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Uma Avaliação do Abuso Físico em Crianças

Os chamados abusos contra a criança englobam diversas situações, como: a


violência física, que culmina em lesões físicas definidas; o abandono físico e
emocional; o maltrato emocional, quando a criança é constantemente aterrorizada
ou menosprezada, sendo acompanhante quase constante de maus-tratos físicos; e a
exploração sexual, na qual estão incluídos abusos por violação, incesto ou outros
de natureza sexual. Nos abusos contra as crianças há um padrão de relacionamento
intrafamiliar, no qual muitos protagonistas estão envolvidos, não havendo figura
neutra.

Os médicos que cuidam de crianças devem estar conscientes da probabilidade de


encontrar o abuso da criança e de saber como reconhecer suas apresentações
comuns. O ponto marcante do abuso físico é uma história que seja inconsistente
com os ferimentos apresentados pelo paciente.

O achado de sinais clínicos e físicos, incluindo hematomas e fraturas em áreas


pouco prováveis de serem acometidas acidentalmente; contusões com evidência de
terem sido causadas por objetos; queimaduras ou ferimentos circunferenciais no
corpo da criança; deve ser considerado suspeito para maus-tratos à criança.

De acordo com a legislação, os médicos que atendem uma criança, da qual


suspeitam maus-tratos, devem emitir um relatório ao serviço de proteção ao menor
de idade, para que haja proteção e segurança da mesma.

O abuso físico de crianças, em nossa sociedade, é um problema sério que somente


está sendo reconhecido pela comunidade médica recentemente. A publicação
pioneira na literatura médica foi no ano de 1946 e, em 1962, o termo “síndrome do
golpe em criança” foi idealizado.

O número de casos registrados de maus-tratos da criança está aumentando, à


medida que a classe médica adquire experiência no reconhecimento dos sinais e
dos sintomas do abuso físico. Cerca de um milhão de crianças foram vítimas de
maus tratos no ano de 1996, e 1.185 crianças vieram a óbito devido a esses maus
tratos.

A avaliação de crianças que podem ter sofrido abuso físico consiste em um desafio
especial aos médicos. Estes profissionais, além de estabelecer o diagnóstico e o
tratamento, devem tentar propiciar um cuidado especial às crianças que são vítimas
do abuso físico, através da emissão de um relatório minucioso sobre os sinais e
sintomas da criança, ao órgão estadual responsável pela proteção da criança.

Um trabalho publicado em maio do ano 2000, pela American Academy of Family


Physicians, realizado pelo Dr.David Pressel (professor assistente de Pediatria e
médico pediatra da Temple University School of Medicine e Temple University
Children's Medical Center), da Filadélfia, Estados Unidos, procurou rever o papel
do médico, quando em uma situação no qual a criança apresenta suspeita de abuso
físico.

O estudo

Para tentar esclarecer a função do profissional que assiste a criança, o Dr. Pressel
realizou uma revisão dos fatores relevantes no diagnóstico e na conduta a ser
tomada pelo médico, quando em situação de suspeita de maus tratos à criança.

As características típicas da história (anamnese feita pelo médico), do exame físico


e dos exames complementares, laboratoriais e radiológicos, corroboram no
diagnóstico do abuso físico das crianças. A informação mais importante para o
diagnóstico do abuso físico é obtida com a história colhida pelo médico. Além
disso, os médicos pediatras devem ser atentos na distinção de diversas
circunstâncias, nas quais, a apresentação clínica pode simular um abuso físico, e
ser realmente, um distúrbio qualquer da criança.

Alguns fatores de risco do abuso físico das crianças, compreendem: crianças com
problemas médicos complexos; crianças com desenvolvimento atrasado; crianças
ditas “difíceis” de conviver e crianças hiperativas. Determinados “sinais
vermelhos” na história colhida pelo médico devem ser relevados no momento de
estabelecer o diagnóstico do mau trato da criança.

