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ÁREA/SUBÁREA: EDUCAÇÃO/PLANEJAMENTO E

AVALIAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROFESSORA: Valquíria Fernandes Oliveira
A POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
SOCIOLOGIA, 2º Ano do Ensino Médio
Objetivo da Educação

Através da Educação, os indivíduos


adquirem as informações necessárias para
uma vida ativa em sociedade e são
preparados para conviver com os outros de
acordo com as normas dos grupos sociais a
que pertencem.

É por meio da educação que o ser humano


tem CONSCIÊNCIA de si próprio e da vida que
o cerca.

U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 3rd Class Paul D. Honnick / public domain.
SOCIOLOGIA, 2º Ano do Ensino Médio
Objetivo da Educação

Os objetivos da educação são:

Adaptação dos
indivíduos à
sociedade.

Transmissão da cultura.

Desenvolvimento de
suas potencialidades.
Imagem: Janzak / GNU Free Documentation License.
SOCIOLOGIA, 2º Ano do Ensino Médio
Objetivo da Educação

É por meio da educação que ocorre o desenvolvimento da


personalidade e da própria sociedade.
Algumas premissas

1) Educação e educação escolar são práticas contextualizadas


historicamente e transformam-se de acordo com as dinâmicas sociais,
culturais, políticas e econômicas;

2) A questão do avanço enquanto progresso ou desenvolvimento deve


ser sempre abordada de modo contextualizado, uma vez que estes
processos beneficiam de forma desigual diferentes grupos sociais;

3) A escola pode ser vista como agente de transformação da


sociedade ou como instrumento de manutenção das desigualdades e
opressões; o desafio é como superar a ingenuidade da primeira
abordagem e o imobilismo da segunda.
Breve panorama da história da educação escolar no mundo

- Objetivo: educar apenas as


crianças e jovens da elite - Reconhecimento das contradições da
escola
- Aristóteles: a formação do - Submetida aos valores da sociedade
cidadão não deveria ser capitalista, da “indústria cultural”, da
realizada pela família, mas sociedade do espetáculo, do poder da
- Classe burguesa: a escola mídia, a escola contemporânea se
sim pela cidade encontra em crise
se torna assunto político
- Roma: reconhecimento dos - O progresso tecnológico, ao mesmo
- Universalização da escola
mestres pelo Estado tempo em que facilitou a difusão do
SOCIEDADES IDADE lenta e desigual conhecimento, obscureceu a
PRIMITIVAS MÉDIA - Renovação da cultura CONTEM- centralidade da escola
PORANEIDAD
escolar
E

- Educação através de trocas


- Consolidação do cristianismo - Educação como fator-chave
sociais - Reforma Luterana de desenvolvimento social
- Atividades que eram - Início da expansão escolar Lei no
EGITO, - Persistência da
transmitidas eram aquelas 10.436
GRÉCIA E IDADE discriminação social HOJE
ligadas tanto à sobrevivência ROMA MODERNA
- Suscetível ao controle
da quanto a questões ideológico
espirituais, artesanais,
simbólicas, culturais
-Processos informais:
socialização
SOBRE FORMAÇÃO INICIAL E
CONTINUADA DE
PROFESSORES
Falar de formação de professores implica assumir
posições (epistemológicas, ideológicas, culturais, entre
outras).

O que é formação de professores?

Segundo Garcia (2009), é uma área de conhecimento


e investigação que estuda os processos por meio dos
quais os professores aprendem e desenvolvem a
competência profissional.
A formação inicial é caracterizada pela formação acadêmico-formal,
cujo contexto de ocorrência é a universidade, nos cursos de
LICENCIATURAS. Compreende a formação específica do futuro
professor, configurando-se como o momento em que o aluno se
beneficia não só de conhecimentos no campo geral, mas
especialmente de conhecimentos pedagógicos e das disciplinas
necessárias à formação profissional.

