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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE BACABAL-FEBAC

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Raquel Ferreira Cruz Mendes

Qualidade de Vida no Trabalho de motoristas de transporte de cargas na cidade de


Bacabal - MA

Bacabal -
MA 2017
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE BACABAL-FEBAC
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Raquel Ferreira Cruz Mendes

Qualidade de Vida no Trabalho de motoristas de transporte de cargas na cidade de


Bacabal - MA

Artigo Científico apresentado à Faculdade de


Educação de Bacabal - FEBAC, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Administração.

Orientador: Prof. Me. Francisco Sousa Lima Neto

Bacabal -
MA 2017
Mendes, Raquel Ferreira Cruz.
M534q
Qualidade de vida no trabalho de motoristas de transporte de
cargas na cidade de Bacabal - MA/Raquel Ferreira Cruz
Mendes- Bacabal-2017.
30f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de


Educação de Bacabal - MA. Curso de Administração
Orientador (a): Prof. Me. Francisco Sousa Lima Neto

1. Qualidade de vida no trabalho 2.Motorista 3.Transporte de


cargas

CDU 658:005. 6
Poliana de Oliveira Ferreira
BIBLIOTECÁRIA
CRB: 13/702
Raquel Ferreira Cruz Mendes

Qualidade de Vida no Trabalho de motoristas de transporte de cargas na cidade de


Bacabal - MA

Artigo Científico apresentado à Faculdade de


Educação de Bacabal - FEBAC, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Administração.

Orientador: Prof. Me. Francisco Sousa Lima Neto

Aprovado em: 11/12/2017

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Francisco Sousa Lima Neto

Antônio Jackson da Silva

Sebastião Costa Cordeiro


Qualidade de Vida no Trabalho de motoristas de transporte de cargas na cidade de
Bacabal - MA

Raquel Ferreira Cruz Mendes¹, Francisco de Sousa


Lima Neto².

RESUMO

Compreender a importância da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) para o ambiente


organizacional demonstra a preocupação do gestor com seu capital humano e com o sucesso
da empresa. Este trabalho trata da QVT dos motoristas de transportes de cargas em Bacabal.
Os objetivos deste trabalho foram: verificar as condições de trabalho e o bem-estar físico dos
motoristas de transporte de cargas; identificar os fatores que interferem na qualidade de vida
destes profissionais; e, demonstrar os aspectos relevantes da qualidade de vida no trabalho. A
pesquisa foi realizada com 30 motoristas de transportes de cargas das empresas de Bacabal.
Utilizou-se uma abordagem descritiva e quantitativa, tendo por base os questionários. O
estudo verificou que a maioria destes profissionais têm uma jornada de trabalho além da sua
capacidade, tendo como consequência um grande desgaste físico que afeta diretamente no
desempenho das funções. No que diz respeito ao uso e desenvolvimento da capacidade
humana observou-se a necessidade de valorização e investimento no colaborador. Com
relação à segurança do trabalho, à saúde, ao tempo de realização das atividades, aos planos
benefícios e ao relacionamento interpessoal os motoristas mostraram-se satisfeitos,
representando um ponto positivo na pesquisa. Mas observou-se que há uma carência de
programas de QVT. Por meio desses programas os pontos negativos apresentados na pesquisa
poderiam ser avaliados e discutidos na busca de alternativas para melhorar a qualidade de
vida destes trabalhadores, e os pontos positivos poderiam ser melhorados.

Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho. Motorista. Transporte de cargas.

¹Acadêmica do Curso de Administração da Faculdade de Educação de Bacabal – FEBAC. E-mail:


raquelfcm@hotmail.com.
²Bacharel em Sistema de Informação pela Universidade CEUMA. Especialista em Implementação de Redes
Lan e Wan pela INESUL/SENAL. Mestre em administração pela Faculdade Pedro Leopoldo. Docente da
Faculdade de Educação de Bacabal - MA. E-mail: netto@febac.edu.br
4

ABSTRACT

Understanding the importance of Quality of Life at Work (QLW) to the organizational


environment demonstrates the concern of the manager with his human capital and the success
of the company. This paper deals with the QLW of drivers of cargo transportation in Bacabal.
The objectives of this study were: to verify the working conditions and physical well-being of
the drivers of cargo transportation; to identify the factors that interfere in the quality of life of
these professionals; and, to demonstrate the relevant aspects of quality of life at work. The
research was carried out with 30 cargo transport drivers from Bacabal companies. A
descriptive and quantitative approach was used, based on the questionnaires. The study
verified that most of these professionals have a working day beyond their capacity, resulting
in a great physical exhaustion that affects directly the performance of the functions.
Regarding the use and development of human capacity, it was observed the need for
valorization and investment in the employee. In relation to work safety, health, time of
accomplishment of activities, benefits plans and interpersonal relationship, drivers were
satisfied, representing a positive point in the research. But it has been noted that there is a
shortage of QLW programs. By means of these programs the negative points presented in the
research could be evaluated and discussed in the search for alternatives to improve the quality
of life of these workers, and the positive aspects could be improved.

Keywords: Quality of life at work. Driver. Cargo Transportation.

1 INTRODUÇÃO

Em decorrência da competitividade do mercado, as empresas estabelecem como meta


principal superar seus concorrentes para garantir o lucro. E passam a exigir de seus
colaboradores altos índices de resultados em prazos cada vez mais curtos. Há empresas que
não se atentam com a saúde física e mental de seus colaboradores e não proporcionam a
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). Para Nadler & Lawler (apud RODRIGUES, 2009, p.
75), “QVT é a grande esperança das organizações para atingirem altos níveis de
produtividade, sem esquecer a motivação e satisfação do indivíduo”.
Qualidade de vida no trabalho, conforme Sant’Anna e Kilimnik (2011, p. 9), “[...] é
um instrumento que tem por objetivo propiciar uma maior humanização do trabalho, o
aumento do bem-estar dos trabalhadores e uma maior participação dos mesmos nas decisões e
problemas do trabalho”. Esses aspectos mostram a necessidade da adesão de novos modelos
de gestão.
5

