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PROFESSOR Rodrigo Fonseca: Redação teoria @rodrigoteaprova

Principais concursos que possuem redação

Não é todo concurso que cobra redação, mas, quando há prova discursiva,
essa informação aparece no edital. Então é extremamente importante que você
leia o edital completo e com bastante atenção. Geralmente, provas para
Professor, Diplomata, profissionais do Direito e carreiras policiais costumam
exigir produções textuais para analisar o domínio da língua portuguesa,
conhecimentos e habilidade de comunicação dos candidatos. A redação de
concurso é comum em seleções do:

• INSS
• PM
• GCM
• ALMG
• TRT
• SEJUSP
• Tribunal de Justiça.

Tipos de redação para concurso


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São comuns três tipos de redação: dissertação, descrição e narração. Para


saber qual será trabalhada você deve dar uma olhada na banca organizadora e
seus concursos anteriores, pois sempre existe um padrão.

Dissertação

É bastante comum que os concursos prefiram textos dissertativos, aqueles que


expõem ideias acerca de um tema relevante para a sociedade. A dissertação é
dividida em duas categorias:

• Dissertativo-argumentativa: o autor deve apresentar uma tese, ou


seja, um ponto de vista sobre algo, que contará com argumentos
consistentes para convencer o leitor de algo. Você precisa dar sua
opinião e explicar por que a pessoa que está lendo deveria concordar
com ela. Contudo, é necessário sustentar sua argumentação com falas
de autoridades no assunto ou dados científicos/matemáticos. Caso
contrário são apenas opiniões que podem ser rebatidas;
• Dissertativo-expositiva: o texto não tem o propósito de persuadir o
leitor, mas apenas expor fatos a respeito do tema trabalhado utilizando
dados e fontes confiáveis. Aqui o objetivo é informar a pessoa que está
lendo, por isso você deve apresentar conceitos exemplificados e usar
uma linguagem de fácil compreensão.
Esse tipo de redação é composto por introdução do tema, desenvolvimento das
ideias e conclusão que retoma tudo que já foi dito sem acrescentar novas
informações.
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Descrição

Apesar de a escrita dissertativa ser mais frequente, pode ser que a banca
organizadora peça um texto descritivo. Como o próprio nome já diz, o objetivo é
criar uma imagem sobre o tema utilizando palavras. Assim, o autor deve
apresentar suas próprias impressões expondo as características físicas e
psicológicas de algo. A descrição também tem duas vertentes:

• Descrição objetiva: a redação fala de traços concretos e não há


opinião do autor, como num dicionário, por exemplo. Se um objeto é
verde, grande e redondo deve ser descrito assim para o leitor imaginá-lo
como de fato é;
• Descrição subjetiva: neste caso, a redação recebe as impressões
pessoais do autor, como em textos literários. Pensando no objeto verde,
grande e redondo, o escritor pode dizer se é bonito e quais sensações
aquilo lhe transmite. Há uma abertura maior para o próprio leitor
imaginar aquilo.

Narração

Por fim, mas não menos importante, o terceiro tipo comum é a narração.
Diferentemente dos anteriores, esse texto não precisa ter compromisso com a
realidade. Uma narrativa pode falar sobre eventos reais, mas também pode
conter personagens e ações fictícias ou ser completamente inventada. Alguns
exemplos são romances, contos e fábulas. Dessa forma, a narração conta com
algumas peculiaridades:

• Narrador: alguém conta uma história, podendo estar dentro ou fora


dela. O narrador-personagem é aquele que relata um acontecimento e
também participa dele de forma ativa, nesse caso é usada a primeira
pessoa. Já o narrador-observador é quem apenas narra os eventos sem
interferir na história, sendo usada a terceira pessoa;
• Enredo: é o conjunto de eventos contados. Ele é dividido em
apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Ou seja, uma
introdução que contextualize o leitor, a apresentação dos
acontecimentos, um episódio que gere tensão ou emoção e, ao final,
uma resolução;
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• Personagens: são as pessoas (reais ou fictícias) que vivem os eventos


narrados. Eles podem ser principais, como protagonistas e antagonistas,
e secundários, que acompanham/ajudam os principais, são ativos na
história, mas não são parte do conflito maior;
• Tempo: existem dois tipos, o cronológico e o psicológico. O primeiro é
contado em dias, semanas, meses e até anos. O segundo vai de acordo
com o que está se passando na cabeça dos personagens;
• Espaço: pode ser ambiente físico, psicológico ou social. Os eventos
podem ser narrados num ambiente palpável, como uma casa, ou nos
pensamentos dos personagens, ou em locais coletivos. Isso vai variar de
acordo com o propósito da história.

