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A Estrutura do
Texto
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CONDE-PB Redação
Capítulo 2
A ESTRUTURA DO TEXTO
Agora que você já sabe o que é dissertação, sabe da importância de escrever em 3ª pessoa e
entendeu o que é “opinar”, agora chegou a hora de entender a estrutura interna da
dissertação.
A ESTRUTURA DA REDAÇÃO
Para você ter sucesso na elaboração da Redação do Encceja, o primeiro passo é você ter sempre
em mente que o resultado da sua produção precisa estar dividido em três partes para atender o
estilo de texto dissertativo-argumentativo, exigido pelo Encceja.
a. Introdução (tese);
b. Desenvolvimento (argumentação); e
c. Conclusão (proposta de intervenção).
A ligação entre essas três partes, a Introdução, o Desenvolvimento, e a Conclusão deve fluir na
sua escrita, observando os critérios de coerência e coesão.
Dica de Pausa!
Você já sabe o que “são critérios de coerência e coesão”? Na verdade, vamos explicar bem detalhado na
aula 6, mas, você já pode ir aprendendo desde agora que “coesão e coerência” nada mais são do que
“amarrar” as partes do texto. Assim um parágrafo “costura”com o outro, a sua redação não fica com aquele
“jeito de lista”. Isto é: a introdução, desenvolvimento e conclusão
devem estar bem amarrados – relacionados entre si – para que o texto possa ser lido com fluência. 2
Introdução 1 parágrafo
Desenvolvimento2 parágrafos
Conclusão 1 parágrafo
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PROFESSORA FABIANNE BARRETO
A Redação em quatro parágrafos
Para ajudar você a compreender melhor a estrutura da redação do Encceja e, ao mesmo tempo,
aprender a lógica básica de organização das suas ideias para colocar no papel, veja como criar o
seu texto em apenas quatro parágrafos.
Você faz a Introdução colocando a sua Tese em um parágrafo; desenvolve os seus argumentos em
dois parágrafos; e conclui em mais um parágrafo. Pronto. Você faz a sua redação bem completa
em apenas quatro parágrafos.
Dica de Pausa!
Você agora pode estar se perguntando: “puxa, mais eu não sei nem o que é “Tese”, nem o que são
“argumentos”, será que vou conseguir entender o esquema abaixo? Vai conseguir, sim. Vamos lá:
a) Primeiramente, a ideia aqui é apresentar o esquema para você ter uma visão geral das partes da redação.
Só queremos, primeiro, que perceba as três partes de forma ampla.
b) Olhe para o esquema abaixo e visualize sua redação com 4 partes (feche os olhos e imagine sua
redação bonitinha com 4 parágrafos mais ou menos do mesmo tamanho). Visualizou?
c) Legal! Agora, nós vamos explicaremos poucos as informações que cada parágrafo deve conter e os
conceitos – como “tese”, “argumento”, “tópico frasal”, entre outros - vão sendo explicados para você ao
longo dessa aula e das seguintes.
Veja, de forma esquematizada, o esqueleto de um texto dissertativo com as opções daquilo que
você pode usar em cada parágrafo:
Agora que você já visualizou o conjunto e percebeu a necesisdade de sua redação possuir uma
estrutura padrão, vamos explicar cada parte individualmente.
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I - INTRODUÇÃO
O esquema diz que a intodução deve ter:
» Apresentação do tema;
» Tese - opinião - ponto de vista.
Sobre o que é opinião, já falamos um pouco disso na aula 1 e vamos falar mais na aula 4 , quando
desenvoverems juntos uma redação. Podemos agora reforçar queopinião é o recorte u ponto de
vista com que se aborda o tema. Vamos desenvolver juntos isso na aula 4.
Agora, vou apresentar a você uma introdução de uma redação de ensino médio sobre Lixo
Eletrônico para analisarmos o que foi usado:
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Contextualização histórica
Apresentação do tema =
problema
Essa introdução possui três períodos (período é a frase determinada por pausa forte – ponto final). Veja:
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Veja o que foi colocado em cada período:
Depois, no 2º período, colocou o tema em forma de problema (veremos na aula 4 que todo tema
é, na verdade, uma problemática a ser resolvida ou minimizada). Aliás, ao colocar o tema como
um problema, você já está opinando!
Dica de pausa!
IMPORTANTE: Qual foi o período em que o tema foi aprsentado como problema? O 2º período.
Logo, ele é chamado de TÓPICO FRASAL!
Portanto, tópico frasal é a parte mais relevante de um parágrafo, na qual o escritor coloca o tema e a
problemática que envolve.
Para finalizar a análise dessa introdução, note que as expressões “Dessa forma”, “Entretanto” e “tais
como” fazem a amarra das partes, ou seja, fazem a COESÃO TEXTUAL.
II - DESENVOLVIMENTO
Vamos falar do desenvolvimento da redação? É nessa parte que você vai aprofundar a sua opinião
e as ideias apresentadas na introdução. É a hora de apresentar números, argumentos ou citações
para confirmar a sua Tese.
Ao ler todo o esquema anterior e ver tudo o que pode ser colocado em um desenvolvimento, você
pode ficar perdido, pois há muita informação. Calma! O esquema acima apenas proporciona a
você um cardápio de opções: quais informações você pode colocar no desenvolvimento.
Vamos ver um pouco algumas dessa formas de desenvolver o tema, que chamamos de Estratégias 5
de Argumentação.
Como sua redação terá uma opinião sobre um problema apresentado pelo Encceja (o tema), essa
opinião deverá ser confirmada por meio dessas estratégias.
