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O PAPEL DO CONSELHEIRO TUTELAR

NO COMBATE AO TRABALHO INFANTIL

Gabriela Porto
Senac 2023
• https://www.youtube.com/watch?v=g4YvtSTOvzU

• > A diretora da escola da Mariazinha acionou você, como proceder nesta situação?
VOCÊ JÁ OUVIU ALGUMA DESSAS EXPRESSÕES?

• 1 - “O trabalho dignifica o homem”


• 2 - “É melhor estar trabalhando do que estar roubando”
• 3 - “Eu também trabalhava quando era criança e não há qualquer problema”
• 4 – “Trabalhar não faz mal a ninguém”
• 5 – “Trabalhar forma o caráter da criança”
TRABALHAR NÃO FAZ MAL A
NINGUÉM?

• Você conhece alguém que tenha alguma sequela ou algum prejuízo de saúde
causado em decorrência do trabalho?
• Entre 2007 e 2017, 40.849 crianças sofreram acidentes de trabalho, sendo 24.654 de
forma grave, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan) do Ministério da Saúde. Outras 236 crianças e adolescentes perderam a vida
nesse período. Entre 2016 e 2018, houve 3.681 acidentes graves a membros
superiores ou inferiores e sete crianças e adolescentes perderam de maneira traumática
a própria mão.
• Não é a toa que hoje temos tantos equipamentos de segurança do trabalho. Logo, se
o trabalho pode prejudicar a saúde de um adulto, será ainda mais prejudicial para a
saúde de uma criança que ainda está em desenvolvimento físico e psíquico. Além do
mais os instrumentos utilizados para desenvolver atividades laborais são pensados e
construídos para adultos.
• O trabalho infantil é um fenômeno social presente em toda a história do Brasil. Entre os
séculos XVI e XIX, crianças de origem indígena e africana também foram submetidas à
escravidão, assim como suas famílias. O mesmo aconteceu com os filhos dos trabalhadores
livres, que ingressaram cedo em atividades do campo e da cidade.
• O Brasil tem 518 anos de história – e mais de 350 deles imersos no regime escravocrata. Na
época da escravidão, as crianças não eram vistas com o conceito etário que temos hoje, nem
aqui nem na Europa: elas eram objetos de exploração, tratadas como pequenos adultos.
Quando o país começou a se industrializar, nos séculos XIX e XX, muitas foram trabalhar em
atividades fabris de diversos ramos, assim como em novas atividades do setor terciário
(comércio de bens e prestação de serviços).
• Dessa forma é correto afirmar que o trabalho infantil ainda é uma questão cultural, onde
crenças da sociedade acabam contribuindo para a prática do trabalho e da exploração infantil.
• Até a década de 1980, havia praticamente um consenso na sociedade brasileira, sobre o
trabalho ser positivo para crianças excluídas. “É melhor trabalhar do que ficar na rua” ou
“trabalhar forma o caráter da criança” eram algumas frases comumente reproduzidas tanto
pela elite, quanto pelas classes mais pobres.
• As consequências são inúmeras. Uma família onde o ciclo do trabalho infantil se repete de geração
em geração dificilmente consegue romper a perpetuação da pobreza. Em famílias de baixa renda e
com grande quantidade de filhos, há maior chance de crianças e adolescentes trabalharem para
complementar a renda dos pais. Conforme as crianças crescem, o consumo próprio passa a ter um
peso maior na decisão, uma vez que a família não consegue prover acesso ao lazer, por exemplo.

• A má qualidade da educação também influencia no trabalho infantil. Quanto menor a renda e a


escolaridade da família, maior é o risco de ingresso precoce no mundo do trabalho. Quando trabalha,
a criança tem seus estudos prejudicados ou até mesmo deixa a escola. Se a família acredita que a
escola pouco agrega ou oferece poucas perspectivas, a possibilidade de evasão escolar aumenta e as
crianças e adolescentes ingressam no mercado de trabalho precocemente.