Estrutura de redação para concurso

Nenhum texto é igual ao outro, por isso não existe uma fórmula para escrever.
No entanto, há uma estrutura básica para ser seguida na hora de escrever uma
redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. Esses três pontos são
essenciais para você formatar o que será escrito e seguir uma linha lógica de
pensamento com começo, meio e fim de forma objetiva.

Introdução

É um parágrafo direto e não muito extenso onde você vai demonstrar que
compreendeu o tema e afirmar algo sobre ele. Em uma linha você vai dizer de
forma concisa a ideia central do seu texto e o seu posicionamento acerca
daquilo. Ou seja, você vai apresentar o assunto a partir de um tópico frasal,
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que é uma opinião geral relacionada ao tema, e em seguida vai dizer se é


contra, a favor ou qual é a importância de se discutir sobre isso. Essa parte
deve ter até dois períodos (frases com pelo menos um verbo cada).

Então, em outras duas ou três linhas, você irá mostrar como sua tese será
desenvolvida. Sendo assim, é preciso explicar de forma simples e rápida o que
cada parágrafo irá abordar. Aqui você ainda não vai argumentar nada, mas
apenas mostrar seus argumentos. Para isso, construa uma oração
condensando o assunto de cada parágrafo do desenvolvimento.

Desenvolvimento

Aqui você irá detalhar tudo aquilo que foi dito na introdução. Apesar de não
haver um número certo de parágrafos, é importante se atentar ao limite de
linhas. Por isso, construa dois ou três parágrafos com mais ou menos o mesmo
tamanho para manter um padrão e calcular direitinho quanto da folha você
usará. Essa é a maior parte da redação de concurso e tem grande peso na
hora da avaliação. Então, para não se enrolar todo, siga algumas dicas:

• Faça o que você disse na introdução: você apresentou quais seriam


os argumentos. Agora se atenha a eles para debater o tema exatamente
como disse ao examinador que faria;
• Não se desvie do que já foi dito: dizem que é sempre bom “extrapolar
o tema”, ou seja, ir além do que a banca de pediu. No entanto, se na sua
introdução você disse que falaria sobre X, então fale sobre X
objetivamente, sem muitos rodeios. Você não precisa trazer W, Y e Z
para ser claro no que quer dizer de X;
• Conecte os parágrafos: cada um trará um argumento diferente, mas
todos falam sobre a mesma coisa. Dessa forma, é necessário que eles
estejam conectados um ao outro para fazer sentido e mostrar que um
complementa o outro. Use termos como “assim”, “portanto”, “em
seguida”, “no entanto”, de acordo com o que é pretendido na redação.

Conclusão

Este é o último parágrafo do seu texto e deve retomar todo o conteúdo


explanado. Não vai acrescentar nada de novo, muito menos trazer outro
argumento. Sendo assim, você deve reafirmar a tese da introdução e relembrar
o leitor do que foi dito. Nesse final é válido trazer uma reflexão somada à uma
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solução para o problema trabalhado. Novamente seja simples e conciso. A


conclusão não deve ter um tamanho muito diferente da introdução.

Dicas antes da prova

Existem alguns passos para você se preparar em casa antes da prova de


concurso público. A primeira coisa é pesquisar sobre a banca organizadora,
ver os temas que já foram trabalhados e os tipos de texto exigidos. Veja
também as questões da prova objetiva e os conteúdos que costumam cair.
Analise bem a parte de conhecimentos gerais e atualidades, pois os assuntos
abordados nas perguntas podem ser um gancho para a redação.
Quando você já estiver num bom fluxo de estudo das demais disciplinas, pode
começar a pensar no texto. Isso porque você já vai estar por dentro de
diferentes conceitos que te ajudarão a raciocinar e argumentar melhor sobre
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qualquer tema. Não existe fórmula para escrever uma redação, mas nós temos
um passo a passo que pode te ajudar a melhorar esse processo.

