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APRENDIZAGEM
Anne Caroline Carvalho Pereira– anne24antonio@hotmail.com
Pós-Graduação em Neuropsicopedagogia
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
São Luís – MA, 06 de Maio de 2022
Resumo
O presente estudo aborda como tema “psicomotricidade na educação infantil: Uma ação
educativa no processo de aprendizagem”. Objetiva compreender as relações entre o corpo e
movimento no processo de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança. O estudo
desenvolve-se pelos tipos de pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva com abordagem
qualitativa. Os pressupostos teóricos que fundamentaram o estudo são decorrentes de autores
como: Oliveira (2013), Tubino (2011), Fonseca (2012), Vitor da Fonseca (2018), Ferreira
(2018). Dentre outros que contribuíram de forma expressiva sobre o tema em questão.
Conforme os resultados do estudo constataram-se que a psicomotricidade contribui para o
ensino e aprendizagem das crianças por meio da corporeidade nessa etapa da educação básica.
Palavras-chave: Psicomotricidade. Criança. Educação Infantil. Aprendizagem.
1INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
Nesse sentido, observa-se que a psicomotricidade é uma ciência que vem cada vez
mais se desenvolvendo conjuntamente as áreas da psicologia, pedagogia e da educação
física, e muito tem colaborado para o processo de ensino- aprendizagem por meio do
desenvolvimento psicomotor.
Após inúmeros estudos sobre este tema pelos demais investigadores, pode- se afirmar
que a “psicomotricidade é a ciência que estuda o homem observando o seu corpo em
movimento, interpretando a sua ação em contexto físico e humano e estudando o dinamismo
dialético evolutivo, nas dimensões filogenéticas, ontogenéticas e sócias genéticas, intrínsecas
e extrínsecas, entre o homem e os contextos dentro de sucessivos fragmentos temporais”
(Almeida, 2013).
Assim, a psicomotricidade, como ciência, corresponde e apresenta um objetivo que
determina sua área de estudo, que é o corpo e sua expressão da ação das forças que produzem
e modificam esses movimentos. Em suma, a psicomotricidade procura aprofundar a interação
de dois componentes importantes do comportamento humano: por um lado, a motricidade,
entendida como um sistema dinâmico que subentende a organização de um equipamento
neurobiológico, sujeito ao desenvolvimento e à maturação e por outro, o psiquismo, entendido
como funcionamento de uma atividade mental, composta de dimensões sócia afetiva e
cognitiva.
Compreende-se que a motricidade do ser humano e a capacidade de pensar e agir de
acordo com seus desejos desenvolvidos no intelecto é o que nos diferencia dos outros animais.
Assim, desse modo os outros animais possuem apenas a motricidade.
Do ato ao pensamento e do gesto a palavra, o ser humano dotado de novos
processos psíquicos de informação entre o corpo e o cérebro adquiriu a
postura bípede, libertou as mãos para fabricar ferramentas, emancipou a
boca e a face para comunicar sentimentos e pensamentos com os seus
semelhantes e finalmente, inventou o símbolo para fazer história, transmitir
cultura e produzir arte e ciência. (FONSECA, 2010, p. 8).
Assim, observa-se que é fato afirmar que é por meio das mãos que as crianças passam
a conhecer tudo que está instigando sua curiosidade, pois utilizam as mãos para pegar, lançar
e transportar objetos.
Coordenação óculo-manual: é a habilidade de coordenar o movimento ocular com os
movimentos do corpo, acompanhando os gestos das mãos de forma coordenada para se
realizar determinada atividade. Considera-se que os fatores decisivos de precisão da
coordenação óculo-manual necessários para o desenvolvimento da escrita dependem da
maturação geral do sistema nervoso, desenvolvimento psicomotor geral em relação à
tonicidade, coordenação dos movimentos e desenvolvimento da motricidade fina dos dedos e
da mão.
É necessário que haja também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os
gestos da mão, para que se efetue com precisão sobre a base do domínio visual previamente
estabelecido ligado aos gestos executados, facilitando, assim, uma maior harmonia do
movimento.
Esquema Corporal: a criança percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio
corpo. Portanto, o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo
com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde
estabelece ligações afetivas e emocionais. O corpo deve ser entendido não somente como algo
biológico e orgânico que possibilita a visão, a audição, o movimento, mas é também, um lugar
que permite expressar emoções.
