20
Autora: Joseane Freygang
III. Mulheres maratonistas têm menor capacidade de mobilizar ácidos graxos durante o
exercício prolongado em razão dos diferentes níveis de estrogênio entre os sexos.
IV. Indivíduos treinados apresentam maior capacidade de poupar glicogênio muscular e utilizar
ácidos graxos de cadeia longa, retardando a queda de desempenho e a fadiga muscular.
(A) I e II.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
_______________________________________________________________
Gabarito: B (questão ANULADA)
Comentário:
Esta questão não deveria ter sido ANULADA, uma vez que se entende que a alternativa
“B” está correta, por que:
Afirmativa I - Correta
No que diz respeito à escolha dos alimentos ricos em carboidratos de alto índice
glicêmico, na fase de recuperação, estes promovem uma reposição dos depósitos de
glicogênio muscular de maneira muito mais eficiente do que aqueles de baixo índice
glicêmico². Caso não ocorra reposição de carboidratos nas primeiras horas após o exercício, a
ressíntese pode ser diminuída em aproximadamente 50% ³.
Afirmativa II - Incorreta
Afirmativa IV - Correta
REFERÊNCIAS
2. SIU, P. M.; WONG, S.H.S. Use of the glycemic index: effects on feeding patterns and
exercise performance. J. Physiol. Anthropol. Appl. Human Sci., USA, v.23, n. 1, p.1-6, jan.
2004.
carnitina palmitoil transferase. Rev. Bras. Med. Esporte., São Paulo, v. 14, n. 2, p. 150-154,
mês. 2008.
9. CURI, R. et al. Ciclo de Krebs como fator limitante na utilização de ácidos graxos
durante o exercício aeróbio. Arq. Bras. Endocrinol. Metab., São Paulo, v. 47, n. 2, p.135-143,
abril. 2003.
QUESTÃO 21
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
_______________________________________________________________
Gabarito: C
Comentário:
REFERÊNCIAS
4. SANTOS R.D., et al. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq.
Bras. Cardiol., Rio de Janeiro, v. 100, n. 1, supl.3, p. 1-40, jan., 2013.
QUESTÃO 22
Autora: Camila Leandra Bueno de Almeida e Joseane Freygang
QUESTÃO 23
Autora: Anamaria Araújo da Silva
I. o desempenho escolar.
II. a cultura alimentar da família.
III. o consumo de energia e nutrientes.
IV. a escolaridade da mãe e a renda familiar.
V. o número de horas despendidas assistindo à televisão.
_______________________________________________________________
Gabarito: D (questão ANULADA)
Comentário:
Nesta questão o foco deve ser para os determinantes psicossocioculturais. Erik Erikson,
certamente o autor mais importante no estudo da adolescência, desenvolveu a teoria
psicossocial, em que defende que a tarefa mais importante da adolescência é a construção da
identidade. É durante adolescência que o indivíduo se questiona sobre as construções dos
períodos anteriores, próprios da infância. Assim, o adolescente, vendo-se assaltado por tantas
transformações, quer fisiológicas, cognitivas ou psicossocioculturais, sente a necessidade de
rever as suas posições infantis frente à incerteza dos papéis adultos com que se defronta. A
crise de identidade é marcada, também, por uma confusão de identidade, obviamente uma
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 24
Autora: Renata Labronici Bertin
Uma justificativa pedagógica plausível para inserção dessa atividade, que objetiva a
melhoria dos hábitos alimentares dos alunos é:
Dessa forma, a implantação de hortas nas escolas pode ser uma das práticas
pedagógicas a promover bons hábitos alimentares, pois é neste contexto que a escola exerce
influência na formação de crianças e adolescentes e que constitui espaço de grande relevância
para promoção da saúde, principalmente na construção do conhecimento do cidadão crítico,
estimulando-o à autonomia, ao exercício dos direitos e deveres, às habilidades com opção por
atitudes mais saudáveis e ao controle das suas condições de saúde e qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 25
Autora: Joseane Freygang
MONTEIRO, C.A.M. BENICIO, M.H.D. CONDE, W.L. KONNO,S. et al. Narrowing socioeconomic
inequality in clid stunting: the Brazillian experience. Bull. World Organ, 2010, p. 88305-311
(traduzido).