Mantenha-se atualizado

A redação para concurso conta sempre com um tema atual relevante a nível
nacional ou global. Por isso, é importante ficar atento às novidades por meio de
notícias e jornais. Alguns assuntos que podem ser abordados são:

• Pandemia de coronavírus;
• Saneamento básico;
• Violência doméstica;
• Uso da tecnologia;
• Índios;
• Proteção ambiental;
• Racismos;
• Homofobia;
• Educação no Brasil.
Uma boa maneira de se preparar para a prova de redação é estudando para as
questões de Atualidades e Conhecimentos Gerais. Essas disciplinas
naturalmente abordam discussões pertinentes ao cenário atual. Então, quando
você estiver treinando as perguntas e respostas dessas matérias, anote os
temas recorrentes para pesquisar mais a fundo depois.

Leia bastante sobre as principais discussões do momento, porque você ficará


por dentro do que está acontecendo e ainda internalizará a forma escrita. A
leitura é um excelente mecanismo para desenvolver vocabulário e
compreender a estrutura textual. Sem contar que você abre a possibilidade de
aprender argumentos e ideias inovadoras que irão melhorar seu texto.

Outra dica válida é ficar ligado nas especificidades do concurso. Se for uma
prova para cargos muito diferentes entre si, a redação abordará um tema mais
genérico, como os citados anteriormente. Contudo, se for um certame da
Polícia Federal, por exemplo, o teste discursivo voltará para alguma área mais
específica como Direito Constitucional, Direito Penal, geopolítica ou Segurança
Pública.

Treine semanalmente, mas sem fritar a cabeça


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Agora que você já está habituado a estudar sobre temas importantes no


mundo, é hora de começar a praticar sua escrita. Diferentemente das outras
disciplinas, você não precisa treinar a redação todos os dias. Uma ou duas
horas por semana já é o suficiente, porque a ideia é aprender a compor um
texto sem ficar preso num sistema fixo.

Numa prova de concurso, antes de começar a escrever, é preciso ler o tema


proposto. Então, em casa, você vai escolher um assunto importante para falar
sobre. Siga os seguintes passos:

• Pesquise na internet ou em meios de comunicação um conteúdo


relevante;
• Escreva qual é o problema central;
• Trace uma linha de raciocínio que percorrerá o texto;
• Anote as palavras-chave e citações que podem ser utilizadas;
• Faça um rascunho se atendo a 30 linhas, que é o limite adotado nas
provas de concurso normalmente;
• Releia o que você escreveu com atenção e faça as devidas adequações
de sentido e gramaticais, porque até os menores erros de português
podem diminuir sua nota;
• Passe a limpo.
No começo você pode optar por escrever tudo que vier à cabeça sem,
necessariamente, uma organização perfeita. Anote as ideias para não
esquecer nada, depois as coloque em ordem num rascunho. Por fim, passe a
limpo. Faça esse exercício até ser capaz de criar um rascunho mental e redigir
o texto final. A ideia é que você esteja pronto para, na hora da prova de
concurso, não precisar rascunhar.

O treino para escrever a redação também é essencial para você se afastar de


emoções. Normalmente, as provas contam com textos argumentativos em que
você precisa dar sua opinião. Sendo assim, pense que o texto é uma conversa
com o leitor e imagine como você responderia às perguntas que surgem ao
longo do texto. Tente argumentar sem levantar a voz para o seu público.

Cronometre seu tempo de redação

Depois de fazer o exercício por etapas, tendo bastante calma e atenção, você
estará pronto para colocar em prática, simulando a redação de concurso.
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Normalmente, os candidatos têm quatro horas para fazer a prova objetiva e


discursiva. Ou seja, sobra uma hora, mais ou menos, para compor um texto de
30 linhas. Por isso, é importante ter noção de quanto tempo você leva para
realizar todos os passos: argumentos, rascunho e texto final.

