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DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE

Desafios Sociopolíticos da Inclusão de Crianças e Adolescentes III


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DESAFIOS SOCIOPOLÍTICOS DA INCLUSÃO DE


CRIANÇAS E ADOLESCENTES III
DESAFIO: EXPLORAÇÃO E ABUSO SEXUAL COMETIDO POR
ATORES HUMANITÁRIOS (PSEA)
O abuso e a exploração sexual de meninos e meninas por trabalhadores humanitá-
rios é um fenômeno que pode ocorrer em emergências humanitárias em âmbito global.
No entanto, esta prática tende a ser invisibilizada, já que crianças e suas famílias, fre-
quentemente, não denunciam devido ao medo, estigma e sentimento de impotência.
Crianças desacompanhadas são amplamente vistas como aqueles com maiores riscos de
serem vítimas, pois, muitas vezes, são visadas pelos perpetradores porque elas não têm
mais a proteção dos pais.
Fonte: https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacom-
panhadas-e-separadas.pdf

Obs.: ou seja, essa é mais uma situação em que o abuso é promovido por pessoas que
deveriam proteger essas crianças e adolescentes. Nesse caso, há um desafio maior
ainda, pois esses menores podem ficar sem saber a quem pedir ajuda.

DESAFIO: TRABALHO INFANTIL


As emergências frequentemente fazem com que famílias percam a sua subsistên-
cia; para crianças desacompanhadas, separadas e indocumentadas que já perderam os
pais, há maior vulnerabilidade para o trabalho infantil como um mecanismo de enfren-
tamento negativo. O trabalho infantil pode se configurar de muitas formas para crian-
ças separadas, desacompanhadas e/ou indocumentadas: exploração e abuso sexual na
forma de sexo por sobrevivência, trabalho diversos, inclusive em suas formas extenuan-
tes quanto à jornada e tipo de atividade, e trabalho doméstico.
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Obs.: exemplo: família procura por uma babá e chama uma menina de 14 anos que mora
no interior para morar com eles e realizar as tarefas domésticas e de cuidados com
as crianças. Muitas vezes, essa menina acaba trabalhando para essa família por
vários anos, sem ter carteira assinada ou a garantia dos seus direitos trabalhistas,
o que poderia ser considerado quase uma condição análoga ao trabalho escravo.

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O trabalho infantil se caracteriza por atividades econômicas e/ou atividades de sobre-


vivência, com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, independente da condi-
ção ocupacional. Crianças separadas, desacompanhadas e/ou indocumentadas podem
ser forçadas ou levadas a trabalhar por razões de necessidade econômica e sobrevivên-
cia ou devido à exploração por seus cuidadores ou outros adultos; elas são particular-
mente vulnerabilizáveis a traficantes e exploradores por causa da ausência dos pais.
Adolescentes separadas/os, desacompanhadas/os e/ou indocumentadas/os que já
são mães e pais ou que são mais velhas e vivem em famílias chefiadas por elas ou por
outras adolescentes podem ser particularmente vulnerabilizados, porque são respon-
sáveis pela sobrevivência da família. O trabalho pode ser perigoso, acarretando riscos
de morte ou deficiência; além disso, impede as crianças de terem garantido o direito
à educação.
Fonte: https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacom-
panhadas-e-separadas.pdf

As piores formas de trabalho infantil são uma classificação adotada por vários
países para definir as atividades que mais oferecem riscos à saúde, ao desenvolvimento
e à moral das crianças e dos adolescentes, determinadas na Lista TIP – Lista das Piores
Formas de Trabalho Infantil.
Todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, como:

• venda e tráfico de crianças;


• sujeição por dívida;
• servidão;
• trabalho forçado ou compulsório (inclusive recrutamento forçado ou obrigatório de
crianças para serem utilizadas em conflitos armados);
• Utilização, demanda e oferta de criança para fins de prostituição, produção de
pornografia ou atuações pornográficas;
• Utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, particular-
mente para a produção e tráfico de entorpecentes conforme definidos nos trata-
dos internacionais pertinentes;
• Trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em que são executados,
podem prejudicar a saúde, a segurança e a moral da criança.
Fonte: https://livredetrabalhoinfantil.org.br/trabalho-infantil/piores-formas/

Tais situações descritas na Lista TIP são consideradas as piores formas de traba-
lho infantil justamente porque constrangem a criança, não reconhecem a sua condição
especial de pessoa em desenvolvimento, bem como expõem as crianças aos mais diver-
sos riscos.
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Cenário atual:

Cerca de 160 milhões de crianças de crianças de 5 a 17 anos foram submetidas ao


trabalho infantil no começo de 2020. Dessas, 63 milhões são meninas e 97 milhões
são meninos.
Além disso, cerca de 10 milhões de crianças e adolescentes são vítimas de escravidão.