(A) I e II.
(B) II e III
(C) III e IV
(D) I,II e IV
(E) I,III e IV
_______________________________________________________________
Gabarito: E
Comentário:
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 26
Autora: Bethânia Hering
_______________________________________________________________
Gabarito: C (questão ANULADA)
Comentário:
O desperdício de alimentos pode ser influenciado por uma série de fatores, como:
planejamento inadequado de refeições, preferências alimentares, treinamento dos
funcionários para produção e porcionamento dos alimentos. A padronização de porções
alimentares dietéticas demanda pesquisa e avaliação individual do cliente, a fim de garantir
oferta de quantidades adequadas. Espera-se que isso resulte em melhor qualidade do serviço,
além de melhor atenção nutricional¹,².
As taxas de desperdício alimentar sofreram alterações nos parâmetros considerados
aceitáveis, ao longo da história, sempre buscando atender novas demandas, principalmente
agora, diante do contexto de sustentabilidade. Inicialmente, Mezomo³ mencionou que taxas
de desperdício superiores a 10% para coletividades sadias e 20% para coletividades enfermas
pressupõem cardápios mal planejados ou executados de forma incorreta. Para Maistro4 eram
aceitáveis, como percentual de resto-ingestão, taxas inferiores a 10%, sendo considerados
serviços de alimentação bem administrados, sob esse aspecto, aqueles que conseguiam
manter tais parâmetros. Já em estudo realizado em UAN´s de Santa Catarina, foi estabelecida
como parâmetros aceitáveis para resto-ingestão uma taxa de 3% em relação à quantidade de
alimentos distribuídos e, para sobra limpa, uma taxa de 2% em relação ao valor total
produzido5.
Os valores de resto-ingestão podem ser utilizados como ferramenta de avaliação de
desempenho, uma vez que dentro do custo mensal de uma UAN estão incluídos os custos da
sobra limpa (alimentos produzidos e não distribuídos à clientela) e de resto (alimentos
distribuídos e não consumidos pela clientela).
Atualmente, espera-se que os restos produzidos pelos serviços não ultrapassem 5% da
produção de alimentos, o que os classifica na condição de ótimos. Aqueles serviços cujo
desperdício de alimentos varia entre 5 e 10% são classificados como bons e na faixa regular
estão os serviços que perdem entre 10 e 15%. As perdas alimentares que superam 15% da
produção representam um indicativo de péssimo desempenho do serviço¹,².
A Figura ilustra os resultados de desperdício alimentar da dieta geral, da UAN
Hospitalar, demonstrando resultados mais favoráveis para o jantar (74,1%), se comparados
com o almoço (48,9%), alcançando taxa de resto-ingestão inferior a 5%, classificando-se com o
conceito ótimo.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 27
Autora: Joseane Freygang
O leite [similar] é caro, mas pode ser pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estima-
se que entre 7% e 9% das crianças com até 3 anos tenham alergia ao leite de vaca. A
substituição é custosa: uma única lata do similar, suficiente para três dias, fica entre 110 e 400
reais.
(A) mostrar aos consumidores o quanto é dispendioso substituir o leite de vaca por similares.
(C) apresentar dados estatísticos referentes a uma enfermidade pouco conhecida pela
população.
(D) tratar o assunto de forma clara e objetiva para que os leitores saibam da existência da
enfermidade.
(E) informar aos profissionais da saúde que existe uma grande parcela da população com
alergia ao leite de vaca.
_______________________________________________________________
Gabarito: B
Comentário:
saúde, à dignidade, ao respeito, dentre outros (art. 4°). Ainda, dispôs no artigo 7° que a criança
e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência².
Uma vez demonstrado que a criança necessita do medicamento-alimento por
expressa indicação de profissional médico competente, o Estado está obrigado a fornecê-lo.
REFERÊNCIAS
2. BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o estatuto da criança e do
adolescente, e dá outras providências. Brasília, 1990.
