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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E GESTÃO

Trabalho de Fim do Curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Realizado por:
Ana Carla João

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMO


INSTRUMENTOS DE TOMADA DE DECISÃO

ESTUDO DE CASO: EMPRESA PAJOFRADO

Orientador: Prof.Lic. Mbala Kelvin

Nº do Registo:
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO ALVORECER DA JUVENTUDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E GESTÃO

ANALISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMO INSTRUMENTOS DE


TOMADA DE DECISÃO

CASO DE ESTUDO : EMPRESA PAJOFRADO

Trabalho de Fim do Curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Realizado por:
Ana Carla João

Orientador: Prof.Lic. Mbala T Kelvin

Luanda /------/------/------
EPÍGRAFE

“Nunca cruzes os braços diante de uma


derrota, pois o maior homem que já viveu
morreu de braços abertos”

Valdick da Fonseca
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais ( Belavista João e Raquel Abel) pelo apoio
moral e a preparação para enfrentar as dificuldades da vida. E pelo investimento
para que este sonho se tornasse possível.

i
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me concedeu o folego da vida , dando capacidade e força de


vontade para que me formasse. Ao ISPAJ, em particular o Departamento de
Ciências Económicas e Sociais, pela oportunidade de concluir a minha lincenciatura
em Contabilidade e Auditoria. Aos professores do curso, em particular o MSc Tandu
Wulu, pelos conhecimentos transmitidos. Ao meu orientador Mbala Kelvi pela
disponibilidade, força e motivação para que este trabalho fosse uma realidade. Aos
meus colegas, em especial Miguel Félix e Jucelma Bernando, pelo companherismo
e conversas eficientes e animadoras. A empresa PAJOFRADO, Lda., pela
disponobilidade dos dados para a realização da monografia. Aos meus irmãos pelo
incentivo moral bem como material, ás Sulates, aos meus sobrinhos, e a todos que
directa ou indirectamente deram-me forças para continuar.

À todos o meu muito obrigado!

ii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BADF- Base de Apresentaçao das DemonstraçaomFinanceira


SNC-Sistema de Normalizaçao Contabilista
CP- Capital Próprio

DACP-Demonstraçao das Alteraçoes no Capital Proprio

H1- Hipotese 1

H2- Hipotese 2

H3- Hipotese 3

PGC- Plano Geral de Contabilidade

POC-Plano Oficial de Contabilidade

AC- Activo Corrente

PC-Passivo Corrente

ROV-Rentabilidade Operativa das Vendas

RLV-Rentabilidade dos Liquidas das Vendas

RA-Rentabilidade dos Activos

RLA-Rentabilidade Liquida do Activo

LG-Liquidez Geral

LR-Liquidez Reduzida

LI-Liquidez Imedianta

AF- Autonomia Financeira

RLV- Rentabilidade Liquida das Vendas

RCP-Rentabilidade do Capital Próprio


DME- Duração média das Existêcias

TMC- Tempo médio de Cobrança

TMP- Tempo médio de Pagamento

GA-Giro do Activo
iii
ML-Margem Liquida

RPL-Rentabilidade do Patrimonio Liquido

NFM-Necessidade de Fundo Maneio

FM- Fundo de Maneio

iv
RESUMO

O presente trabalho consiste em um estudar a analise das demonstrações


financeiras como instrumentos de tomada de decisão da empresa PAJOFRADO
Lda, no período de 2018 a 2020. Para atingir nosso objectivo fizemos uma revisão
sobre os conceitos da análise financeira, demonstrções financeiras, os rácios e
focamos particularmente nos rácios de rendibilidade; depois identificamos a
informação financeira necessária da empresa análisar através das demonstrações
financeiras ; de seguida calculamos os rácios de rendibilidade da empresa da
empresa durante o período de estudo, e para o fim interpretámos e comparamos os
rácios calculados de cada exercício contabilistico com outro para estudar a evolução
de rendibilidade da mesma. Utilizou-se também alguns métodos científicos como:
Comparativos e exploratório que ajudaram –nos nesta investigação, houve também
auxilio das pesquisas como: Explicativa, descritiva, bibliográficas que nos permitiu
ter a noção acerca da análise das demonstrações financeiras durante o período de
investigação na qual constatou- se que o resultado é razoável favorável, e tentemos
sugerir a empresa de rever os custos de mercadorias vendidas e melhorar as
vendas para aumentar seus retornos sobre investimentos.

