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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

MONOGRAFIA

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO DOS ACTIVOS FIXOS


DO BANCO BAI

Autor: João Ngola Kilau


Licenciatura: Economia e Gestão
Opção: Contabilidade e Finanças
Orientador: Dr. Terêncio Gouveia

Viana, Março de 2019


Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001

Faculdade Ciências Sociais e Humanas

MONOGRAFIA

SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO DOS ACTIVOS FIXOS


DO BANCO BAI

João Ngola Kilau

Economia e Gestão

Monografia realizada na Universidade Jean Piaget de Angola, Campus de


Viana, entre Dezembro de 2017-2019
EPÍGRAFE

A compra de um bem por parte de uma empresa não implica uma perda. Mas sim
uma alteração qualitativa, dinheiro se torna activo imobilizado.
Rui Duarte

i
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Firmino Neves Kilau e Antónica Gouveia Ngola, aos meus
irmãos, Mateus Ngola Kilau, Inês Ngola Kilau, Ivone Ngola Kilau, por me terem
incentivado a continuar com perseverança e paciência suprindo as dificuldades
encontradas ao longo da trajetória da minha vida académica.
Aos meus amados colegas em principio e agora minha família, pela prudente
paciência que tiveram e continuam tendo de suportar, ajudar durante os quatro anos
que pareceu uma eternidade, longas horas de estudos e sacrifícios de modo a
fortalecermos o nosso intelecto para juntos desenvolvermos o país pelo qual somos
cidadãos, a razão de ficarmos quatro anos a estudar tem o nome de Angola.

ii
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar dou graças a Deus todo-poderoso por ter-me dado vida, saúde
e sabedoria, agradeço ao meu pai e a minha mãe, pelo esforço e apoio financeiro,
emocional durante todo o percurso da minha formação académica.

Aos excelentes professores, Dr. Terêncio Gouveia, Drª Vitorina Matesso, Dr.
Coimbra Adão Manuel, que com sabedoria e conhecimento incluindo capacidade,
foram lúcidos a transmitirem os conhecimentos de forma a habilitar-nos para enfrentar
os problemas que o país tem.

Grande parte do que está escrito neste trabalho é fruto do vosso levantar cedo
da cama, preparar os conteúdos, vossa sábia forma de transmitir e tornar simples e leve
a matéria. Porém, quero antecipar as minhas sinceras desculpas pelos erros que
eventualmente o presente trabalho possa ter e me responsabilizo por eles.

iii
Declaração de Autor

Declaração do autor

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os
regulamentos da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular das
Normas Orientadoras de preparação e Elaboração de Monografia, emanadas pelo
Departamento de altos estudos e formação Avançadas (DAEFA), o trabalho é original
excepto onde indicado por referência especial no texto. Quaisquer visões expressas
são as do autor e não representam de modo nenhum as visões da Unipiaget. Este
trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação noutras instituições
de ensino superior nacionais ou estrangeiras. Mais informo que a norma seguida para
elaboração do trabalho escrito foi a:

Norma APA (6ª edição)…………

Assinatura:_________________________

Data:_____/ _______/_______

Assinatura_____________________________________________Data___/__/____

iv
ABREVIATURAS, SIGLAS OU SÍMBOLOS

NCRF……………………………….Norma contabilista de relato financeiro


CPC………………………..……..…….Comité de pronunciamento contábil
GSTA…………………………..............Guia do sistema tributário angolano
PL…………..…………………………………………….Património líquido
NIC……………………………………………Norma internacional contábil
YK………………...………...Unidade de actividade desenvolvida no ano K
VK…………………….………………………Valor contabilístico no ano K
DK……………………………...…………………… Depreciação no ano K
Id………………………………………………...……..Taxa de depreciação
Re…………………………………………...………………...Valor residual
N……………………………………………………Período de Amortização
q………………………………………………………...Quantidade Unitária

v
RESUMO

Este trabalho consiste no estudo do sistema de amortização dos activos fixos de uma
empresa comercial e prestadora de serviço do ramo financeiro (BAI), uma sociedade
anónima. A referida sociedade tem por objecto social o exercício da actividade
bancária bem como intermediação e desintermediação financeira. O presente trabalho
tem como finalidade mostrar a influência das amortizações e depreciações nos
resultados da referida empresa, sua importância, e propõe uma gestão sabia dos activos
fixos e em geral. Fazendo uma referência da componente teórica sobre o tema em
causa, bem como as devidas análises dos principais métodos de amortização e de
depreciações, os critérios a ter em conta na escolha do método para a quotação da
amortização e depreciação, nomeadamente como: Modelo do justo valor ou
revalorização; Método da Linha Recta ou Depreciação Constante ou das Quotas
Constantes; Método das Quotas Degressivas ou Depreciação Acelerada; Método da
Soma dos Dígitos Anuais; Método da Depreciação Desacelerada. Usou o método
qualitativo e quantitativo (misto) na elaboração do trabalho sustentando assim a parte
teórica e prática do estudo acima citado, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, análise
documental e pesquisa de campo. Porem os resultados obtidos a par da indagação em
volta do nosso tema, encontram-se no terceiro capítulo, onde projetou-se os gráficos e
as tabelas. Fez-se uma análise e interpretação das amortizações e depreciação, seu peso
no resultado. Conclui-se que as Amortizações e Depreciações influenciaram e
influenciam muito nos resultados e serve de base para confrontação fiscal.

Palavras-chave: amortização, depreciação, activos, activos fixos tangíveis,


activos fixos intangíveis, património, Demonstração dos resultados.

vi
ABSTRACT

This work consists in the study of the amortization system of fixed assets of a
commercial company and service provider of the financial branch (BAI), a corporation.
Said company is engaged in the activity of banking as well as financial intermediation
and disintermediation. The purpose of this work is to show the influence of
depreciation and amortization on the results of said company, its importance, and
proposes wise management of fixed assets and in general. By making a reference to
the theoretical component on the subject in question, as well as due analysis of the
main depreciation methods and depreciation, the criteria to be taken into account in
choosing the method for depreciation and amortization, namely: value or revaluation;
Straight Line Method or Constant Depreciation or Constant Quotas; Degressive Quotas
or Accelerated Depreciation Method; Method of Sum of Annual Digits; Decelerated
Depreciation Method. He used the qualitative and quantitative (mixed) method in the
elaboration of the work, thus sustaining the theoretical and practical part of the study
mentioned above, it is a bibliographical research, documentary analysis and field
research. However, the results obtained along with the question about our theme are
found in the third chapter, where the charts were projected. It made an analysis and
interpretation of depreciation and depreciation, its weight in the result. It is concluded
that the Depreciation and Amortization have influenced and influenced much in the
results and serves as a basis for fiscal confrontation.

Keywords: amortization, depreciation, assets, tangible fixed assets, intangible


fixed assets, assets.

vii
ÍNDICE GERAL

EPÍGRAFIE……………….………………………………………………………...I
DEDICATORIA…………...………………………………………….....…………II
AGRADECIMENTO...…………………………………………………...……….III
DECLARAÇÃO DO AUTOR……………….……………………………………IV
ABREVIATURAS E SIGLAS………….……………………………………….…V
RESUMO……………………………………………………………….…………VI
ABSTRACT..……….…………………………………………………………….VII
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………....1

Identificação do problema…………………………………………………………………2

Objectivo geral…………………………………………………………………………….2

Objectivos específicos………………………………………………………………….....3

Importância do estudo…………………………………………….………………………3

Delimitação do estudo………………………………………………………………….....3

Definição de conceitos……………………………………………………………………3

CAP I- FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA…………………………………..5

1.1 - Conceito de Amortização………….………………………………………..............5

1.2- Património das instituições bancárias …………………………...………………….6

1.2.1 Composição do património….…………………………………..………………....7

1.3 - Activos……………………………………………………………..……………….9

1.4 – Métodos de amortização………….…………………….…………..….…………13

1.5 - Apuramento de resultado...………………………………..……………..………..18

1.6 – Relação entre Amortização e Resultado…….……….………………………........22

CAP II- OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO…………………………….….…23

2.1- Modo de investigação………………………………………………………….…..23

2.2- Hipóteses…………………………………………………………………………..23

2.3- Variáveis…………………………………………………………………………..24

viii
2.4- Objecto de Estudo………………………………………………………………....24

2.5- Instrumentos de Investigação……………………………………………...............24

2.6- Processamento e Tratamento de informação……………………………………....24

CAP III- APRESENTAÇÃO E DISCUNÇÃO DE RESULTADOS……………...............25

3.1- Caracterização da Empresa………………………………………………...............25

3.2- Balanço da Empresa……………………………………………………………….26

3.3- Variação do Activo………………………………………………………………...27

3.4- Estrutura do Activo e passivo…………………………………………………...…28

3.5- Mapa de Demonstração dos resultados com amortização………………………....29

3.6- Proveito de Instrumentos Financeiros…………………………………………......30

3.7- Custo de Instrumentos financeiros………………………………………………...31

3.8- Margem Complementar.……………………………………………………….......32

3.8.1 – Custos Administractivos………………………………………………………..33

3.9- Demonstração dos resultados sem amortização…………………………………...35

CONCLUSÃO…………………………………………………………………………….38

RECOMENDAÇÕES……………………………………………………………………..39

BIBLIOGRAFIA………………………………………………………..…………….…..41

ANEXOS …………………………………………………………………………………42

ix
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1.2 - Elementos Patrimoniais………………………………………………...7