QUESTÃO 28
Autora: Joseane Freygang
PORQUE
(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da
primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
_______________________________________________________________
Gabarito: C (questão ANULADA)
Comentário:
Dessa forma, as duas asserções são proposições verdadeiras, sendo que a segunda
não é justificativa da primeira.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 29
Autora: Bethânia Hering
Equilíbrio dietético
A não adequação das práticas sustentáveis nas UPR traz reflexos negativos ao
ambiente, considerando-se: a geração de resíduos, a não adequação do descarte de produtos
e embalagens, a utilização de produtos químicos não biodegradáveis e o desperdício de água e
de energia nas diversas etapas do processo produtivo4.
Por essas afirmações, considera-se correta a alternativa “C”, que menciona como
premissa, para se estruturar um cardápio de forma sustentável, o resgate de pratos
tradicionais ou regionais, a utilização de produtos de origem local e orgânicos, considerando a
sazonalidade na seleção de alimentos e, finalmente, o aumento no uso de frutas e grãos
integrais.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 30
Autora: Anamaria Araújo da Silva
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 31
Autora: Joseane Freygang
PORQUE
(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da
primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
_______________________________________________________________
Gabarito: B (questão ANULADA)
Comentário:
REFERÊNCIAS
3. BASIOTIS, P.P. Number of days of food intake records required to estimate individual
and group nutrient intakes with defined confidence. J. Nutr., Hyattsville, n. 117, p. 1638-1641,
set. 1987.
4. BUZZARD, M. 24-hour dietary recall and food record methods. In: WILLET, W. (Ed.).
Nutritional epidemiology. 2. ed. New York: Oxford University, 1998. p. 51-67.
QUESTÃO 32
Autora: Camila Leandra Bueno de Almeida
(A) I e II
(B) I e III
(C) I e IV
(D) II e III
(E) III e IV
_______________________________________________________________
Gabarito: E
Comentário:
Já a afirmativa II, apesar de estar correto classificar o jovem como eutrófico pelo índice
de massa corporal e de se afirmar que a gordura é fonte de energia para exercícios de
intensidade leve (e longa duração)¹, essa afirmativa também é falsa. É imperativo verificar o
horário e a qualidade de consumo alimentar antes da refeição para não prejudicar a digestão e
a disponibilidade dos nutrientes para uso energético no decorrer da atividade física¹.
esgotamento das reservas de glicogênio muscular e hepático, adiando a fadiga por falta de
substrato energético (glicose).
REFERÊNCIAS
2. AOKI, M. S.; BACURAU, R. F. P. Nutrição no Esporte. São Paulo: Casa da Palavra, 2012,
160p.
QUESTÃO 33
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
Após 22 dias sob a terra, em média, cada mineiro chileno emagreceu 10 kg. Boa parte
dessa perda se deveu à desidratação pelo calor e pela umidade das galerias e à diarreia,
resultado da ingestão de água contaminada. Nos dois primeiros dias após restabelecido
contato com o mundo acima da mina, os mineiros receberam apenas uma solução de água
com glicose. Na quarta-feira, uma barra de cereais de 250 calorias. Ontem, foram duas barras,
totalizando 500 calorias. Hoje, deve ser 800. O objetivo é ir aos poucos ampliando a oferta de
calorias, até 2000 calorias – normais para um adulto. CAPRIGLIONE, L. Mineiros recebem
câmeras e nicotina.
Folha de São Paulo. 27 ago. 2010 (adaptado).
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) I, II e III.
_______________________________________________________________
Gabarito: D (questão ANULADA)
Comentário:
Ressalta-se que esta questão foi ANULADA por não apresentar alternativa que
atendesse o solicitado no enunciado da questão.
REFERÊNCIAS
3. SHILS, M. E. et al. Nutrição moderna na saúde e na doença. 10 ed. São Paulo: Manole,
2009.
QUESTÃO 34
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
Nos últimos anos, a procura por produtos elaborados com componentes funcionais
tem crescido com o objetivo de proporcionar inúmeros benefícios à saúde. Entre esses
componentes, há os probióticos, prebióticos e simbióticos. Probióticos e prebióticos são
obtidos de microrganismos (Bifidobacterium e Lactobacillus) e de carboidratos não digeríveis
(inulina e oligofrutose), que são capazes de influenciar positivamente a microflora e causar
vários efeitos terapêuticos. Esses efeitos incluem:
III. a redução das alergias alimentares, por meio da ação de modulação do sistema imune e da
diminuição da resposta ao agente alergênico de alimentos.