v
Palavras-chave: Demonstração Financeira, Rácios,Rendibilidade

ABSTRACT

vi
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Balanço.................................................................................................................................28
Tabela 2: Demostração de Resultados................................................................................................29
Tabela 3: Liquidez Geral......................................................................................................................30
Tabela 4: Liquidez Corrente.................................................................................................................30
Tabela 5: Liquidez Seca........................................................................................................................31
Tabela 6: Giro do Ativo........................................................................................................................31
Tabela 7: Margem Lìquida...................................................................................................................32
Tabela 8: Rentabilidade do Patrimônio Líquido..................................................................................32

vii
viii
ÍNDICE

DEDICATÓRIA......................................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................................ii
EPÍGRAFE...........................................................................................................................................iii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...........................................................................................iv
RESUMO..............................................................................................................................................v
ABSTRACT..........................................................................................................................................vi
LISTA DE TABELAS..........................................................................................................................vii
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................1
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................6
1.1- Análise das Demonstrações Financeiras............................................................................6
1.1.1-Conceitos de Análise Financeira........................................................................................6
1.2. Principais objectivos da Análise das Demonstrações Financeiras..........................8
1.2.1-As Demonstrações Financeiras...........................................................................................9
1.4- Análise e Interpretação dos Rácios....................................................................................17
1.4.1- Os rácios................................................................................................................................19
1.5- Índices financeiros..............................................................................................................21
1.5.4- Índice Liquidez Geral...........................................................................................................23
1.5.5- Índice Liquidez Reduzida (L.R...........................................................................................24
1.5.6- Índice Liquidez Imediata (L.I)........................................................................................25
2.1. Tipo de Pesquisa.................................................................................................................33
2.2. Método de estudo................................................................................................................35
O métodos de estudo usadosno presente trabalho foi o método comparativo.....................35
3.2- Evolução da actividade profissional.......................................................................37
3.3- Actividades desenvolvidas...........................................................................................37
Órgãos Sociais.........................................................................................................................37
Assembleia Geral....................................................................................................................37
Departamentos.........................................................................................................................38
3.6- Margem líquida (ML)...................................................................................................45
3.7- Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL)...........................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................53
INTRODUÇÃO

A competitividade do mercado leva os gestores a repensarem nas estratégias


adotadas pelo alcanço dos objectivos, alternativas oferecidas aos clientes na
escolha do produto A ou B faz tornarem lhes mais exigentes, o ponto que a
qualidade e preço são elementos principais que facilitam atração dos consumidores.

Com isso, as margens de lucratividade esta cada vez mais diminuidas,


arescentado as fructuações monetários, esta cenário é o que define o dia a dia do
mercado, sobretudo o mercado Angolano.

Ora para segurar o futuro da empresa os gestores são obrigados a tomar as


decisões, portanto decidir é escolher entre sim ou não, entre fazer ou não fazer,
entre ir ou não ir, e no campo financeiro é escolher entre investir ou desinvestir,
entre vender ou comprar, mas para que estas escolhas possam ser as mais
acertadas possíveis há que ter suporte e base de informações que sejam
consideradas credíveis, fiáveis, relevantes e compreensíveis (Baron, 2000;
Albaneses, 1981, citados por Braga, 2010).

A tomada de decisões é um dos processos mais complexos, pois são


inúmeros os elementos que intervêm na decisão e existem diferentes fontes de
informação. Para que se tome uma decisão de forma coerente é necessário que se
siga algumas etapas. Dali que surge a necessidade dos instrumentos de apoio a
este processo.

Num mundo empresarial ou de negócios altamente competitivo a informação


é um diferencial que determina um passo à frente dos restantes concorrentes, mas
esta informação sobre o estado da entidade só pode ser possível com o uso e
análise das demonstrações financeiras (Dantas, 2005).

Para Salas (2005) esta análise, numa perspetiva interna, permite à direção da
empresa a tomada de decisões e medidas que corrijam os pontos fracos e que
amenizem o seu futuro ao mesmo tempo que tira proveito dos pontos fortes;
enquanto numa perspetiva externa tem, também, grande utilidade para os agentes
interessados de alguma forma na empresa.