Muitos gestores estão compreendendo que melhorar a vida de seus colaboradores torna a
organização um ambiente mais agradável e ao mesmo tempo, competitivo e produtivo.
Segundo Ribeiro (2008, p. 22) a necessidade da aplicação desse conceito de Qualidade de
Vida no Trabalho “surgiu com a preocupação de proporcionar satisfação e bem-estar ao
trabalhador na execução de suas tarefas associados ao aumento na produtividade e
desempenho dos funcionários”.
Conforme Vendrami (2011, p. 43), “muitas organizações, hoje, têm a consciência de
que o seu grande capital são as pessoas. Quanto melhor sua condição de trabalho e de vida,
melhor seu desempenho na empresa, tornando-a mais lucrativa e competitiva”. A QVT
representa o equilíbrio entre o homem e o trabalho, pois as pessoas realizarão seu serviço de
forma mais eficiente pelo fato de sentir-se bem, executando suas tarefas em um ambiente
saudável.
Segundo Limongi-França (2007) programas de QVT ajudam a melhorar os resultados
nas empresas, sendo que a relação entre a QVT e produtividade de acordo a maioria dos
administradores, é uma relação imediata e positiva e sem risco, visto que é um investimento
da empresa para o aumento de produtividade.
Como é apontado por Símmonds (2012, p.53) os motoristas responsáveis pela
transportação de cargas “estão sujeitos a uma grande diversidade de ambiente nas rodovias
por onde transportam suas mercadorias”.
Na profissão de motorista é necessário ter uma direção segura, e para isso, é preciso
manter a atenção, concentração, raciocínio, vigília, percepção, respostas a serem dadas na
parte motora, sensibilidade tátil, visão e audição todos bem ativos. Além disso, o trabalho
físico, as várias horas na mesma posição utilizando movimentos repetitivos com braços,
pernas e coluna vertebral provocam a exaustão, que a longo prazo pode evoluir, podendo
gerar uma doença crônica.
Para uma organização ser competitiva os colaboradores devem realizar um bom
trabalho, dessa forma, deve-se pensar em ações, como promover uma maior valorização das
competências e habilidades dos colaboradores, treinamentos, um espaço mais saudável, que
proporcionem um ambiente na qual os mesmos conseguirão desempenhar suas funções com
qualidade, não deixando de lado os aspectos relacionados a QVT. Chiavenato (2014, p. 419)
expõe que “a competitividade organizacional – e obviamente, qualidade e produtividade –
passam obrigatoriamente pela QVT. Para bem atender o cliente externo, a organização não
deve esquecer o cliente interno”.
6

Dallosto (2011) destaca que o capital humano se apresenta como um grande


determinante de sucesso para as empresas. Pois sem a devida importância a este elemento,
nenhuma empresa terá sucesso em suas metas e objetivos, ou seja, não obterá os resultados
esperados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2009, p. 25) a saúde do ser
humano deve ser entendida como “[...] um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não meramente a ausência de doença ou de enfermidade”.
As empresas precisam promover ações para melhorar as questões relacionadas à QVT.
Pois qualquer que seja a atividade desenvolvida é preciso promover a integração entre o
trabalhador e o seu ambiente, bem como preservar a sua saúde e segurança, visto que o
colaborador é responsável pelo serviço ou produto ofertado, e que para desempenhar com
qualidade suas funções, a fim de que a empresa atinja suas metas, ele precisa estar bem
mental e fisicamente.
O questionamento que se apresenta diante do exposto é: as condições de trabalho e a
qualidade de vida de motoristas de transporte de cargas afetam na sua produtividade?
Assim, objetiva-se: verificar as condições de trabalho e o bem-estar físico dos
motoristas de transporte de cargas; identificar os fatores que interferem na qualidade de vida
destes profissionais; e, demonstrar os aspectos relevantes da qualidade de vida no trabalho.
O tema Qualidade de Vida no Trabalho é de suma importância nos estudos
acadêmicos. Pesquisar, sugerir reflexões e disponibilizar recomendações às organizações
sobre as causas e consequências que afetam o indivíduo no ambiente de trabalho constitui
contribuição relevante para o universo acadêmico e para a Administração.
Compreende-se que a qualidade de vida é algo que influencia em qualquer área de
atuação, sendo um fator determinante para a produtividade. A QVT vem preenchendo maior
espaço, em virtude da relevância de se estudar as limitações físicas e psicológicas do ser
humano, que nem sempre atendem às intenções dos gestores quanto às metas das empresas.
O transporte rodoviário representa um dos principais modais de transporte devido à
sua capacidade de chegar em quase todos os lugares. Nesse segmento temos o exercício da
profissão de motorista de cargas. Sabe-se que esses profissionais têm uma rotina cansativa, e
se submetem a uma variedade de contextos e condições de trabalho que podem gerar diversos
danos à saúde e ameaças a sua integridade física, psicológica e social.
Pode-se afirmar que há uma carência de estudos ordenados na região sobre a qualidade
de vida desses agentes sociais que executam uma função fundamental para a economia do
município e o equilíbrio das relações em sociedade.
7

Faz-se necessário criar condições para que todos, independentemente do nível


hierárquico, contribuam para o desenvolvimento e a manutenção do trabalho. Para tanto, a
empresa deverá investir no colaborador, a fim de garantir o seu comprometimento para com
os objetivos e as metas individuais e organizacionais. A QVT é uma questão relevante a ser
abordada levando em consideração a contribuição que trará para desempenho das funções dos
atuais e futuros gestores, como também para uma melhor execução do trabalho dos próprios
motoristas.
O trabalho é visto como item fundamental para a existência humana, podendo trazer
resultados positivos ou negativos no que diz respeito à saúde e ao bem-estar do homem.
De acordo com Moreno (2009) a palavra trabalho vem do termo
“ tripalium (ou trepalium), do Latim Tardio, uma ferramenta romana de tortura, formada por
três estacas cravadas no chão, onde eram torturados os escravos. A palavra é composta dos
termos tri (três) e palus (pau) — literalmente, ‘três paus’. Dessa forma, originalmente, a
palavra tinha o sentido de tortura. Mas com o decorrer do tempo, o sentido da palavra trabalho
passou a ter outra significação “fazer uma atividade exaustiva” ou “fazer uma atividade
difícil, dura”, até chegar na definição que se conhece hoje, "aplicação das forças e faculdades
(talentos, habilidades) humanas para alcançar um determinado fim", tendo não só essa, mas
várias outras acepções.
Para Albornoz (2012, p.23) “o trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo
da existência humana. A ação corresponde à condição humana". O trabalho é algo que
compõe a história da humanidade desde os primórdios da civilização. Representa uma das
formas de manifestação e atuação do homem em seu próprio meio.
De acordo com Pettengill o trabalho possui dois lados:

De um lado, o trabalho como constituinte da identidade do trabalhador, assumindo


um papel fundamental para assegurar a saúde, de outro, a precariedade das
condições e a falta de oportunidades, de desenvolvimento profissional, contribuindo
para o adoecimento do indivíduo. (PETTENGILL, 2010, p. 23)

Pedroso e Pilatti (2009) evidenciam que o trabalho ocupa uma parcela muito
significativa na vida do homem, assim reconhecem que as vivências no ambiente do trabalho
influenciam direta e significativamente a qualidade de vida do trabalhador.
Segundo Almeida (2012, p. 16) “ a compreensão sobre qualidade de vida lida com
inúmeros campos do conhecimento humano, biológico, social, político, econômico, médico,
entre outros, numa constante inter-relação”. A Qualidade de Vida (QV) sendo fundamental
em
8

todas essas áreas, leva em consideração fatores como saúde, o bem-estar físico, emocional e
psicológico, ou seja, envolve todos os aspectos relacionados à vida humana.
De acordo com Romano (2014, p.27) o conceito de QV é “multifacetado e subjetivo: a
forma com que cada indivíduo traduz a vida pode influenciar diretamente a qualidade de vida
que ele percebe ter”. Corpo, mente e espírito, devem estar em equilíbrio para que se possa
desfrutar da qualidade de vida.
Para Walton (apud RODRIGUES, 2009, p.81), a qualidade de vida no trabalho tem
sido usada para “descrever certos valores ambientais e humanos, negligenciados pelas
sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento
econômico”.
Walton propôs oito fatores relacionados a QVT que afetam as pessoas em seu trabalho.
O quadro 1 apresenta os oitos fatores e suas dimensões:

Quadro 1. Fatores de Qualidade de Vida no Trabalho e suas dimensões.


Fatores de QVT Dimensões
Compensação justa e adequada Renda (salário) adequada ao trabalho
Equidade interna (compatibilidade interna)
Equidade externa (compatibilidade externa)
Condições de segurança e saúde no trabalho Jornada de trabalho
Ambiente físico (seguro e saudável)
Utilização e desenvolvimento de capacidades Autonomia
Significado da tarefa
Identidade da tarefa
Variedade de habilidades
Retroação e retroinformação
Oportunidades de crescimento contínuo e segurança Possibilidade de carreira
Crescimento profissional
Segurança do emprego
Integração social na organização Igualdade de oportunidades
Relacionamentos interpessoais e grupais
Senso comunitário
Constitucionalismo Respeito às leis e aos direitos trabalhistas
Privacidade pessoal
Liberdade de expressão
Normas e rotinas claras da organização
Trabalho e espaço total de vida Papel balanceado do trabalho na vida social
Relevância social da vida no trabalho Imagem da empresa
Responsabilidade social pelos produtos/serviços
9

Responsabilidade social pelos empregados


Fonte: Walton (apud CHIAVENATO, 2014, p. 423)

Dessa forma, no que diz respeito ao trabalhador pode-se entender a QVT como
medidas que uma organização deve adotar para procurar identificar e introduzir medidas que
abarquem diversas áreas, possibilitando, assim, oportunidades para o desenvolvimento
humano durante a prática de suas funções.
A qualidade de vida no trabalho se constitui em uma ferramenta de grande
importância, e que se faz necessária dentro das organizações, sendo umas das ferramentas
responsáveis pelo progresso. A QVT representa a preocupação das empresas para com seu
colaborador, além de proporcionar o bem-estar do pessoal da empresa, ela trará,
consequentemente, resultados às organizações.
Ainda de acordo com Limongi-França (2007) há um conjunto de critérios de QVT,
que deve ser colocado em prática por organizações que se preocupam com o potencial
humano dos funcionários, saúde e segurança no trabalho. O quadro 2 apresenta esses critérios:

Quadro 2. Indicadores empresariais de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho G-QVT.


Critérios Foco
Organizacional Imagem, treinamento e desenvolvimento, processos e tecnologia, comitês de
decisão, ausência de burocracia e rotinas pessoal.

Biológico Semana Interna de prevenção de acidentes, controle de riscos ergonômicos –


PPRA, ambulatório médico, ginástica laboral, refeição, saúde, comissão – CIPA.

Psicológico Recrutamento e seleção, avaliação do desempenho, camaradagem, carreira,


salário, vida pessoal.
Social Convênios comerciais, tempo livre, lazer, filhos, cesta básica, previdência
privada, financiamento de cursos.

Fonte: Limongi-França (2007, p.174)

Descanio e Lunardelli (2007) mostram que a qualidade de vida no trabalho surge na


tentativa da humanização do trabalho nas organizações, pois, anteriormente, os colaboradores
é que deviam se encaixar aos parâmetros das organizações e seus desejos e interesses não
eram considerados.
Padilha (2010) aponta que a qualidade de vida no trabalho está enquadrada num
contexto de conciliação entre o trabalho e outras esferas da vida. Sendo este um fator que
pode
10

afetar o desempenho da empresa, muitos empregadores estão preocupados em proporcionar


aos colaboradores qualidade de vida.
Segundo Maximiano (2012) no início do Terceiro Milênio os conceitos de motivação e
satisfação se ampliaram, com a chegada do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho
(QVT), que se mostra mais amplo que os da demais teorias, baseando-se no enfoque
biopsicossocial das pessoas que sugere uma visão integrada, ou holística, do ser humano,
como mostra a figura
1. Esse enfoque mostra que a saúde do homem não diz respeito somente a ausência de doença,
mas envolve também o bem-estar biológico, psicológico e social, ou seja, visa a totalidade do
ser humano buscando uma conciliação de todo o seu ser ao conceito de Qualidade de vida no
trabalho.