IV. o aumento da biodisponibilidade de minerais como cálcio, por meio da fermentação dos
prebióticos e consequente redução do pH intestinal, o que favorece a absorção do mineral.
Comentário:
Alternativa CORRETA.
Afirmativa CORRETA
III. a redução das alergias alimentares, por meio da ação de modulação do sistema
imune e da diminuição da resposta ao agente alergênico de alimentos.
Afirmativa CORRETA.
Afirmativa CORRETA.
Além disso, no caso do cálcio, a sua melhor biodisponibilidade no cólon poderia ser,
também, resultante (1) da hidrólise do complexo cálcio-fitato, por ação de fitases liberadoras
de cálcio bacterianas, e (2) do efeito osmótico da inulina e da oligofrutose, o qual resultaria na
transferência de água para o intestino grosso, permitindo, assim, que o cálcio se torne mais
solúvel1,2,3,4.
Afirmativa INCORRETA.
Diante do exposto, a questão foi ANULADA, uma vez que não há alternativa que
contemple todas as afirmações corretas.
REFERÊNCIAS
1. SAAD, S. M. I. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Rev. Bras. Cienc. Farm.; v. 42, n.
1, jan./mar., 2006.
2. CATALANI, L. A. et al.Fibras alimentares. Rev. Bras. Nutr. Clin., v. 18, n.4, p.178-182, 2003.
4. SHILS, M. E. et al. Nutrição moderna na saúde e na doença. 10 ed. São Paulo: Manole,
2009.
QUESTÃO 35
Autora: Joseane Freygang
III. A abordagem da hipertensão arterial pelo nutricionista deve incluir um projeto terapêutico
singular em que o diagnóstico e a proposição de metas, bem como a divisão de
responsabilidades entre a equipe e a reavaliação, sejam contemplados.
IV. A evolução da dieta do brasileiro nos últimos 30 anos evidencia um padrão alimentar à
manutenção da saúde, com dieta rica em gorduras e pobre em micronutrientes e fibras, o que
resulta no aumento das DCNT associada à obesidade.
(A) I, II e V, apenas.
(B) I, III e IV, apenas.
(C) II, III, IV e V, apenas.
(D) I, II, III e IV, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.
_______________________________________________________________
Gabarito: D
Comentário:
Afirmativa I - Correta
Estudos realizados no Brasil estabeleceram a associação epidemiológica entre o
consumo de álcool e cânceres da cavidade bucal e de esôfago. Os efeitos do álcool variam de
acordo com a rapidez e a frequência com que ele é ingerido, com a quantidade de alimentos
consumidos durante a ingestão de bebidas alcoólicas e com o peso do indivíduo.
Afirmativa II - Correta
O NASF deve ser constituído por uma equipe, na qual profissionais de diferentes
áreas de conhecimento atuam em conjunto com os profissionais das equipes de Saúde da
Família (SF), compartilhando e apoiando as práticas em saúde. O NASF não se constitui porta
de entrada do sistema para os usuários, mas, sim, de apoio às equipes de SF. Deve atuar em
ações interdisciplinares e intersetoriais; educação permanente em saúde dos profissionais e da
população; desenvolvimento da noção de território; integralidade, participação social,
educação popular; promoção da saúde e humanização4 .
Afirmativa V- Incorreta
REFERÊNCIAS
2. AGUILAR, D. et al. Alcohol consumption and prognosis in patients with left ventricular
systolic dysfunction after a myocardial infarction. J. Am. Coll. Cardiol., v. 43, p. 2015-21, 2004.
3. MUKAMAL, K.J. et al. Prior alcohol consumption and mortality following acute
myocardial infarction. JAMA, v. 285, p. 1965-70, 2001.
6. DUFFEY, K.J., POPKIN, B.M. Energy density, portion size, and eating occasions:
contributions to increased energy intake in the United States,. Plo. S. Med., v. 8, n. 6, p. 1977-
2006, 2011.
8. ROLLS, B.J.; ROE, L.S.; MEENGS, J. S. Reductions in portion size and energy density of
foods are additive and lead to sustained decreases in energy intake. Am. J. Clin. Nutr., v. 83, n.