Ao cronometrar seu tempo, você aprende a se organizar melhor e planejar sua


redação de uma forma mais adequada, sem se atrapalhar com o restante da
prova. Nem sempre a duração da prova será suficiente para fazer um rascunho
escrito, então essa técnica pode te ajudar a desenvolver um texto na cabeça e
já passá-lo para a folha final sem sofrer muito. Com o treino, você vai perceber
que as etapas ficam mais rápidas e fáceis.

Conheça bem a banca examinadora

Já falamos aqui algumas vezes, mas não custa relembrar: conhecer a banca
examinadora é essencial para seu estudo como um todo, principalmente a
redação. Cada organizadora tem seu próprio jeito de avaliar os candidatos,
seja em questões objetivas ou por textos. Elas costumam seguir um padrão.
Por exemplo, o Cespe conta com redações discursivas, então você não
precisará focar tanto em outras modalidades porque, muito provavelmente, não
será pedida uma narração, por exemplo.

Entender essa padronização de exigências pode te ajudar a ter ideias de como


escrever e argumentar. Confira também os critérios principais de avaliação da
redação, o que conta ponto e o que tira ponto. Veja se a banca dá mais peso
para gramática ou conteúdo. Tente encontrar as provas com maiores
pontuações dos últimos concursos e seletivos montados por determinada
examinadora.

Dessa forma, você pode criar um plano de estudos mais adequado e focado no
seu objetivo. Faça o mesmo com as questões e monte um mapa mental de
estudos para concurso.

Use sempre linguagem formal

Se afaste da oralidade e nem pense em usar gírias ou expressões populares.


Na hora de escrever um texto, é melhor sempre manter a linguagem formal.
Mas isso não significa usar palavras difíceis e rebuscadas. Por isso, seja direto
e use linguagem simples, porque trazer termos que você não tem tanto domínio
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pode comprometer sua redação. Além do que, a grande frequência de palavras


científicas e técnicas pode poluir a leitura e prejudicar o sentido do texto.

Isso não quer dizer que você não deva usar vocabulário específico. Quando
necessário e se você tiver certeza do que determinada palavra significa, o uso
dela pode enriquecer o seu texto. Por exemplo, se você está prestando um
concurso na área do Direito, utilizar termos legais é válido, desde que faça
sentido com o tema proposto. Atente-se também para:

• Sinônimos: às vezes você precisará usar um termo novamente, mas a


repetição deixa a redação pobre;
• Figuras históricas: evite, a não ser que seja indispensável, porque caso
você se engane com uma informação, toda verossimilhança do seu texto
será prejudicada;
• Clichês, vícios de linguagem e senso comum: evite expressões da fala e
ideias muito gerais que são faladas por muitas pessoas, pois isso mostra
falta de conhecimento sobre o assunto;
• Uso da terceira pessoa: quando for dar uma opinião ou afirmar algo,
prefira “acredita-se”, “discute-se”, “afirma-se” e evite expressões como
“eu acho” ou “eu penso”.
Estude a gramática portuguesa para saber as conjugações e tempos verbais
corretos, bem como se familiarizar com o uso de pronomes e conectores
estabelecendo uma ordem lógica entre as frases e parágrafos. Assim, sua
redação ficará coesa, ou seja, não será um emaranhado de palavras e frases
soltas, pois uma sentença estará ligada a outra seguindo uma ideia de
condição, semelhança, finalidade, conclusão etc. Bem como terá um sentido
geral e objetivo dentro da linha de raciocínio.

Dicas no dia da prova


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Você já se preparou, estudou, se informou sobre os assuntos mais comentados


no mundo, conheceu a banca examinadora e treinou várias vezes. Agora é
hora de fazer a prova! Chegue com pelo menos 30 minutos de antecedência,
leve uma caneta preta esferográfica de material transparente, encontre sua
sala e espere o sinal para começar. Lembre-se de todo o processo que você
fez em casa, principalmente do tempo para escrever e siga estes novos
passos:

Leia com atenção o tema da redação da prova de concurso

As redações de concurso geralmente vêm com textos de apoio para o


candidato saber do que é preciso falar. Então, assim como nos treinos em
casa, leia com bastante atenção sobre o assunto a ser trabalhado. Destaque as
palavras-chave e partes importantes que podem ser usadas no seu texto.
Nesse momento é muito importante entender o que está sendo pedido, porque
a fuga do tema pode zerar sua redação.

