Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivo dos artigos: Um artigo conta uma história, e uma história deve despertar a
curiosidade do leitor. No entanto, deve ser feita de forma sucinta, objetiva e seguindo uma
lógica coerente. Para organizar uma história coerente, a estrutura indicada é o IMRaD.
A sessão “introdução” deve ser escrita inspirada na sessão de resultados e discussão, por isso
acaba sendo escrita depois.
Pensar como um “naysayer”: Ter atitudes críticas para seus artigos. Onde um crítico poderia
achar uma falha. Leia seu artigo procurando os problemas.
TÍTULO
O título já é uma boa orientação de tema e de ênfase para o leitor, afinal pode ajudar a
“orientar” o leitor a respeito das informações mais importantes do artigo. Por isso é
importante que exista coesão tanto entre o título e o resumo, quanto entre o título e artigo
em geral.
INTRODUÇÃO
“Conversa” do autor com o campo de pesquisa deve acontecer ao longo do artigo. É
importante, ao escrever, saber e deixar claro qual é o debate em que você está entrando, qual
é o diálogo que ocorre dentro da área de pesquisa. Assim, é ainda mais importante
contextualizar a pesquisa e encontrar/deixar clara a maneira como os dados e discussão
dialogam com o campo mais amplo.
Quanto mais você consegue identificar e mostrar os problemas, mais você consegue vender o
seu produto. Ou seja, quanto mais o artigo mostra o problema e a lacuna na área, mais
evidente fica a relevância dele (mais fácil fica de “vender seu peixe”, de mostrar como a sua
pesquisa é importante e está suprindo um problema na área de pesquisa).
Hoey’s problem solution pattern
Essa estratégia ajuda a transformar a história do artigo em um diálogo, através de perguntas e
respostas (Hoey, 2000).
1. Situação: background. Não tem ligação direta ou imediata com o problema ou a solução. “I
was once a language teacher”. Não necessariamente desperta a curiosidade no leitor.
2. O problema: O gatilho, o ponto mais importante. “Students were unable to write their own
names”. “Unable”, estudantes foram incapazes, identifica o problema na situação, ou seja,
essa palavra é o gatilho. Agora, o leitor já tem curiosidade para saber o que foi feito a respeito
desse problema. Normalmente esse gatilho é uma palavra negativa. O problema normalmente
já chama a resposta.
3. Resposta: A reação, o que foi feito a respeito do problema. “I taught them text analysis”.
4. Resultado: O “outcome” da resolução do problema, o que aconteceu: “Now they all write
novels”. Qual o impacto da solução do seu problema na sociedade, o que aconteceu de
impacto no contexto geral quando a resposta ao problema foi aplicada.
MÉTODO
Apesar de não existir uma “fórmula” que sirva para todas as áreas do conhecimento, o
método é a sessão que valida os resultados e a discussão. Afinal, os dados são sempre um
artefato do método, portanto, o método traz a justificativa para a validação dos dados.
Neuropsicologia:
RESULTADOS
Neuropsicologia: em geral, os artigos iniciam sua sessão de resultados enfatizando os dados
referentes aos dados demográficos e clínicos obtidos a partir da amostra. Apesar de a
metodologia fornecer ideias sobre o tipo de população que encontramos nos resultados, é
neste início que se caracteriza objetivamente a amostra, com relação à distribuição de sexo,
idade, patologias e outros dados que possam ser relevantes para o prosseguimento do item
dos resultados. Nota-se assim que a seção é planejada para facilitar a compreensão, indo de
resultados mais básicos até mais específicos conseguidos pelo estudo.
Tabelas
1. Quando usar tabelas?
Quando há dados repetitivos. Tabelas que utilizam muitas linhas ou muito espaço para
fornecer poucas informações, dados de poucas observações que são facilmente substituíveis
por um parágrafo ou algumas linhas de texto são irrelevantes. Se há uma tabela, significa que
as informações contidas nela são essenciais para o entendimento do artigo, por isso é
importante pensar bem nas escolhas a respeito dos dados a ser inseridos.
FIGURAS
A mesma regra para tabelas se aplica à figuras: apenas usar figura se esta central e relevante
para a discussão do artigo.
DISCUSSÃO
Lembrando-se da estrutura do I.M.R.a.D.: a discussão, sessão que vem logo após os resultados,
é mais ampla. Assim como a introdução, a discussão é complexa e trabalhosa para ser escrita.
Segundo Flowerdew (1999), algumas partes da escrita são mais problemáticas. As mais fáceis
são metodologia e resultados, sessões mais “formulaicas”, que seguem os mesmos formatos.
As partes da introdução, discussão e conclusão são mais problemáticas por terem um estilo de
escrita mais persuasivo, em que a voz do autor deve aparecer com mais clareza (voz autoral).