Figura 1. O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho amplia as teorias tradicionais da


motivação.

Fonte: MAXIMIANO, 2012, p. 276

Do ponto de vista de Rodrigues (2009) a QVT é a resultante direta da combinação de


diversas dimensões básicas da tarefa e de outras dimensões não níveis, além de resultar em
diversos tipos de atividades e condutas dos indivíduos pertencentes a uma organização,
gerando assim, uma melhor produtividade dos colaboradores.
11

Ferreira (2012) define a Qualidade Vida no Trabalho sob a ótica das organizações e
dos trabalhadores. Sob a ótica das organizações, a QVT é um preceito de gestão
organizacional que é composto por um conjunto de normas, diretrizes e práticas no âmbito das
condições, da organização e das relações socioprofissionais de trabalho que tem como
objetivo à promoção do bem-estar e o desenvolvimento pessoal dos colaboradores e o
exercício da cidadania organizacional nos ambientes de trabalho. Sob a ótica dos
trabalhadores, ela se expressa por meio do contexto organizacional e das situações de trabalho
que estes vivenciam, indicando o predomínio de experiências de bem-estar no trabalho, de
reconhecimentos institucional e coletivo, de possibilidade de crescimento profissional e de
respeito às características individuais.
A QVT possibilita uma reciprocidade entre a organização e colaborador como
explicita Chiavenato em seus pressupostos:

A interação psicológica entre empregado e organização é basicamente um processo


de reciprocidade: a organização realiza certas coisas para e pelo participante e inibe-
se de fazer outras, renumera-o, dá-lhe segurança e status; reciprocamente, o
participante responde trabalhando e desempenhando suas tarefas e oferecendo
resultados. (CHIAVENATO, 2009, p. 194)

A qualidade de vida no trabalho é vantajosa tanto para a empresa quanto para os


profissionais. Esses últimos demonstram-se mais motivados no desempenho de suas tarefas,
sem falar, que é um fator que proporciona a retenção de bons profissionais. O mercado é
muito competitivo, e as empresas devem mostrar-se prontas para a disputa no mercado, ou
seja, deve dispor de colaboradores capazes, e a qualidade vida proporciona uma maior
performance do fator humano.
No ponto de vista de Alves (2011) a inserção da qualidade de vida no trabalho em uma
empresa só acontece quando esta entende que o seu colaborador é o bem mais importante e
fundamental de sua organização
A profissão de motorista é uma profissão que tem necessidade de que as organizações
que trabalham com esse tipo de profissional não se esqueçam da importância da QVT para o
bom desempenho das suas atividades.
Conforme Dias em sua obra:

O sistema rodoviário responde hoje pelo transporte de 70% a 80% das cargas
movimentadas no Brasil, e, sem entrar no mérito dos erros e acertos da política
brasileira de transportes, essa realidade não se modificará sensivelmente nas
próximas décadas, por maiores que sejam os esforços do Governo na modernização
da infraestrutura para transportes marítimos e rodovias. (DIAS, 2010, p. 334)
12

Percebe-se que o transporte rodoviário representa um dos principais modais presentes


no Brasil. E atrelado a esse sistema rodoviário temos uma função de grande importância, que
é a do motorista profissional.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres
(CNTTT) (2012), os motoristas profissionais são:

[...] todos os motoristas que trabalham no transporte rodoviário de passageiros e


cargas e que fazem parte da atividade ou categoria profissional dos motoristas cuja
condução exija formação profissional e que exerçam a atividade mediante vínculo
empregatício, habilitados através do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, nas
categorias: “A”, “B”, “C”, “D” e “E” [...]. (CNTTT, 2012, p. 4)

Após muitas reivindicações da Confederação Nacional dos Trabalhadores em


Transportes Terrestres, a Nova Central Sindical de Trabalhadores, as Federações filiadas e os
sindicatos, a profissão de motorista foi regulamentada no dia 30 de abril de 2012, pela Lei nº
12.619/2012. De acordo com Planalto (2012) a lei dispõe sobre o exercício da profissão de
motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis 9.503, de 23 de setembro de 1997, 10.233, de 5 de
junho
de 2001, 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e 12.023, de 27 de agosto de 2009, para regular
e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras
providências (QUADRO 3).

Quadro 3. Direitos e benefícios do motorista profissional.


Jornada de trabalho 8 horas diária de trabalho; 44 horas semanais;
máximo continua de 4 horas ininterruptas ao
volante; depois de 4 horas (30 minutos) de
descanso; excluindo os intervalos para refeição,
descanso e repouso. A compensação de jornada
de trabalho somente poderá ser feita se houver
previsão em Acordo ou Convenção Coletiva de
Trabalho.
Horas extras e trabalho noturno Serão permitidas no máximo duas horas extras
por dia, com um valor 50% maior que o da hora
normal ou superior, caso previsto em Convenção
Coletiva
ou Acordo Coletivo. O trabalho noturno aplica-se
ao disposto no art. 73 da CLT.
Tempo de descanso Intervalo mínimo de repouso entre uma jornada e
outra de 11 horas, podendo ser dividida em um
intervalo de 9 horas e as 2 restantes em outro
período; nas viagens até 7 dias, o intervalo é de
35 horas, com duração de mais de 7 dias deve
haver um descanso ininterrupto de 36h.
Tempo de espera O tempo de espera nas filas de portos, postos de
fiscalização, para carregar e descarregar a carga
serão indenizadas aos motoristas com adicional de
13

30% sobre o valor da hora normal, após exceder a


jornada de trabalho.
Comissão É proibido o pagamento de remuneração por
comissão para o motorista em função da distância
percorrida, do tempo da viagem e da quantidade
de produtos transportados. Desde que essa
comissão
não coloque em risco a segurança rodoviária e da
coletividade usuárias de vias.
Fonte: PLANALTO, 2012. (apud SÍMMONDS, 2012, p. 47)