Dentre eles, a discordância do paciente ou acompanhante (pai, mãe ou quem cuida


da criança) quanto à causa do ferimento; demora na procura de tratamento;
inconsistência entre o ferimento e a idade de desenvolvimento da criança e criança
que apresenta história de ferimentos suspeitos reincidentes. Uma história confusa e
inconsistente sobre o ferimento da criança é um forte sinal de abuso físico.

Há diversas circunstâncias que podem simular o abuso da criança. Dentre elas,


determinadas desordens podem ser distintas de um trauma não-acidental, através
de sinais físicos de uma síndrome, ou história natural da lesão de pele, que difere
daquela esperada para um ferimento causado por maus tratos.

Crianças com uma história de hematomas facilmente causados, devem ser


investigadas quanto a distúrbios de coagulação do sangue. Em caso de dúvida, o
médico deverá encaminhar o paciente ao especialista, para confirmar o
diagnóstico. É importante não se esquecer de que, mesmo tendo a criança, alguma
doença que simule abuso físico, esta pode realmente sofrê-lo.

Durante o exame físico, a pele deve ser bem examinada, pois, trata-se do órgão
mais atingido nos maus tratos e também, mais fácil de ser examinado. A
disposição dos ferimentos sobre a pele, muitas vezes, auxilia na diferenciação de
trauma acidental e não- acidental.

O médico deve prosseguir com cuidadosa inspeção e palpação de todas as


superfícies corporais, descrevendo todos os ferimentos encontrados. Áreas
passíveis de sofrerem trauma oculto, devem ser analisadas através de exames
radiológicos. Todas as fraturas devem ser interpretadas levando em consideração a
idade, desenvolvimento e a história da criança. Especial cuidado deve ser tomado
ao examinar a cavidade oral, virilha e genitais, para não deixar de constatar algum
trauma.

A fundoscopia é uma parte do exame freqüentemente negligenciada quando o


médico está avaliando uma criança com suspeita de maus tratos. As hemorragias
da retina são altamente sugestivas da “shaken-baby syndrome” (síndrome do bebê
agitado), resultante de maus tratos da criança.

Resultados

Nesse estudo, ênfase foi dada à avaliação de uma criança com suspeita de ter
sofrido maus tratos, a qual deve ser cuidadosa, para que não haja diagnóstico
equivocado de abuso físico e esse fato não cause verdadeira destruição de uma
família.

Fazer um relatório indica que o abuso da criança ou a sua negligência é uma


consideração diagnóstica séria, não um diagnóstico definitivo. Os médicos que se
importam com crianças devem familiarizar-se com os estatutos de proteção da
criança. A lei requer o relatório de todos os casos suspeitos.
Além disso, no caso de não existir segurança para a criança ir para casa, pode ser
necessária a admissão temporária da criança em um hospital, até o serviço de
proteção ao menor resolver o que fazer com ela.

Segundo o estudo realizado pelo Dr.David Pressel, a avaliação de uma criança com
suspeita de sofrer maus tratos, consiste em um problema comum e sério para todos
os pediatras. Uma história inconsistente, com a avaliação médica e os
determinados testes padrões (laboratoriais e radiológicos) de achados físicos, deve
alertar o médico quanto à possibilidade de abuso da criança. Além de exercer a
função de diagnosticar e de tratar o paciente, o médico possui também a
responsabilidade de alertar o serviço de proteção da criança e, dessa forma,
protege-la.

Abuso infantil

O abuso infantil, ou maltrato infantil, é o abuso físico e/ou psicológico de uma


criança, por parte de seus pais - sejam biológicos ou adotivos - por outro adulto que
possui a guarda da criança, ou mesmo por outro adultos próximos à criança (parentes
e professores, por exemplo).
O abuso infantil envolve a negligência por parte do adulto em cuidar do bem-estar da
criança, como alimentação ou abrigo. Também comumente envolve agressões
psicológicas como xingamentos ou palavras que causam danos psicológicos à
criança, e/ou agressões de caráter físico como espancamento, queimaduras ou abuso
sexual (que também causam danos psicológicos).
Os motivos do abuso infantil são vários, entre elas, destacam-se o alcoolismo e o uso
de drogas ilegais. Muitas vezes, os pais/cuidadores da criança são pobres e/ou
possuem pouca educação, e podem tentar impedir o acesso da criança aos serviços
médicos necessários, evitando a descoberta do abuso por parte dos médicos.
Super-proteção dos pais em relação à criança é também uma forma abuso infantil,
embora à primeira vista não o pareça, por possuir origens totalmente diferentes dos
outros tipos de abuso