1, p. 11-7, 2006.
QUESTÃO 36
Autora: Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
PORQUE
(A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da
primeira.
(B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
(D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
(E) As duas asserções são proposições falsas.
_______________________________________________________________
Gabarito: C
Comentário:
A doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva de todas as
funções do rim: glomerular, tubular e endócrina, independente do fator etiológico. De acordo
com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a DRC é classificada em seis estágios, relativos ao
nível de função renal. Nas fases da doença pré-dialítica, entre os estágios 2 e 5, com taxas de
filtração glomerular (TFG) entre 90 e 15 mL/min/1,73 m2, restrição proteica é a intervenção
dietética proposta, com a finalidade de retardar a progressão da falência renal e de evitar o
acúmulo de produtos nitrogenados tóxicos1.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 37
Autora: Joseane Freygang
III. o percentual de crianças entre seis e 23 meses de idade com dieta diversificada.
(A) I, II e III.
(B) I, II e V.
(C) I, III e IV.
(D) II, IV e V.
(E) III, IV e V.
_______________________________________________________________
Gabarito: A (questão ANULADA)
Comentário:
Pedraza4 realizou um estudo para o Brasil, onde buscou caracterizar possíveis grupos
vulneráveis. O autor segue duas perspectivas: dados relacionados com a pobreza e os critérios
para classificação de grupos vulneráveis da FAO (Food and Agriculture Organization), somando
ainda, conhecimentos sobre as características da população brasileira. São destacados, em seu
texto, três grandes grupos que devem ser identificados por sistemas de segurança alimentar
no Brasil: “a) grupos vulneráveis que, por sua condição biológica, são mais suscetíveis a uma
ingestão deficitária de alimentos: gestantes, lactantes, crianças e idosos; b) grupos em risco
por dificuldades de acesso aos alimentos por baixa renda familiar e c) grupos com estado
nutricional crítico de desnutrição energético-calórica.
Dessa forma, não há alternativa correta, pois apenas o item III representa dados
coletados pelo SISVAN, que é fonte complementar de dados para o SIS. Os itens I, II, IV e V
estão incorretos, uma vez que os dois primeiros citam o adolescente como grupo vulnerável e
os dos últimos citam atribuições que não são do SIS.
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 38
Autora: Joseane Freygang
_______________________________________________________________
Comentário:
a) Qual dos valores de referência citados acima deve ser utilizado para avaliar o consumo de
nutrientes? Justifique sua resposta. (valor: 2,0 pontos)
b) Qual dos valores de referência citados acima deve ser utilizado para o planejamento da
dieta de uma gestante? Justifique sua resposta. (valor: 2,0 pontos)
d) Que orientações dietéticas um nutricionista deve dar à gestante para elevar o consumo de
ferro e ácido fólico, levando em consideração a biodisponibilidade desses nutrientes, as
fontes alimentares e a suplementação? (valor: 3,0 pontos)
Consumir alimentos ricos em ferro (carnes vermelhas, principalmente fígado, rim, coração,
frango e peixes).
Entre os alimentos de origem vegetal, preferir os folhosos verde-escuros (exceto espinafre)
como agrião, couve, brócolis, cheiro-verde, as leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico,
ervilha, lentilha), grãos integrais ou enriquecidos, nozes e castanhas, melado de cana e
açúcar mascavo.
Associar o consumo das hortaliças acima com as frutas ricas em vitaminas C (caju, goiaba,
laranja, kiwi, mexerica, acerola, limão) para melhorar a absorção do ferro nelas contido.
Como sobremesa, dar preferência para as frutas.
Ingerir, na medida do possível, alimentos fortificados com ferro, disponíveis no mercado,
como farinhas de trigo e milho, cereais matinais, entre outros.
Evitar o consumo de alimentos riscos em ferro com: café, chá, mate, cereais integrais, leite
e derivados (fosfatos, polifenóis, taninos, cálcio), uma vez que esses podem inibir a
absorção do ferro.
Consumir alimentos ricos em folato, como: espinafre, feijão branco, aspargos, couve de
bruxelas, soja e derivados, laranja, melão, maçã, brócolis, gema de ovo, fígado, peixes,
gérmen de trigo, salsinha e amendoim. Porem deve-se evitar o cozimento prolongado
desses alimentos, que pode destruir até 90% do ácido fólico.