Tabela 3.2 - Balanço analítico da empresa BAI……………………………............26
Tabela 3.5 - Demonstração dos resultados com amortização……………...………29
Tabela 3.9 - Demostração dos resultados sem amortização………………………..35

x
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Variação do activo……………………………………………….27

Gráfico 2 Estrutura do activo……………………………………………….28

Gráfico 3 - Estrutura do passivo………………………………..……….….28

Gráfico 4 - Proveitos de Instrumentos financeiros Activo……..……….….30

Gráfico 5 - Custo de Instrumentos financeiro Passivo………….……….…31

Gráfico 6 - Margem Complementar……………………...……..……….…32

Gráfico 7 - Custos Administractivos……………………………..………...33

Gráfico 8 - Riqueza Real sem armotização………………………..…….…34

Gráfico 9 - Riqueza real incluindo Amortizazção e depreciação…...……..36

xi
INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda “O Sistema de Amortização dos activos fixos do


Banco BAI”, é apresentado como requisito para obtenção do grau de licenciado em
Economia e Gestão, na Universidade Jean Piaget de Angola.

O Sistema de Amortização dos Activos Fixos é o conjunto de métodos e


critérios utilizados para imputar o custo de cada activo imobilizado no gasto total. Ou
seja é o procedimento e utilizado para imputar no gasto total a parte que cabe a cada
activo imobilizado.

Neste sentido, a amortização consiste em repartir o custo do activo imobilizado


pelos exercícios que beneficiam do seu uso, imputando a cada um dos mesmos a parte
que lhe cabe no gasto total efectuado aquando da aquisição do bem (quota de
amortização).

Cabe, assim, o presente trabalho incidir na análise do tratamento contabilístico


em casos activos fixos. Para o efeito, iniciou-se a abordagem com a conceitualização
desta temática, o estudo procurou demonstrar se a amortizações dos activos fixos
influenciam nos resultados do Banco BAI.

O primeiro capítulo abordou, de forma clara, a teoria do sistema de amortização


dos activos fixos.

O segundo capítulo apresentou as opções metodológicas do estudo que


sustentaram a pesquisa. Porém, o terceiro e o último capítulo, reservou-se para o
estudo técnico da empresa, contando, assim a apresentação da empresa, o balanço da
sociedade, o mapa de apuramento de resultado.

1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Segundo Lakatos & Marcon (2003, p. 159)


Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de
alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma
solução. Definir um problema significa especificá-Io em detalhes precisos
e exatos. Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e
objetividade. A colocação clara do problema pode facilitar a construção
da hipótese central.
Pretende-se com este estudo analisar o sistema de amortizações do Banco BAI,
uma empresa do ramo financeiro, com sede em Luanda (Maianga), conhecer as
influências das amortizações nos resultados do banco BAI, e levantarmos a seguinte
questão;

Até que ponto a amortização dos activos fixos influenciam nos resultados da
empresa BAI?

OBJECTIVOS DO ESTUDO

Segundo Freixo (2011, p. 164) «Objectivo de um trabalho constitui um


enunciado declarativo que precisa as variáveis chaves, população alvo e a
orientação da investigação, indicando consequentemente o que o investigador tem
intenção de fazer no decurso do estudo».

Objectivo geral

Conhecer a influência da amortização dos activos fixos nos resultados do


Banco BAI.

2
Objectivos específicos
1. Fazer uma revisão da literatura sobre os conceitos fundamentais em volta
do tema.
2. Compreender a relação entre o Sistema de Amortização e os Resultados da
Empresa
3. Analisar o Sistema de amortização e suas implicações nos resultados de
empresa BAI;

Importância do estudo
O presente estudo exprime, de forma teórica e prática, ideias sobre influências
das amortizações no resultado do Banco BAI. É de extrema importância para a classe
académica ligado aos diversos ramos da ciência económica (contabilidade, finanças,
administração, etc.), para os empresários e sobre tudo para as instituições financeiras
bancárias.

Delimitação do estudo

Tendo em conta a complexidade do tema, delimitou-se apresente pesquisa no


estudo de caso do banco BAI, uma empresa do ramo financeiro bancário, Angolana
(empresa), sediada em luanda.

Definição de Conceitos
Silva apud Silva (2014, p. 30)
A amortização das imobilizações é a operação destinada a reduzir ou actualizar
o valor que originariamente se lhe atribuiu, ou seja, consiste imputar a cada um
dos exercícios que beneficiam do seu uso a parte que lhe cabe no gasto total
quota de amortização.

3
Para Silva (2014, p. 104), o conceito de amortização torna-se mais especifica
uma vez que introduz a ideia proveitos e custo. As amortizações dão tradução a
regra de imputação que preside ao cálculo do lucro, deduzindo nos proveitos os
custos que nesse exercício suportou-se pela utilização desses bens.

«O Sistema de amortização é o conjunto de métodos e critérios devidamente


estudado utilizado para imputação ou actualização do valor atribuído ao imobilizado
no princípio». [AGT, 2017, p. 28].

O banco comercial é aquele que se especializa no crédito a curto prazo


(essencialmente desconto de letra e livrança) e na captação de recurso de curto
prazo; o banco de investimento é um banco especializado na captação de recurso
de médio e longo prazo e concede crédito para projecto de investimento (a médio
e longo prazo, por natureza).
(Martins & Barata, 1991, p. 27)

4
1 – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

1.1 CONCEITO DE AMORTIZAÇÃO


A amortização das imobilizações corpóreas é a operação destinada a reduzir ou
actualizar o valor que originalmente se lhe atribuiu, ou seja, consiste em imputar
a cada um dos exercícios que beneficiam do seu uso aparte que lhe cabe no gasto
total (quota de amortização).
(Duarte, 2007, p.119).
De acordo com GSTA [2017] o regime de amortização é aplicável aos bens do
activo imobilizado corpóreo ou incorpóreo, sujeito a deperecimento de todas as
sociedades e entidades sujeitas ao imposto industrial. Para tal devem ser considerados
custos ou perdas do exercício os encargos de amortização de bens do activo
imobilizado, a partir da data de entrada em funcionamento ou início de utilização dos
bens em causa e enquanto tal se mantiver.

Nas palavras mencionadas pelo guia de sistema tributário angolano reteu-se o


seguinte; Amortização refere-se a bens imobilizado quer corpóreo ou incorpóreo
(activos fixos tangíveis e intangíveis), que estão sujeita a imposto industrial. São
considerados custos ou perdas de exercícios a partir da data de entrada em
funcionamento.

Para Silva (2014), trata-se de uma operação de actualização do seu valor


original, uma vez que é imputado no gasto total de cada exercício anual. Isto quer
dizer que em cada ano o seu valor tende a mudar consideravelmente ate ao fim da sua
utilidade.

“A operação contabilística que visa simultaneamente a imputação do custo da


utilização dos activos fixos pelos diversos períodos económico e a actualização
(depreciação) desses mesmos bens chama-se depreciação ou amortização”. (Macro
& Faria, 2008, p.697).

5
1.2 – O Património das Instituições Financeiras Bancárias

Toda unidade económica para exercer suas actividades necessita de um certo


conjunto de elementos, ou seja, de equipamento, edifício, dinheiro, ferramentas e
outros. No exercício de qualquer actividade, estão sempre afectos valores
pertencentes a determinada entidade com disponibilidade de fundos.

Segundo Saraiva (2012, p. 438), “designa-se por património, o conjunto de


valores pertencentes a uma gestão e afectos a determinado fim”.