Diferentes Manifestações da Violência Doméstica contra Crianças


e Adolescentes

Violência doméstica física

Segundo Azevedo & Guerra (2007) Corresponde ao emprego de força física no


processo disciplinador de uma criança ou adolescente por parte de seus pais (ou
quem exercer tal papel no âmbito familiar como, por exemplo, pais adotivos,
padrastos, madrastas). A literatura é muito controvertida em termos de quais atos
podem ser considerados violentos: desde a simples palmada no bumbum até
agressões com armas brancas e de fogo, com instrumentos (pau, barra de ferro, taco
de bilhar, tamancos etc.) e imposição de queimaduras, socos, pontapés. Cada
pesquisador tem incluído, em seu estudo, os métodos que considera violentos no
processo educacional pais-filhos, embora haja ponderações científicas mais recentes
no sentido de que a violência deve se relacionar a qualquer ato disciplinar que atinja
o corpo de uma criança ou de um adolescente. Prova desta tendência é o surgimento
de legislações que proibiram o emprego de punição corporal, em todas as suas
modalidades, na relação pais-filhos (Exemplo: as legislações da Suécia - 1979;
Finlândia - 1983; Noruega - 1987; Áustria - 1989).

Violência doméstica psicológica


Segundo Azevedo & Guerra (2007), a violência psicológica também designada como
"tortura psicológica", ocorre quando o adulto constantemente deprecia a criança,
bloqueia seus esforços de auto-aceitação, causando-lhe grande sofrimento mental.
Ameaças de abandono também podem tornar uma criança medrosa e ansiosa,
representando formas de sofrimento psicológico.

Pode se manifestar como:


 Isolamento emocional
 Dificuldades de fala ou linguagem
 Ausência de contato olho-a-olho
 Medo (real ou aparente) da vítima em relação ao agressor(es)

Violência sexual

Segundo Azevedo & Guerra (2007), configura-se a violência sexual doméstica como
todo ato ou jogo sexual, relação hetero ou homossexual, entre um ou mais adultos e
uma criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular sexualmente esta criança
ou adolescente, ou utilizá-la para obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou
de outra pessoa. Ressalte-se que em ocorrências desse tipo, a criança é sempre vítima
e não poderá ser transformada em ré. A intenção do processo de Violência Sexual é
sempre o prazer (direto ou indireto) do adulto, sendo que o mecanismo que
possibilita a participação da criança é a coerção exercida pelo adulto, coerção esta
que tem raízes no padrão adultocêntrico de relações adulto-criança vigente em nossa
sociedade... a Violência Sexual Doméstica é uma forma de erosão da infância.

Negligência

Segundo Azevedo & Guerra (2007, a negligência consiste uma omissão em termos
de prover as necessidades físicas e emocionais e uma criança ou adolescente.
Configura-se quando os pais (ou responsáveis) falham em termos de alimentar, de
vestir adequadamente seus filhos, de prover educação e supervisão adequadas, e
quando tal falha não é o resultado das condições de vida além do seu controle. A
Negligência pode se apresentar como moderada ou severa. Nas residências em que
os pais negligenciam severamente os filhos, observa-se, de modo geral, que os
alimentos nunca são providenciados, não há rotinas na habitação e para as crianças,
não há roupas limpas, o ambiente físico é muito sujo com lixo espalhado por todos
os lados, as crianças são muitas vezes deixadas sós por diversos dias. A literatura
registra entre esses pais, um consumo elevado de drogas, de álcool, uma presença
significativa de desordens severas de personalidade. Recentemente, o termo vem
sendo ampliado para incorporar a chamada supervisão perigosa. [Cf. Azevedo, Maria
Amélia e Guerra, Viviane N. de Azevedo (1998:184 e ss). Infância e violência fatal
em família. São Paulo: Iglu]
Violência Doméstica Fatal