Amamentar seu filho: para os bebês o leite materno é considerado um alimento muito
importante contra a anemia por deficiência de ferro.
A dieta normal nem sempre é suficiente para suprir as necessidades de ferro e ácido
fólico na gestação, sendo necessária a suplementação indicada por seu médico ou
nutricionista4 .
REFERÊNCIAS
QUESTÃO 39
Autora: Alessandro Guedes e Luciane Coutinho de Azevedo Campanella
Considerando está situação hipotética, elabore texto, com até quinze linhas abordando os
seguintes aspectos:
_______________________________________________________________
Comentário:
náusea e vômitos, o consumo de alimentos bem cozidos, pastosos ou secos (purês, sopas,
bolachas cream cracker)1,6,7.
REFERÊNCIAS
4. CARR, A.; COOPER, D.A. Adverse effects of antiretroviral therapy. Lancet, v. 356, p.
1423, 2000.
6. REIS, N. T.; PEDRUZZI, M. B. Terapia Nutricional nas Afecções do Trato Digestório. In:
SILVA, S. M. C.; MURA, J. D. P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo:
Roca, 2007. Cap. 32, p. 523-525.
QUESTÃO 40
Autora: Raquel Kerpel
Uma cidade de porte médio, com 200 mil habitantes, implantou um restaurante
popular (RP) no maior bairro do município, onde vivem 50 mil pessoas das classes D e E. Os
usuários do RP trabalhadores da agroindústria, da construção civil e do comércio das
imediações. Considerando que os RPs são equipamentos públicos de promoção da segurança
alimentar e nutricional (SAN), é dever do nutricionista responsável pelo restaurante aplicar a
abordagem da SAN em suas várias dimensões, com vistas a promoção da saúde de usuários e
funcionários do serviço, na perspectiva da integralidade da assistência envolvendo os
diferentes níveis de complexidade do sistema de saúde.
_______________________________________________________________
Comentário:
A SAN pode ser entendida como a realização do direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso
a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde
que respeitem a diversidade cultural e que sejam: ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis5. Dessa maneira, os RP são equipamentos públicos de promoção da
SAN.
As ações de promoção da SAN que poderiam ser desenvolvidas pelo nutricionista seriam:
A Horta seria criada em parceria com a UBS, articulada principalmente com o NASF e
outros parceiros institucionais locais voltados à agricultura. Seria mantida por representantes
da comunidade local, eleitos nas reuniões do Conselho Local de Saúde (como ação de
fortalecimento desse). O principal objetivo seria o educativo, capacitando os familiares dos
usuários no manejo com a terra e na “produção de alimentos orgânicos, o que significa ganho
de qualidade, incluindo a comunidade num ambiente de inclusão alimentar e de renda, haja
vista o excedente ser direcionado ao comércio local e regional”6. Além disso, privilegiaria o
contato com a terra e com os alimentos locais. Paralelamente, tanto a ESF quanto a
A aquisição dos alimentos servidos no RP poderia vir do PAA. Esse propicia a aquisição de
alimentos de agricultores familiares, com isenção de licitação, a preços compatíveis aos
praticados nos mercados regionais 6. Adicionalmente, por meio do diagnóstico de SAN
elaborado pelo nutricionista, e em parceria com a ESF, seriam identificadas as famílias dos
usuários em situação de vulnerabilidade social para terem acesso aos alimentos por meio do
PAA.
REFERÊNCIAS
nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional-2012-2015/plano-nacional-de-seguranca-
alimentar-e-nutricional-2012-2015>. Acesso em: 03 junho de 2013.
As práticas discursivas em educação que circulam a partir dos anos 90, no Brasil, situam-
se numa perspectiva em que a avaliação começa a ampliar seus espaços e torna-se aquilo que
o Ministério da Educação chama de “inteligência avaliativa”. A emergência do Estado avaliador
produziu uma demanda por conhecimento de várias áreas e setores da sociedade como apoio
para tomada de decisão e transparência dos resultados. Afinadas a esses discursos e afetadas
pela ideologia neoliberal, as práticas avaliativas com base em elementos quantitativos
prometem melhorar a qualidade da educação e garantir efetividade, eficiência, eficácia,
relevância e produtividade nas Universidades. Estes discursos desencadearam uma série de
ações ampliando a avaliação e transformando-a em instrumento de regulação do Ensino
Superior e estendendo-se para a Educação Básica.
