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A produção de textos é o ato de expor por meio de palavras as ideias, sendo uma ação deveras
importante, visto que pode ser um pré-requisito para conseguir um emprego, uma vaga na
faculdade, dentre outros. De tal modo, pessoas que escrevem bons textos conseguem se
expressar melhor.
Antes de mais nada, para produzir um bom texto é muito importante conhecer os diversos
tipos de textos existentes, para que seja coerente com a proposta.
Não existe uma “fórmula mágica” para produzir um bom texto, no entanto, há estratégias
interessantes para melhorar sua produção. Ademais, cada indivíduo tem um estilo de escrita,
no entanto, o que importa não é necessariamente o estilo e sim, a coesão e a coerência
apresentadas no texto.
De tal modo, a coerência é uma característica textual que está relacionada com o contexto, ou
seja, significa a relação lógica entre as ideias expressas, de forma que não haja contradição no
texto; e a coesão, por sua vez, está relacionada com a regras gramaticais e os usos corretos
dos conectivos (conjunções, preposições, advérbios e pronomes).
Em suma, para que um texto seja considerado bom, o importante é conhecer o tipo e o gênero
do texto, não fugir do tema pedido e sobretudo, cumprir as regras gramaticais essenciais para
sua compreensão. Para tanto, pesquisar sobre o tema antes de escrever o texto é muito
importante para dar consistência e mais propriedade à argumentação textual. agregando
maior valor ao texto. Vale lembrar das novas regras gramaticais da língua portuguesa,
apresentadas pelo “Novo Acordo Ortográfico”.
Tema e Título
Observe que o tema da redação é diferente do título, uma vez que o tema representa o
assunto a ser abordado, enquanto o título é o nome dado ao texto. Na maioria dos casos, o
título é muito importante, sendo que algumas pessoas preferem começar por ele, enquanto
outras, escrevem o texto primeiro e a palavra ou expressão que o define, é escolhida
posteriormente.
Apresentação
A apresentação do texto (também chamada de tese) é de suma importância pois são nos
primeiros parágrafos que o leitor vai ficar interessado em ler o restante do texto. Portanto, é o
momento em que você irá instigar o leitor, sendo essencial pontuar as principais informações
que serão desenvolvidas no decorrer do texto. Claro que nem toda a informação deve estar
presente na apresentação, que deverá ser breve, porém os principais dados e elementos que
serão abordados devem surgir nesse momento do texto.
Desenvolvimento
Após definir a apresentação, o segundo momento da produção do texto é o desenvolvimento
(também chamado de anti-tese). Como o próprio nome indica, nessa etapa é fundamental o
desenvolvimento das ideias, donde o escritor irá argumentar e oferecer os dados e/ou as
informações obtidas na pesquisa e fazer uma reflexão sobre o tema abordado. Assim, fica claro
que quanto melhor a sua argumentação, melhor será o texto.
Conclusão
Muitas pessoas não se preocupam com essa parte fundamental do texto, ou seja, o momento
da conclusão (também chamado de nova tese). Finalizar o texto é tão importante quanto
começá-lo. Assim, não adianta fazer uma boa introdução e desenvolvimento, e deixar o texto
sem conclusão, posto que, após a argumentação faz se necessário que o escritor chegue numa
conclusão e opine (no caso dos textos dissertativos), apresentando assim um novo caminho.
Note que, quanto mais criativa for a conclusão, mais interessante ficará o texto.
TIPOS DE TEXTOS
O Texto Dissertativo é um tipo de texto argumentativo e opinativo, uma vez que expõe a
opinião sobre determinado assunto ou tema, por meio de uma argumentação lógica, coerente
e coesa.
Conclusão: O próprio nome já supõe que é necessário concluir o texto. Em outras palavras, não
deixamos um texto sem concluí-lo e, por isso, esse momento é chamado de "Nova Tese" por
ser uma momento de fechamento das ideias, e principalmente da inserção de uma nova ideia,
ou seja, uma "nova tese".
Tipos de Dissertação
Nessa modalidade, a intenção é persuadir o leitor, convencê-lo de sua tese (ideia central) a
partir de coerente argumentação, exemplos, fatos.
Exemplo:
“Em pleno século XXI é salutar refletir sobre a importância de preservação do meio ambiente
bem como atuar em prol de uma sociedade mais consciente e limpa. Já ficou mais que claro
que a maioria dos problemas os quais enfrentamos atualmente nas grandes cidades, foram
gerados pela ação humana.
“Os Relatórios das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre a gestão e desenvolvimento
dos recursos hídricos alertam para a preservação e proteção dos recursos naturais do planeta,
sobretudo da água. Sendo assim, as estatísticas apontam para uma enorme crise mundial da
falta de água a partir de 2025, de forma que atingirá cerca de 3 bilhões de pessoas, e que pode
provocar diversos problemas sociais e de saúde pública. Um dos maiores problemas
apresentados pela ONU é a “escassez de água” que já atinge cerca de 20 países no mundo, ou
seja, 40% da população do planeta. Os estudos completam que a água doce do planeta está
em risco visto as mudanças climáticas registradas nas últimas décadas”
Dica:
Também é preciso ter em mente que argumentar não é informar, mas convencer o leitor por
meio de argumentos convincentes, baseados em fatos. O texto dissertativo argumentativo
discorre sobre ideias.
Domínio da gramática
Conhecimento sobre o tema
Compreensão de ideias sobre o tema
Exposição das ideias
Capacidade de síntese
Posicionamento pessoal
Desenvolvendo a argumentação
Enumerar
Confrontar
Exemplificar
Indicar as causas
Indicar os efeitos
Indicar os motivos
Indicar as consequências
Exemplos de palavras que nomeiam ideias: trabalho, dever, direito, capacidade, solidariedade,
retribuição, satisfação, respeito.
