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P.

O Danilo – ECA

Respostas

2) Durante muito tempo, o trabalho infantil no Brasil tem sido tratado ora como consequência
da pobreza, ora como solução para amenizar seus efeitos. A sociedade concordava ou aceitava
que o ideal para as crianças e adolescentes das camadas sociais menos favorecidas seria
aprender uma profissão o quanto antes, de modo a contribuir para a renda familiar e evitar a
possibilidade de ingresso na marginalidade.

Porém, a partir da década de 80, ao surgir um movimento social em favor dos direitos das
crianças e dos adolescentes, esse quadro começa a mudar. A promulgação da Constituição
Federal de 1988; a adoção, em 1989, da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da
Criança; a aprovação, em 1990, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); acabaram por
incluir definitivamente o tema do combate ao trabalho infantil na agenda nacional de políticas
sociais e econômicas.

O fato do Brasil ter adotado uma legislação de proteção e garantia integral dos direitos das
crianças e dos adolescentes, em sintonia com as normas internacionais, também contribuiu
para o processo de diminuição da exploração infantil.

A prática do trabalho infantil é um fenômeno antigo, que se encontra arraigado com uma série
de valores culturais bastante rígidos. Sendo assim, somente a continuidade de um movimento
em defesa dos direitos da criança e do adolescente, por meio de uma ação nacional integrada,
capaz de mobilizar toda a sociedade no combate ao trabalho precoce, será capaz de proteger a
população infanto-juvenil contra qualquer tipo de negligência, exploração, violência, crueldade
e opressão.

3) A prostituição infantil é um tema polêmico e que está longe de ter fim, assim seria
inescrupuloso tentar dizer uma resposta certeira que revelasse o tão esperado fim dessa
prática imoral.

O reconhecimento das crianças como titulares de direitos não bastou para que a sua
dignidade fosse devidamente respeitada, que fossem devidamente protegidas, guardadas, e
que recebessem os devidos cuidados e garantias positivados para que possam desfrutar de
uma vida saudável, e serem adultos normais.

Geralmente, as meninas da classe social menos favorecida têm uma iniciação sexual no
seio da família. E, as instituições que poderiam reverter essa situação são ausentes nas
questões preventivas, bem como na orientação sexual dessas crianças e adolescentes. Os
estudos realizados na área quantificam e categorizam as diferentes formas
de exploração, abuso e exploração sexual infantojuvenil. As pesquisas citam a quantidade
de 500.000 meninas prostituídas, número este que coloca o Brasil em segundo lugar no
mundo, superado apenas pela Tailândia.

Sabe-se que a prostituição infantojuvenil ocorre tanto em grandes centros urbanos como
em comunidades pequenas, principalmente aquelas nas quais se desenvolve alguma
atividade produtiva com a participação de um grande número de homens e que, além
disso, ficam distantes e ou são de difícil acesso, como, por exemplo, os garimpos.
A prostituição infantil adquire, certamente, significados e contornos diferentes dependendo
dos contextos geográficos e sócioeconômicos, por isso se ouve falar em “turismo sexual”
especialmente nas cidades litorâneas, escravização de meninas em zonas de garimpo,
meninas prostituídas em áreas portuárias, porém, todas elas tem em comum o objeto final de
contribuir com a precária renda familiar ou de ter acesso a bens de consumo que não estão
ao seu alcance.

Pode-se afirmar que, não existe prostituição infantil sem que haja no mínimo
um adulto responsável, ou ele é o cliente, que explora os serviços sexuais, ou é
o agente aliciador, que obtém vantagens econômicas. No nosso entender, o tema da
vitimização sexual em família é altamente responsável pela prostituição da criança e
adolescente, mormente de menina porque incide muito mais sobre elas do que sobre
os meninos.

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