Compreende-se que o esquema corporal resulta das experiências vividas, provenientes
do corpo e das sensações que se pode experimentar. Não é um conceito aprendido e que
depende de treinamento. Ele se organiza pela experienciação do corpo da criança. É uma
construção mental que a criança realiza gradualmente, de acordo com o uso que faz de seu
corpo. Um esquema corporal organizado permite a uma criança se sentir bem, na medida
em que seu corpo lhe
obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o conhece bem, e, em que pode utilizá-lo
para alcançar um maior poder cognitivo. A criança deve ter o domínio do gesto e do
instrumento que implica em equilíbrio entre as forças musculares, domínio de coordenação
global, boa coordenação óculo-manual. A descoberta pela criança de sua imagem no espelho
se dá por volta de seis meses de idade. Inicialmente a criança sente-se surpresa com a imagem
que vê e às vezes tenta pegar seu reflexo, sorri para ele sem reconhecer que é sua própria
imagem refletida. Desse modo, usa o espelho como fator de conhecimento de si, raciocina,
descobre seu eu, desenvolve seu esquema corporal. Segundo Le Boulch (1981, p. 74), o
esquema corporal é dividido em etapas.
1ª etapa: corpo vivido (até 3 anos de idade).
Corresponde à fase de inteligência sensória motora de Piaget. O bebê sente o meio
ambiente como fazendo parte dele mesma. À medida que cresce, com um maior
amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e passa, pouco a
pouco a diferenciar de seu meio ambiente. Nesse período a criança tem uma necessidade
muito grande de movimentação e através desta vai enriquecendo a experiência subjetiva de
seu corpo e ampliando a sua experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas.
Dessa forma quando uma criança estiver desenvolvendo seus movimentos, com mais
precisão, com certeza estará preparada para enfrentar novas etapas, onde se encontra mais
segura para desenvolver sua conduta ou coordenação motora.
Estruturação espacial: não nasce com o ser humano, sendo uma elaboração e uma
construção mental que se opera através do corpo em movimento em relação aos objetos que
estão ao seu redor. A criança, primeiro percebe a posição de seu próprio corpo no espaço,
depois, a posição dos objetos em relação a si mesma e, por fim, aprende a perceber as
relações das posições dos objetos entre si.
A criança passa ter conhecimento básico do seu corpo, tanto dele por inteiro como das
suas partes, sabendo onde se localiza e a nomenclatura de cada parte do seu corpo. A criança
com boa noção de estrutura espacial tem consciência do lugar ocupado por ela, por outras
pessoas e coisas e a maneira de colocar o seu corpo ou
parte dele e desloca-se com movimentos que apresentam o padrão normal de
desenvolvimento, com maior controle e domínio corporal.
A estruturação espacial pode ser definida como:
Pode-se observar que a criança, primeiro percebe a posição de seu próprio corpo no
espaço, depois, a posição dos objetos em relação a si mesma e, por fim, aprende a perceber as
relações das posições dos objetos entre si.
Estruturação temporal: o tempo é um conceito abstrato que deve ser construído na
criança ao longo da vida. A palavra tempo é utilizada para designar os momentos de
mudança. O homem se insere no tempo, nasce, cresce e morre, sendo sua atividade uma
sequência de mudanças.
Portanto, organização temporal é a capacidade que se pode adquirir para tomar
conhecimento dos acontecimentos através do tempo. Rosa Neto (2002, p. 22), afirma que:
Percebemos o transcurso do tempo a partir das mudanças que se produzem
durante um período estabelecido e da sua sucessão que transforma
progressivamente o futuro em presente e, depois, em passado. O tempo é,
antes de tudo, memória: à medida que leio, o tempo passa. Assim, aparecem
os dois grandes componentes da organização temporal: a ordem e a duração
que o ritmo reúne. A primeira define a sucessão que existe entre os
acontecimentos que se produzem, uns sendo a continuação de outros, em
uma ordem física irreversível; a segunda permite a variação do intervalo que
separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim de um acontecimento. Essa
medida possui diferentes unidades cronométricas como o dia e suas divisões,
as horas, os minutos e os segundos. A ordem ou a distribuição cronológica
das mudanças ou dos acontecimentos sucessivos representa o aspecto
qualitativo do tempo e a duração seu aspecto quantitativo.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção em sala de aula. Campinas, SP. Papirus, 2013.
BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos: teoria e prática. 3. ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria – análise – didática. São Paulo:
Moderna, 2009.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: Teoria e prática da Educação Física.
São Paulo: Scipione, 1997.
GARCIA, Regina Leite. Método; Métodos; Contra método – São Paulo: Cortez, 2003.
Geraldes e Sônia Regina Pacheco Alves. 2ª ed. Rio de Janeiro: Masson do Brasil LTDA,
1988.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo:
OLIVIERA, Zilma de Moraes R. de (org). Educação Infantil muitos olhares. São Paulo:
Cortez, 2005.
PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1998.
ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.