• O relatório da Unicef Fora da Escola Não Pode – o Desafio da Exclusão Escolar aponta que entre
os adolescentes de 15 a 17 anos que trabalham, 26% estão fora da escola. Entre os que não
trabalham, o índice é de 14%. Por isso os investimentos na educação e na proteção social são muito
relevantes no combate ao trabalho infantil.
ANALISAR AS SEGUINTES
REPORTAGENS

• https://g1.globo.com/ba/bahia/carnavalnabahia/noticia/2023/03/02/mte-retira-24-criancas-e-adolescentes-do-tr
abalho-infantil-nos-circuitos-do-carnaval-de-salvador.ghtml

• https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/02/03/metalurgica-e-autuada-por-exploracao-de-trabalh
o-infantil-em-caxias-do-sul.ghtml
• https://globoplay.globo.com/v/11378757/

• O Conselho Tutelar deve fiscalizar bares, festas e eventos?


• A criança ou o adolescente que estiver consumindo bebida alcoólica ou que estiver fumando não está cometendo um
crime, pois o crime consiste em vender, ofertar bebida alcoólica, cigarros ou entorpecentes a crianças e adolescentes.
243 ECA
• Quem tem que dar o flagrante em uma situação onde um adulto esteja vendendo bebida alcoólica para uma criança é a
autoridade policial, e o flagrante deve ser realizado no adulto que está vendendo, ofertando, a substância à
criança/adolescente e não na criança/adolescente que está consumindo.
• Ofício 259/2006 CONANDA =  Assim é que não compete ao Conselho Tutelar fiscalizar bares, festas,
motéis, shows e congêneres, onde eventualmente possam se fazer presentes adolescentes
desacompanhados dos pais ou dos responsáveis. Nestes casos, a competência de fiscalizar e tomar
as possíveis medidas cabíveis, dentro da legalidade é dos órgãos que por previsão legal, têm “poder
de polícia” para realização de tal mister.

Leia mais: 
https://sersocial-consultoria.webnode.com.br/news/de-acordo-com-o-conanda,-n%C3%A3o-compete-ao-con
selho-tutelar-fiscalizar-,-bares,-festas,-moteis-e-shows-/
O QUE É TRABALHO INFANTIL?

• Trabalho infantil é toda forma de trabalho realizado por crianças e adolescentes


abaixo da idade mínima permitida, de acordo com a legislação de cada país.
• No Brasil, o trabalho é proibido para quem ainda não completou 16 anos, como
regra geral.
• Quando realizado na condição de aprendiz, é permitido a partir dos 14 anos.
• Se for trabalho noturno, perigoso, insalubre ou atividades da lista TIP (
piores formas de trabalho infantil), a proibição se estende aos 18 anos incompletos.

• https://livredetrabalhoinfantil.org.br/trabalho-infantil/piores-formas/
• a) até 13 anos – proibição total;

b) entre 14 a 16 anos – Admite-se uma exceção: trabalho na condição de aprendiz
> aprendiz
• (manual para contratar um aprendiz: https://livredetrabalhoinfantil.org.br/wp-
content/uploads/2017/02/aprendizagem_pub_manual_aprendiz_.pdf)

c) entre 16 e 17 anos – permissão parcial. São proibidas as atividades noturnas,
insalubres, perigosas e penosas, nelas incluídas as 93 atividades relacionadas no 
Decreto n° 6.481/2008 (lista das piores formas de trabalho infantil), haja vista
que tais atividades são prejudiciais à formação intelectual, psicológica, social e/ou
moral do adolescente.
PRINCIPAIS CAUSAS DO TRABALHO
INFANTIL

• I – Pobreza;
• I – Má qualidade da educação.
• I – Questões culturais
• A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre Trabalho de Crianças e
Adolescentes, com dados de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), aponta que 1,768 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham
em todo o território nacional, o que representa 4,6% da população (38,3 milhões)
nesta faixa etária.
• De acordo com o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
(FNPETI), entre os anos de 2016 a 2019, o contingente de crianças e adolescentes
trabalhadores infantis no Brasil caiu de 2,1 milhões para 1,8 milhão. Não foram
divulgados dados regionais e por unidades da Federação

• https://livredetrabalhoinfantil.org.br/mapa-do-trabalho-infantil/trabalho-infantil-no-
rio-grande-do-sul/
E O T R A B A L H O I N FA N TI L A RT Í S T I C O ?

• O art. 8º da Convenção 138 da OIT admite, em casos excepcionais, a participação


de crianças e adolescentes em representações artísticas, com autorização judicial.
O alvará deverá fixar o número de horas e as condições nas quais a atividade pode
ser exercida.

