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Violência institucional no sistema judiciário

Pelo senso comum, o machismo é reconhecido como uma cultura de superioridade exercida
pelos homens no que se refere ao seu modo de pensar e agir de forma a subjugar e inferiorizar
o sexo feminino, sendo ele uma forma estrutural que esta implantada na sociedade já nos
primórdios da criação social humana, ou seja, presente desde a criação do contrato social e,
portanto, constitui relações dentro dos seus padrões de “normalidade”. É importante ressaltar
que, o machismo não se refere apenas aos homens, mas como dito uma ideologia de
superioridade podendo até mesmo abranger a “mulheres machistas”. Tal aspecto ideológico e
seus defensores não são indivíduos anormais, doentes ou sem caráter, mas tão somente estão
inseridos em nosso meio social.

A discussão sobre a violência institucional, está interligado aos direitos humanos, podemos
definir a violência institucional como violência cometida por ação ou omissão em serviço
público, fomentado por abusos cometidos por relações desiguais de poder entre usuários e
profissionais nas instituições mesmo com a definição mais restrita de lesão corporal
intencional, ou seja, é realizado por representantes públicos ou profissionais que precisam
prestar um bom atendimento, sendo este um direito constitucional de todos por meio de
serviços básicos Sendo este uma das formas mais danosos de violência contra a mulher pois
costuma ser invisível e mina diretamente seus direitos humanos inerentes, pois sua prática é
inimaginável em uma sociedade que se proclama constitucionalmente sobre valores como a
dignidade humana.
Vale ressaltar que a violência institucional nem sempre se mostra como violência, passando
muitas vezes despercebida, não pelo fato de ser menos cruel, mas pela forma sutil com que se
expõe. Este modo de relação abusiva está tão impregnado na cultura que muitas vezes
acontecem de maneira “natural”, por vezes não ocorrem por maldade, mas pelo simples fato
da naturalidade com que nossa sociedade enraizou tais comportamentos. Em um viés jurídico
tal fenômeno decorre das relações de poder assimétricas e geradoras de desigualdades,
presentes nas sociedades contemporâneas e integrados à cultura das relações sociais
estabelecidas em algumas instituições, refletindo assim em setores públicas ou privados. Os
julgados que evidenciam a violência institucional de gênero, ainda que não voluntariamente
pretendidos, não se constituem apenas em equívocos ou pequenos detalhes a serem
corrigidos. Ao contrário, correspondem a uma nociva legitimação de sentenças de cunho
extremamente prejudicial à integridade física, psíquica, moral, patrimonial e financeira da
mulher que, por consequência, infere em graves consequências para a sociedade.

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