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ANO: 1º
BEIRA
OUTUBRO DE 2022
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
ANO: 1º
BEIRA
OUTUBRO DE 2022
Índice
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Introdução------------------------------------------------------------------------------------------------------1
Objectivos da pesquisa---------------------------------------------------------------------------------------2
Objectivos específicos----------------------------------------------------------------------------------------2
Objectivo geral-------------------------------------------------------------------------------------------------
2
Metodologia da Pesquisa-------------------------------------------------------------------------------------2
Defina Aptidão Física-----------------------------------------------------------------------------------------5
Classificação da Aptidão Física-----------------------------------------------------------------------------7
Defina puberdade----------------------------------------------------------------------------------------------7
Puberdade masculina------------------------------------------------------------------------------------------
8
Puberdade feminina-------------------------------------------------------------------------------------------9
Etapas de crescimento----------------------------------------------------------------------------------------9
Crescimento pré-natal---------------------------------------------------------------------------------------10
Orientação espacial------------------------------------------------------------------------------------------13
Orientação Temporal----------------------------------------------------------------------------------------14
Desenvolvimento e Autoconceito-------------------------------------------------------------------------15
Conclusão-----------------------------------------------------------------------------------------------------17
Bibliografia---------------------------------------------------------------------------------------------------19
Introdução
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O Presente trabalho de Crescimento e Desenvolvimento Motor tem como objectivo principal
conhecer as fases de crescimento e desenvolvimento humano. Percorre uma metodologia
bibliográfica.
Sabe-se que o crescimento físico e o desenvolvimento motor de escolares nos primeiros anos
consistem em uma fase de rápidas mudanças físicas, motoras, sócio-afetivas e cognitivas.
Segundo Guedes e Guedes (1997) o monitoramento do crescimento torna-se um indicador
quanto à qualidade de vida de uma população local ou mesmo de um país. Portanto, o
desenvolvimento da aprendizagem está diretamente ligado aos estimulos que o ambiente oferece
e como o organismo se adapta aos mesmos, gerando assim mudanças que acarretam em
desenvolvimento e consequentemente em aprendizagens, passando por fases de maturação no
decorrer da vida.
No entanto, segundo Piaget (1999) na terceira infância, por volta dos sete anos, esta começa a
desenvolver pensamentos lógicos com maior claresa, por mais que apresentem limitações. Os
aspectos desenvolvidos nas fases anteriores, serão reforçados na fase operatório – formal,
considerado o nível mais alto de processamento e desenvolvimento de informações e
potencialidades, os indivíduos passa a, “desenvolver a capacidade de pensar em termos
abstratos” (PAPALIA, 2013, p. 404). Passando assim, a criar hipóteses e testalas concretamente,
visto que “é a representação de uma representação de acções possíveis” (PIAGET, 1999, p. 60),
pensando criticamente e agir de acordo com suas potencialidades trazendo suas teorias à prática.
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Objectivos
Objectivo geral
Conhecer as fases de crescimento e desenvolvimento
Objectivos específicos
Definir crescimento e habilidades motoras
Explicar as fases de desenvolvimento
Descrever as fases de desenvolvimento
Metodologia da Pesquisa
Métodos
Bibliográfico: foi útil na medida em que permitiu a recolha de informações disponíveis nos
livros impressos e internet sobre a actividade crescimento e desenvolvimento humano
Quanto à abordagem
Quanto à abordagem ou ao enfoque, a pesquisa obedeceu o enfoque qualitativo. Porque baseou-
se numa argumentação lógica de ideias. De acordo com Vilelas (2009), a investigação qualitativa
é a forma de estudo da sociedade que se centra no modo como as pessoas interpretam e dão
sentido ou privilegiam as suas experiencias, e ao mundo em que elas vivem. Portanto, segundo
esta abordagem, o estudo baseia-se na interpretação dos fenómenos. Portanto, a pesquisa
qualitativa implica o uso de valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões e serve
para explicar situações referentes a um determinado grupo.
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Defina Aptidão Física
A aptidão física pode ser definida como uma aptidão para exercer atividades físicas com eficácia,
também com a evidência de particularidades e características que estão associadas a um menor
risco de desenvolver doenças de natureza hipocinética (SHEPHARD & BOUCHARD, 1995).