Para Borges (2004), o património é o conjunto de valores utilizados por uma


unidade económica no exercício da sua actividade.

Durante o Exercício de uma determinada empresa, estão à disposição vários


meios, como edifício, numerários, equipamentos, depósito à ordem, depósito ao prazo
e além disso existem relações com as envolventes que podem dar origem a um
conjunto de direitos e obrigações. Como tal, aparecerão dívidas a receber (créditos da
empresa ou débitos de terceiros) que representam valores pertencentes à empresa;
dívidas a pagar (débitos da empresa ou créditos de terceiro).

No património pode-se distinguir duas classes de elementos patrimoniais; por


um lado, os que representam aquilo que se possui ou se tem a receber; por outro lado
aquilo que representa o que se tem para pagar.

A primeira classe, aquilo que se possui e se tem para receber, designa-se por
activo. Já a segunda classe, representa o que se tem de pagar e denomina-se passivo.

6
1.2.1 – Composição do Património das Instituições Financeiras

Segundo Martins & Barata (1991, p. 32)


O património de qualquer instituição financeira bancária é composto bens
(imóveis, ouro, edifício Administrativo, equipamentos), direito (crédito,
aplicações de captação de liquidez, divisas) e obrigações (deposito à ordem,
deposito à prazo, adiantamento de cliente).
Toda a composição do património de uma instituição financeira bancária pode
resumir-se em duas classes: Activo e passivo, ou seja, origem e aplicação dos fundos.
Como se vê na comparação abaixo.

Tabela 1.2.1Elementos patrimoniais bancários


Activos Passivo
Aplicação de liquidez Deposito à ordem
Operações no M.M. Internacional Deposito à prazo
Operações com compra de títulos de Capitação para Liquidez no
tesouro Mercado Monetário Internacional
Títulos de Valores Mobiliários Obrigações de Sistemas de
Pagamentos
Montante para Negociação Divida subordinada
Operações Cambias Adiantamento de Clientes
Créditos Outras obrigações
Montante até ao Vencimento Provisões para responsabilidade
Prováveis
Provisões para Crédito de liquidação Reservas de actualização
duvidosa Monetária F/ Próprio
Imobilizações financeiras Reservas de Fundos Próprios
Imobilizações corpóreas e incorpóreas Acções Próprias em Tesouros
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017
A referida instituição possui património que é composto por bens, direito e
obrigações.

Para Macro & Faria (2008, p. 195), “bens são tudo o que pode ser avaliado
economicamente e que satisfaça as necessidades”.

Macro & Faria (ibidem), “direitos são bens sobre os quais exercemos domínio,
mas que estão sobre domínio de terceiros. Estes bens são identificado no património
como valores a receber como, clientes ou duplicatas a receber, títulos a receber,
etc”.

7
Para Saraiva (2012), obrigações são bens que encontram-se na nossa posse cujo
domínio sobre eles pertence a terceiros. É possível localizarmos no património como
valores a pagar, impostos a recolher etc. de uma forma geral o património é todo
relação que existe entre o activo e o passivo pertencente a uma entidade.

Em contabilidade designa-se por património líquido, a diferença entre o valor


do activo e do passivo exigível de uma determinada organização ou entidade em um
dado período de tempo, ou seja, constituem os valores que os proprietários têm
aplicado nos negócios, constituindo deste modo, o capital próprio da empresa.

Através do património pode-se perceber existência de activos financeiros e


passivos financeiros, poder-se-á descrever a equação fundamental do património, que
segundo Macro (2008), a partir de três variáveis, património liquido, activo e passivo
exigível.

Para o mesmo (2008), passivo financeiro trata-se de obrigação contractual.

PL = A - P
Geralmente o activo suplanta o passivo e quando isso acontece a equação muda
a sua forma normal, havendo assim locomoção de variáveis e troca de direição.

A = P + PL
Existem ainda casos em que o passivo supere o activo, desta feita a equação
ganha outra forma, uma vez que a soma do activo e do património líquido é
equivalente ao passivo.

8
A + PL = P

1.3 - Activos
Para melhor compreensão dos activos e a sua natureza, fez-se uma pequena
abordagem sobre o tema já que o mesmo constitui um dos elementos mais importante
na teoria contábil.

Lucibus (2000), os bens adquiridos e os doados são activos, desde que garante
benefícios económicos futuros.

Qualquer coisa pertencente a uma pessoa singular ou colectiva, é considerado


um bem desde que, seja susceptível de avaliação pecuniária, garantindo benefícios
económicos futuros.

“O activo é todo recurso físico ou não que se encontra sobe a gestão de uma
entidade e que possa ser utilizado para produzir produtos ou serviços aos seus
clientes, visando à geração de benefícios económicos futuros”. (Macro & Faria, 2008,
195).

Estes activos por sua vez podem ser definidos de duas perspectivas, como como
contabilística e económica financeira.

Prespectivas contabilística: activo todos os bens e direitos expressos em moeda


sujeito a uma administração, ou seja pertencentes a uma determinada entidade.

Prespectivas económica financeira: activos são recursos controlados pela


empresa capazes de gerar benefício no futuro. Trata-se de todos os recursos que
proporcionam entrada e saída na empresa, aumento do património ou redução.

9
Aquisição de um bem por uma empresa não implica uma perda para o
adquirente, mas sim uma alteração qualitativa do respectivo património, ou melhor
dinheiro passa a activo imobilizado.

Pode-se de igual forma afirmar que um activo é qualquer recurso ou elemento


que possuem ou não natureza física que se encontra sobre domínio e administração
de uma empresa, dando a possibilidade de obtenção de fluxo de caixa. Tendo em
conta que os activos fixos podem ou não ter natureza fixa, distingue-se assim as
imobilizações corpóreas das incorpóreas (tangível e intangível).

Para Macro & faria (2008, p. 694)

Os activos fixos tangíveis são itens com existência física (tangíveis ou


corpóreos) que sejam utilizados, durante um prazo superior a um período
económico, para produção ou fornecimento de bens ou serviços, para
arrendamento ou para fins administrativos.
Os activos fixos tangíveis visto que são bens detidos para o uso na produção ou
fornecimento de bens e serviços, para arrendamento, outros para fins administrativos,
e que se espera sejam usados durante mais de um período económico, denominam-se
imobilizações corpóreas.

“O nome de activo imobilizado é destinado aos elementos patrimoniais activos,


cuja utilização não se esgota em um só período económico, já que são activos não
destinado a venda, mas para uso nas actividades da empresa.” (Coimbra, 2013,
p.102)

Nas palavras de Coimbra pode-se ainda intender os ativos imobilizados como,


recursos que uma empresa detém, com carácter de permanência ou continuidade, que
não se destinam a ser vendidos ou transformados no decurso das suas actividades
normais.

Na grande maioria das empresas, sobretudo nas bancárias, os activos fixos


tangíveis representam uma parte muito significativa dos seus activos e desempenham
um papel imprescindível no processo de obtenção dos seus rendimentos. Por esta
razão estes activos não devem ser destinados a venda, mas a serem utilizados na
produção ou fornecimento de bens e serviços, para arrendamento, ou para fins
administrativos.

10
Hoje em dia vivemos na era do conhecimento e da informação. A época do
capitalismo onde se conjugavam naturalmente, os investimentos em activos fixos
(fábricas, máquinas, escritórios) como a mão-de-obra facilmente substituível, para se
obter uma produção rapidamente escoada no mercado, deixou de fazer sentido. Em
vez disso, vivemos numa época de intensas transformações económicas, sociais,
políticas e culturais, que afectam a sociedade e as empresas num mundo
progressivamente interdependente.

A internacionalização dos mercados, a concorrência, a quantidade e a


variedade de informação, a inovação tecnológica, a alteração do comportamento e
preferências dos consumidores e a sofisticação das relações financeiras, são alguns
dos factores que provocam a mudança.

A Informação é um dos objectivos da Contabilidade, como tal tem que ser tão
completa quanto possível. Assim, torna-se necessário que nas demonstrações
financeiras, que talvez comecem a perder o qualificativo devido ao conjunto de dados
não financeiros que começam a ser requeridos, surjam o maior número de
informações possível. Concretamente, a referência vai para a informação relativa aos
bens intangíveis que a empresa possui e que não constam actualmente nas
demonstrações financeiras. Há, sem dúvida, uma necessidade urgente de medir outras
grandezas e descobrir formas de as valorizar, quantificar e apresentar.