Segundo Azevedo & Guerra (2007, a violência fatal é aquela praticada em família
contra filhos ou filhas, crianças e/ou adolescentes, cuja conseqüência acaba sendo a
morte destes. Tem sido denominada, impropriamente, de infanticídio (quando a
vítima é um bebê em suas primeiras horas de vida), assassinato Infantil (homicídio
de crianças no lar ou fora dele), ou filicídio (morte dos filhos praticada por pais
consangüíneos ou por afinidade). A impropriedade desses termos decorre do fato de
serem:
parciais, não cobrindo todo o espectro de vítimas e/ou agressores; genéricos,
misturando, por vezes, sob uma mesma rubrica, mortes ocorridas dentro e fora da
família, ou ainda, conceituações médicas com outras de caráter legal; camuflar dores
da violência subjacente às ações ou omissões fatais praticadas em família

Super-proteção

No caso de super-proteção familiar, os pais/cuidadores da criança muitas vezes são


bem educados; o abuso neste caso é a super-proteção dado à criança, que a isola da
sociedade. Motivos são vários, como alta criminalidade na região ou outro medo
irracional dos pais. Este risco aumenta se a criança e a família vivem em lugares
isolados como uma fazenda, por exemplo.
 Isolamento emocional
 Isolamento da criança em relação à sociedade
 Timidez acima do normal; poucos ou nenhum amigos
 Ótimo desempenho escolar nos primeiros anos escolares, com
posterior queda na adolescência
 Ausência de contato olho-a-olho
 Agressividade dirigida principalmente (ou apenas) contra
pais/cuidadores.
 Dificuldades de fala e linguagem
 Medo de novas relações
 Falta de interesse sexual
 Incapacidade de cuidar-se de si mesmo(a)
 Raramente vai a lugares públicos, com a possível exceção da
escola
“PUBLICADA NO D.O. DE 01.11.2006”

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE


ATO DO SECRETÁRIO

RESOLUÇÃO SES Nº 3163 DE 30 DE OUTUBRO DE 2006.

REGULAMENTA A FICHA DE
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
DE MAUS-TRATOS/ABUSO
SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES E ESTABELECE
SEU FLUXO E AVALIAÇÃO

O SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE, no uso de suas atribuições legais e,

CONSIDERANDO a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por


Acidentes e Violência, aprovada e publicada no Diário Oficial, Portaria GM/MS nº
737, em 16 de maio de 2001;

CONSIDERANDO a Portaria nº 1968/GM publicada no Diário Oficial da União de


26/10/2001, que dispõe sobre a notificação de maus-tratos contra crianças e
adolescentes.

CONSIDERANDO o disposto no Capítulo I do Título II da Lei n° 8.069, de 13 de


julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em especial o art. 13, que
determina a obrigatoriedade de notificação dos casos suspeitos ou confirmados de
maus-tratos contra crianças e adolescentes.

CONSIDERANDO que os casos suspeitos ou confirmados de maus-tratos contra


crianças e adolescentes são agravos de notificação compulsória semanal no
Estado do Rio de Janeiro, segundo as Resoluções SES n.º 2075 de 20/06/2003 e
n.º 1354 de 09 de julho de 1999, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de
Janeiro

CONSIDERANDO o trabalho realizado pela Assessoria de Prevenção de


Acidentes e Violência (APAV), que no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde do
Rio de Janeiro, vem desenvolvendo ações intersetoriais voltadas para atenção às
causas externas, Resolução SES nº 1836, de 05 de julho de 2002;