A aptidão física vem sendo discutida ao longo do tempo por dois principais aspectos: relacionada
a saúde e relacionada ao desempenho motor. Até alguns anos atrás, ter saúde estava
correlacionada a ter uma boa condição atlética; porém, hoje há uma maior abrangência, e a
síntese de como se caracteriza: os índices de aptidão física são atributos voltados a realização de
esforços físicos que garantam a sobrevivência no ambiente que vivem (BARBANTI, 1986).
Segundo Barbanti (1986), a aptidão física é dividida em duas vertentes: aptidão física
relacionada à saúde, sendo composta pelas variáveis de resistência aeróbia cardiovascular,
resistência muscular, força muscular, flexibilidade articular e composição corporal; e aptidão
física relacionada ao desempenho motor e/ou esportivo, ligados à habilidade atlética como força
explosiva, velocidade e agilidade.
A partir dessa definição, é importante entender a necessidade de desenvolver bons aspectos
motores, já que a aptidão física está correlacionada a um bom desenvolvimento de habilidades
motoras, e que, segundo Gallahue; Ozmun; Goodway (2013), sofre influência do ambiente e do
fator biológico. Logo, crianças com maior estímulo para praticar exercícios físicos e que estejam
em um meio favorável a prática de atividade física acabam se beneficiando no aspecto motor.
Considerando o ambiente como percursor para um bom desempenho motor (GALLAHUE;
OZMUN; GOODWAY (2013),), destaca-se a importância da aula de educação física escolar
neste processo, especialmente para crianças na fase do movimento fundamental e especializado,
que a partir dos 6 anos de idade (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY (2013), são que as
crianças têm experiências motoras um destaque especial para o desenvolvimento e
aperfeiçoamento das habilidades motoras. Além da vasta experiência motora por meio de
brincadeiras e esportes, a educação física escolar é de extrema necessidade para a aquisição de
hábitos saudáveis que as crianças podem levar para a vida toda.
Aptidão física: A capacidade de realizar as atividades do cotidiano com menor esforço e
tranquilidade (CLARK, 1989).
Aptidão física relacionada a saúde: Realizar atividades físicas com energia e vigor sem tanta
fadiga (AMADIO, 1993).
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Desenvolvimento motor: É um processo de mudança de comportamento, que pode ter relação
com a idade, tanto na questão postural, quanto no movimento da criança (GALLAHUE;
OZMUN; GOODWAY (2013),
A aptidão física é dividida em duas vertentes: a relacionada a saúde e a relacionada ao
desempenho. A aptidão física relacionada a saúde lida com resistência cardiorrespiratória,
composição corporal, flexibilidade, força e resistência muscular localizada, já a relacionada ao
desempenho, lida com agilidade, equilíbrio, velocidade, potência, tempo de reação, coordenação.
Neste trabalho lidaremos com a aptidão física relacionada ao desempenho motor. A aptidão
física relacionada à saúde de crianças e adolescentes têm sido extensivamente investigadas
(MELLO et al, 2016), especialmente pela relação com doenças crônicas. Entretanto, este outro
grupo de aptidão física, merece mais discussões, especialmente pela redução da participação de
crianças e adolescentes em práticas esportivas, que incluem as variáveis de aptidão física
relacionada ao desempenho.
A aptidão física é a capacidade de realizar as atividades cotidianas com tranquilidade e menor
esforço, está relacionada à saúde e também a pratica de atividades físicas em vários momentos,
pois precisamos de muitas das qualidades físicas para executar diferentes tarefas do dia- dia, pois
para algo simples como pegar algo que cai é preciso de um mínimo de flexibilidade para poder
abaixar e pegar, e cada vez mais vemos pessoas com essa dificuldade por não praticar atividades
físicas (BARBANTI, 1990).
O estudo De Oliveira e colaboradores (2017) vem a corroborar com o estudo de Mello et al.