Dessa forma, esses profissionais passaram a ter seus direitos resguardados. Mas ainda
se percebe a necessidade de melhorias nas condições de trabalho e bem-estar físico e
psicológico do motorista de transporte de carga, que enfrenta muitas vezes uma dura realidade
no seu dia a dia.
De acordo Símmonds (2012) as dificuldades existentes nas estradas brasileiras vão
além dos inúmeros buracos no asfalto. A realidade reflete motoristas cansados, estressados e
que, às vezes, usam substâncias proibidas para suportar várias horas de trabalho.
Segundo Tavares (2010) o trabalho dos motoristas profissionais é rotineiro e,
infelizmente, em alguns casos as condições de trabalho são bastante inadequadas, entre elas
condições ergonômicas inadequadas das cabines, extensão prolongada da jornada de trabalho,
constância de assaltos.
Como afirma Araújo (2008) os motoristas no decorrer da jornada de trabalho não
encontram locais apropriados para o atendimento das necessidades básicas, às vezes ficam
preocupados sem saber o que vão comer devido à qualidade da comida, e também pela
variação dos horários de alimentação, chegando a ficar, em algumas situações, longos
períodos sem se alimentar, tendo em vista que o não atendimento dessas necessidades básicas
poderá, sem sombra de dúvidas, comprometer o bem-estar físico e psíquico dos motoristas.
Como é apontado por Símmonds (2012) em sua pesquisa, os motoristas profissionais
além do estado de alerta constante, a alimentação inadequada, estão sujeitos a dormir em
locais sem segurança, a ausência de sanitários higienizados, ao trabalho isolado, o
sedentarismo e outros fatores negativos que envolve o trabalho destes profissionais.
As organizações objetivam se sobressair no mercado onde atuam, mas para que isso
aconteça é preciso que a gestão revise processos, inove seu trabalho, não esquecendo do fator
humano. Conforme Silva (2010, p. 25) “o desempenho das empresas, para atingir seus
objetivos a longo prazo, depende de uma série de características de atuação, tais como
flexibilidade, agilidade, produtividade e qualidade”.
14

A QVT tem um papel importante no progresso das organizações como Limongi-


França; Rodrigues afirmam:

Sem uma qualidade de vida construída de forma enriquecedora, não se perpetua o


progresso. A QVT combinada com programas de qualidade, compromissos com a
inovação, resgatando talentos, limites e necessidades humanas, consolida a cultura
competitiva (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2007, p. 171).

As organizações necessitam fazer uma análise da sua cultura organizacional e, se


necessário, alterar práticas para que haja uma redução de perigos no ambiente de trabalho,
implantando ações voltadas para QVT, dessa forma, terão como resultado um crescimento
significativo na produtividade da empresa. Do ponto de vista de Alves (2011, p. 76), “a busca
pela QVT não pode ser considerada como um custo nas planilhas das empresas, uma vez que
os custos com afastamentos e ações trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva”.
Os programas de qualidade de vida no trabalho devem ser vistos como uma forma de garantir
eficácia nas realizações das tarefas e não como custo.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi feito por meio de uma pesquisa com os motoristas de transportes de
cargas da cidade de Bacabal, no estado do Maranhão. Localizada a cerca de 240 km da capital
do estado, São Luís.
A metodologia do trabalho no que se refere aos objetivos foi feita por meio de uma
pesquisa descritiva. Como explicita Gil (2010) as pesquisas descritivas têm como objetivo
principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis.
Quanto aos procedimentos, trata-se de pesquisa bibliográfica, levantamento e pesquisa
de campo. Segundo Gil (2010) a pesquisa bibliográfica é realizada com base em trabalhos já
publicados com o objetivo de fazer uma análise de posições diversas sobre determinado
assunto. E ainda de acordo com Gil (2010) o levantamento solicita informações a um grupo
significativo de pessoas acerca do problema em estudo e, em seguida, mediante uma análise
quantitativa obtém-se as conclusões de acordo com os dados coletados. A pesquisa de campo
conforme Lakatos & Marconi (2011, p. 169) é “utilizada com o objetivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta,
ou de uma hipótese que se queira comprovar”.
15

Utilizou-se a abordagem quantitativa, como caracteriza Lakatos & Marconi (2011, p.


269) “no método quantitativo, os pesquisadores valem-se de amostras amplas e de
informações numéricas”. Essa abordagem busca a comprovação das suposições apresentadas
por meio da utilização dos dados quantificados.
A população estudada foram os motoristas de transportes de cargas das empresas de X,
Y e Z da cidade de Bacabal – MA, e para a coleta e análise de dados, a amostra da pesquisa
foi composta por 30 motoristas, sendo os dados coletados por meio da aplicação de
questionário estruturado com 17 perguntas fechadas, que obedeceu à ordem dos objetivos
específicos.
O quadro a seguir apresenta os objetivos específicos utilizados para elaboração do
questionário.

Quadro 4. Estratégia usada para o desenvolvimento do instrumento de coleta e análise de


dados.

Questões

OBJETIVO GERAL: Analisar como as condições de trabalho e a qualidade de vida de


motoristas de transporte de cargas afetam na sua produtividade.

Objetivo Específico 1 - Verificar as condições de trabalho e o


1a7
bem-estar físico dos motoristas de cargas;
Objetivo Específico 2 - Identificar os fatores que interferem na
8 a 13
qualidade de vida destes profissionais;

Objetivo Específico 3 - Demonstrar os aspectos relevantes da


14 a 17
qualidade de vida no trabalho.

Os dados quantitativos, coletados por meio de questionário estruturado, passaram por


um processo de análise estatística, utilizando programas computacionais. Após a tabulação,
foi realizada uma análise descritiva dos dados, que serviu de sustentação aos mesmos,
gerando gráficos e tabelas para melhor visualização do leitor.
Quanto aos aspectos éticos, os colaboradores participaram de forma livre e voluntária,
esclarecidos e protegidos na sua individualidade e confidencialidade das informações, por
meio do Termo de Livre Consentimento Esclarecido (TLCE).
16

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste item, apresentam-se as análises das informações obtidas por meio da pesquisa
realizada por meio de questionários respondidos por 30 motoristas de transportes de cargas do
município em que esta pesquisa foi realizada, onde será avaliada a qualidade de vida no
trabalho dos participantes com base na coleta de dados.