1
Nesta óptica pensamos investigar sobre: Análise das demonstrações
financeiras da empresa PAJOFRADO pelo seu processo decisório.

Problemática

Marconi e Lakatos (2007, pag.157-175), argumentam que problema é uma


dificuldade, teórica ou prática no conhecimento de algumas coisas de real
importância para a qual se deve encontrar uma solução.

Para formular um problema tem que se haver clareza, concisão e objetividade


de onde deve ser levantado de formas interrogatórias e delimitadas, pois a
gravidade de um problema depende da importância dos objetivos e da eficácia das
alternativas.

Considerado que a situação económica e financeira da empresa é um reflexo


do seu nível de competividade e da estabilidade no mercado, podemos afirmar que a
função da análise das demonstrações financeiras tem um papel primordial nos dias
de hoje pelo que se justifica o seu estudo de acordo com as perspectivas.

No entanto, é imprescindível que a informação contemple um conjunto de


características qualitativas, em especial a compreensibilidade, a tempestividade, a
relevância, a fiabilidade e a comparabilidade, de forma a não comprometer a sua
utilidade. Diantes da seguinte resenha colocámos a seguinte pergunta de partida:

Será que análise das demonstrações financeiras auxiliam os gestores no


conhecimento da saúde financeira da empresa PAJOFRADO pelo processo
decisório acertado?

Formulação das hipóteses

Segundo Carme (2017, pág. 27) hipótese é uma suposição, conjetura ou


suspeita cientificamente fundamentada e nova acerca das relações e nexos
existentes entre os elementos que conformam o objeto de estudo e mediante a qual
se soluciona o problema científico. Concernente nossa pesquisa vai partir de
hipótese seguinte:

H1: Analise das demonstrações financeiras auxiliam os gestores no


conhecimento da saúde financeira da empresa PAJOFRADO e no seu
processo decisório acertado;
2
H2: Analise das demonstrações financeiras não auxiliam os gestores
no conhecimento da saúde financeira da empresa PAJOFRADO e no
seu processo decisório acertado.

Objectivos

Objectivo geral

Segundo Severino (2002), objectivo geral são metas que serão estabelecidas
para que possamos alcançar nosso propósito no decorrer de nossa pesquisa.

 Analisar as demonstrações financeiras do PAJOFRADO, para tomadas de


decisões.

Objectivo específicos

Segundo Baptista (2007, pag. 8), objectivo especifico são interesses particulares
dentro de um tema amplo.

 Rever os conceitos temáticas;


 Descrever a metodologia ciêntífica utilizada por este trabalho
 Identificar os indicadores económicos e financeiros
 Interpretar e explicar-lo para que se torna um instrumento de apoio ao
processo decisório.

Justificativa

De acordo com Silva e Souza (2011, p. 68) “as demonstrações financeiras


são utilizadas pela gestão da entidade para prestar contas e levar informações sobre
o aspeto económico-financeiro aos acionistas, credores, governo e outros
interessados e apresentam informações úteis que revelam suas operações durante
um determinado período de tempo, e quando analisadas facilitam a detenção dos
pontos fortes e fracos encontrados na realização da sua atividade quer operacional
ou não operacional”.

Isto auxilia todos gestores a terem imagem econômica financeira de sua e


tomar as decisões acertadas. Este trabalho é também um elemento de apoio aos
3
contabilistas, gestores, investidores e investigadores, que terão oportunidade de
utiliza – o como referência para aprofundar os conhecimentos.

Delimitação de Estudo

Sabendo que a delimitação de estudo é sempre feito segundo o espaço e


tempo e concernente o no nosso trabalho a delimitação segundo o espaço é: Analise
da Demonstrações Financeiras da Empresa PAJOFRADO pelo processo Decisorio e
a delimitação sengundo o tempo é de 3 anos de 2019 a 2022.

Estrutura do trabalho

Além da introdução conclusão e sugestões o nosso trabalho será dividido em 3


capitulos.

1- Fundamentação téorica onde vamos falar das demonstrações financeiras


seus objectivos, importancia e sua analise.
2- Metodologia onde vamos falar dos métodos e tipos de pesquisas, tratamento
de dados e estrumentos das pesquisas.
3- Analise e intrepretação dos dados da empresa PAJOFRADO

4
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Conceitos de análise financeira

Neste capítulo iremos abordar de forma clara e concisa do enquadramento


teórico do trabalho que fundamentam as pesquisas realizadas. Começaremos por
definir a análise financeira segundo vários autores, saber qual sua importância no
desenvolvimento das organizações, e conhecer os respectivos usuários das
informações obtidas através das demonstrações financeiras. Por último, iremos
analisar as demonstrações financeiras com base as técnicas de análise para
determinar os indicadores económicos e financeiros que servirão na tomada de
decisão da empresa.