(2016) e agregar algumas informações importantes na análise da aptidão física ligada ao
desempenho motor. No estudo, eles analisam a aptidão física, considerando algumas variáveis
como sono, índice de massa corpórea (IMC) e sexo da criança e foi observado que esses fatores
influenciam nos resultados adquiridos. Crianças dentro da zona de “normalidade” do IMC
tinham resultados melhores e, como foi observado no estudo anterior, há uma diferença de
desempenho entre meninos e meninas. Ademais, foi observado que mesmo o sono não sendo
algo fácil de ser considerado, nota-se que crianças com horas de sono dentro do padrão de
normalidade têm IMC satisfatórios e com isso desempenhos melhores. Ferrari e coloboradores
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(2008) ainda dentro dos fatores que influenciam a aptidão física, relacionaram a aptidão com a
maturação sexual de 27 escolares do sexo masculino. Esses alunos foram acompanhados durante
4 anos consecutivos, com idade entre 10 a 13 anos. Nesse estudo foi analisada a massa corporal,
estatura, adiposidade, impulsão vertical, shuttle run, corrida de 50 metros e a potência aeróbia e
observou-se uma mudança na adiposidade, na força, na velocidade e na potência aeróbia dos
alunos. Esse resultado nos traz algumas explicações sobre o desenvolvimento dos escolares
dentro da aptidão física, e reitera a visão de Gallahue; (2013) com a progressão, com a idade e o
desenvolvimento da maturação sexual.
Defina puberdade
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Puberdade é o processo que conduz o corpo humano à maturidade sexual, tornando o indivíduo
capaz de se reproduzir. Ela abrange um amplo conjunto de modificações corporais e emocionais
que ocorrem durante a adolescência, na transição entre a infância e a idade adulta. Nessa fase,
também surgem muitos questionamentos e conflitos pessoais. por isso, a puberdade é marcada
como um período de intensas mudanças físicas e comportamentais.
Em termos biológicos, a puberdade feminina e masculina têm início quando a glândula pituitária
estimula o aumento da produção de hormônios sexuais pelas gônadas.
Puberdade masculina
Nos meninos, a puberdade tem início um pouco mais tarde que nas meninas, entre os 9 e os 13
anos. Os testículos aumentam a produção de testosterona, que estimula o crescimento do genitais
e dos pelos do corpo.
Aumento do volume dos testículos, que passa de 3 para 4 ml, podendo chegar aos 25 ml no
final da puberdade;
Crescimento do pênis a partir da metade da puberdade. nesse período, pode surgir a polução
noturna, ou seja, a ejaculação involuntária durante o sono;
pubarca masculina (crescimento dos pelos pubianos);
alteração da voz;
presença de acne (espinhas);
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cheiro de suor;
Aumento do oleosidade no cabelo e na pele.
A puberdade precoce masculina caracteriza-se pelo crescimento dos testículos ou do pénis antes
dos 9 anos de idade. a ausência de puberdade depois dos 14 anos indica retardo puberal. Ambos
os casos necessitam de uma avaliação médica.
Puberdade feminina
O início da puberdade nas meninas ocorre entre os 8 e os 13 anos de idade. Os ovários aumentam
a produção de estrogênio, que estimula os crescimentos dos genitais e das mamas. As meninas
apresentam o estirão puberal de crescimento no início da puberdade, enquanto os meninos só
irão apresentá-lo no final da puberdade.
A puberdade precoce feminina ocorre quando o broto mamário surge antes dos 8 anos. se for
depois dos 13 anos, é sinal de retardo puberal. Nas duas situações, a menina deve ser avaliada
por um médico.
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Com raras exceções, normalmente o crescimento contínuo de um organismo requer a produção e
expansão de novas células, sendo que estes dois processos estão estritamente associados a espaço
e tempo. O crescimento não ocorre na planta como um todo, mas sim em regiões bem definidas.
Crescimento pré-natal
Durante o primeiro ano de vida, o crescimento é mais notável, evidenciado por um aumento de
cerca de 25cm no comprimento da criança. Como atores principais, destacam-se os hormônios
tireoidianos e também uma maior síntese e secreção de GH. De modo semelhante, a nutrição
adequada é essencial para os processos de crescimento e desenvolvimento após o nascimento,
sendo cerca de 40% das calorias ingeridas desviadas para esse propósito no primeiro ano de vida.
Os carboidratos consistem na principal fonte de energia, e as proteínas são elementos estruturais
fundamentais.
Para mais, fatores externos são de grande importância nesse período. Crianças vítimas de
violência doméstica ou com problemas em relação à afetividade podem apresentar menor
estatura e atraso no desenvolvimento biopsicossocial quando em comparação a crianças que
detêm de um ambiente familiar estável e acolhedor. Atividades físicas, de forma análoga,
apresentam impactos no crescimento e desenvolvimento, porém positivos, pois crianças que as
praticam em frequência e intensidade adequadas podem exibir maior altura e evolução em
habilidades relativas à coordenação, velocidade, flexibilidade e cognição.