Tabela 1. Distribuição percentual e numérica referente aos indicadores da jornada de trabalho


dos motoristas de transportes de cargas.
Perguntas Respostas Quantidade Percentual (%)
A jornada de trabalho Sim 15 50%
obedece às 44 horas Não 6 20%
semanais? Às vezes 9 30%
TOTAL 30 100%
Quantas horas em 6 horas 1 3%
média você dirige por 8 horas 13 44%
dia?
10 horas 12 40%

Acima de 10 horas 4 13%

TOTAL 30 100%
A jornada de trabalho Sim 22 73%
está de acordo com a
Não 3 10%
sua capacidade
física? Às vezes 5 17%

TOTAL 30 100%
Fonte: pesquisa da autora (2017)

Na tabela 1 a jornada de trabalho dos motoristas de transporte de cargas é analisada


por meio destes três indicadores com o objetivo de identificar se a mesma está de acordo ou
não com sua capacidade física. Observa-se que apesar de 15 (50%) obedecerem às 44 horas
semanais previstas em lei, ainda existe uma parcela de 6 (20%) que não obedecem à escala de
44 horas semanais e 9 (30%) que só às vezes. Com relação à média de horas ao volante é
constatado que 13 (44%) dos entrevistados dirigem 8 horas diárias em média e 1 (3%) dirige 6
17

horas, porém, 53% excedem o número de horas ao volante previstas em lei (destes, 12 (40%)
dirigem 10 horas por dia e 4 (13%) chegam a dirigir mais de 10 horas). Outro fator importante
é que, ainda que excedendo os números de horas na direção, 22 (73%) disseram que a jornada
de trabalho está de acordo com sua capacidade física, e apenas 3 (10%) admitem que estão
trabalhando mais do que sua capacidade permite e 5 (17%) informaram que às vezes
ultrapassa sua capacidade física.
Um dos oito critérios da escala de Walton para avaliar o grau de satisfação da
qualidade de vida no trabalho são as condições de trabalho que inclui “horários razoáveis com
um período normal de trabalho padronizado. Condições físicas que reduzam ao mínimo o
risco de doenças e danos”(LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2007, p. 171).
De acordo com Tamayo (2008) a sobrecarga de trabalho está ligada ao grau com que o
empregado é solicitado a conviver com demandas que o levam a usar toda a sua energia para
o trabalho, podendo, consequentemente, acarretar exaustão e queda de desempenho.

Gráfico 1. Distribuição da frequência referente a se o trabalho provoca grande desgaste físico.

13%
20%

Sim Não
Às vezes

67%

Fonte: pesquisa da autora (2017)

De acordo com o gráfico 1 constata-se que 20 (67%) dos pesquisados afirmam que seu
trabalho provoca um grande desgaste físico, já 6 (20%) afirmam que não e 4 (13%) que às
vezes.
Segundo Símmonds (2012) a pessoa que tem consciência de seu cansaço e mesmo
assim permanece com a mesma rotina, tem déficit de concentração e atenção por conta da
tensão e pressão em que vivem, o que pode gerar graves problemas para a atividade
profissional, como por exemplo, risco de acidentes.
18

Tabela 2. Distribuição percentual e numérica referente à segurança do trabalho.


Perguntas Respostas Quantidade Percentual (%)

No seu trabalho os Sim 23 77%


equipamentos que
utiliza recebe
Não 2 6%
manutenção
constante?
Às vezes 5 17%
TOTAL 30 100%

Quanto à segurança Muito satisfeito 3 10%


pessoal ao realizar
Satisfeito 15 50%
seu trabalho, você
Mais ou menos 11 37%
está?
satisfeito
Muito insatisfeito 1 3%
TOTAL 30 100%

Fonte: pesquisa da autora (2017)

No que se refere segurança com relação à manutenção do veículo, a tabela 2 mostra


que há uma preocupação da empresa em garantir que o veículo esteja em condições para
trafegar sem nenhum problema, onde 23 (77%) dos caminhões recebem manutenção
constante, 5 (17%) às vezes e 2 (6%) não recebem, só em caso de problemas apresentados no
veículo.
A manutenção constante dos veículos é de suma importância, sendo um dos critérios
básicos para garantir a segurança dos motoristas, pois se trata da ferramenta de trabalho dos
mesmos, além de proporcionar conforto, aumento de confiança, melhorando a ergonomia do
trabalhador, fatores que são relevantes para o bom desempenho de suas funções.
Ao responderem com se sentem em ralação à segurança pessoal para realizar o
trabalho, 3 (10%) demonstram estar muito satisfeitos, 15 (50%) satisfeitos; e 11 (37%) mais
ou menos satisfeitos e 1 (3%) muito insatisfeito. O resultado mostra a satisfação com a
própria segurança por parte da maioria dos entrevistados, porém, há uma parcela que
demostra alguma insatisfação referente a um dos elementos básicos para a realização do
trabalho, a segurança.
19

Chiavenato (2008) ressalta que a segurança no trabalho está relacionada com a


prevenção de acidentes e com a administração de riscos ocupacionais. Seu objetivo é
antecipar- se aos riscos de acidentes para que eles sejam reduzidos.
A segurança no trabalho é um item essencial para a QVT, pois “parte da felicidade no
trabalho reside em um ambiente físico seguro e saudável, em que fica claro que a
administração está preocupada com o bem-estar dos trabalhadores” (SNYDER; LOPEZ,
2009, p.371).