1.1.1. Análise Financeira

A Análise Financeira refere-se á avaliação ou estudo da viabilidade,


estabilidade e capacidade de lucro de um negócio ou projecto. Engloba um conjunto
de instrumentos e métodos que permitem realizar diagnósticos sobre a situação
financeira de uma empresa, assim como prognósticos sobre o seu desempenho
futuro (Cardoso Moreira 1997).

A análise financeira é, assim, a capacidade e avaliar a rentabilidade das


empresas, tendo em vista, em função das condições actuais e futuras, verificar se os
capitais investidos são remunerados e reembolsados de modo a que as receitas
superem as despesas de investimento e de financiamento, (Carvalho das Neves
2002).

5
Á análise financeira cabe a recolha de informação e o seu estudo para se
fazer uma apreciação sobre a situação financeira da empresa, (Célia Nogueira
2019).

1.1.2. Objectivos de análise

A análise financeira recorre inevitavelmente ás informações financeiras


produzidas pelas empresas. A mesma tem como objectivo- com base nos
documentos produzidos – permitir uma compreensão simultaneamente mais rápida
e profunda das informações disponíveis, sempre com vista á sua utilidade percebida
pelos utilizadores.

1.2- As Demonstrações Financeiras

Segundo Silva e Souza (2011, p. 69) demonstrações financeiras constituem


um importante instrumento de apoio à tomada de decisão nas organizações,
permitindo o conhecimento da situação financeira e económica. Talvez por essa
razão, as demonstrações financeiras divulgadas pelas entidades têm sido objeto de
diversos estudos.

Os mesmos autores afirmam que: “As demonstrações financeiras também


são chamadas de relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para
análise, servindo de base, inclusive para avaliar possíveis investimentos”.

Para Ribeiro (2003) as demonstrações financeiras são relatórios ou quadros


técnicos que contêm dados extraídos dos livros, registos e documentos que
compõem o sistema contabilístico de uma entidade.

O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), na Base de Apresentação


das Demonstração Financeiras (BADF), define as demonstrações financeiras como
uma “representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro
de uma entidade, as demonstrações financeiras retratam os efeitos financeiros das

6
transações e de outros acontecimentos ao agrupá-los em grandes classes de acordo
com as suas características económicas”.

1.2.1- Objectivo das Demonstrações Financeiras

Segundo o sistema de normalização contabilística (SNC), o objetivo das


demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da posição
financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade
que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

As demonstrações financeiras preparadas com esta finalidade vão de


encontro ás necessidades comuns da maior parte dos utentes. Contudo, as
demonstrações financeiras não proporcionam toda a informação de que os utentes
possam necessitar para tomarem decisões económicas uma vez que elas, em
grande medida, retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não
proporcionam necessariamente informação não financeira.

Os utentes das demonstrações financeiras que desejam avaliar o zelo ou a


responsabilidade do órgão de gestão pelos recursos que lhe foram confiados fazem-
no a fim de que possam tomar decisões económicas; estas decisões podem incluir
por exemplo, deter ou vender o seu investimento na entidade ou reconduzir ou
substituir o órgão de gestão.

1.2.2- Importância das Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da entidade para


prestar contas e levar informações sobre o aspeto económico-financeiro aos
acionistas, credores, governo e outros interessados e apresentam informações úteis
que revelam suas operações durante um determinado período de tempo, e quando
analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e fracos encontrados na realização
da sua atividade quer operacional ou não operacional.

As demonstrções financeiras proporcionam informação acerca da posição


patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que
sejam útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de
decisões econômicas .

7
As demontrações financeiras auxiliam na tomada de decisão de empresários
e gestores. Além disso, elas também se tornam documentos essenciais para
apresentar a situação da empresa de forma transparente para agentes externos.