Os activos fixos intangíveis são itens do activo, identificáveis, sem existência


física (incorpóreo) que, à semelhança dos tangíveis, sejam afectos às actividades
normais da entidade, por um prazo superior a um período económico (vida útil
de dois ou mais períodos económicos). A detenção e uso de activos intangíveis
é geradora de benefícios económicos futuros que se podem traduzir em,
rendimentos resultantes da venda de produtos ou serviços, poupanças de custos,
ou outros benefícios.
(Macro & faria, 2008, p. 695)

Considera-se um activo intangível identificável se;

1º For separável, ou seja, se for possível separá-lo ou dividi-lo, podendo, ser


vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em
conjunto com um contracto, activo ou passivo relacionado.

11
2º Resultar de direitos contractuais ou de outros direitos legais, quer esses
direitos sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações.

Trata-se de todos bens que não tem forma física e cujo valor é limitado pelos
direitos e benefícios que possa conferir ao proprietário como o conjunto estruturado
de conhecimento, praticas e atitudes da empresa que interagindo com os activos
tangíveis contribuem para ara a formação dos valores da empresa. Como no caso de
uma marca adquirida pela entidade e que tenha valor de mercado, um trespasse para
aquisição do direito do direito ao arrendamento de uma loja, as quantias pagas por
uma entidade para exploração económica de um determinado direto, temporário ou
definitiva no caso de divulgações televisivas de uma serie ou conjunto de programas.

12
1.4. - Métodos de Amortização

«A operação contabilística que visa simultaneamente a imputação do custo da


utilização dos activos fixos pelos diversos períodos económico e a actualização
(depreciação) desses mesmos bens chama-se depreciação ou amortização». (Macro
& Faria, 2008, p.697).

Como afirmam os autores acima citados, amortizar é fazer a imputação do custo


pela utilização dos activos fixos e ao mesmo tempo fazer a actualização do seu
respectivo valor, dando a ideia de ter valor diferente em cada período económico em
função das actividades que a entidade realiza. Porém, trata-se de uma operação de
actualização do seu valor original, uma vez que é imputado no gasto total de cada
exercício anual. Isto quer dizer que em cada ano o seu valor tende a mudar
consideravelmente ate ao fim da sua utilidade.

Para Borges (2010), amortizar é registar a perda do valor de um activo


imobilizado, ou seja repartir o custo de um bem pelos exercícios em que o mesmo se
encontra em funcionamento.

Como afirma Borges (2003) métodos de amortização são conjuntos de


processos e formas utilizadas para o cálculo da amortização de forma sistemática.

Os métodos de amortizações são desenvolvidos basicamente para operações de


imputação do custo que cabe a cada activo no gasto total em função de cada exercício.
Como tal são usados vários critérios e métodos de forma que a imputação ou
simplesmente actualização do valor atribuído ao princípio seja feita positivamente.

Método de amortização é o procedimento ou forma de registar a redução do valor


de um activo fixo baseando-se em dois processos, registar direitamente a redução
sofrida (quota de amortização ou depreciação) na conta do activo- método
direito, criando uma nova (depreciação e amortizações acumuladas) onde são
registadas no fim de cada período correspondente. Método indireito.
(Macro & Faria 2008, p. 710)
Para determinação e cálculo das amortizações de forma sistemática, os aludidos
autores estabelecem alguns critérios de base teórica que permitem calcular as quotas
anuais de amortizações. Estes critérios encontram-se divididos em dois grupos e são

13
usados tanto para o método direito como para o método indireito mediante seis
procedimentos ou formas de determinação da quota da amortização:

1º Critérios rígidos, quando as quotas de amortização são fixadas à data da


aquisição dos bens imobilizados;

2º Critérios elásticos, quando as quotas de amortização são fixadas no fim de


cada período a que respeitam, em função do grau efectivo de utilização, dos preços
de mercado, etc.

Cada grupo compreende um conjunto de procedimentos ou formas de cálculo


em que o procedimento de depreciação constante é o mais popular. As taxas anuais
de amortização referentes a todos os bens sujeitos a depreciação encontram-se fixadas
pela Administração Fiscal e descritas no SNC. Em função da vida útil de cada bem
apresenta-se os seis procedimentos mais usado para o cálculo da depreciação
(amortização), estimando-se um valor residual.

1-Método da Linha Recta ou Depreciação Constante ou das Quotas Constantes;


2-Método das Quotas Degressivas ou Depreciação Acelerada;
3-Método da Soma dos Dígitos Anuais;
4-Método da Depreciação Desacelerada.
5-Método do Desgaste Funcional
6-Método da base Dupla.

14
1.4.1 - Método da linha recta ou depreciação constante ou das quotas
constantes.

Segundo Macro & Faria (2008, p. 700), “pressupõe que o desgaste do bem do
investimento é direitamente proporcional ao tempo, ou seja, é constante o valor das
quotas anuais de amortização”.
Este método considera que o valor de um bem ou serviço decresce a uma taxa
constante. Assim, o valor de depreciação no ano K (quotas constantes), é dado por:

𝑃−𝑅
𝐷𝐾 =
𝑁
Em que: Dk– Depreciação no ano k;

P – Valor inicial (investimento);

R – Valor residual;

N – Período de amortização

E o valor contabilístico no ano ké dado por:

𝑃−𝑅
𝑉𝐾 = 𝑃 − 𝐾 ∗
𝑁
1.4.2 -Método das quotas degressivas ou depreciação acelerada

Para Macro & faria (2008), este método considera que o valor de um bem ou
serviço decresce mais rapidamente no início da sua vida e menos rapidamente no
final.
Neste método, multiplica-se uma percentagem fixa pelo valor contabilístico em
cada ano, de forma a determinar o montante de depreciação nesse ano. Assim, o valor
de depreciação no ano k, é dado por:

𝐷𝐾 = 𝑖𝑑 ∗ (1 − 𝑖𝑑)(𝑘−1) ∗ 𝑃
15
Onde id= taxa anual de depreciação.

Assim o valor contabilístico no ano k é dado pela seguinte forma:


𝐾

𝑉𝐾 = 𝑃 − ∑ 𝐷𝐾
1

1.4.3 -Método da soma dos dígitos anuais

Este método considera que o valor de um bem ou serviço decresce a uma taxa
decrescente, sendo o valor da depreciação no ano k dado por:

2(𝑛 − 𝑘 + 1)
𝐷𝐾 = + ( 𝑃 − 𝑅)
𝑛(𝑛 + 1)
O valor contabilístico para o ano k poderá ser dado por:

𝑉𝐾 = 𝑃 − ∑ 𝐷𝐾
1

1.4.4- Método da depreciação desacelerada

Para Macro & Faria (2008), este método deprecia um activo como se a empresa
realizasse depósitos anuais iguais, cujo valor, no final da vida útil do activo, seja
exactamente igual ao custo de substituição desse activo.
Sendo i a taxa de actualização, o valor de depreciação Dk é dado por:

16
(𝑘−1)
𝑖 (1 + 𝑖 )
𝐷𝐾 = ∗𝑃−𝑅
(1 + 𝑖 )𝑛 − 1
Pode-se desta feita calcular o valor contabilístico no ano k pela forma asseguir:

𝑉𝐾 = 𝑃 − ∑ 𝐷𝐾
1

Critério de elasticidade: neste critério são destacados dois métodos, é o caso


do método do desgaste funcional e o método da base dupla.

1.4.5- Método do desgaste funcional

Neste critério as quotas de depreciação são proporcionais à utilização dos activos


fixos. São determinadas com base em unidades que exprimem a actividade
desenvolvida durante os sucessivos exercícios da sua vida útil ou económica.
Este critério é admitido pela NCRF 7,ao considerar que a vida útil pode ser
definida pelo “ número de unidades de produção ou semelhantes que se espera
obter do activo”.
(Macro & Faria, 2008, p. 707)

Neste método, as quotas de amortização são calculadas na base das unidades


que traduzem a actividade efetivamente desenvolvida pelo bem imobilizado ao longo
dos sucessivos exercícios da sua vida útil ou económica.
Considerando os pontos anteriores e admitindo Y como o número de unidades
da actividade feita (kms, horas, quantidade de artigos, etc.) prevista desenvolver
durante a vida útil do bem, teremos, como expressão da quota unitária q, a seguinte:

( 𝑃−𝑅)
q=
𝑌

17
O valor de depreciação no ano k, considerando Yk como o número de unidades
da actividade desenvolvida nesse mesmo ano. Este valor da depreciação é dado pelo
produto entre o número de actividades desenvolvido neste mesmo ano pela quota
unitária.