Em resumo: argumentar é apresentar evidências que confirmem a posição assumida, expor os detalhes
que justifiquem a opinião para convencer o leitor. O objetivo é convencer, mas não a qualquer preço. É
importante usar argumentos sustentáveis e éticos.
As famosas frases “porque sim”, “porque não”, que trazem humor ao quadrinho acima,
não convencem por meio de argumentos: tentam impor a opinião sem discussão.
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A redação argumentativa é o oposto disso: toda afirmação deve ser embasada em argumentos.
Para isso, há vários tipos de estratégias argumentativas à disposição do candidato para dar
sustentação à tese. Vejamos as principais:
E, como dizia o poeta russo Joseph Brodsky (1940-96), falsos sentimentos são comuns nos
seres humanos, e quando se tem um número grande deles juntos, a possibilidade de falsos
sentimentos aflorarem cresce exponencialmente.
Em 1979, o historiador americano Christopher Lasch (1932-94) publicava seu best-seller acadêmico
"A Cultura do Narcisismo", um livro essencial para pensarmos o comportamento no final de século
20. Ali, o autor identificava o traço narcísico de nossa era: carência, adolescência tardia,
incapacidade de assumir a paternidade ou maternidade, pavor do envelhecimento, enfim, uma alma
ridiculamente infantil num corpo de adulto.
Acesse o texto integral: Folha.com - Colunistas - Luiz Felipe Pondé - Narcisismo no “Face” - 16/04/2012 (uol.com.br)
Acesse o texto integral: Folha.com - Colunistas - Luiz Felipe Pondé - Narcisismo no “Face” - 16/04/2012 (uol.com.br)
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Comparação ou analogia
Hoje, LA tem 70% de sua área ocupada por vias e estacionamentos para carros. Apenas 0,8% das
pessoas utilizam a bicicleta como meio de transporte.
No outro extremo, temos Copenhague, com seus 1.000 km de ciclovias e 40% da população
se locomovendo de bicicleta, com incentivos públicos para que este número ainda aumente.
Lá, a câmera do cineasta sueco registra as queixas e incômodos de um motorista de táxi, em posição minoritária na
capital das bicicletas.
Alusão histórica
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter
aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou
em rota acelerada de competição.
Raciocínio dedutivo
Desenvolve a argumentação do geral para o particular. Note que a premissa inicial deve ter um
caráter de universalidade, isto é, deve ser verdade aceita por todos. O que é verdade para o grupo, é
verdade para um membro do grupo.
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Geral
No Brasil, é proibida a venda de bebida alcoólica a
menores de idade. Entretanto, um proprietário de bar no Particular
centro
de Florianópolis serviu cerveja a menores. Conclusão:
o proprietário cometeu um crime de infração.
Raciocínio indutivo
O argumento indutivo se baseia em fatos da experiência que se confirmam sucessivamente e são
tomados como gerais.
Exemplo prático: se uma característica se apresenta como certa para a maioria dos membros de um
grupo, essa característica se estende a todos. Esse tipo de raciocínio deve ser usado com cuidado, pois pode
levar a generalizações indevidas ou errôneas.
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Contraste ou oposição
Entretanto, ainda que haja um limite de indivíduos, aqueles que aqui se estabelecem não são inseridos na
sociedade e acabam por incrementar o setor informal da economia, quando poderiam contricuir
para o crescimento do país, principalmente em setores onde há carência de profissionais, como na
construção civil.
Terminamos aqui os tipos de desenvolvimento. Você viu que há várias formas de desenvolver sua redação.
Mas está em dúvida qual dessas estratégias acima é a mais legal, principalmente para quem está
começando? Tranquilo...
A melhor opção, tendo em vista os tipos de temas que o Encceja costuma cobrar (veremos esses
temas na próxima aula), seria utilizar o desenvolvimento por CAUSAS-CONSEQUÊNCIAS (veja
exemplo acima no item 3).
Claro que isso não impede que, ao fazer um desenvolvimento assim, você não possa inserir também
exemplos, citações, dados concretos. As outras estratégias que apresentamos podem ser úteis também.
A nossa preocupação é dar a você um modo padrão de desenvolver o tema que lhe dê segurança e,
a partir dele, você pode ir acrescentando outras opções.
Nas aulas 4 e 5, nós vamos trabalhar com esse modelo e vamos fazer juntos uma redação nesse formato.
III - CONCLUSÃO
Na conclusão, há duas opções de conteúdo a ser colcocado:
Acontece que, de dois anos para cá, o Encceja está seguindo o modelo de conclusão que o Enem já
adotava há vários anos de forma obrigatória: a proposta de intervenção social. Isso, inclusive, já
vem explícito na proposta de redação do Encceja.
Veja como está explícito que a sua redação deve apresentar uma “proposta de intervenção,
que respeitte os direitos humanos”. Então, não há como escapar desse modelo.
Mas, fique tranquilo: destinamos a aula 4 e a aula 8 para fazer você “gabaritar” a proposta de intervenção!
Nessas aulas, explicaremos direitinho essa questão dos “direitos humanos” e como “dar uma
solução para um problema”.
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Por enquanto, segura a ansiedade, e apenas tenha em mente que a conclusão de uma redação não
é mais aquela “coisinha” de duas linhas para arrematar e tudo bem. Não mais!
A conclusão ganhou força e linhas. Portanto, você deve destinar a ela um número de linhas (e
tempo!) equivalente ao que você detinaria aos outros parágrafos, certo?
Agora que você já viu quais são as partes de uma redação e o que pode ser colocado em cada
parágrafo, está na hora de entrar “de cabeça” na monstagem do texto na próxima aula. Mas, antes
disso, revise o conteúdo assistindo ao vídeo dessa aula para fixar diretinho a estrutura da
dissertação!
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