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Crescimento na segunda (3-6 anos) e terceira infância (7-12 anos)
Nessa etapa as crianças normalmente atingem uma taxa estável de crescimento e, geralmente,
não há diferença significativa entre meninos e meninas, fato o qual tende a se manter até a
puberdade. Destacam-se os hormônios tireoidianos e o GH; entre os 6 e 8 anos ocorre a
adrenarca e o consequente aumento da secreção de hormônios anabólicos adrenais, podendo
ocasionar um pequeno pico de crescimento. Durante essa fase, tanto a nutrição como os fatores
externos são igualmente importantes para o crescimento e desenvolvimento, como também são
na primeira infância.
Consiste na fase final de crescimento, na qual meninas e meninos crescem cerca de 20 e 25 cm,
respectivamente. Com o advento da puberdade há intensificação na síntese de hormônios
esteroides sexuais, que promovem maior secreção de GH e de fator de crescimento semelhante à
insulina-1 (IGF-1). Assim sendo, o pico do crescimento acontece em estágios mais posteriores da
puberdade – em torno de 12 anos, em meninas, e 14 anos, em meninos. Ao final desse período,
os hormônios esteroides são responsáveis pela diminuição dos discos epifisários, até finalmente
se fecharem, de maneira que os indivíduos atingem sua altura máxima.
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alimentos calóricos pode estar oculta a desnutrição de micronutrientes.2 Essa, apesar de menos
avaliada em estudos epidemiológicos, pode também determinar a ocorrência de enfermidades.
O estado nutricional é definido como o grau com o qual as necessidades fisiológicas por
nutrientes são supridas. Havendo desequilíbrio nessa relação, podem ocorrer
distúrbios nutricionais, quer por falta, quer por excesso.
De acordo com Christakis (1973), estado nutricional é a “condição de saúde de um indivíduo
influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, identificada pela correlação de
informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”.
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o processamento e a comparação da informação recebida com a informação já armazenada
anteriormente, possibilitando, então, a escolha da melhor opção de movimento. Quando o
movimento é realizado, acontece o feedback por meio de receptores especializados para a
informação ser moldada ou armazenada (PAYNE; ISAACS, 2007).
Orientação espacial
É muito comum percebermos que na primeira infância, onde a criança está constantemente
aprendendo coisas novas todos os dias, desde a situar-se no ambiente, sentar-se, engatinhar e
caminhar, que por vezes elas possuem uma dificuldade de noção do espaço que as rodeia,
ocasionado algumas quedas, batidas, ou derrubar algum objeto. Isso é normal, pois nessa fase
ainda estamos desenvolvendo muitas funções do corpo, incluindo de orientação espacial. É
importante destacar que deve se estimular a criança a cada vez mais tomar ciência do espaço que
a cerca, pois isso influência diretamente nos processos de desenvolvimento motor e até na
alfabetização. Orientação espacial é a capacidade que o indivíduo tem de situar-se e orientar-se,
em relação aos objetos, às pessoas e o seu próprio corpo em um determinado espaço.
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Orientação Temporal
Orientação temporal: capacidade de processar informações relativas ao dia, hora, mês, ano,
festividades, estações do ano, momento adequado de agir, etc. Um dos aspectos mais importantes
da nossa vida é saber nos situar a nós mesmos e também aos demais em um determinado
momento ou situação. Para isso devemos ter uma boa orientação sobre nós mesmos e de tudo
que nos rodeia. É necessário ter bem assimilado conceitos importantes como o espaço e o tempo
no qual nos encontramos
Desenvolvimento e Autoconceito
O autoconceito é uma crença razoavelmente objetiva que podemos colocar em palavras para
nos descrever frente aos outros. Construímos nosso autoconceito desde pequenos, com1 cada
uma das experiências e interações que acontecem em nosso dia a dia. O autoconceito é,
basicamente, a imagem ou a percepção que uma pessoa tem de si mesma. Diferente da
autoestima, este pode ser exteriorizado por meio de palavras. Como quase todas as
características da personalidade humana, as autoconceito são formadas desde cedo. Por isso,
o autoconceito nas crianças é algo que merece a nossa atenção.