Portanto, não divague muito e crie uma linha de pensamento coerente. É


preciso estar focado no objetivo final do texto e em como o problema será
solucionado. Isso te ajudará a alinhar seus argumentos sem partir para outro
assunto.

Faça um esqueleto antes de escrever

Algumas organizadoras deixam explícito na prova exatamente o que elas


querem que o candidato aborde em cada parágrafo, então você deve seguir
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exatamente o que for pedido. Já outras examinadoras deixam livre. Porém, é


sempre bom ter uma noção da ordem que você irá apresentar os argumentos
para não ficar indo e voltando no texto. Sendo assim, crie uma estrutura de
tópicos formando uma linha de raciocínio clara. Para isso:

• Marque as palavras-chave nos textos de apoio;


• Defina o foco do seu texto: negar, apoiar, justificar ou explicar algo;
• Escolha os argumentos principais e coloque-os em ordem: o que será
dito no primeiro, segundo e terceiro parágrafos do desenvolvimento.
Lembrando que a introdução é uma explanação geral do que o texto irá tratar e
a conclusão é uma retomada da ideia principal. Vale ressaltar também que
algumas bancas dão um tema único para propostas diferentes e você sempre
deve marcar qual escolheu. Já o título, geralmente, não é necessário numa
redação para concurso. No entanto, caso a prova o exija, ele é a última coisa
que você deve escrever, pois o título é um resumo do texto inteiro em uma
linha.

Pense na montagem de parágrafos

Você já montou os tópicos, então agora é hora de pensar em parágrafos.


Defina um tamanho médio para seus parágrafos e tente ser consistente. Por
exemplo, se um parágrafo tiver três linhas e o outro tiver oito, seu texto ficará
visualmente estranho. Mas atenção! Não quebre parágrafos ao meio apenas
por causa do tamanho, isso pode prejudicar a leitura.

O ideal é utilizar apenas um argumento por parágrafo para poder explanar bem
sem ficar cansativo, deixando um gancho para o próximo, pois uma ideia puxa
a outra. Então, inicie cada um deles com um conector, como: contudo,
portanto, pois, desse modo etc. Assim você conseguirá ligar os pontos de uma
forma que faça sentido para o leitor.

Existem também algumas coisas que você deve evitar na hora de escrever.
São elas:
• “Queismo”: o uso excessivo da palavra “que” empobrece o texto;
• Gerúndio: eventualmente você irá usar um verbo no gerúndio, mas
muito disso aproxima a redação da oralidade e demonstra falta de
conhecimento no uso de outras conjugações;
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• Pontuações que você não domina: alguns sinais como a exclamação,


reticências, aspas e ponto e vírgula têm usos muito específicos. Então,
se você não tem certeza, é melhor não os usar;
• A palavra “não”: prefira escrever frases afirmativas com expressões
que indiquem sentido negativo.
Em contrapartida, você pode e deve utilizar:
• Linguagem simples e clara: imagine que você está falando para uma
criança de 10 anos e seu objetivo é se fazer entendido por ela;
• Frases curtas: sentenças longas fazem o leitor se perder, mas tenha
cuidado para não exagerar. Às vezes, dividir uma frase em duas apenas
por causa do tamanho pode ficar estranho;
• Ordem direta: prefira orações que sigam a ordem “sujeito, verbo e
complemento”, porque assim você evita o uso excessivo da vírgula e
interpretações de duplo sentido;
• Dois pontos e travessão em diálogos: se o seu texto tiver uma
conversa entre personagens, utilize dois pontos e travessão para indicar
as falas.
Fique atento também à colocação pronominal nas provas de redação em
concurso. Ela se refere ao uso de pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te,
se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos) que retomam os pronomes pessoais retos (eu,
tu, ele(a), eles(as), nós, vós). Existem três formas de usá-los:

• Próclise: o pronome aparece antes do verbo quando existe um termo


que inicie a frase. Exemplo: Naquele país se fala francês e isso me
motiva a estudar a língua.
• Ênclise: o pronome aparece depois do verbo separado por um hífen,
pois não existe outro termo iniciando a frase e um pronome oblíquo não
pode estar no começo. Exemplo: Inscreva-se no concurso aberto.
• Mesóclise: o pronome aparece no meio do verbo. No entanto, essa
forma quase não é utilizada por ser muito formal. Exemplo: Cantar-lhe-ia
uma música se ela aparecesse na janela.