Tabela 3. Distribuição percentual e numérica referente aos indicadores relacionados à saúde


dos motoristas de caminhão.
Perguntas Respostas Quantidade Percentual (%)

Você já teve alguma Sim 12 40%


doença
ocupacional? Não 18 60%

TOTAL 30 100%
Você usa alguma Sim 1 3%
substância para
mantê-lo acordado
ao volante?
Não 29 97%

TOTAL 30 100%
Fonte: pesquisa da autora (2017)

A tabela 3 apresenta a percepção dos motoristas quanto à sua saúde, onde 18 (60%)
disseram não ter nenhuma doença ocupacional, um índice considerável, e 12 (40%) afirmaram
ter alguma doença ocupacional.
No que se refere ao uso de substância para mantê-los acordados ao volante, 29 (97%)
afirmaram não fazer uso de nenhum tipo de substância, e somente 1 (3%) afirmou usar. O
índice apontado é considerado positivo, sendo que o uso de qualquer tipo de substância é
proibido por lei e nocivo à saúde.
20

Gráfico 2. Distribuição da frequência referente a se as atividades são cronometradas:

57%

Sim

Não
43%

Fonte: pesquisa da autora (2017)

No que diz respeito a realização das atividades, o gráfico 2 mostra que 17 (57%)
disseram que as atividades não são cronometradas, enquanto 13 (43%) disseram que sim.
Os percentuais mostram um resultado positivo, porém, ainda se tem um percentual
representativo que realizam suas atividades com horários estabelecidos, um fator relevante,
pois a preocupação com cumprimento dos horários pode ter consequências negativas para a
segurança e saúde do motorista.

Gráfico 3. Distribuição da frequência referente a se a empresa oferece planos benefícios:

7%

Sim
Não
93%

Fonte: pesquisa da autora (2017)


21

Com relação aos benefícios oferecidos pela empresa, o gráfico 3 apresenta que 28
(97%) disseram que recebem algum tipo de benefício; 2 (7%) que não recebem nenhum.
Os benefícios ofertados pela empresa são de grande importância, pois o colaborador se
sente valorizado e útil. Segundo Chiavenato (2014, p. 341) “os benefícios além do seu aspecto
pecuniário ou financeiro serve para livrar o funcionário de uma série de transtornos”.

Tabela 4. Distribuição percentual e numérica referente ao uso e desenvolvimento da


capacidade humana:
Perguntas Respostas Quantidade Percentual (%)

Você se sente Sim 18 60%


motivado para Não 5 17%
realizar o seu Às vezes 7 23%
trabalho?
TOTAL 30 100%

A empresa valoriza Sim 15 50%


os profissionais que
Não 10 33%
se destacam?

Às vezes 5 17%

TOTAL 30 100%

A empresa dá Sim 12 40%


oportunidade, para
desenvolver novas Não 12 40%
habilidades?

Às vezes 6 20%

TOTAL 30 100%
Fonte: pesquisa da autora (2017)

De acordo com a tabela 4, 18 (60%) disseram se sentir motivados para realizar seu
trabalho, 7 (23%) às vezes e 5 (17%) não se sentem motivados. Quanto a valorização dos
22

profissionais, 15 (50%) afirmaram que a empresa valoriza os profissionais que se destacam,


10 (33%) disseram que não são valorizados e 5 (17%) que às vezes.
Em se tratando de oportunidades para desenvolver novas habilidades, 12 (40%)
apontam que a empresa dá oportunidades para desenvolver novas habilidades, 12 (40%) que
não e 6 (20%) às vezes
Dentre os fatores motivacionais citados Herzberg estão o reconhecimento pelo
trabalho bem feito e a possibilidade de crescimento. Pelo resultado apresentado na primeira
variável (motivação) de 60%, observamos a importância das outras duas variáveis
apresentadas no gráfico, que é a valorização (50%) e a oportunidades para desenvolver novas
habilidades (40%), que estão diretamente relacionadas com os fatores motivacionais. Para que
exista motivação, segundo Herzberg (apud MAXIMIANO, 2012, p. 273) “ é preciso que a
pessoa esteja sintonizada com seu trabalho e enxergue nele a possibilidade de exercitar suas
habilidades ou desenvolver suas aptidões”.

Gráfico 4. Distribuição da frequência referente ao relacionamento com os colegas de trabalho:

17%

Muito satisfeito
47%
Satisfeito
36% Mais ou menos
satisfeito

Fonte: pesquisa da autora (2017)

No que diz respeito ao relacionamento interpessoal o gráfico 4 apresenta que dentre os


participantes, 11 (36%) disseram estar muito satisfeitos com o relacionamento com os colegas
de trabalho, 14 (47%) que estão satisfeitos e 5 (17%) mais ou menos satisfeitos.
O resultado apresentado é considerado bastante positivo, pois o relacionamento
interpessoal é um dos fatores de suma importância para a qualidade de vida no trabalho.
Como expõe Rodrigues (2009, p. 100) “a não convivência do indivíduo com o grupo de
trabalho, além de afetá-los nos seus contatos sociais, pode afetar a eficiência organizacional”.
23

Tabela 5. Distribuição percentual e numérica referente à importância da Qualidade de Vida no


Trabalho:
Perguntas Respostas Quantidade Percentual (%)
No seu trabalho é Sim 14 47%
desenvolvido algum
programa de Não 16 53%

qualidade de vida?
TOTAL 30 100%
A qualidade de vida Sim 23 77%
interfere na Não 7 23%
produtividade do seu
trabalho?
TOTAL 30 100%
A qualidade de vida Sim 27 90%
no trabalho traz
benefícios para o Não 3 10%
trabalhador?
TOTAL 30 100%
Fonte: pesquisa da autora (2017)

Tabela 5 apresenta o resultado sobre os questionamentos feitos acerca da importância


da qualidade de vida no trabalho.
Referente ao desenvolvimento de programas de qualidade vida, 16 (53%) dos
respondentes disseram que a empresa não desenvolve nenhum programa de qualidade de vida,
e 14 (47%) disseram que sim.
Quando questionados se a qualidade de vida no trabalho interfere na produtividade do
trabalho, 23 (77%) responderam que sim, que há interferência e 7 (23%) disseram que não,
que não há interferência.
No que tange os benefícios da Qualidade de Vida no Trabalho, 27 (90%) afirmaram
que a QVT traz benefícios para o trabalhador, e apenas, 3 (10%) responderam que não.
Como explicita Zanelli e Silva (2009, p.118), “é no trabalho que passamos a maior
parte de nossas vidas, será da qualidade de suas condições que decorrerá uma vida melhor –
provavelmente, mais longa e mais feliz”.
24

Como afirma Costa e Silva, Kops e Romero (2013, p. 141) “a QVT é um conjunto de
estratégias e ações para melhorar as condições de trabalho, buscando aumentar resultados”.
Além de proporcionar o bem-estar do colaborador, a QVT traz como consequência uma
melhor produtividade.

