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Profa. Educadora Social: Dayane C.

Rossetto
Material disponibilizado para alunos do CAC
“Aprender faz você brilhar no escuro, nunca se canse de brilhar” Profa. Day

ESTUDO SOBRE O TRABALHO INFANTIL

O trabalho infantil é uma terrível realidade que insiste em roubar a infância de


milhões de crianças todo ano. Não falaremos aqui de adolescentes que ajudam a
própria família em negócios familiares ou domésticos em meio período e em
condições satisfatórias de controle do risco. Falaremos aqui da exploração da força de
trabalho infantil e da exposição da criança, geralmente por conta da vulnerabilidade
social, a situações de risco, a condições de trabalho degradantes, a condições
insalubres e a exploração e assédio moral e sexual.
Trabalho infantil na atualidade
O trabalho infantil não é algo novo na história da humanidade. Na Antiguidade e
nas sociedades escravocratas, as crianças trabalhavam desde pequenas. Na Idade
Média, o trabalho infantil era um modo de haver a complementação da renda familiar
da maioria das famílias, que viviam na extrema pobreza. Essa prática ainda foi muito
comum até o início do século XX, quando passa a ser questionada pelo avanço das
discussões sobre o direito universal à educação e os direitos da criança e do
adolescente.

O trabalho
infantil ainda é uma realidade a ser combatida no Brasil e no mundo, em especial nos
países em desenvolvimento. [1]
Apesar de ser uma prática condenável e criminosa na maioria dos países, além de ser
fiscalizado por agências internacionais ligadas à Organização das Nações Unidas
(ONU) por meio do  Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o trabalho
infantil ainda persiste.
Profa. Educadora Social: Dayane C. Rossetto
Material disponibilizado para alunos do CAC
“Aprender faz você brilhar no escuro, nunca se canse de brilhar” Profa. Day

As crianças e os adolescentes que se encontram atualmente em condição de exploração


do trabalho também vivem em situação de vulnerabilidade social. Advindos de
famílias extremamente pobres em locais de alta miséria e desigualdade social, ou até
mesmo órfãs em locais onde não há auxílio efetivo, milhões de crianças e adolescentes
são obrigados a trabalhar.
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Muitas das crianças exploradas têm menos de 10 anos de idade. Elas trabalham em
situações e locais que oferecem riscos à sua saúde e sua integridade física e social,
além de terem sua infância roubada e não terem acesso ao direito universal à educação.
Comumente, crianças e adolescentes explorados exercem
 trabalho doméstico (faxineiras, lavadeiras, cozinheiras, jardineiros e “ajudantes” que
fazem reparos em casas de família);
 trabalho rural (trabalham em lavouras — no Brasil, geralmente são lavouras de cana);
 trabalho na rua (engraxando sapatos, vendendo balas ou limpando vidros de carros nos
semáforos, ou simplesmente fazendo malabarismos e pedindo esmolas);
 trabalho perigoso no campo (geralmente localizado em carvoarias, olarias e minas);
 a exploração sexual de crianças e adolescentes. 
Essa última é uma das piores formas de exploração infantil, pois, além
das sequelas tradicionais  (perda da infância, exclusão educacional e danos à saúde),
ainda provoca danos psicológicos irreversíveis nas crianças e adolescentes que são
submetidas a tal situação. A exploração sexual infantil ocorre quando uma criança ou
um adolescente é forçado a desenvolver práticas sexuais em troca de dinheiro,
presentes ou algum tipo de benefício ao explorador.

O trabalho
infantil expõe as crianças e os adolescentes a danos físicos e psicológicos, além de
roubar-lhes o direito à educação e à infância. [2]
Profa. Educadora Social: Dayane C. Rossetto
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“Aprender faz você brilhar no escuro, nunca se canse de brilhar” Profa. Day

Segundo a convenção 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)|1|,


trabalho infantil é aquele realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima
de contratação exposta pela legislação local. Em caso de lugares onde os menores
podem trabalhar, desde que cumpridos certos requisitos, o trabalho infantil é aquele
que fere tais regras excepcionais.
Trabalho infantil no mundo
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência ligada à ONU, lança há
algumas décadas medidas de erradicação do trabalho infantil no mundo. Os países
signatários dos tratados de medidas de erradicação do trabalho infantil comprometem-
se a criminalizar, fiscalizar e punir quem utiliza de mão de obra infantil e quem é
responsável pela exploração das crianças. No entanto, o mundo ainda está longe de
erradicar essa prática.
De acordo com a OIT, em levantamento de 2016|2|, 152 milhões de crianças e
adolescentes entre cinco e 17 anos de idade estavam sendo obrigados a
trabalhar no mundo. Segundo o mesmo levantamento, 40 milhões de pessoas eram
vítimas do trabalho análogo à escravidão (a chamada escravidão moderna), sendo que
em torno de 10 milhões desse contingente eram menores.
A maioria das vítimas infantis do trabalho escravo no mundo era de meninas (em
torno de 71%), sendo que a maioria delas era explorada sexualmente (em torno de
99% das vítimas de exploração sexual eram mulheres e meninas).