Dê um tempo para revisar o texto

Assim que você terminar seu rascunho, deixe ele de lado por um instante e vá
terminar as questões que ainda faltam. Caso você já tenha feito a prova inteira,
comece a marcar as alternativas no cartão resposta. Enquanto faz isso, você
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se desapega do seu texto. Dar um tempo antes de reler a redação é importante


porque, quando você retornar ao que escreveu, ficará mais fácil ver possíveis
erros.

Quando você se afasta e faz outra coisa, ao reler é como se estivesse lendo
algo novo e os equívocos saltam aos olhos. Essa é uma prática importante
para garantir que não haja erros gramaticais, de coesão, de coerência e de
escrita. É nesse momento que você vai notar se tem alguma palavra faltando,
um conector errado ou uma conjugação equivocada. Caso você retorne à
redação imediatamente ao terminar, provavelmente vai deixar passar vários
detalhes que podem diminuir a sua nota.

Leia com atenção na hora de passar a limpo

Depois de revisar o texto, é hora de passar a limpo e, nesse momento, é


preciso muita atenção. Não faça nada correndo para não errar uma palavra ou
escrever o que estava na próxima linha, por exemplo. Fique atento, inclusive
para corrigir errinhos que ainda ficaram após a revisão. Confirme se o que você
colocou no cartão resposta está de acordo com o rascunho, porque equívocos
podem gerar rasuras, que não são boas esteticamente, e perda de espaço na
folha.

Outra coisa que é muito importante ao passar a limpo é fazer uma letra legível,
não necessariamente bonita, mas o examinador precisa entender o que você
está dizendo. Não adianta escrever uma super redação se quem for corrigir
não conseguir compreender o conteúdo. Então, muita atenção à caligrafia.

Além disso, é essencial respeitar as margens do cartão resposta. Por isso, não
escreva fora do quadro: nem para os lados nem a mais das linhas estipuladas.
Tudo que estiver fora das margens da folha será desconsiderado.

Devo fazer a redação antes ou depois das questões objetivas?


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Aqui, a resposta é: depende! Isso varia de pessoa para pessoa e tem a ver
com o que te deixa mais confortável. Se for fazer a redação de concurso antes
das questões, você estará com a cabeça mais fresca para ler os textos de
apoio e interpretar. Então, se for começar pelo texto, faça ele por inteiro,
porque interromper a linha de raciocínio para responder as questões pode ser
um tiro no pé.

Já se você preferir iniciar a prova pela parte objetiva, talvez você encontre
ideias e argumentos que não aparecem na coletânea. No entanto, é preciso
ficar atento às questões difíceis. Se está demorando demais para achar a
resposta, pule para a próxima e, após terminar tudo, volte a tentar. Em todo
caso, é preciso calcular o tempo para conseguir fazer a prova inteira e ainda
passar tudo para o cartão resposta.

Independente da sua escolha, uma dica legal é ver qual é o tema antes de
iniciar a prova. Já sabendo o que a banca quer, você pode raciocinar os
argumentos mesmo que ainda esteja respondendo as perguntinhas. Mas
lembre-se dos seus treinamentos em casa. Quanto tempo leva para você ler os
textos motivadores, estruturar sua redação e passar a limpo? E quanto você
demora para responder questões objetivas? Pense nos seus hábitos de estudo
e pondere o que é melhor.