Quando você diz para outras pessoas frases como “sou preguiçoso”, “sou bom em
matemática” ou “eu me considero uma pessoa tolerante às diferenças”, não está fazendo
mais do que expressar a sua visão sobre si mesmo. Ou seja, seu autoconceito
Autoconceito corporal
Aumento dos índices de excesso de peso em crianças no mundo (World Health
Organization, Fact Sheet 311/ 2011) e a consequente aquisição de doenças crônicas associadas,
como distúrbios cardiovasculares, diabetes e hipertensão (Steinberger & cols., 2009). Estudos
brasileiros também têm demonstrado essas mudanças no perfil nutricional através da prevalência
de índices de excesso de peso em detrimento de casos de desnutrição em crianças (Barreto,
Brasil & Maranhão, 2007; Romagna, Silva & Ballardin, 2010).
Especificamente na área das ciências humanas, pesquisas têm sido realizadas no intuito de
compreender os fatores psicológicos associados a essa temática. Dentre os construtos
psicológicos que mais aparecem na literatura, destacam-se os sintomas depressivos, ansiedade,
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competência social (Luiz, Gorayeb, Liberatore & Domingos, 2005), autoestima (Franklin,
Denyer, Katharine & Steinbeck, 2006; Wang & Veugelers, 2008), qualidade de vida (Poeta,
Duarte & Giuliano, 2010) autoconceito (Cornette, 2008) e imagem corporal (Fernandes, 2007).
Não existe, porém, consenso entre os estudos quanto à existência ou não dessas relações. A
compreensão de fatores emocionais, cognitivos e comportamentais relacionados ao excesso de
peso, possibilita a realização de intervenções mais adequadas junto a essa população. Nesse
sentido, o presente estudo objetivou investigar as relações entre autoconceito, traços depressivos,
percepção e satisfação corporal em escolares com e sem excesso de peso. A base teórica-
conceitual adotada é a cognitivo- comportamental, que enfatiza a influência do pensamento nos
comportamentos e nas emoções (Knapp & Beck, 2008). O artigo é apresentado através de
comparações entre estudos sobre o tema.
O autoconceito diz respeito ao conhecimento que o indivíduo tem de si, englobando aspectos
afetivos, cognitivos e comportamentais (Suehiro, Rueda, Oliveira, & Pacanaro, 2009), uma
“autoteoria" elaborada a respeito de si (Epstein, 1973). Apesar de ser construído pelo próprio
indivíduo, ele sofre influência da cultura (Giovani & Tamayo, 2003), visto que através das
interações o ser humano experiencia e avalia sua repercussão.
De acordo com estudo realizado por Simões e Meneses (2007), crianças com sobrepeso e
obesidade se percebem menos hábeis em atividades físicas e veem seu aspecto corporal de forma
mais negativa do que crianças com peso normal. Além disso, as crianças com excesso de peso se
avaliam de forma mais positiva do que as demais no diz respeito à atitude comportamental,
acreditando fazer as coisas de forma correta, agindo de acordo com o esperado socialmente e
evitando problemas. Além da percepção dos atributos pessoais em função do peso, estudos têm
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demonstrado que as crianças qualificam imagens de pares de acordo com a forma corporal.
Atribuem características como gentileza, socialização, educação e felicidade ao corpo magro, e
aspectos mais negativos, como envolvimento em brigas, chatice e preguiça àquelas figuras
identificadas como apresentando excesso de peso (Carvalho, Cataneo, Galindo & Malfará, 2005;
Lerner & Korn, 1972).
Consciência corporal
Consciência corporal é a capacidade de uma pessoa em conhecer o seu próprio corpo, como ele
funciona e quais são suas limitações e condições físicas, tanto interna como externamente. Esse
conceito envolve também o reconhecimento de sinais que o organismo emite em momentos de
alerta, para compreender qual a maneira mais correta de realizar um movimento para evitar dores
e lesões.
Quando a estrutura física é agredida de forma repetitiva e por um longo período, ela reage
mostrando que algo está errado, momento no qual surgem dores, incômodos, doenças e cansaço
excessivo. Saber decifrar esses sinais, e, melhor do que isso, agir de forma que eles não ocorram,
é ter o pleno conhecimento do corpo. Portanto, consciência corporal é sinônimo de utilizar o
corpo como meio de comunicação consigo mesmo e com o ambiente. As nossas articulações,
músculos e ligamentos possuem estruturas neurais, elas reconhecem a localização espacial, além
de estimular as respostas de equilíbrio e postura de nosso corpo. Os proprioceptores são
responsáveis pela resposta neuromuscular do corpo, principalmente em instabilidade. Quanto
mais rápida a resposta do corpo, menores são as chances de lesões.