CONSIDERANDO o Comitê Técnico Intersetorial e Interinstitucional de


Acompanhamento das ações voltadas para Notificação de Maus-tratos/Abuso
sexual contra Crianças e Adolescentes, instituído pela Resolução SES n.º 1420 de
12 de novembro de 1999, coordenado pela APAV, que vem se constituindo como
um instrumento de gestão para avaliar informações sobre maus-tratos contra
crianças e adolescentes,
estimulando, promovendo, acompanhando e realizando estudos, intervenções e
recomendações voltadas para tais agravos;

R E S O L V E:

Art. 1º - Ratificar que serão obrigatoriamente notificados os casos suspeitos ou


confirmados de maus-tratos físicos, psicológicos, sexuais e formas de negligência
contra crianças e adolescentes atendidos na rede pública ou privada de saúde no
âmbito do Estado do Rio de Janeiro, nos termos das Resoluções SES nº 2075 de
20.06.2003 e nº 1354 de 09.07.1999.

Art. 2° - Regulamentar que a notificação de que trata o Artigo 1° deverá ser feita
mediante a utilização da Ficha de Notificação Compulsória de Casos Suspeitos ou
Confirmados de Maus-Tratos/Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes,
constante do Anexo desta Resolução, observadas as instruções e cautelas nele
indicadas para seu preenchimento.

§ 1º - A Ficha é instrumento de informação próprio e atualizado para


comunicação entre Conselho Tutelar e profissional de saúde com relação a casos
suspeitos ou confirmados de maus-tratos contra crianças e adolescentes.

§ 2º - Definir que as Unidades de Saúde serão responsáveis pelo encaminhamento


imediato da Ficha ao Conselho Tutelar da região de residência da criança ou
adolescente, mesmo que em município diferente da unidade onde o atendimento foi
realizado. Da mesma forma, uma outra via da Ficha será encaminhada para a
Secretaria ou Fundação de Saúde do município onde a unidade está localizada.

§ 3º - Regulamentar que as Secretarias ou Fundações Municipais de Saúde


serão responsáveis pelo encaminhamento da Ficha à Secretaria Estadual de
Saúde, via trâmites regulares.

§ 4º - Estabelecer que a APAV será responsável pelo recebimento das Fichas de


Notificação Compulsória de Maus Tratos e pelo seu fluxo no âmbito da Secretaria
Estadual de Saúde.
Art.3º - Estabelecer que o Comitê Técnico Intersetorial e Interinstitucional de
Acompanhamento das ações voltadas para Notificação de Maus-tratos/Abuso
Sexual contra Crianças e Adolescentes ficará responsável pela análise das
informações geradas pelo Sistema e recomendações sobre as ações voltadas para
atenção aos maus-tratos contra crianças e adolescentes no âmbito do Estado do
Rio de Janeiro.

Art. 4º - Informar que a avaliação do Sistema será de competência do Comitê, o


qual poderá sugerir mudanças no processo de notificação compulsória empregada
pelo Sistema.

Art. 5º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas


as disposições em contrário.

Rio de Janeiro 30 de outubro de 2006

GILSON CANTARINO O’DWYER


Secretário de Estado de Saúde

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE


JANEIRO
SUBSCRETARIA DE SAÚDE
SUPERINTENDÊNCIA DE SAÚDE COLETIVA
ASSESSORIA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
VIOLÊNCIA

FICHA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSORIA DE CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE


MAUS-TRATOS / ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
(crianças e adolescentes até 18 anos incompletos, portadores de deficiência mental até 21 anos incompletos)
I - IDENTIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO
Data do atendimento: _____/_____/_____
Unidade:__________________________________________________________
___________________
Endereço da unidade:
__________________________________________________________________
_
Município:
______________________________________________________Tel:
____________________
Profissionais envolvidos no atendimento (incluir categoria
profissional):_______________________________
__________________________________________________________________
____________________