Devido á sua importância, há obrigatoriedade de manter esses registros em


dia para as empresas enquadradas no regime de lucro real. Mas as organizações
que seguem outros modelos de tributação podem ter benefícios realizado suas
demonstrações financeiras,( BRUNI,Leal, Gestão financeira, texto de
apoio,Mestrado, Faculdade de Economia, Universidade Agostinho Neto,2013).

As demonstrações financeiras muitas vezes podem determinar o sucesso ou


fracasso de um empreendimento ou negóco, fazendo planos para crescer no
mercado. Além disso, o empreendedor passa a ter documentos que comprovem os
resultados do seu negócio , ajundado na obtenção de crédito ou na realização de
parcerias.

Por se tratar de uma ação gerencial estratégica, o acompamhamento


constante é indispensável verificar a real situação do negócio através de uma
análise financeira. É ele que ajudará a identificar as frangilidades e prevenir
problemas em curto, médio ou longo prazo.

1.2.3- Análise das demonstrações financeiras

Para Salas (2005, p.7) “a análise das demonstrações financeiras, também


conhecida como análise económico-financeiro, análise de balanços ou análise
contabilística, é um conjunto de técnicas utilizadas para diagnosticar a situação e
perspetivas da entidade com a finalidade de tomar decisões mais adequadas”.

Rosillón e Alejandra (2009, p. 610) acrescentam, ainda, que “a utilização de


ferramentas e técnicas adequadas procura avaliar a posição financeira e os
resultados da atividade empresarial no presente e passado para se obter as
melhores estimativas para o futuro”.

Para autores como Bernstein e Wild (1998) a análise das demonstrações


financeiras visa reduzir a dependência de palpites e intuição e, por sua vez, diminui
a incerteza na tomada de decisão, pois deteta forças e fraquezas económicas e
financeiras da entidade, sendo deste modo a terapia precisa para a entidade.

8
Para Silva e Souza (2011) a análise das demonstrações financeiras é feita
tendo em conta algumas técnicas, a fim de transformar os dados em informações
que sejam de maior e melhor utilidade para os stakeholders. As técnicas mais
utilizadas para a análise das demonstrações financeiras são a análise financeira, a
análise horizontal e a análise vertical. Apenas a primeira será objecto de reflexão
neste trabalho.

Segundo Rosillón e Alejandra (2010, p. 610) esta análise tem como objetivos:

 Analisar a tendência das variáveis financeiras e operacionais


envolvidas na entidade;
 Avaliar a sua situação económica e financeira para determinar o nível
de cumprimento de metas pré-determinadas;
 Verificar a consistência das informações financeiras com a realidade da
entidade;
 Identificar os problemas existentes,
 Implementar medidas corretivas adequadas e servir de guia para um
planeamento de gestão financeira eficiente e eficaz.

Pinho e Tavares (2005, p.51) acrescentam que a mesma análise “permite


uma compreensão simultânea mais rápida e profunda das informações disponíveis,
sempre com vista à sua utilidade percebida pelos utilizadores”.

Schier (2007, p.57) considera que a “análise das demonstrações financeiras


extrai o máximo possível de informações, através da interpretação dos dados
disponibilizados pelas demonstrações contabilísticas e financeiras, tratadas em
conformidade com os princípios da contabilidade”. Esta análise fornece informações
aos investidores e acionistas para a tomada de decisão.

1.3- Principais objectivos da Análise das Demonstrações Financeiras

Para Matarazzo (2003, p. 39), a análise das demonstrações financeiras tem


como objectivo extrair informações para a tomada de decisão e o perfeito
conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de informações precisas.

9
Na mesma linha de pensamento, Neto (2002, p. 48) acrescenta que a análise
de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas
empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a
evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de
balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura
(projetada) de uma empresa.

Segundo Nogueira (2019, p.12) os principais objectivos da análise das


demonstrações financeiras são:

a) Estudo do equilíbrio financeiro em geral, e da liquidez e solvabilidade em


particular: Avalia se a empresa tem equilíbrio financeiro no curto prazo e no
médio longo prazo, isto é, se tem capacidade para liquidar as suas
responsabilidades nos prazos pré-determinados;

b) Estudo do grau de eficiência da empresa, no que respeita à rentabilidade e


produtividade: Avalia se a empresa é ou não eficiente, em que atividades está
a gerar resultados e como estes têm evoluído ao longo do tempo.