𝐷𝐾= q*𝑌𝐾
Este procedimento possue vantagem pelo facto do valor da amortização se
aproximar do grau efectivo de utilização (desgaste físico) do bem imobilizado.
Apresenta, contudo, a dificuldade de cálculo do valor de Ye da inexistência de
amortização nos períodos em que o bem imobilizado se encontra inactivo.

O valor contabilístico no ano ké dado pela expressão

𝑉𝐾 = 𝑃 − ∑ 𝐷𝐾
1
1.4.6 - Método da base dupla

Para (idem), este Método resulta da combinação dos métodos das quotas
constantes (linha recta) e do desgaste funcional.

A quota anual de amortização em cada exercício é igual à diferença entre a


maior das amortizações acumuladas do exercício e a maior das amortizações
acumuladas do exercício anterior, calculadas de acordo com aqueles dois métodos.

18
1.5- Apuramento de resultado de um banco

Segundo Nóbrega “at al” (2009), Demonstração do Resultado Econômico tem


o objetivo de evidenciar o resultado econômico de prestação de serviços e de
fornecimento de bens da entidade, obtido do confronto entre as receitas econômicas
e os itens de custos e despesas em cada período.

A Demonstração de Resultados é uma demonstração financeira, de carácter


Obrigatório, na qual se pretende dar uma visão económico e financeira, simplificada,
de uma organização. Este acto explica a actividade da empresa, mostrando evidências
claras do surgimento e de movimento realizado pela empresa neste ano e como foi
gerado o Resultado Líquido num dado período contabilístico. Desenvolvem-se
explicitamente os tipos de Demonstrações de Resultados existentes, fazendo-se uma
análise fundamentada dos modelos que constam nas normas, assim como a relação
que existe entre os Custos e os Proveitos.

Para António (2003), apuramento é subtração ou comparação dos custos com


relação aos proveitos alcançados pela empresa em determinado período económico,
visando determinar lucro ou prejuízo. Ao longo deste processo, vai-se apurando
vários níveis de resultados conforme a sua natureza.

O processo de apuramento consiste em efectuar lançamentos de transferência


dos saldos das receitas e despesas para uma conta temporária chamada apuração do
resultado do exercício (ARE). Naturalmente este procedimento gera escrituração no
diário, razão e a necessidade do levantamento de um novo balancete de verificação.

O resultado apurado neste processo, qualquer que seja (lucro ou prejuízo), é


imediatamente transferido para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados no
Patrimônio Liquido refletindo, portanto, o aumento ou diminuição na situação
patrimonial da empresa.

A obtenção de Resultados é o Objectivo final e principal na Demonstração de


resultados. No entanto torna-se importante familiarizar-se com os vários tipos de
resultados existentes que apuram, em etapas sucessivas, os diversos tipos de
resultados da empresa e que podem aparecer tanto nas Demonstrações de resultados
19
por natureza como na Demonstração de Resultados por funções como afirma Faria
(2008) e aprofundado por Silva (2014), como tal apresenta-se sinteticamente os
vários tipos de resultados:

1-Resultados Operacionais: reflete os ganhos ou as perdas resultantes da


actividade principal da empresa. Trata-se dum conceito muito importante para a
Análise económico-financeira da empresa na medida em que ele representa a
capacidade do negócio principal da empresa para gerar excedentes.

Diz-se frequentemente que os resultados operacionais são uma consequência


das decisões dos “operacionais” da empresa (comerciais, produção, serviços).

2-Resultados Financeiros: visa apurar os ganhos ou perdas resultantes das


decisões financeiras da empresa, englobando todos os custos suportados pela
utilização de recursos financeiros e os proveitos resultantes de aplicações financeiras,
quer de curto, quer de médio e longo prazo.

3-Resultados Correntes: este resultado consiste na soma dos dois anteriores e


traduz os resultados da actividade normal da empresa, ou seja, das decisões
relacionadas com a exploração corrente. Contabilisticamente poderemos dizer que
traduzem o resultado dos factores patrimoniais normais, os quais se contrapõe aos
factos ocasionais ou acidentais.

4-Resultados Extraordinários: são os resultantes de factos ocasionais ou


acidentais, que traduzem os ganhos ou perdas alheios à exploração, logo, com
carácter de eventualidade. Este resultado torna-se interessante para efeitos de
avaliação económico-financeira da empresa, na medida em que nunca se deve
esquecer da sua eventualidade e, como tal, não constituir um elemento normativo da
análise.

5-Resultados antes de Impostos: este resultado tem a finalidade de evidenciar


os resultados globais, antes de deduzida a estimativa para impostos sobre o
rendimento (IRC). A sua utilização é facultativa, na medida em que aquela
informação será obtida pela leitura das demonstrações financeiras.

20
6-Resultados Líquidos do Exercício:

Para Macro & Faria (2008), é o apuramento do resultado líquido de cada


exercício económico, ou seja, é o valor que ficou depois de termos abatidos os custos
necessários e os impostos sobre os lucros. Este valor será depois distribuído de acordo
com a decisão dos sócios (accionistas).

7-Resultados Brutos:

Para Costa & Alves (2001), é o apuramento do resultado bruto de cada exercício
económico, ou seja, é o valor que apenas engloba as vendas e prestações de Serviços
às quais são subtraídas os custos direitos das vendas e das prestações de serviços
tendo em consideração os impostos inerentes.

8-Resultados por Acção: este resultado segue-se, normalmente, ao resultado


líquido do exercício e é obtido dividindo os resultados líquidos do período (deduzidos
dos correspondentes às acções preferenciais) pelo número médio ponderada de
acções ordinárias em circulação durante o período.

Como afirma Costa (2001), a demonstração dos Resultados por natureza, é de


elaboração obrigatória, pois é a demonstração financeira que apresenta os resultados
das operações de uma empresa durante um determinado período em que os custos e
as perdas e os proveitos e os ganhos são classificados de acordo com as respectivas
naturezas.

A Demonstração de Resultados agrupa as contas destinadas a registar, num dado


exercício, os custos por natureza sendo relevantes, por um lado, os ligados com a
actividade normal e corrente da empresa e, por outro, os relacionados com operações
de caracterização extraordinárias. Por sua vez os custos e perdas da actividade normal
e corrente desdobram-se em dois subconjuntos informativos: um evidenciando os
denominados (custos operacionais) e outros os (custos financeiros).

A Demonstração de Resultados por natureza permite a obtenção de diversos


tipos de resultados, nomeadamente: resultado operacional, financeiro, corrente,
extraordinário, resultado antes do imposto, resultado líquido de exercício.

21
1.6 – Relação entre a amortização e os Resultados de um banco
comercial.

As amortizações conforme citado por Morais (2009), é a operação destinada a


reduzir ou actualizar o valor que originalmente se atribuiu a um bem, ou seja, consiste
em imputar a cada um dos exercícios que beneficiam do seu uso a parte que lhe cabe
no gasto total quota de amortização.
Amortizar é registar de forma sistemática os custos pela utilização dos activos
imobilizados. Este registo provocará diminuição de forma direita ou indireita nos
resultados,
“A depreciação ou amortização aloca de forma sistemática os custos dos
activos imobilizados aos períodos que se beneficiam da sua utilização”.Weil (2001,
p 392).
Resultado é a equiparação dos custos com relação aos proveitos, a depreciação
ou amortização representa a diminuição da capacidade de geração de benefícios
futuros para a empresa, e essa capacidade de geração é avaliada de acordo com o
método utilizado para a sua mensuração. Como tal os resultados as amortizações
possuem uma relação direita, já que a mesma é parte do custo e considerado como
custo fixo.
Assim o custo total é visto pela soma de todos os custos (custos variáveis e
custos fixos).Os resultados de um banco comercial o seu valor numérico varia em
função do custo e das receitas (proveitos), estes resultados são tidos na diferença entre
custo total e proveito total e pode ser lucro ou prejuízo.
Quando não se considera as amortizações, o lucro pode ter uma margem
elevada, isto, dependendo do peso do proveito em função do custo. Por não se tratar
do custo total, isso não passa de uma ilusão da óptica já que com inclusão das
amortizações o lucro baixa e consequentemente os impostos sobre os rendimentos
baixam traduzindo um aumento da riqueza real.

22
CAP. II - OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO

2.1 – Modo de Investigação


No presente trabalho utilizou-se o método Misto, em que, segundo, Freixo
(2003) este método leva o investigador a partir da teoria para a prática.