CONCLUSÃO

Compreender a importância da Qualidade de Vida no Trabalho para o ambiente


organizacional, bem como os fatores que a compõe, e aplicá-la visando o bem-estar do
colaborador, demonstra a preocupação do gestor com seu capital humano e com o sucesso da
empresa.
Na análise procurou-se apresentar as condições de trabalho, fatores que interferem na
Qualidade de Vida no Trabalho e a importância da QVT para os motoristas de transporte de
cargas. As variáveis utilizadas para análise foram:
a) A jornada de trabalho;
b) Desgaste físico;
c) Segurança do trabalho;
d) Saúde;
e) Tempo de realização das atividades;
f) Planos benefícios;
g) Uso e desenvolvimento da capacidade humana;
h) Relacionamento interpessoal;
i) A importância da QVT.
O trabalho alcançou seu objetivo geral, que era analisar as condições de trabalho e a
qualidade de vida dos motoristas de transporte de cargas. Os resultados dessas análises
encontram-se resumidamente descritos a seguir.
O estudo verificou que a maioria destes profissionais têm uma jornada de trabalho
além da recomendada, tendo como consequência um grande desgaste físico que afeta
diretamente no desempenho das funções, e pela profissão em estudo se tratar de motoristas,
esta variável coloca em risco a segurança do trabalhador.
No que diz respeito ao uso e desenvolvimento da capacidade humana, ainda que se
mostrem motivados para a realização do trabalho, com relação a valorização dos profissionais
25

que se destacam, e sobre as oportunidades de desenvolver novas habilidades os resultados


demonstram que há uma certa insatisfação com relação a essas variáveis.
Dentro de uma organização todos os profissionais devem ser valorizados, e as
empresas devem investir no seu colaborador, para assegurar o seu comprometimento para
com os objetivos e as metas pessoais e organizacionais.
Com relação à segurança do trabalho, à saúde, ao tempo de realização das atividades,
aos planos benefícios e ao relacionamento interpessoal os motoristas mostraram-se satisfeitos,
representando um ponto positivo na pesquisa.
Apesar de apresentar esses fatores que têm influência direta na QVT, observou-se por
meio da pesquisa que há uma carência de programas de QVT, sendo que estes trazem
benefícios para o trabalhador, e que a ausência destes programas afeta negativamente a
produtividade.
Por meio dos programas de QVT os pontos negativos, como a jornada de trabalho, e o
uso e desenvolvimento das habilidades humanas, podem ser melhor avaliados e discutidos
tentando buscar alternativas para melhorar a qualidade de vida destes trabalhadores, e os
pontos positivos poderiam ser aperfeiçoados utilizando-se de uma orientação mais direta,
promovendo campanhas para a melhoria de fatores relacionados à segurança, à saúde, entre
outros.
À título de sugestão para melhorar a QVT na variável relacionada à jornada de
trabalho em que os participantes afirmam gerar um grande desgaste físico, algumas medidas
poderiam ser implantadas nas empresas, como a adequação da jornada de trabalho para a
jornada estabelecida por lei, programas de ginástica laboral e ergonomia que trazem o ensino
de técnicas de alongamento e orientam os profissionais a uma autocorreção postural,
possibilitando ao motorista realizar essas técnicas durante sua jornada trabalho, ajudando no
desempenho de suas funções, bem como implantação programas que visem a manutenção e
equilíbrio do bem-estar para ajudar à tornar a jornada de trabalho mais agradável.
Com relação ao uso e desenvolvimento das habilidades humanas, as organizações
poderiam investir em programas de treinamento e desenvolvimento para capacitação dos
motoristas por meio de cursos, palestras, treinamentos e workshops.
Finalmente, deve-se dizer que este estudo não esgota as possibilidades de análise do
assunto em pauta, mas que constitui um ponto de partida para a discussão entre gestores sobre
a Qualidade de Vida no Trabalho, e para que, assim, possam proporcionar a seus
colaboradores um ambiente de trabalho mais agradável, seguro e saudável.

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29

APÊNDICE A: Questionário aplicado aos motoristas

QUESTIONÁRIO

Este questionário é parte do levantamento para a pesquisa do Trabalho de Conclusão


de Curso da Faculdade de Educação de Bacabal – FEBAC, sob a autoria da graduanda Raquel
Ferreira Cruz Mendes e orientação do Professor Me. Francisco de Sousa Lima Neto, com o
objetivo de coletar informações relativas à Qualidade de Vida no Trabalho dos motoristas de
transportes de cargas.

1. A jornada de trabalho obedece às 44 horas


semanais? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

2. Quantas horas em média você dirige por dia?


( ) 6 horas ( ) 8 horas ( ) 10 horas ( ) acima de 10 horas

3. Quanto à segurança pessoal ao realizar seu trabalho, você está?


( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Mais ou menos insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Muito
insatisfeito

4. No seu trabalho os equipamentos que utiliza recebe manutenção


constante? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

5. O seu trabalho provoca um grande desgaste


físico? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

6. Você já teve alguma doença ocupacional, como: estresse, fadiga, ansiedade, depressão,
doenças cardiovasculares, gastrointestinais, dores musculares?
( ) não ( ) sim

7. Você usa alguma substância para mantê-lo acordado ao volante?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

8. No seu trabalho as atividades são


cronometradas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes
9.A jornada de trabalho está de acordo com a sua capacidade física?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

10. A sua empresa oferece planos de benefícios (plano de saúde, seguro de vida, entre outros)?
30

( ) Sim ( ) Não

11. Você se sente motivado para realizar o seu trabalho?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

12. A empresa valoriza os profissionais que se destacam?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

13. Quanto ao seu relacionamento com os colegas de trabalho, você está?


( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Mais ou menos insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Muito
insatisfeito

14. A empresa dá oportunidade, para desenvolver novas habilidades (cursos, palestras,


minicursos)?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

15. No seu trabalho é desenvolvido algum programa de qualidade de vida?


( ) Sim ( ) Não

16. A qualidade de vida interfere na produtividade do seu trabalho?


( ) Sim ( ) Não

17. A qualidade de vida no trabalho traz benefícios para o


trabalhador? ( ) Sim ( ) Não

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