CONCLUSÃO
Assim como na fala, a escrita da conclusão precisa vir seguida de “sinais”. Muitas publicações
aceitam que a conclusão esteja junto da discussão; outras requerem uma seção separada para
conclusão.
exemplos de conclusões: como elementos foram usados para sinalizar o fim do trabalho,
diferentes usos de hedging.
Questões Linguisticas
O que torna o texto claro?
Coesão
É micro textual: uso de elementos coesivos e gramaticais (conectivos, pontuação e ortografia)
de forma lógica. Relações de sentido são manifestadas por conectivos ou elementos de
coesão. Considerando a coesão, a escolha das palavras é muito importante.
Tipos de coesão: Utilizar esses três tipos de coesão ajuda a tornar o texto acadêmico mais
harmônico. Muitas vezes são pequenas palavras que acrescentam a coesão, e tornam o texto
mais rico – menos pobre e repetitivo.
Coerência
É macro textual: conjunto harmônico em que todas as partes se encaixam de maneira
complementar. Texto apresenta lógica e ideias bem concatenadas. Um texto coerente é um
conjunto harmônico, nada destoante, nada ilógico contraditório ou desconexo.
Níveis de coerência:
Narrativa: Progressão de ações. Há uma lógica entre ações e personagens. Há uma
gradação coerente dos fatos, que foram se mudando até a questão explodir.
Figurativa: Articulação harmônica das figuras do texto. Exemplo da figurativização da
palavra solidão.
Argumentativa: argumentos (fatos, opiniões, dados) que fazem o autor inferir uma
determinada conclusão.
Deixar o texto “descansar” por alguns dias ou horas – é interessante deixar “de molho”
para voltar para o texto com o olhar mais fresco. Muitas vezes, neste caso, é possível
perceber que faltam alguns elementos de coesão e coerência que passariam
despercebidos sem essa revisão em momento posterior.
Pedir para algum amigo ou conhecido ler para verificar se o texto faz sentido , segue
uma sequência lógica. Às vezes é bom que o amigo nem seja da mesma área, para
perceber se o texto está ‘didático’ – explicando referências.
Escrever um texto acadêmico é como contar uma história. Então, introduzir elementos
nos textos é como introduzir personagens, e é importante deixar clara a importância de cada
personagem para a narrativa. Quando um assunto é introduzido, deve ter um propósito para o
texto como um todo, e não deve “ficar perdido” sem ser retomado com uma conexão clara
com o resto do texto.
Ao achar algum elemento que está “sobrando” e comprometendo a coerência, não jogar
fora estes elementos, e sim contextualizá-los de uma forma que eles façam sentido,
introduzindo outros elementos lógicos (outros ‘personagens’, melhorando a coerência
narrativa da ‘história’ que o artigo está contando). É importante que esses elementos sejam
acrescentados de forma que faça sentido, com o uso de conectivos.
É possível usar google tradutor ou google scholar para verificar o uso mais comum.
Problema 2: construções passivas. Prestar atenção na ordem do objeto e do verbo, que fica
diferente na língua inglesa. Exemplo: “Foram analisados dados demográficos” ->
“Demographic data were analyzed”.
Problema 4: Preposições. As vezes pode ser difícil identificar qual seria a preposição correta
(in, on, at). A ferramenta eletrônica Grammarly, que faz uma correção automática,
especialmente das preposições e dos erros ortográficos. Skell (sketch engine for language
learning) também acessa um banco de dados de formas mais utilizadas de se escrever.
Problema 5: Artigos. Para saber se usa ou não usa é interessante usar o Grammarly, ou
pesquisar no google acadêmico.
HOWEVER
Tomar cuidado para não repetir “however” muitas vezes, que pode confundir o leitor.
Exemplos de opções:
Algumas palavras são vistas como palavras “não-científicas”, mas que são comumente
utilizadas para indicar a opinião dos autores na sessão da discussão. Essas palavras indicam
que o autor está formando uma hipótese a respeito dos dados.
CONECTIVOS
é importante prestar atenção aos seus usos, pois muitas vezes podem ficar deslocados ou não
fazer sentido.
Recomendações: OneLook.com para sinônimos e definições. O site oferece recursos de “word
origin”, “words similar”, “usage examples”.
scimagojr.com – Scimago Journal & Country Rank. É um website que seleciona e mostra os
journals mais conceituados de acordo com a área.
ARTIGO DEFINIDO
Quando se fala de um fenômeno geral, não se usa o artigo definido (the). No texto em inglês o
the é usado quando algo já foi mencionado no texto (referência anafórica), portanto o uso do
the pode ser confuso para o leitor.