• Mas até que ponto a fama e o glamour podem ser prejudiciais ao


desenvolvimento da infância?
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA:

• Agora em época de páscoa é comum verificarmos crianças e adolescentes em alguns pontos


da cidade vendendo cestinhos, objetos decorativos... É comum também que a sociedade e
até mesmo autoridades exijam que o Conselho Tutelar esteja nesses locais coibindo essa
prática.

• Então imagine que determina pessoa ao verificar um grupo de crianças com faixa etária de
4 a 10 anos de idade estão na Avenida Brasil esquina com a av. 7 de setembro abordando
pedestres para vender cestinhas de vime produzidas por suas famílias. Como deve agir o
conselho tutelar diante dessa denúncia?
• Imagine que você na condição de conselheiro tutelar recebeu a denúncia de que
existe um grupo de crianças de 5 a 12 anos vendendo abacaxi de casa em casa
nos bairros da cidade.

• Imagine agora que você recebe a denúncia de que determinada vinícola com
filial no seu município está utilizando mãe de obra infantil dentro da empresa.

• Imagine que chegou até você a denúncia de que existem crianças e adolescentes
pedindo dinheiro para cuidarem de carros que estão estacionados na rua.

• E por fim, imagine que você recebe a denúncia de que um grupo de crianças e
adolescentes estão em situação de mendicância na avenida Brasil.
RESOLUÇÃO 109/2009 CNAS – CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL:
S E RV I Ç O E S P E C I A L I Z A D O E M A B O R D A G E M S O C I A L

• Serviço ofertado de forma continuada e programada com a finalidade de assegurar


trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência
de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua,
dentre outras. Deverão ser consideradas praças, entroncamento de estradas, fronteiras,
espaços públicos onde se realizam atividades laborais, locais de intensa circulação de
pessoas e existência de comércio, terminais de ônibus, trens, metrô e outros. O Serviço
deve buscar a resolução de necessidades imediatas e promover a inserção na rede de
serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva da garantia
dos direitos.
A ABORDAGEM E AS PROVIDÊNCIAS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES QUE SE ENCONTREM EM SITUAÇÃO DE TRABALHO
INFANTIL CABE A ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO (NO NOSSO
MUNICÍPIO É O CREAS, EM UM MUNICÍPIO QUE NÃO TEM CREAS
SERÁ ATRIBUIÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR TOMAR AS PROVIDÊNCIAS).

H T T P S : / / W W W. M D S . G O V. B R / W E B A R Q U I V O S / P U B L I C / R E S O L U C A O _ C N A S _ N 1 0 9 _ % 2 0 2 0 0 9 . P D F
P. 2 1

O CONSELHO TUTELAR É O ÓRGÃO QUE TE O DEVER DE ZELAR


PELO DIREITO E NÃO DE FAZER CUMPRIR O DIREITO.
MAS ENTÃO QUAL É O PAPEL DO
CONSELHO TUTELAR?
H T T P S : / / P R E F E I T U R A . P B H . G O V. B R / S I T E S / D E FA U LT / F I L E S / E S T R U T U R A - D E - G O V E R N O / S M A S
AC/ASSISTENCIA-SOCIAL/DIVERSOS%20CMDCA/CONSELHOS%20TUTELARES/01501012REQ
U I S I C A O D E S E RV I C O P U B L I C O . P D F
ART. 131. O CONSELHO TUTELAR É ÓRGÃO PERMANENTE E
AUTÔNOMO, NÃO JURISDICIONAL, ENCARREGADO PELA
SOCIEDADE DE ZELAR PELO CUMPRIMENTO DOS DIREITOS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE , DEFINIDOS NESTA LEI.

• Neste caso zelar pelo cumprimento dos direitos é exigir que a assistência social cumpra seu
papel, ou seja, o CREAS tem uma equipe de técnicos que vão realizar a abordagem e tomar
todas as providência.

• AO RECEBER UMA DENÚNCIA DE EXPLORAÇÃO DE TRABALHO INFANTIL


CABE AO CONSELHO TUTELAR REQUISITAR A ABORDAGEM DO CREAS.
• Como geralmente a situação de trabalho infantil não é a única violação de direito que
ocorre na vida dessa criança/adolescente, por isso o conselheiro poderá ter o dever de
tomar outras medidas, como verificar a situação escolar.
• Imagine agora que o Ministério Público enviou ao Conselho
Tutelar um pedido para que verifique se os adolescentes acima
de 16 anos que trabalham em determinada empresa estão
protegidos (se estão efetuando um trabalho penoso, insalubre...)
Como você na condição de conselheiro tutelar que recebeu esse
pedido deve agir?