O modo de investigação deste estudo caracteriza-se como bibliográfico, porque


para a fundamentação técnico-científica foi realizada uma investigação ao tema:
sistema de amortização dos activos fixos da empresa BAI, incluindo as depreciações
(amortizações).

Considerando a importância da temática e de acordo com os objectivos traçados,


usou-se a forma de investigação mista ou dedutivo misto, uma vez que os argumentos
condicionais foram os que mais interessaram o presente estudo.

2.2 – Hipótese

Segundo Freixo (2011) uma hipótese é uma sugestão de resposta para o


problema, e que orientará a investigação.

De acordo com a problemática levantada, obtiveram-se as seguintes hipóteses.

𝐇𝟎 ∶As amortizações dos activos fixos apesar de ser custos que devem ser
adicionados na apuração dos resultados, poderão não influenciar nos resultados da
empresa BAI.

𝐇𝟏 :As amortizações dos activos fixos influenciarão nos resultados da empresa


BAI uma vez que são custos adicionais e que têm peso significativo na determinação
do real resultado.

23
2.3 – Variáveis

Segundo Freixo (2011, p. 174), “uma variável pode ser definida como qualquer
característica da realidade que pode tomar dois ou mais valores mutuamente
exclusivos. Refere-se ainda a qualquer característica que uma experiencia é
manipulada, medida ou controlada”.

Variável independente: amortização dos activos fixos.

Variável dependente: Resultado de exercício

2.4 – Objecto de estudo

O presente trabalho tem como Objecto de estudo, as amortizações dos activos


fixos da empresa BAI.

2.5 – Instrumento de investigação

Tendo em conta que a recolha de informação é uma das fases mais relevantes
na pesquisa e que merece uma grande concentração, utilizou-se os seguintes meios
de investigação; questionário, grelha de observação.

2.6. Processamento e tratamento da informação

Para o processamento e tratamento da informação, utilizou-se o balanço, o mapa


de apuramento de resultado.

24
CAP. III - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

3.1-Caracterização da empresa

O BAI é uma empresa Angolana que se encontra segmentado no sector da banca


angolana com a sede em Luanda, classificado como banco comerciais. Fundado em
1996 no dia 13 de Novembro, foi constituído como sociedade anónima (SA) e
inaugurou a sua 1º agência sede ao 14 de Novembro de 1997, criando 136 pontos de
atendimento no território nacional.

O Banco Angolano de Investimento tem a sua sede em Luanda/Angola.


Subsidiárias; BAI Europa, BAI Cabo Verde, Novo Banco Enter Prise Bank Angola
SARL, BAI Micro Finanças.

A sociedade tem por Objecto social o exercício da actividade bancária bem


como intermediação e desintermediação financeira.

Através do presente estudo mostrou-se os principais acontecimentos ocorridos


nos anos 2013 a 2014 no Banco BAI. Em 2014 o BAI continua com as suas políticas
de melhoramento no serviço e qualidade ao serviço prestado aos seus clientes a nível
interno e externo. Porém foram admitidos 130 novos colaboradores, registando assim
um total de 2000 colaboradores no final do ano. Este aumento por sua vez reflete-se
no crescimento de mais canais de distribuição e reforço das diversas áreas dos
serviços centrais.

3.2-Balanço do BAI em 2013 / 2014

As imobilizações cresceram de 57.966.730 milhões para 66.218.207 milhões,


está subida foram influenciados pelas políticas de investimento do BAI. De
2014/2013 as imobilizações financeiras variaram em 18%. Já as imobilizações
corpóreas cresceram de 36.177.285 para 41.776.224 com uma variação de 15,47%.
Porem as imobilizações incorpóreas baixou de 5.114.656 para 4.687.181 uma
variação de -8,36%.

25
Tabela 3.2- Balanço analítico da empresa BAI

Balanço analítico do BAI 31/dez/14 31/dez/13 Δ% 2014/2013


ACTIVO Notas Milhares de AKZ Milhares de AKZ
Disponibilidade 3 199.052.509 189.309.176 5,14%
Aplicação de Líquidez
Operações no MMI 4 122.653.377 253.856.141 -51,68%
Operações de cp de títulos de ter/revenda 4 94.084.365 68.791.235 36,76%
Titulo e Valores Mobiliario 5
Montante para Negociação 5 3.474.521
Montante até ao vencimento 5 228.678.434 199.900.493 14,39%
Crédito no S. Pagamento 6 387.130 623.632 -37,92%
Operações Câmbias 404
Créditos 7 406.440.096 284.667.929 42,77%
Provisões p/créditos de liquida duvidosa 7 -40.979.524 -38.960.130
Outros Valores 8 21.062.735 23.537.401 -10,51%
Imobilizações
Imobilizações Financeiras 9 19.754.802 16.674.789 18,47%
Imobilizações Corpóreas 10 41.776.224 36.177.285 15,47%
Imobilizações Incorpóreas 11 4.687.181 5.114.656 -8,36%
TOTAL DO ACTIVO 1.101.071.850 1.039.693.038
Passivos e Fundos Próprios
Depósitos
Depósitos à ordem 12 636.949.945 517.287.935 23,13%
Depósitos a Prazo 13 313.966.643 935.648.057 -66,44%
Captações/líquidezOperçMerc Monet
5,38%
Intermedio 14 10.287.418 9.761.851
Obrigações no Sistema de Pagamentos 15 3.347.318 3.383.977 -1,08
Operações Cambias 16 348.738 1.384.772 -74,81%
Divida Subordinado 504.393
Adiantamento de Cliente 17 5.868.012 3.115.405 88,35%
Outras Obrigações 18 7.495.341 8.923.710 -16
Provisões para responsabilida Prováveis 19 9.153.967 5.252.951 74,26%
TOTAL DO PASSIVO 987.417.382 935.263.051 5,57%
Capital Social 20 14.786.705 14.786.705
Reservas de actualizaç Monet /F/Próprio 21 28.669 28.669
Reservas e Fundos Próprios 22 85.366.496 76.909.166 10,99%
Resultados Potencias 23 670.985 670.807 0,02%
Acções próprias em Tesouraria 24 -47.260 -47.260
RLE 25 12.848.873 12.081.900 6,34%
TOTAL DO CP 113.654.468 104.429.987 8,83%
Total P + CP 1.101.071.850 1.039.693.038 5,90%

Fonte: Relatório Financeiro, 2014

O activo cresceu 5,9%, atingindo AKZ 1.101.071 milhões no final do ano,


impulsionado pelo aumento dos depósitos, que atingiram AKZ 950.917 milhões
(mais 5,3% face a 2013).

26
3.3- Variação do activo em 2013 / 2014.

Gráfico 1 - Variação do activo

Variação do activo

42,77%
36,76%

18,47% 15,47%
14,39%
5,14%

Fonte: Relatório financeiro do BAI, 2014

A estrutura do activo foi alterada pelo aumento (i) do crédito líquido, que atingiu
AKZ 365.461 milhões (mais 48,7% face a 2013), (ii) das aplicações em títulos, que
atingiu AKZ 232.153 milhões (mais 16,1% face a 2013), e (iii) das participações
financeiras para AKZ 19.755 milhões (mais 18,5% face a 2013).

A redução verificada em 2014 nos activos mais líquidos decorre do aumento da


carteira de crédito que no final de 2014 representavam 33% do Total do Activo (2013:
24%) e do aumento das Aplicações em Títulos que representavam 21% do activo no
final de 2014 (2013: 19%).

27
3.4- Estrutura do activo e passivo em 2013 / 2014.
Gráfico 2 Estrutura do activo

Estrutura do Activo

8% 8%
24% Participação
33%
19% Crédito
21% Aplicação em Titulo
31,00%
20% Aplicação de Liquidez

18% 18% Disponibilidade

1 2
31 DEZEMBRO DE 2014 / 31 DEZEMBRO 2013

Em 2014 o BAI continuou a sua política conservadora de favorecimento da


liquidez e investimento em activos de menor risco: os activos de elevada liquidez
(disponibilidades e aplicações de liquidez) representam 38% do total dos activos e a
exposição do balanço ao Estado Angolano (Ministério das Finanças e BNA)
aumentou de 37% em 2013 para 55% em 2014.
Gráfico 3- Estrutura do Passivo

ESTRUTURA DOPASSIVO
31 DEZEMBRO 2013 31 DEZEMBRO 2014

10% 29% 1% 2%
58%

10% 37% 1% 2%
50%

FUNDOS DEPÓSITOS À DEPÓSITOS A CAPTAÇÃO OUTROS


PRÓPRIOS ORDEM PRAZO PARA LIQUIDEZ PASSIVOS

Fonte: relatório financeiro 2014.