Para Walter (1981 apud Stanescos, 2015, p.6), o objetivo da análise das
demonstrações contábeis compreende a indicação de informações numéricas,
preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de modo a auxiliar ou
instrumentalizar gestores, acionistas, clientes, fornecedores, instituições financeiras,
governo, investidores e outras pessoas interessadas em conhecer a situação da
empresa ou tomar decisão.

Padoveze e Benedicto (2011, apud Stanescos, 2015, idem) resumem que a


análise económico-financeira tem por objetivo extrair informações das
demonstrações contábeis para ser utilizada no processo de tomada de decisões na
empresa.

A análise financeira refere-se á avaliação ou estudo da saúde financeira da


empresa, visando a sua viabilidade, estabilidade e capacidade de lucro de um
negócio ou projecto.

1.3.1- Importância da informação das demonstrções financeira

10
Conforme refere o Plano Geral de Contabilidade (PGC), as demonstrações
financeiras devem proporcionar informação acerca da posição financeira, das
alterações desta e dos resultados das operações, para que sejam úteis a
investidores, a credores e a outros utentes, a fim de investirem racionalmente,
concederem crédito e tomarem outras decisões, e contribuam assim para o
funcionamento eficiente dos mercados de Capitais.

A informação deve ser compreensível para aqueles que a desejam analisar e


avaliar, ajudando-os a identificar a eficiência da gestão de recursos económicos.
São os administradores/ gerências que têm a responsabilidade pela preparação da
informação financeira.

A qualidade essencial da informação proporcionada pelas Demonstrações


Financeiras é a de que seja compreensível aos utilizadores e deve satisfazer as
seguintes características:

 Relevância: “Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada
de decisões dos utentes. A informação tem a qualidade da relevância quando
influencia as decisões económicas dos utentes ao ajudá-los a avaliar os
acontecimentos passados, presentes e futuros ou a confirmar, ou corrigir, as
suas avaliações passadas”.
 Fiabilidade: “Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A
informação tem a qualidade da fiabilidade quando estiver isenta de erros
materiais e de preconceitos, e os utentes dela possam depender ao
representar rfidedignamente o que ela ou pretende representar ou pode
razoavelmente esperar -se que represente”.
 Comparabilidade: a divulgação e a quantificação dos efeitos financeiros de
operações e de outros acontecimentos devem ser registadas de forma
consistente pela empresa e durante a sua vida, para se identificarem
tendências na sua posição financeira e nos resultados das suas operações.
Além disso, as empresas devem adoptar os princípios de normalização
contabilística, a fim de se conseguir comparabilidade entre elas.

Estas características resultam da aplicação de conceitos, princípios e normas


contabilísticas adequados. Se assim for, as demonstrações financeiras evidenciarão

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uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira e do resultado das
operações da empresa.

1.3.2- Conjuntos das demonstrações financeiras

De acordo com o plano oficial de contabilidade (POC), aprovado pelo decreto-lei


nº410/89 de 21 de Novembro e com o decreto-lei 44/99 de 12 de Fevereiro,
considera-se que um conjunto completo de demonstração financeiras, para as
entidades abrangidas pelo POC, integra os seguintes documentos, sob o ponto de
vista legal.

a) Balanço ( demonstração da posição financeira);


b) Demonstrações dos resultados ou do desempenho, por naturezas e por
funções;
c) Notas anexas ás demonstrações de anteriores.
d) Mas concernente nossa investigação vamos só somente utilizar o balanço e
as demonstrações do resultados.

Mas concernente nossa investigação vamos necessitar somente do balanço


Patrimonial e a demonstração dos resultados.

1.3.4- Técnicas de Análise das Demontrações Financeiras

A contabilidade busca fornecer informações úteis aos seus usários sobre as


entidades , através dessas informações, as quais são retiradas das demonstrações
financeiras de um empresa, principalmente do balanço patrimonial e da
demonstração de resultados do execício, é possivel realizar a sua análise
econômica e financeira, esse procedimento é chamado de análise das
demonstrações financeiras,( Pereira,António, 2018)

Através dessa análise, os usuários interresados podem avaliar a situação


actual da entidade, de modo a conhecer sua rentabilidade, capacidade de
pagamento dos seus débitos, politica financeira,avaliar se é vantajoso investir nessa
empresa,entre outras verificações.