DESAFIO: RECRUTAMENTO POR GRUPOS CRIMINOSOS E


ENVOLVIMENTO EM ATOS ILÍCITOS
Muitas crianças e adolescentes separadas/os, desacompanhadas/ os e/ou indocu-
mentadas/os são forçadas a adotar estratégias de sobrevivência que podem aumentar
os riscos do seu envolvimento com organizações criminosas. Elas têm menos probabi-
lidade de ter acesso a informações sobre seus direitos, de ter suas vozes ouvidas e de
terem a oportunidade de tomar decisões sobre seu futuro. É mais provável que elas
tenham dificuldade em terem sua idade identificada e, portanto, possuem dificuldade
em se beneficiar de instrumentos de proteção e benefícios legais associados ao seu
status de criança. Elas também podem ter dificuldades em estabelecer sua identidade,
incluindo a nacionalidade, status de imigração e quaisquer benefícios associados; e ser
mais vulnerabilizáveis a aceitar “soluções” que não podem ser do melhor interesse delas.
Essas vulnerabilidades também podem ser mais pronunciadas para as crianças migran-
tes ou solicitantes de refúgio e aquelas associadas com grupos armados, que podem ser
consideradas como “infratoras” e não vítimas.
Recrutamento de crianças por grupos armados e organizações criminosas é frequen-
temente um elemento de emergências complexas relacionadas a conflito armado, com
consequências desastrosas para crianças, incluindo separação de seus familiares, feri-
mentos/morte, trauma, abuso sexual, estupro e casamento forçado, uso e abuso de

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drogas, e detenção, entre outros riscos. As organizações criminosas têm se aproveitado


da maior vulnerabilidade de crianças e adolescentes separadas/os, desacompanhadas/
os e/ou indocumentadas/os. As organizações controlam a informação e podem dificultar
o acesso de crianças e adolescentes à rede de proteção. Além disso, se utilizam para o
recrutamento: (i) estratégias de persuasão (como oferecimento de presentes e “prote-
ção” /“ajuda” para atravessar a fronteira); (ii) a promessa de “oportunidades” de trabalho
e renda; (iii) a possibilidade de adquirir um “status” e se sentir pertencente a um grupo. A
permanência prolongada em instituições de acolhimento e abrigos também pode favo-
recer o recrutamento dentro desses espaços, algo que foi ganhando força durante a
pandemia de COVID-19 e com o fechamento das escolas. Há possibilidade, ainda, de
adolescentes e jovens se tornarem recrutadores de outros adolescentes.
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Fonte: https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacom-
panhadas-e-separadas.pdf

Obs.: �vale lembrar que esses dados da UNICEF envolvem uma análise feita em escala
mundial. No Brasil, especificamente, esse recrutamento pode envolver, por exemplo,
as milícias e o tráfico de drogas.

DESAFIO: FALTA DE ACESSO À REGULARIZAÇÃO


MIGRATÓRIA E SOLICITAÇÃO DE REFÚGIO
Falta de acesso ao processo de solicitação de refúgio e regularização migratória é
um risco sério em emergências humanitárias relacionadas a deslocamentos forçados
internacionais.
Crianças e adolescentes separadas/os, desacompanhadas/os e/ou indocumentadas/
os podem enfrentar desafios no acesso a esses procedimentos. Elas podem ser afeta-
das por devolução na fronteira e detenção arbitrária, e a falta de identificação e acesso
a serviços adequados para suas necessidades específicas. Crianças e adolescentes sepa-
radas/os, desacompanhadas/os e/ou indocumentadas/os podem não saber sobre ou têm
dificuldade de acesso aos procedimentos para regularização migratória ou solicitação de
refúgio quando estão sem a assistência de pais ou de outros adultos e quando não pos-
suem documentos. A falta de acesso ao processo de solicitação de refúgio e regularização
migratória, somada, muitas vezes, à ausência de documentação, pode colocar crianças
e adolescentes separadas/os, desacompanhadas/os e/ou indocumentadas/os a maiores
risco de violência, tráfico de pessoas, exploração e abuso, incluindo o uso de mecanismos
negativos de enfrentamento, tais como trabalho infantil ou sexo por sobrevivência.
Fonte: https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacom-
panhadas-e-separadas.pdf

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DESAFIO: FALTA DE ESTRUTURA / PREPARO PARA


ATENDIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
DEFICIÊNCIA
Primeiramente, vale destacar que deve existir uma acessibilidade para garantir a
permanência das crianças e dos adolescentes em ambientes escolares, hospitalares e na
própria comunidade.
Além dos obstáculos que todas as crianças com deficiências podem enfrentar em
situações de emergência humanitária, aquelas que estão separadas da família podem
encontrar ainda mais dificuldades, tais como discriminação e a busca contínua para ter
acesso aos cuidados apropriados e apoio. Crianças com deficiência podem se encon-
trar em maior situação de risco de separação familiar; pois, além do risco de receberem
menos informações, podem ter maiores dificuldades de escapar de situações de perigo,
e serem abandonados por suas famílias, particularmente em deslocamento de longas
distâncias.
20m
Crianças e adolescentes separadas/os, desacompanhadas/os e/ ou indocumenta-
das/os com deficiência são geralmente mais vulnerabilizados e possuem maiores desa-
fios para se manterem protegidos, uma vez que eles/as podem perder os dispositivos
de assistência e outros meios de independência ou de acesso para tratamento a longo
prazo. A emergência humanitária também afeta as formas costumeiras de apoio a pes-
soas com deficiência, incluindo crianças. Além disso, crianças com deficiências são espe-
cialmente vulnerabilizados à violência sexual.
Fonte: https://www.unicef.org/brazil/media/27746/file/guia-protecao-de-criancas-desacom-
panhadas-e-separadas.pdf

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Aline Menezes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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