I I- IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA / ADOLESCENTE


Nome: _______________________________________________________ DN: ___/___/___Idade: ______
Sexo: (F) (M) Raça/cor: (branca) (preta) (amarela) (parda) (indígena). Registro na unidade: ___________
Nome da Mãe: __________________________________________________________________________
Nome do Pai: ___________________________________________________________________________
Responsável:_________________________________________________________________________
Acompanhante: ___________________________ Grau de Relacionamento: ________________________
Endereço: _____________________________________________Município:: __________________
Referência para localização: _______________________________________________________________

III - CARACTERIZAÇÃO DOS MAUS-TRATOS (Tipos e prováveis agressores)


Abuso Físico Mãe( ) Pai ( ) Desconhecido ( ) Outros ( )__________
Abuso Sexual Mãe ( ) Pai ( ) Desconhecido ( ) Outros ( )___________
Abuso Psicológico Mãe ( ) Pai ( ) Desconhecido ( ) Outros ( )___________
Negligência Mãe ( ) Pai ( ) Desconhecido ( ) Outros ( )___________

Descrição sumária do ocorrido:


________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

IV - DADOS DO ATENDIMENTO (Incluir observações da anamnese e exame físico que sugiram maus
tratos)___________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

V - CONDUTA, ORIENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E DESTINO DADO AO PACIENTE


________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Ficha encaminhada ao CONSELHO TUTELAR de _________________________________ em _____/_____/_____.

Responsáveis pela notificação: ___________________________________________________________________


Assinatura e carimbo
_________________________________________ ATENÇÃO:
assinatura e carimbo da Direção ver instrutivo atrás da ficha

FICHA DE NOTIFICAÇÃOCOMPULSORIA DE CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS


DE MAUS TRATOS / ABUSO SEXUALCONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

INSTRUTIVO
I -CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Os maus tratos são atos de ação (físicos, psicológicas e sexuais) ou de omissão (negligência)
praticados contra a criança / adolescente sendo capaz de causar danos físicos, sexuais e/ou
emocionais. Estes maus tratos podem ocorrer isolados, embora freqüentemente estejam associados.
Descrever o tipo de maus tratos, segundo a Classificação Internacional de Doenças, 10 0 revisão,
CID10, com os seguintes códigos:
T 74.0 Negligência e Abandono

T74.1 Sevícias Físicas (abuso físico)

T74.2 Abuso Sexual

T 74.3 Abuso Psicológico


Negligência – É o ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente, que apesar de informado e
ter condições, intencionalmente deixa de prover as necessidades básicas para o seu desenvolvimento.
Sevícias Físicas (abuso físico) – É o uso de força praticado por pais ou responsáveis, como o objetivo,
evidente ou não, de ferir e lesar a criança ou o adolescente, deixando ou não marcas da agressão.
Abuso Sexual – Abuso de poder através do qual uma criança ou adolescente é usado para gratificação
sexual de um adulto, ou adolescente mais velho, sendo induzida ou forçada a práticas de cunho sexual,
com ou sem violência. Algumas formas de abuso sexual: carícias e manipulação dos órgãos genitais,
masturbação, voyeurismo, estupro, penetração anal, prostituição infantil, pornografia.
Abuso Psicológico – Dizer, fazer ou exigir algo a criança e/ou adolescente, de modo sistemático que
cause danos conscientes a sua auto-estima e/ou estrutura emocional em formação.

II -ASPECTOS LEGAIS

Art. 13 / Estatuto da Criança e do Adolescente – “Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos


contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar, em sua falta, ao
Juizado da Infância e Juventude na respectiva localidade sem prejuízo de outras providências legais”.
Art. 245 / Estatuto da Criança e do Adolescente - “Deixar o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
se o dobro em caso de reincidência.
Portaria 1968/2001 do Ministério da Saúde – Torna obrigatório o preenchimento da Ficha de
Notificação Compulsória de maus-tratos contra criança e adolescente.
Resoluções SES nºs 1354/1999 e 3163/2006 da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro –
Implantação e regulamentação da Ficha de notificação compulsória de maus-tratos contra criança e
adolescente que deverá ser encaminhada:
1 – Ao Conselho Tutelar e na sua ausência ao Juizado da Infância e Juventude da respectiva localidade;
2 – A Secretaria Municipal de Saúde, que enviará a Secretaria de Estado de Saúde – Rua México 128 / 4º
andar – Centro/RJ – Fax: 2299-9732

Resolução SES nº 2879 de 05/12/2005.- “A coleta do quesito cor e o preenchimento do campo


denominado raça/cor deverá respeitar o critério da autodeclaração do usuário de saúde,
dentro dos padrões utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que
constam nos formulários dos sistemas de informações da saúde (branca, preta, amarela, parda ou
indígena)”.