28
A estrutura de funding manteve-se estável ao longo dos dois últimos anos. Os
depósitos à ordem representavam 58% do activo no final de 2014, apresentando uma
variação positiva de 8 p.p. relativamente ao ano anterior que se explica pela
desmobilização e consequente redução dos depósitos a prazo, que representavam
29% (2013: 37%).

3.5- Demonstração dos resultados com amortização em 2013 / 2014


Tabela 3.5- Demonstração dos Resultados com amortização

Demonstração dos Resultados em milhares Notas 31/dez/14 31/dez/13


Milhares de Milhares de
AKZ AKZ
Proveitos de Aplicação de Liquidez 21 7.847.548 9.187.627
Proveitos de Títulos e Valores Mobiliário
21 14.586.439 10.674.201
Proveitos de Créditos 21 ------------- 17.925
Proveitos de Instrumento Financeiro Derivados 21 27.994.574 28.199.835
Proveitos de Instrumentos Financeiros Activo 50.428.561 48.079.588
Custos de Depósitos 21 (12.917.461) (13.348.083)
Custo de Captações para Liquidez 21 (494.987) (554.283)
Custos de Captações com Títulos e Val. Mobiliário 21 (11) ---------------
Custos de Divida Subordinada 21 (2.071) -------------
Custos de Instrumentos Financeiros Passivo (13.414.530) (13.902.366)
Margem Financeira 37.014.031 34.177.222
Resultados de Negociações Ajustes ao Valor Justo (443)
Resultados de Operações cambias 22 1.205.976 11.591.466
Resultados de prestação de Serviço Financeiro 23 9.238.432 10.344.574
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 18 (14.452.093) (21.933.083)
Resultado de Intermediação Financeira 43.006.346 34.179.736
Pessoal 24 (9.758.000) (8.880.883)
Fornecimento de Terceiro 25 (11.818.173) (10.215.688)
Impostos e Taxas não Incidentes Sobre o Resultado 26 (1.242.592) (361.255)
Penalidades Aplicadas por Autoridades Reguladoras 27 (115.223) (617)
Depreciações e Amortizações 10 (2.789.349) (2.492.805)
Custos Administrativos e de Comercialização (25.723.337) (21.951.248)
Provisões sobre Outros Valores e Resp. Prováveis 18 (2.997.471) (1.378.755)
Resultado de Imobilização Financeira 28 (2.678.000) (1.476.982)
Outros Proveitos e Custos Operacionais 29 1.377.007 671.361
Outros Proveitos e Custos Operacionais (30.021.801) (24.135.624)
Resultado Operacional 12.984.545 10.041.112
Resultado Não Operacional 30 (935.019) 461.540
Resultado Cambial de Conversão para USD -------------- ---------------
RAI e Encargos (RAI) 12.049.526 10.505.652
Imposto Corrente
Impostos Diferidos Activos 31 799.347 1.576.248
Resultado Líquidos do Exercícios 12.848.873 12.081.900
Fonte: relatório financeiro 2014.

29
Verifica-se neste caso um resultado liquido na ordem de 12.848.873 milhões de
kwanzas para o ano 2013, e 12.081.900 milhões de kwanzas para o ano 2014,
resultante da inclusão dos custos de utilização dos activos fixo conhecidos como
imobilizações (amortizações ou depreciações).

3.6- Proveitos de instrumentos financeiros 2013 / 2014

Gráfico 4- Proveitos de instrumentos financeiros

Proveitos de instrumentos financeiro


activo

16%
APLICAÇÕES PARA LIQUIDEZ
19%

29%
TITULOS E VALORES MOBILIARIOS
22%

56%
CRÉDITOS
59%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

31 DEZEMBRO 2014 31 DEZEMBRO 2013

Fonte: Relactorio financeiro BAI 2014.

30
Margem Financeira

A margem financeira situou-se em AKZ 37.014 milhões, tendo aumentado


AKZ 2.837 milhões relativamente a 2013 principalmente devido ao aumento dos
proveitos com títulos e valores mobiliários (essencialmente dos títulos indexados à
taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos) e à diminuição dos custos de depósitos
em 3,5%.

3.7 – Custos

Gráfico 5 - Custos de instrumentos financeiro passivo

Custos de instrumentos financeiro passivo


4%

Captação para Liquidez

4%

96%

Depósitos

96%

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

31 DEZEMBRO 2014 31 DEZEMBRO 2013 Linear (31 DEZEMBRO 2013)

Fonte: relatório financeiro 2014.

31
Em 2014, o investimento médio em activos financeiros situou-se em AKZ
791.303 milhões, registando um aumento de AKZ 53.822 milhões (7,3%)
comparativamente a 2013. O aumento no investimento médio teve um impacto direito
nos proveitos de instrumentos financeiros activos que registaram um aumento de
AKZ 2.349 milhões, situando-se em AKZ 50.429 milhões, em 2014. O aumento dos
proveitos de aplicações em títulos foi resultado do aumento da carteira (efeito
volume) e das taxas de juro (efeito preço). A redução dos custos com passivos
financeiros é principalmente explicada pelo efeito volume.
3.8- Margem complementar

Gráfico 6- margem complementar.

MARGEM COMPLEMENTAR

31 DEZEMBRO 2013 31 DEZEMBRO 2014

6%
52 42

3%
51% 46%

RESULTADO DE RESULTADO DE OUTROS


OPERAÇÕES PRESTAÇÃO DE PROVEITOS E
CAMBIAIS SERVIÇO CUSTOS
FINANCEIRO OPERACIONAIS

Fonte: relatório financeiro 2014.

A margem complementar situou-se em AKZ 21.821 milhões em 2014, tendo


reduzido 3,5% (AKZ 786 milhões) relativamente a 2013, explicada pela redução dos
resultados de prestação de serviços financeiros principalmente devido à redução da
venda de notas estrangeiras decorrente das medidas de desdolarização (regime
cambial aplicável ao sector petrolífero e licenciamento de importação de notas), tendo
sido parcialmente compensada pelo aumento dos proveitos com os cartões de débito
pré-pagos.

32
3.8.1 Custos Administrativo.

Gráfico 7 custos Administrativo.

CUSTOS ADMINISTRACTIVO
31 DEZEMBRO 2013 31 DEZEMBRO 2014

47%

46%
41%

38%

11%

10%

5%
1%
PESSOAL FORNECIMENTO DE DEPRECIAÇÃO E IMPOSTOS E TAXA
TERCEIRO AMORTIZAÇAO NÃO INCIDENTE
SOBRE O
RESULTADO

Fonte: relatório financeiro.

Os custos administrativos ascenderam os AKZ 25.723, tendo aumentado


17,2% relativamente a 2013. Os custos com fornecimentos de terceiros atingiram
AKZ 11.818 milhões, tendo aumentado 15,7% (AKZ 1.602 milhões) relativamente a
2013, Principalmente explicado pelo aumento nas rubricas de comunicações (AKZ
434 milhões), formação (AKZ 170 milhões) e auditoria e consultadoria (250
milhões). Os custos com o pessoal totalizaram AKZ 9.758 milhões em 2014, tendo
aumentado 9,9% (AKZ 877 milhões) relativamente a 2013, principalmente devido (i)
ao aumento salarial geral de 10% (com impacto em 6 meses), (ii) ao aumento salarial
decorrente do Modelo de Gestão de Carreiras (com impacto em 10 meses), (iii) à
actualização cambial das remunerações e (iv) ao aumento do número de
colaboradores.

Os custos com impostos não incidentes sobre o resultado atingiram AKZ 1.242
milhões, tendo aumentado AKZ 881 milhões, principalmente devido ao imposto
sobre a aplicação de capitais (IAC), incidente sobre os Bilhetes do Tesouro,
Obrigações do Tesouro e as operações com acordo de revenda.

33
O rácio cost-to-income aumentou 5,1 pontos percentuais relativamente a 2013,
situando-se em 43,7%, explicado pelo crescimento dos custos administrativos
(17,2%) superior ao crescimento do produto bancário (3,6%).

Tendo em conta que a empresa BAI do ponto de visto da Administração geral


tributaria é classificada como empresa do tipo A isto devido o seu volume de negocio
e o capital que possue, por esta razão e segundo o sector de actividade pelo qual se
encontra segmentado pagará imposto industrial tipificado pela leí, isto é 30% do
resultado obtido na sua actividade económica.