Encadeamento de ideias
O encadeamento de ideias ocorre nas relações lógicas existentes entre os segmentos que
compõem os enunciados relacionando-se por causa, consequência, oposição, conclusão e
outros.
Conectivos
Esse instrumento permite ao leitor ter noções sobre o tema e se forem usados de maneira
inadequada podem dar ideia contrária ao objetivo de quem escreve.
Apresentação
Desenvolvimento
Clímax
Desfecho.
Os Elementos da Narrativa
Enredo - É a estrutura da narrativa, ou seja, a trama em que se desenrolam as ações. Pode ser:
Enredo Linear, Enredo Não linear, Enredo Psicológico e Enredo Cronológico.
Tempo - Marcação do tempo, data, momento, dentro da narrativa. O tempo pode ser
Cronológico ou Psicológico.
Espaço - Local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num Ambiente Físico,
Ambiente Psicológico ou Ambiente Social.
Tipos de Narrador
Características
Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo
"dizer", chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar,
declarar, exclamar, dentre outros.
Utilização dos sinais gráficos - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas.
Exemplos
Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes com
firmeza e honestidade.".
— Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.
Características
Algumas vezes são utilizadas os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar,
indagar, declarar, exclamar, contudo não há utilização do travessão, uma vez que geralmente
as orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado
através da conjunção “que” (verbo + que).
Exemplos
Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com
firmeza e honestidade.
Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o discurso de acordo
com a intenção pretendida.
Indireto: Disse que precisava sair por alguns instantes. (enunciado na 3.ª pessoa)
Indireto: Disse que era a pessoa com quem tinha falado há pouco. ( enunciado no imperfeito)
Indireto: Disse que não tinha lido o jornal. (enunciado no pretérito mais que perfeito)
Indireto: Pediu que não lhe ligasse mais. (enunciado no modo subjuntivo)
Indireto: Disse que aquilo não era nada agradável. (pronome demonstrativo em 3.ª pessoa)
Indireto: Disse que viviam muito bem lá. (advérbio de lugar lá)
Discurso Indireto Livre - No discurso indireto-livre há intervenções do narrador e das falas dos
No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há
intervenções do narrador bem como da fala dos personagens.
Entretanto, não existem marcas que mostrem a mudança do discurso, por isso, as falas dos
personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens -
podem ser confundidas.
Características
Liberdade sintática.
Exemplos
Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso. Talvez não tenha
sido suficientemente justo com as crianças…
O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!
Nas orações destacadas os discursos são diretos, muito embora não tenha sido sinalizada a
mudança da fala do narrador para a do personagem.personagens. Nesse caso, funde-se o
discurso direto com o indireto
O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de um objeto,
pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo, transmitir para o leitor as
impressões e as qualidades de algo.
Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual,
desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor,
textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização,
sensação, localização, dentre outros.
Características
Retrato verbal
Estrutura Descritiva
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta,
bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco
desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da
cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com
o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus
dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de
Queiroz)
Descrição Objetiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exata e realista as
características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou impressões subjetivas
do emissor. Exemplos de descrições objetivas são os retratos falados, manuais de instruções,
verbetes de dicionários e enciclopédias.
"A vítima, Solange dos Santos (22 anos), moradora da cidade de Marília, era magra, alta (1,75),
cabelos pretos e curtos; nariz fino e rosto ligeiramente alongado."
Dica:
O texto descritivo é marcado pela proposta de ser um retrato das pessoas, de objetos ou de
cenas. Esse tipo de texto é uma espécie de fotografia do objeto descrito e, além das
características físicas, o leitor é incitado a compreender por meio do uso de todos os sentidos:
tato, visão, audição, paladar e olfato.
É imprescindível que o leitor tenha o máximo de informações possíveis sobre o objeto descrito
e não, somente, a enumeração de características. Ou seja, quem vai descrever deve esgotar o
objeto, mas manter a coerência.
Exemplo: Quaresma era um homem pequeno, magro, que usava pince-nez, olhava sempre
baixo, mas, quando fixava alguém ou alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das
lentes, um forte brilho de penetração, e era como se ele quisesse ir à alma da pessoa ou da
cousa que fixava. Contudo, sempre os trazia baixos, como se se guiasse pela ponta do
cavanhaque que lhe enfeitava o queixo. Vestia-se sempre de fraque, preto, azul, ou de cinza,
de pano listrado, mas sempre de fraque, e era raro que não se cobrisse com uma cartola de
abas curtas e muito alta, feita segundo um figurino antigo de que ele sabia com precisão a
época. (O Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto, 1915)
O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas.
Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos das cordilheiras
marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas. Mas ao derivar para as terras setentrionais
diminui gradualmente de altitude, ao mesmo tempo que descamba para a costa oriental em
andares, ou repetidos socalcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o
consideravelmente para o interior.
Exemplo: Era possível saber sua idade, sua procedência, sua história". (A Guerra do Fim do
Mundo, Mário Vargas Llosa, 1982)
Exemplo: Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no
bonde. Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. Recostou-se então no banco
procurando conforto, num suspiro de meia satisfação. (Clarisse Lispector, Amor, 1982)
Exemplo: Os gestos, calmos, soberanos, eram de um rei — o autocrata excelso dos silabários; a
pausa hierática do andar deixava sentir o esforço, a cada passo, que ele fazia para levar
adiante, de empurrão, o progresso do ensino publico; o olhar fulgurante, sob a crispação
áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes — era a
educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a
lisura das consciências limpas — era a educação moral. (O Ateneu, Raul Pompéia, 1888)