Mitos e verdades sobre redação para concurso


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Até este ponto já aprendemos várias dicas práticas sobre as redações de


concurso, mas agora vamos relembrar alguns mitos e verdades bastante
comuns nesse tipo de prova:

A letra pode ser cursiva ou de forma


VERDADE. Não importa qual formato de letra você vai usar, desde que a
escrita esteja legível e a diferenciação entre minúsculas e maiúsculas seja
clara.
“Isso” é para o que já foi falado e “isto” é para o que ainda será dito
VERDADE. Gramaticalmente a regra é essa. Por exemplo:
• Isto é o que eu tenho para dizer: você precisa beber mais água.
• Você precisa beber mais água. É isso que eu tenho para dizer.
Não posso repetir palavras ao longo do texto
MITO. Você pode, sim, repetir palavras, desde que elas não estejam muito
próximas. Caso você precise usar um termo duas vezes na mesma frase,
verifique a possibilidade de trocar por um pronome ou por um sinônimo. Se
você usou determinada expressão num parágrafo, não tem problema usá-la no
próximo. Mas tente não exagerar na repetição, principalmente de vocábulos
como “que” e “de”.
Não preciso escrever palavras difíceis para ser formal
VERDADE. Como já dissemos aqui, você precisa ter um bom vocabulário para
escrever uma redação sem ficar repetindo palavras. Contudo, o ideal é ser o
mais simples possível e escrever de forma clara, que qualquer pessoa poderia
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entender. Caso seja necessário usar algum termo técnico que nem todo mundo
conhece, explique-o de forma sucinta, mas inteligível.
Gastar tempo com rascunho é ruim
MITO. Rascunhar é importante, mesmo que não seja o texto inteiro, mesmo
que sejam apenas os tópicos ou as ideias principais. Isso porque, fazendo o
rascunho, você se certifica de que não vai esquecer nada que precisa ser dito.
Não é necessário colocar aspas em palavras estrangeiras
MITO. Tome muito cuidado quando for usar palavras que tenham origem em
outras línguas, mesmo aquelas expressões que já fazem parte do nosso
vocabulário diário como “internet”, “online”, “best seller” e “home office”. É
obrigatório fazer essa marcação em palavras estrangeiras.
É melhor trocar o termo ao invés de chutar a grafia correta
VERDADE. Se você não tem certeza de como se escreve uma palavra, pense
em outras que tenham o mesmo significado para substituí-la. Só em último
caso, se você não conseguir se lembrar de nenhuma, escreva como achar que
é. Mas esteja sempre consciente de que errar a grafia pode te prejudicar. Veja
algumas expressões:
• Assessor: quem faz assessoria, por exemplo, “O assessor de imprensa
do Governador o ajudou durante a coletiva”;
• Excepcional: pode ser algo fora do comum, um sinônimo para
“anormal”, ou de qualidade elevada, no sentido de “extraordinário”;
• Sessão: reuniões ou assembleias com um intervalo entre elas, por
exemplo, “A sessão do filme das 14h já vai começar, mas a das 17h foi
cancelada”;
• Seção: parte de um todo, por exemplo, “Essa é a seção de sapatos e
aquela a de roupas”;
• Cessão: substantivo que vem do verbo ceder, por exemplo “A família da
vítima admitiu a cessão dos seus órgãos para estudo” é igual à “A
família da vítima cedeu os seus órgãos para estudo”;
• Frisar: sinônimo para ressaltar, salientar, evidenciar;
• Perda: substantivo, por exemplo, “A perda material foi muito pequena”;
• Perca: verbo, por exemplo, “Espero que você não perca tempo tentando
arrumar o carro”.

Os erros mais comuns em redações de concurso


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Você já sabe o que fazer e o que não fazer numa redação de concurso, mas
não custa nada recapitular. São erros comuns na hora da prova:

• Fuga do tema proposto: isso pode gerar nota zero;


• Gramática: o uso correto de pontuação, acentuação e da língua
portuguesa de forma direta;
• Usar gírias e expressões da oralidade: você não pode se esquecer de
que este é um texto formal;
• Vocabulário rebuscado aumenta a nota: muito cuidado, porque
palavras difíceis e incomuns causam confusão;
• Ultrapassar o limite de linhas proposto: só é pontuado o que estiver
dentro das margens;
• Não ter uma estrutura textual: isso faz você ficar indo e voltando no
assunto sem chegar a lugar nenhum;
• Falta de objetividade: o famoso “encher linguiça”, ou seja, escrever
demais apenas para inflar o texto com palavras;
• Senso comum: utilizar argumentos gerais que qualquer um conhece
demonstra pouco conhecimento do tema, falta de opinião própria e baixo
poder de argumentação.

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