Há três ( 3 ) meios para se realizar a análise das demonstrações financeiras:


Análise horizontal, análise vertical e análise por indices. Sendo essa última refleta de
fórmulas. Estes métodos permitem avaliar a evolução da empresa durante

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determinando período, comparar os resultados de diferentes entidades, entre outras
análises.

a) Análise Horizontal

A análise Horizontal, ou Análise de Evolução, permite a verificação da


evolução dos elementos das demonstrações financeiras, separadamente ou em
conjunto, no decorrer do tempo. Dessa maneira, é possível verificar as mundaças e
tendências da situação patrimonial da empresa com o decorrer dos exercícios,
( Pereira,António, 2018).

b) Análise Vertical

A análise Vertical, ou Análise de Estrutura, permite a comparação entre


diferentes elementos das demonstrações financeiras dentro de um mesmo exercício,
através da medição do percentual de cada item em relação ao todo, possibilitando a
comparação de valores em um mesmo período de tempo,( Pereira,António, 2018).

c) Análise por índices

A Análise por Índices é o processo de análise das demonstrações financeiras


mais utilizado, o qual consiste em realizar uma relação lógica entre diversas contas
e grupos de contas.

Esses índices permitem que seja mensurada a situação econômica e financeira


de uma entidade, sendo eles divididos em grupos: Índices de Liquidez ou Solvência,
Índices de Estrutura ou Endividamento, Índices de Lucratividade ou de Margem,
Índices de Rentabilidade e Índices de Rotatividade,( Pereira,António, 2018).

1.4- Análise e Interpretação dos Rácios

Os rácios são fundamentais para o conhecimento da situação e evolução


económico-financeira de uma empresa ao longo do tempo, servem também para
perceber a sua evolução futura. Existem muitos rácios que podem ser calculados
mas só interessa calcular aqueles que tenham interesse para a análise pretendida,
só assim é que terão sentido e serão úteis. ,( Moreira, 2011).

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A utilidade dos rácios na análise da situação das empresas faz-se sentir
através da comparação com rácios calculados nos anos anteriores e rácios de
empresas similares.

Para os analistas é importante saberem escolher bem os rácios que


satisfaçam os objectivos da análise que pretendem fazer.

Os principais utilizadores e interessados dos rácios na análise financeira são:

 Investidores;
 Accionistas;
 Gestores;
 Instituições Financeiras;
 Bolsa de valores;
 Fisco.

Os rácios são uma forma de observar aritmeticamente as relações entre os


diversos valores extraídos dos documentos financeiros e são de extrema
importância para análise da situação das empresas. No entanto, devem ser
utilizados com o máximo de cuidado, pois podem levar a conclusões erradas.

A correlação entre diferentes rácios pode determinar se a informação fornecida é


a mesma, evitando que se calculem e analisem rácios de forma duplicada. Por outro
lado, quando não há correlação entre rácios, pode obter-se informação adicional, se
forem analisados ambos os indicadores. Habitualmente, os valores de balanço são
utilizados nos rácios financeiros e os de demonstração de resultados nos rácios
económicos.

1.4.1- Os rácios

A técnica mais utilizada pela análise financeira é a que recorre aos rácios, um
instrumento de apoio para sintetizar uma enorme quantidade de informação, e
comparar o desempenho económico-financeiro das empresas ao longo do tempo,
( Francisco,Tukayala, 2015 p.18 á 20).

Constituem assim uma base da análise financeira, mas não dão respostas.
Essas encontrar-se-ão nos aspectos qualitativos da gestão.

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Os rácios financeiros contêm, como qualquer instrumento de medida,
vantagens e inconvenientes.

1.4.2- Vantagens e Desventagens dos Rácios

No que concerne às vantagens dos rácios, estas podem sintetizar-se em:

A elaboração do diagnóstico financeiro de uma empresa baseia-se no triângulo


da liquidez, estrutura financeira e rentabilidade que tem subjacentes os rácios;

 Permitem tirar conclusões com base em dados quantificados;


 Possibilitam a utilização de grandes quantidades de informação de modo
relativamente sintético, simples e objectivo;
 Permitem tratar uma amostra constituída por dados de várias empresas num
só momento de tempo ou usar dados de uma só empresa reportados a vários
anos;
 Contribuem para determinar a performance das empresas em termos de
rentabilidade, solvabilidade, liquidez e equilíbrio financeiro.