III -– OBSERVAÇOES:
. Para cada criança ou adolescente atendido deverá ser preenchido uma Ficha.
. Recomendamos manter contato telefônico com o Conselho Tutelar antes do encaminhamento da Ficha.

INSTRUTIVO
I -CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Os maus tratos são atos de ação (físicos, psicológicas e sexuais) ou de omissão (negligência)
praticados contra a criança / adolescente sendo capaz de causar danos físicos, sexuais e/ou
emocionais. Estes maus tratos podem ocorrer isolados, embora freqüentemente estejam associados.
Descrever o tipo de maus tratos, segundo a Classificação Internacional de Doenças, 10 0 revisão,
CID10, com os seguintes códigos:
T 74.0 Negligência e Abandono

T74.1 Sevícias Físicas (abuso físico)

T74.2 Abuso Sexual

T 74.3 Abuso Psicológico


Negligência – É o ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente, que apesar de informado e
ter condições, intencionalmente deixa de prover as necessidades básicas para o seu desenvolvimento.
Sevícias Físicas (abuso físico) – É o uso de força praticado por pais ou responsáveis, como o objetivo,
evidente ou não, de ferir e lesar a criança ou o adolescente, deixando ou não marcas da agressão.
Abuso Sexual – Abuso de poder através do qual uma criança ou adolescente é usado para gratificação
sexual de um adulto, ou adolescente mais velho, sendo induzida ou forçada a práticas de cunho sexual,
com ou sem violência. Algumas formas de abuso sexual: carícias e manipulação dos órgãos genitais,
masturbação, voyeurismo, estupro, penetração anal, prostituição infantil, pornografia.
Abuso Psicológico – Dizer, fazer ou exigir algo a criança e/ou adolescente, de modo sistemático que
cause danos conscientes a sua auto-estima e/ou estrutura emocional em formação.

II -ASPECTOS LEGAIS

Art. 13 / Estatuto da Criança e do Adolescente – “Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos


contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar, em sua falta, ao
Juizado da Infância e Juventude na respectiva localidade sem prejuízo de outras providências legais”.
Art. 245 / Estatuto da Criança e do Adolescente - “Deixar o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
se o dobro em caso de reincidência.
Portaria 1968/2001 do Ministério da Saúde – Torna obrigatório o preenchimento da Ficha de
Notificação Compulsória de maus-tratos contra criança e adolescente.
Resoluções SES nºs 1354/1999 e 3163/2006 da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro –
Implantação e regulamentação da Ficha de notificação compulsória de maus-tratos contra criança e
adolescente que deverá ser encaminhada:
1 – Ao Conselho Tutelar e na sua ausência ao Juizado da Infância e Juventude da respectiva localidade;
2 – A Secretaria Municipal de Saúde, que enviará a Secretaria de Estado de Saúde – Rua México 128 / 4º
andar – Centro/RJ – Fax: 2299-9732

Resolução SES nº 2879 de 05/12/2005.- “A coleta do quesito cor e o preenchimento do campo


denominado raça/cor deverá respeitar o critério da autodeclaração do usuário de saúde,
dentro dos padrões utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que
constam nos formulários dos sistemas de informações da saúde (branca, preta, amarela, parda ou
indígena)”.

III -– OBSERVAÇOES:

. Para cada criança ou adolescente atendido deverá ser preenchido uma Ficha.
. Recomendamos manter contato telefônico com o Conselho Tutelar antes do
encaminhamento da Ficha.

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