A Lei 10.861, de 14 de abril de 2004 instituiu o Sistema de Avaliação da Educação
Superior (SINAES), como parte de uma política de Estado responsável pela educação nacional,
que abrange todas as instituições de educação superior. Esta política está ancorada em uma
concepção de avaliação comprometida com a melhoria da qualidade e da relevância das
atividades das instituições e é mensurada por meio de diversos instrumentos.
Esses instrumentos e mensurações passaram a orientar grande parte da política educacional e,
por esse meio, também parte significativa da prática educacional - aquelas ações e fazeres no
qual estão imersos professores e estudantes. Neste cenário, um dos principais problemas é
que muitas vezes valorizamos o que é medido, ao invés de nos envolvermos com a avaliação e
mensuração do que valorizamos.
A avaliação como processo não pode ter um fim em si, mas precisa ser um dos instrumentos
que a Universidade pode dispor para dimensionar a qualidade do ensino. Os resultados
obtidos na avaliação permitem análises e leituras sobre ao cursos e podem ser usados para
diferentes tipos de intervenções, aqui definidas como tomada de decisão nos processos de
ensino-aprendizagem.
Aproveitamos as provocações de Dias Sobrinho (2002) que em seu trabalho mostra que
a avaliação não é apenas desejável, mas possível, não é apenas somativa, mas pedagógica, não
apenas um instrumento de utilidade gerencial, mas uma estratégia de auto-conhecimento e de
melhoria da formação profissional e cidadã. Mas, para isso a avaliação não pode se limitar a
um papel controlador: ela tem sempre um caráter político e ético que deve estar a serviço da
autonomia.
Corroborando com esta visão, Hadji (1994) aponta que a avaliação tem três funções
fundamentais: diagnosticar, prognosticar e energizar. A função de diagnosticar compreende os
processos de: identificar deficiências e superá-las; possibilitar a regulação de um determinado
programa; promover ajustes necessários à concretização da aprendizagem; certificar
aprendizagens; regular os processos e atividades. A função de prognosticar compreende:
planejar novos dispositivos didáticos e estimar o desempenho futuro. A função de energizar
repercute em: viabilizar o acesso aos diferentes níveis de escolaridade; permitir a promoção
em uma sequência educacional; estimular a ação e a autoestima.
Com base nesta visão sobre o processo avaliativo educacional a Pró-Reitoria de Ensino
de Graduação (PROEN) da Universidade Regional de Blumenau (FURB) desencadeou diferentes
iniciativas e realizou diversas ações para criar uma cultura permanente e propositiva de
avaliação na Universidade. Permeando estas iniciativas e ações foi feito um trabalho
permanente de divulgação para estudantes e professores da importância de tratar a avaliação
não como um elemento punitivo, mas como orientador e balizador dos processos de ensino.
Também se buscou de forma permanente a conscientização sobre a importância de que a
instituição tivesse um bom desempenho nos processos avaliativos realizados pelos órgãos
reguladores. Por outro lado, cientes de que o papel da Universidade é de crítica acredita-se
que mais do que responder as questões do ENADE faz-se necessário conhecê-las, estudá-las e
com elas aprender como qualificar os instrumentos de avaliação como também reconhecer as
potencialidades e fragilidades de qualquer instrumento de avaliação.
Entre as principais ações realizadas pela PROEN destacam-se: capacitação de docentes
quanto ao uso de instrumentos e critérios de avaliação em sua prática pedagógica; revisão do
processo e estímulo para participação dos estudantes nos instrumento internos de avaliação
do ensino; uso dos resultados das avaliações internas e externas dos cursos na construção e
(re)elaboração dos projetos pedagógicos; campanhas de conscientização de estudantes e
professores sobre o ENADE; análise matemática e estatística das informações sobre os
processos avaliativos e discussão com coordenadores de cursos e docentes; grupos de estudos