Assim os resultados apresentados a quanto da demonstração dos resultados


não passa de uma ilusão de óptica. Fazendo uma comparação entre os dois resultados
respetivamente 2013 e 2014, poder-se-á notar o seguinte na primeira demonstração
com a inclusão das depreciações e amortizações temos os seguintes resultados
12.081.900 e 12.848.873 respetivamente positivos porque os proveitos foram
superior que os custo. Com os seguintes valor do imposto 3.624.570 e 3.854.661,9
que corresponde 30% dos valores obtidos.

3.8.2 Riqueza real sem amortizações.

Gráfico 8 Riqueza real sem amortizações

Riqueza real
1500000000%
1000000000% 3.854.661,9 3.624.570
500000000% 8.994.211,1 8.457.330
0% 30%
70%
1 2 3
Imposto Industrial 30% 3854661,9 3624570
Riqueza Liquida 70% 8994211,1 8457330
31 DEZEMBRO 2014 / 31 DEZEMBRO 2013

Riqueza Liquida Imposto Industrial

Fonte: elaborado pelo autor.

3.9 Demonstração dos resultados sem amortização

34
Demonstração dos Resultados em milhares Notas 31/dez/14 31/dez/13
Milhares de Milhares de
Resultado sem amortização AKZ AKZ
Proveitos de Aplicação de Liquidez 21 7.847.548 9.187.627
Proveitos de Títulos e Valores Mobiliários 21 14.586.439 10.674.201
Proveitos de Créditos 21 17.925
Proveitos de Instrumento Financeiro Derivados 21 27.994.574 28.199.835
Proveitos de Instrumentos Financeiros Activo 50.428.561 48.079.588
Custos de Depósitos 21 (12.917.461) (13.348.083)
Custos de Captações para Liquidez 21 (494.987) (554.283)
Custos de Captações com Títulos e Val. mobiliário 21 (11)
Custos de Divida Subordinada 21 (2.071)
Custos de Instrumentos Financeiros Passivo (13.414.530) (13.902.366)
Margem Financeira 37.014.031 34.177.222
Resultados de Negociações e Ajustes ao Valor Justo (443)
Resultados de Operações cambias 22 1.205.976 11.591.466
Resultados de prestação de Serviço Financeiro 23 9.238.432 10.344.574
Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa 18 (14.452.093) (21.933.083)
Resultado de Intermediação Financeira 43.006.346 34.179.736
Pessoal 24 (9.758.000) (8.880.883)
Fornecimento de Terceiro 25 (11.818.173) (10.215.688)
Impostos e Taxas não Incidentes Resultado 26 (1.242.592) (361.255)
Penalidades Aplicadas/ Autor Reguladoras 27 (115.223) (617)
Custos Administrativos Comercialização (22.933.988) (19.458.443)
Provisões / Outros Val e Resp. Prováveis 18 (2.997.471) (1.378.755)
Resultado de Imobilização Financeira 28 (2.678.000) (1.476.982)
Outros Proveitos e Custos Operacionais 29 1.377.007 671.361
Outros Proveitos e Custos Operacionais (27.232.452) (21.642.819)
Resultado Operacional 15.773.894 12.536.917
Resultado Não Operacional 30 (935.019) 461.540
Resultado Cambial de Conversão para USD

RAI e Encargos (RAI) 14.838.875 12.998.457


Imposto Corrente
Impostos Diferidos Activos 31 799.347 1.576.248
Resultado Líquidos do Exercícios 15.638.222 14.574.705
Fonte: elaborado pelo autor com base no Relactorio 2014

35
Quando não se contabilizam os custos pela utilização dos activos fixos o
resultado líquido de exercício, aumenta na ordem de 28.79%, o que totaliza
15.638.222 kwanzas e 14.574.705 respectivamente para 2013 e 2014. Este aumento
resulta na diminuição da riqueza real esperada pelos accionistas tendo em conta os
impostos inerentes a suportar (imposto industrial).

Um dos grandes problemas dos rendimentos elevados consiste pelo facto dos
seus encargos se maior. Quando não se incluem as Amortizações e Depreciações os
valores cada vez mais tende para cima, mas isso não é sinonimo de grande riqueza
porque quanta maior for o lucro maior será o tributo pelo qual se deve pagar. É nesta
linha de pensamento que torna relevante a nossa pergunta de partida.

36
Gráfico 9 Riqueza Real incluindo Amortizações e Depreciações

Riqueza real 2013 Riqueza real2014


12000000

1200000000% 10000000 10.946.7


1000000000% 55,4
8000000
10.202.2
800000000%
93,5 6000000
600000000%
4000000 4.691.46
400000000%
4.372.41 2000000 6,6
200000000% 1,5
70% 30% 70% 30%
0% 0
1 2 1 2

Riqueza Liquida Imposto Industrial Riqueza Liquida Imposto Industrial

Fonte: elaborado pelo autor

1º - Sem incluirmos as depreciações e amortizações, os valores impostos dos


anos 2013 e 2014 são respetivamente; 4.872.411,5 milhões de Kwanzas e 4.691.466,6
milhões de Kwanzas.

2º - Com a inclusão das depreciações e amortizações os valores dos impostos


são respetivamente; 3.854.661,9 milhões de Kwanzas e 3.624.570 milhões de
Kwanzas.

3º - Calculando a diferença entre as duas formas temos um excedente para os


anos 2013 e 2014 respetivamente no valor de 1.017.749,6 milhões de Kwanzas e
1.066.896,6 milhões de Kwanzas. Ou seja, um excedente de 20,88% e 22,74%. Isto
significa que se as depreciações e amortizações a empresa BAI perde
aproximadamente 21% do valor da sua riqueza em 2013 e 23% em 2014.

37
CONCLUSÕES

A presente monografia teve como tema “Sistema de amortização dos activos


fixos do Banco BAI”, o Objectivo foi o de conhecer a importância das amortizações
dos activos fixos nos resultados da empresa BAI. Abordou-se alguns aspectos
teóricos de activos fixos e amortização bem como as depreciações. O que nos permite
afirmar que a pesquisa bibliográfica ajudou-nos muito a compreender a influência das
amortizações e depreciações e a interligação dos mesmos conceitos com os resultados
na prática.

Pode-se ainda afirmar que a amortização e a depreciação dos activos fixos


influenciam de forma positiva nos resultados, e com relação ao estudo em causa,
influenciou de forma positivamente, nas riquezas alcançadas com base nos resultados
apresentados para os anos 2013 e 2014.

Todos os objectivos pretendidos foram alcançados, quanto a nível teórico


como a nível prático. Com relação as hipóteses, nula (𝐻0 ) e alternativa (𝐻1 ), Podemos
afirmar que rejeitou-se (𝐻0 ) e aceitamos (𝐻1 ), uma vez que as amortizações e
depreciações influenciaram nos resultados.

Tendo em conta a pesquisa, pode-se perceber que as amortizações e


depreciações tem uma grande importância, é necessário que haja cada vez mais,
preocupação por parte das empresas para atender as exigências do mercado, isto é,
permitindo a continuidade da empresa, já que os valores das depreciações podem ser
utilizados no final da vida útil dos bens para aquisição de novos bens e acaba sendo
o responsável pela manutenção e permanência do mesmo na empresa.

38
RECOMENDAÇÕES
Após a conclusão do trabalho, prestamos algumas recomendações para as
empresas e a sociedade em geral, que irão contribuir para o melhoramento da gestão
dos activos fixos:

 Que haja mais rigor na seleção dos métodos para o cálculo das depreciações e
amortizações dos activos fixos, conhecidos também como activos tangíveis e
intangíveis.
 Que haja disposição e estudos profundos sobre os critérios a ter em conta na
escolha dos métodos para amortização e depreciação.
 Que em cada ano ou fim de actividade econômica verifica-se as condições dos
activos fixos uma vez que são eles os responsáveis da continuidade das
actividades da empresa.
 Que sejam determinadas com antecedências a capacidade de produção do bem,
vida económica de modo a não cometer erros gravíssimos.
 Que haja muita vontade e interesse por parte da sociedade acadêmica de modo
a pesquisar e acompanhar a dinâmica sobre o conhecimento dos activos fixos
e as amortizações e depreciação.
 Aos académicos da área em causa, que haja espírito de pesquisa por parte da
comunidade académica no que toca o assunto, sobretudo as empresas de todos
os ramos de atividade.

39
Referências Bibliográficas

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41

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