• https://www.youtube.com/watch?v=SyXcXe_lEFA
AUDITOR OU FISCAL DO TRABALHO

• A atribuição de fiscalizar se o trabalho executado pelos empregados menores


de 18 anos é do auditor ou fiscal do trabalho, é esse profissional que tem o
conhecimento necessário para verificar se determinada atividade é penosa,
insalubre, insegura...
PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO
TRABALHO INFANTIL

• As consequências do trabalho infantil na vida de crianças e adolescentes são inúmeras.


Além de muitas vezes reproduzir o ciclo de pobreza da família, o trabalho infantil prejudica a
aprendizagem da criança, quando não a tira da escola e a torna vulnerável em diversos
aspectos, incluindo a saúde, exposição à violência, assédio sexual, esforços físicos intensos,
acidentes com máquinas e animais no meio rural, entre outros.
• A vivência plena da infância é essencial para o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional
e social das crianças, impactando diretamente na construção de uma vida adulta saudável. O
que acontece nesta etapa do desenvolvimento pode gerar traumas irreversíveis.
• Além de serem privadas de uma infância plena, com sonhos, brincadeiras e educação, as
crianças que trabalham carregam graves consequências para a vida adulta, como impactos
físicos, psicológicos e econômicos, além da perpetuação do ciclo da pobreza, repetido de
geração a geração.
IMPACTOS FÍSICOS

• A criança e o adolescente que trabalham estão altamente expostos a situações de risco, acidentes e 
problemas de saúde relacionados ao trabalho. O cansaço, distúrbios de sono, irritabilidade, alergia e
problemas respiratórios também estão na lista das consequências físicas do trabalho infantil, pois
alguns deles exigem esforço físico extremo, como carregar objetos pesados ou adotar posições que
prejudicam o crescimento, ocasionando lesões na coluna e produzindo deformidades.
• Na indústria, muitas vezes meninos e meninas não apresentam peso ou tamanho para o uso de
equipamentos de proteção ou ferramentas de trabalho destinados a adultos, levando à acidentes que
podem causar mutilação de membros ou até o óbito.
• No trabalho rural, as crianças estão expostas a ferimentos cortantes, queimaduras e acidentes com
animais peçonhentos. Por ter menos resistência que os adultos, também estão mais suscetíveis a
infecções e lesões.
IMPACTOS PSICOLÓGICOS

• Quando a criança é responsável por uma parte significativa da renda familiar, há uma
inversão de papéis, o que pode dificultar a inserção dela em outros grupos sociais da
mesma faixa etária, porque os assuntos e responsabilidades vão além da idade
adequada. Outras consequências do trabalho infantil são os abusos físico, sexual e
emocional sofridos pelas crianças e adolescentes interferem não apenas na saúde, mas
também no âmbito emocional, ocasionando o desenvolvimento de doenças psicológicas.
• Os trabalhos que se enquadram na categoria de piores formas podem causar
consequências ainda mais graves, no caso de trabalhos relacionados ao tráfico e
exploração sexual, trazendo consequências negativas de ordem psicológica e de
autoestima.
IMPACTOS ECONÔMICOS

• O 
Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhad
or
 aponta que quanto mais precoce é a entrada no mercado de trabalho, menor é a renda obtida ao
longo da vida adulta. Esse sistema mantém os altos graus de desigualdade social.
• De acordo com o estudo 
Trabalho Infantil e Adolescente: impacto econômico e os desafios para a inserção de jovens no merca
do de trabalho no Cone Sul
, no caso de jornadas de 36 horas semanais, a evasão escolar pode chegar a 40%. Para a mesma
carga de trabalho, a queda no rendimento varia de 10% a 15%, dependendo da série. O desinteresse
pelos estudos compromete, no futuro, o ingresso no mercado de trabalho.
• O trabalho afeta a capacidade da criança para frequentar a escola e aprender, tirando dela a
oportunidade de realizar plenamente seus direitos à educação, lazer e desenvolvimento. Uma vida
saudável ajuda na transição para a vida adulta bem-sucedida, com trabalho digno, após a conclusão
CICLO DE POBREZA