Ter consciência corporal também é um aliado para quem pratica exercícios físicos, pois a
consciência corporal tem relação direta com a forma correta de executar os movimentos de um
exercício. Muitas vezes, na ansiedade de atingir os resultados desejados de forma mais rápida,
elevamos os exercícios para mais do que nossos corpos aguentam. Isso gera um cansaço maior,
além da chance de lesões que não ocorreriam. Por exemplo, durante um treino para uma
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determinada parte do corpo, é normal que as musculaturas auxiliares trabalhem juntamente com
a área que está sendo exercitada. Mas, se uma pessoa não tem a devida consciência corporal,
pode ativar musculaturas desnecessárias para aquele movimento, o que pode ser prejudicial para
o corpo. Essa habilidade pode nos ajudar também em nosso dia-a-dia, com as dores provenientes
de posturas erradas, cadeiras sem ergonomia. Quando entendemos que esses descuidos acabam
por prejudicar nosso corpo, remediar se torna mais fácil e aumenta a qualidade de vida de uma
forma generalizada.
Esquema corporal
Esquema corporal é a consciência do corpo como meio de comunicação consigo mesmo e com o
meio. É um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É uma
construção mental que a criança realiza gradualmente, de acordo com o uso que faz de seu corpo.
A imagem corporal é para Schilder (1977), um conceito capaz de operar com as três estruturas
corporais: estrutura fisiológica, responsável pelas organizações anatomofisiológicas; estrutura
libidinal, conjunto das experiências emocionais vividas nos relacionamentos humanos; e
estrutura sociológica, baseada nas relações pessoais e na aprendizagem de valores culturais e
sociais. A estrutura sociológica refere-se às tendências de um grupo a valorizar certas áreas ou
funções, como o papel de vestes, adornos, do olhar e gestos na comunicação social. Schilder
sugere, ainda, que a experiência com a imagem do próprio corpo relaciona-se à experiência de
terceiros com seus corpos. Desse modo, a compreensão da problemática ligada à imagem
corporal na nossa sociedade exige a consideração, além das imagens corporais individuais, das
inter-relações entre as imagens de várias pessoas. Na sociedade brasileira atual, não estar bonita
pode constituir-se em grave fracasso, levando à perda da autoestima e à insegurança (Cury,
2005). A dependência da auto-estima feminina na aparência torna as mulheres mais vulneráveis à
imagem corporal negativa e aos seus efeitos negativos (Castilho, 2001). Partindo do conceito de
imagem corporal grupal, Schilder (1977) afirma que a preocupação com a dimensão corporal,
apresentada pelas pessoas que cercam o indivíduo, interfere de modo fundamental na elaboração
da imagem corporal desse indivíduo. Segundo o autor, as experiências e sensações obtidas em
ações e reações às relações sociais também contribuem para a estruturação da imagem corporal.
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Conclusão
O desenvolvimento motor abrange uma ampla esfera de tópicos relacionados ao próprio físico e
às capacidades de movimento. Também diz respeito a indivíduos de qualquer idade, do
nascimento até a morte. Capacidades de movimento de interesse podem ser aquelas utilizadas no
esporte e na dança ou aqueles movimentos diários que permitem que as pessoas se movam pelo
espaço ou digitem em teclados de computadores. Outros aspectos interessantes podem ser
jovens, idosos, pessoas com deficiência ou pessoas em reabilitação.
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capacidade reprodutora” . ois muitas resultam de taxas diferenciais de crescimento entre
determinadas partes do corpo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 CAPON, Jack. Propostas de Atividades para a Educação pelo Movimento: atividades motoras
para criança em desenvolvim ento . São Paulo : Manole, 1989.
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8 HARROW , Anita J. Taxionomia do Dom ínio Psicomotor. Rio de Janeiro. Globo, 1983.
10 M ACHADO, Nilce V. A Educação Física e Recreação para o Pré - Escolar . Porto Alegre:
Prodil, 1986.
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Educação Física Escolar. São Paulo: EPU, Editora da USP, 1988.
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