Os conhecimentos profissionais docentes compreendem:


• Conhecimento pedagógico geral: princípios, estratégias de
gestão e organização da classe;
• Conhecimento do currículo, dos materiais e dos programas;
• Conhecimento do conteúdo pedagógico: combinação entre
conhecimento da matéria e conhecimento do modo de ensinar;
• Conhecimento do contexto educativo;
• Conhecimento dos fins, propósitos e valores educativos.
O que esperar da Formação inicial?
Que oportunize ao futuro professor a aprender
a pensar como professor. “Pensar como
professor é pensar de forma reflexiva num
diálogo com a prática [...]. Pensar de forma
reflexiva é ser capaz de exprimir afeto ou
perplexidade perante situações imprevistas
[...]” (PESSOA, 2018, p.108).
• A formação inicial deve contribuir para a construção de uma identidade
profissional com estilo próprio, com habilidades e competências
específicas para enfrentar e resolver com autenticidade os problemas e
desafios de uma prática exigente (RAMALHO; 2018, p. 34).

• Revela-se como o primeiro momento de um longo, complexo e


diferenciado processo de desenvolvimento profissional, mas neste nível, a
formação ainda não reúne condições de apresentar "produtos bem
acabados", até porque, pode-se dizer, representa a via de transição e de
interconexão com a formação continuada (GARCÍA, 2009).
FORMAÇÃO CONTINUADA

É aquela que tem lugar ao longo da carreira


profissional após a aquisição da certificação
profissional inicial, privilegiando a ideia de que a
sua inserção na carreira docente é
qualitativamente diferenciada em relação a
formação inicial (RAMALHO, 2018, 34p.).
FORMAÇÃO CONTINUADA

Os estudos de Imbernón (2009, p. 54) reconhecem a importância


da formação continuada e ressaltam que essa formação não é
treinamento (ideia que ainda perdura nas ações formativas).
Nesta acepção, não é viável pensar em uma formação
padronizada, no contexto da qual “[...] o formador é quem
seleciona as atividades que se supõem ajudar os professores a
conseguirem resultados esperados [...]”.
• A formação orientada pela racionalidade técnica não leva em
conta as necessidades formativas dos professores e,
tampouco, considera a complexidade da prática docente.

• Na verdade, trata-se de um modelo de formação que


subestima as competências e os conhecimentos dos
professores (não reconhece os conhecimentos que os
professores possuem), ocorre de modo descontextualizado e
não investe na reflexão e tampouco na construção da
autonomia docente.
- Se desejarmos mudanças nas práticas docentes e nas
escolas, precisamos além de rever a formação de
professores, analisar suas condições de trabalho e,
principalmente, precisamos investir no reconhecimento e
valorização dos professores.
POLÍTICA DE FORMAÇÃO INICIAL E
CONTINUADA DE PROFESSORES:
PERCURSOS E PERCALÇOS
LEGISLAÇÃO DE CONSULTA

1 - Legislação Federal básica:


Constituição Federal de 1988
Lei nº 9.394/96 (LDB)
Lei nº 11.494/2007 ( Lei do FUNDEB)
Lei nº 11.738/2008 (Lei do Piso Salarial )
Lei nº 13.005/2014 ( PNE)
Resolução CNE nº 02/2009 (Diretrizes)

2 – Legislação municipal
a) Lei Orgânica do Município;
b) Plano de carreira do magistério
Metas de valorização dos profissionais da educação:
Metas 15, 16, 17 e 18
Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política
nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e
III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que
todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.

Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinqüenta por cento) dos
professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir
a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua
área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos
sistemas de ensino.
Metas de valorização dos profissionais da educação:
Metas 15, 16, 17 e 18
Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes
públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento
médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente,
até o final do sexto ano de vigência deste PNE.

Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos


de Carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior
pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira
dos(as) profissionais da educação básica pública, tomar como
referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei
federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal
LDB - Lei nº 12.014/2009 – art. 61

Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar


básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo
sido formados em cursos reconhecidos, são:
I –professores habilitados em nível médio ou superior para a
docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e
médio;
II –trabalhadores em educação portadores de diploma de
pedagogia, com habilitação em administração, planejamento,
supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;

III –trabalhadores em educação, portadores de diploma de


curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
Art. 67 – LDB - Valorização
I -ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos;
II -aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
III -piso salarial profissional;
IV -progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na
avaliação do desempenho;
V -período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
incluído na carga de trabalho;
VI -condições adequadas de trabalho.
Plano de carreira - Estrutura:

Plano de Carreira: estabelece a carreira para a área na


qual o servidor público prestou concurso.

O plano de carreira é um conjunto de direitos e deveres


que determinam como o servidor pode evoluir ao longo
do tempo e ampliar a sua remuneração.