• Com poucas oportunidades de estudar, a criança que trabalha geralmente reproduz o perfil de outras gerações
da família, que também trabalharam na infância. Sem a conscientização e direito a novas oportunidades que
deveria ser garantido por meio de políticas públicas, dificilmente as crianças com este perfil conseguem romper
o ciclo da pobreza e miséria de suas famílias.
PRINCIPAIS AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO E
ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL NO BRASIL

• O Brasil ratificou diversas Convenções e recomendações internacionais que são importantes


instrumentos de direito internacional incorporadas ao ordenamento jurídico interno, como as
Convenções nº 138 (idade mínima) e 182 (piores formas) e as Recomendações nº 146 e 190
OIT.
• Nossa legislação tanto constitucional quando a infraconstitucional é considerada uma das
mais completas do mundo, mas sabemos que apenas leis não são suficientes para garantir
que crianças e adolescentes tenham seus direitos assegurados. Há necessidade de
implementação de politicas públicas eficientes e da consolidação de uma rede nacional de
prevenção e erradicação do trabalho infantil e de proteção ao trabalho adolescente.
• Veremos alguns programas de maior notoriedade na erradicação do trabalho infantil no país:
PROGRAMA INTERNACIONAL PARA
ELIMINAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL - IPEC

• O IPEC foi adotado pelo Brasil desde a sua criação em


1992 e tem como objetivo introduzir a erradicação do
trabalho infantil na agenda das políticas nacionais e
promover programas concretos.
• No Brasil, dezenas de entidades aderiram às dire4trizes do
IPEC como o CONANDA, a CUT, o Ministério Público do
Trabalho, órgãos governamentais federais, estaduais e
municipais...
PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL -
PETI

• Foi um programa que funcionou como um incentivo às famílias que tiveram incidentes
de trabalho infantil. Ou seja, uma família que teve uma criança envolvida em trabalho
infantil. Essa família passa a receber uma ajuda mensal do governo que tem como
requisitos que essa criança esteja matriculada e frequentando escola, tenha
acompanhamento de saúde (vacinas, nutricional...).
• Esse programa foi comparado ao programa “Bolsa Família”
• Crítica OIT p. 218
FÓRUM NACIONAL DE PREVENÇÃO E ERRADICAÇÃO DO
TRABALHO INFANTIL - FNPETI

• https://fnpeti.org.br/
• https://fnpeti.org.br/media/foruns/relatorios/pnadc/estudo_pnadc2019_RS.pdf
FUNDABRINQ

• Foi fundada em 1990 por empresários ligados à Associação Brasileira de fabricantes de Brinquedos.
• https://www.fadc.org.br/

• Selo “Empresa Amiga da Criança” - As empresas para conseguirem esse “selo” precisam atender a determinados
requisitos:
• Não explorar o trabalho infantil e não permitir em sua cadeia produtiva;
• Promover a formação profissional e acesso ao emprego protegido para adolescentes;
• Realizar ações sociais em benefício de crianças e adolescentes.
O PLANO NACIONAL DE PRECENÇÃO E ERRADICAÇÃO
DO TRABALHO INFANTIL E PROTEÇÃO AO
TRABALHADOR ADOLESCENTE

• https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2018/novembro/lancado-3o-plano-nacional-de-prevencao-e-erradicaca
o-do-trabalho-infantil/copy_of_PlanoNacionalversosite.pdf

• Elaborado em 2004 pelo Ministério do Trabalho, o plano desenvolve


diretrizes na erradicação do trabalho infantil, diagnóstico da situação no
Brasil, dimensões estratégicas e problemáticas prioritárias, visão de futuro,
plano de ação, ações de gestão, monitoramento e avaliações.
MATERIAIS EXTRAS

• https://www.redepeteca.com/
• https://livredetrabalhoinfantil.org.br/mapa-do-trabalho-infantil/trabalho-infantil
-no-rio-grande-do-sul/
• https://livredetrabalhoinfantil.org.br/
• https://www.youtube.com/watch?v=AaRLn_0418g
ATIVIDADE

• Um grupo vai propor a outro grupo uma situação hipotética onde o Conselho tutelar recebeu uma denúncia e
precisa analisar como agir.

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