As meninas
são maioria nos índices de exploração do trabalho infantil por conta da exploração
sexual. [3]
Trabalho infantil no Brasil
Profa. Educadora Social: Dayane C. Rossetto
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Apesar de o Brasil ser um dos países que assumiu, junto à OIT e à ONU, o
compromisso de erradicar o trabalho infantil até o ano de 2025, ainda temos muito o
que fazer para erradicar de vez tal prática em nosso território. O primeiro passo já foi
dado por aqui desde 1990, com a promulgação do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), que proíbe o trabalho infantil, e com a Constituição Federal de
1988, que criminaliza a exploração do trabalho infantil.
Apesar da atual legislação, a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios
(PNAD) do IBGE de 2016|3| mostrou que o Brasil tinha em torno de 1,8 milhão de
crianças e adolescentes trabalhando. Desses:
 apenas cerca de 800 mil estavam contratados de acordo com as regras de contratação
de menores em nosso país, o que não configura exploração;
 cerca de 808 mil adolescentes entre 14 e 17 anos trabalhavam sem carteira assinada;
 cerca de 190 mil crianças menores de 14 anos estavam trabalhando.
Trabalho infantil segundo o ECA
Segundo o ECA e a legislação brasileira, é vedada a contratação de menores de 14
anos de idade. Adolescentes entre 14 e 17 anos podem trabalhar, desde que tenham
sua carteira assinada e trabalhem em uma categoria de registro especial, a de menor
aprendiz, na qual eles possam aprender um ofício e trabalhar por meio período, para
que não haja prejuízo dos estudos. Eles também devem estar matriculados e
frequentando a escola e não podem desenvolver atividades de risco, atividades
degradantes e trabalho noturno.

FONTE: SITIO: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/trabalho-infantil.htm


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POEMA RUTH ROCHA: OS DIREITOS DAS CRIANCAS


Toda criança do mundo deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome


Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer nem questão de concordar


Os direitos das crianças todos tem de respeitar.

Direito de perguntar… ter alguém pra responder.


A criança tem direito de querer tudo saber.
A criança tem direito até de ser diferente.
E tem que ser bem aceita seja sadia ou doente.

Tem direito à atenção


Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas a criança também tem o direito de sorrir.


Correr na beira do mar, ter lápis de colorir…

Ver uma estrela cadente, filme que tem robô,


Ganhar um lindo presente, ouvir histórias do avô.

Descer no escorregador, fazer bolha de sabão,


Sorvete, se faz calor, brincar de adivinhação.

Morango com chantilly, ver mágico de cartola,


O canto do bem-te-vi, bola, bola, bola bola!

Lamber fundo de panela


Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas, montar um jogo de armar,


Amarelinha, petecas, e uma corda de pular.
Profa. Educadora Social: Dayane C. Rossetto
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“Aprender faz você brilhar no escuro, nunca se canse de brilhar” Profa. Day

Um passeio de canoa, pão lambuzado de mel,


Ficar um pouquinho à toa… contar estrelas no céu…

Ficar lendo revistinha,


Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cachorro quente.

Festejar o aniversário, com bala, bolo e balão!


Brincar com muitos amigos, dar uns pulos no colchão.

Livros com muita figura,


Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura…
Alguem para querer bem…

Festinha de São João, com fogueira e com bombinha,


Pé de moleque e rojão, com quadrilha e bandeirinha.

Andar debaixo de chuva,


Ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva,
Sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro,


Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.

Ter tempo pra fazer nada, ter quem penteie os cabelos,


Ficar um tempo calada… Falar pelos cotovelos.

E quando a noite chegar, um bom banho, bem quentinho,


Sensação de bem estar… de preferência com colinho.

Uma caminha macia,


Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar…

Embora eu não seja rei, decreto, neste país,


Que toda, toda criança tem direito a ser feliz!
Profa. Educadora Social: Dayane C. Rossetto
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CATA VENTO

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