A estrutura de um plano deve contemplar:


• 1 -Abrangência –quem são os servidores públicos
contemplados
• 2 -Atuação -formação e habilitação necessárias
A estrutura de um plano deve contemplar:
• 3 -Jornada de trabalho –carga horária necessária e sua
composição no caso dos profissionais do magistério no
exercício da docência
• 4 – Evolução:através do tempo de serviço, da formação e do
merecimento acompanhado através da avaliação de
desempenho
• 5 -Vencimento e remuneração
• 6 -Lotação e movimentação na carreira
• 7 -Implantação do plano –previsões de enquadramento na
carreira
• 8 -Gestão do plano –comissão paritária para acompanhar a
execução do plano e o avanço dos profissionais da educação
abrangidos
COMO FUNCIONA O FUNDEB?
➢100% - Educação Básica Pública.
(observada a responsabilidade de atuação do ente governamental)

➢ MÍNIMO DE 60%
Remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício da
educação básica.

➢ MAXIMO DE 40%
Outras ações do MDE (Artigos 70 e 71 da LDB (Lei 9.394/1996)
Piso Nacional
I - Piso Profissional Nacional:
Lei nº.11.738, de 16 de julho
de 2008.
Instituiu o piso salarial profissional
nacional para os profissionais do magistério
público da educação básica,
regulamentando a alínea “e” do inciso III
do caput do art. 60 dos Ato das
Disposições
Constitucionais Transitórias.
LEI Nº 11.738/08 – Piso Salarial

1. Valor do piso deve ser garantido no vencimento(salário base) e


NÃO na remuneração (conjunto das vantagens que compõem o
salário).
2. Piso é o valor abaixo do qual a União, o Distrito Federal, os
Estados e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial do
professor.
3. O valor do piso é para uma jornada de 40 horas semanais. Para
as demais jornadas deve-se aplicar o valor proporcional.
4. Um terço da jornada de trabalho dos profissionais do magistério
no exercício da docência deverá ser cumprida em atividades
extraclasse, sem a interação com alunos.
QUAIS SÃO OS DESAFIOS DESSAS
POLÍTICAS?

▪Estabelecer um plano de carreira que valorize o magistério,


que cumpra a lei do piso salarial e que seja factível;

▪Estabelecer distinção entre profissionais de nível médio e


superior, como forma de incentivo a melhor qualificação;

▪É necessário que os dirigentes municipais de educação


controlem efetivamente a totalidade dos recursos destinados a
educação.
QUAIS SÃO OS DESAFIOS DESSAS
POLÍTICAS?

➢Plano constitucional e decenal


➢Articulador do Sistema Nacional de Educação
▪Quanto maior o alinhamento dos planos, mais perto
estaremos do SNE;
➢Ações integradas;
▪Cumprimento das metas: grande esforço coletivo e
institucional;
➢Previsão de financiamento de 10% do PIB
ATIVIDADE

Vídeo I: A Complexa questão da formação de professores


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iS-
QtRh9DT8
Unidade
I
Referências
ANDRADE, Danilo. Conheça o ciclo das políticas públicas. Disponível em:
<https://www.politize.com.br/ciclo-politicas-publicas/>. Acesso em: 12 fev. 2022.

COSTA, Manuel Ferreira. Sociedade, estado e educação. Disponível em:


<https://www.webartigos.com/artigos/sociedade-estado-e-educacao/87801/> Acesso
em: 12 fev. 2022.

GARCIA, Carlos. Formação de professores. Para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 2009.
PESSOA. Questões preliminares sobre o desenvolvimento de políticas de Educação Inclusiva.
Inclusão – Revista de Educação Especial, v. 6, n. 1, p. 33-40, 2018.
RAMALHO. Formar para a excelência profissional – pressupostos e rupturas nos níveis iniciais da
docência. Programa de Pos graduação: Universidade Metodista de São Paulo. Educação e
Linguagem, São Bernardo do Campo, v 1, n.1, p.18-42, 2018.
OLIVEIRA, Terezinha; VIANA, Ana Paula dos Santos; BOVETO, Lais; SARACHE, Mariana Vieira.
Escola, conhecimento e formaçãode pessoas: considerações históricas.
Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/Poled/article/viewFile/45662/28843e
https://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2012/01/texto-4-polÍticas-pÚblicas-
educacionais.pdf> Acesso em: 12 fev. 2022.

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