Quanto às desvantagens podemos resumi-las em:

 Se tiver havido incorreções ao nível dos Balanços, Demonstrações de


Resultados e Anexos, os rácios refletirão essas incorreções;
 Em relação a determinados fenómenos, os relatórios financeiros podem não
ser a base de dados mais adequada para a sua análise;

As empresas podem realizar actividades em vários segmentos de negócios.


Cada empresa tem uma classificação das actividades económicas que corresponde
à área de negócio mais importante, se as conclusões disserem respeito a um só
segmento e não à actividade global da empresa, os resultados dos rácios podem ser
enviesados;

As políticas de provisões e de amortizações adoptadas pelas empresas podem


ser diferentes e conduzir a distorções ao nível dos rácios;

Um grupo económico pode seguir uma política de transferência de preços entre


empresas no seio do grupo, motivada por interesses de optimização fiscal. Esses
preços podem não corresponder aos custos obtidos através da Contabilidade
Analítica, conduzindo a que numa empresa os resultados sejam superiores e que

15
noutra sejam inferiores aos que de facto se verificariam se o critério fosse somente o
dos preços de mercado, sem que houvesse outras motivações;

Os rácios financeiros são apenas um instrumento de análise que pode e deve ser
complementada por outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em
consideração factores qualitativos como a ética, motivação, etc.

Outra fonte possível, são os relatórios de contas das empresas concorrentes.


Podem construir-se inúmeros rácios, mas a sua utilização vai depender sobretudo
dos objectivos de análise: qual a natureza dos fenómenos que se pretende medir ou
revelar, quais as fontes de informação que se vão utilizar.

1.5- Índices financeiros


1.5.1- Índice de Autonomia Financeira

Para Nogueira (2019, p.34) Traduz a percentagem do activo que está a ser
financiada pelos capitais próprios da entidade, sendo obtido através da seguinte
expressão de cálculo:

Capital Próprio
A.F= ×100
Activo Total
A abrangência deste indicador é vasta, tendo sido sobretudo fomentada pelas
Instituições Financeiras, as quais o utilizam ainda hoje na apreciação e medição do
risco de crédito dos seus clientes. Varia entre 0 e 1.

Quanto maior for o seu valor maior é a probabilidade de que os ativos da


entidade consigam, em caso de liquidação, cobrir a totalidade das responsabilidades
da entidade. Quanto menor for o seu valor maior será a dependência da entidade de
capitais alheios para financiar os seus activos.

1.5.2- Índices de Endividamento

Os índices de endividamento são considerados também como índices de


estrutura de capital. Nogueira (2019, p.35) assevera que estes índices determinam a

16
proporção ou percentagem de capital alheio utilizado no financiamento das
atividades da entidade.

Os índices de endividamento são indicadores utilizados pelos financiadores


ao procurar avaliar o risco de não cumprimento do serviço de dívida por parte da
entidade. Varia entre 0 e 1.

1.5.2.1- Índice de Endividamento Geral

"O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais da


empresa financiada pelos credores" (GITMAN, 1997 p. 117). De modo geral, quanto
maior for este índice, maior será o montante de capital de terceiros, que vem sendo
utilizado para gerar lucros. Este índice é calculado da seguinte maneira, segundo o
autor:

PassivoCorrente + Passivonão Corrente


IEG= ×100
Activo Total

Geralmente, este índice é representado de maneira percentual. Um índice de


endividamento geral, por exemplo de 40%, indica que a empresa financia 40% dos
seus ativos com capital de terceiros.

1.5.3- Índice de Solvabilidade

Sobre este indicador, Lousã e Salgueirinho (2015, p.249) explicam que a


existência de solvabilidade depende:

 Do grau de cobertura do total do Passivo pelos capitais próprios;


 Da capacidade da empresa para gerar lucros .

Capital Próprio
Solvabilidade=
PassivoTotal

17
Expressa a capacidade da empresa para solver os seus compromissos com
terceiros na data do seu vencimento, isto é, à medida que se forem vencendo.

Quanto maior for este rácio melhor a empresa responde aos seus
compromissos, mantendo uma certa autonomia financeira. Um valor superior a 1
(um) significa que o valor do património da entidade é suficiente para cobrir todas as
dívidas da empresa. Se for inferior a 1, significa que a empresa não tem capacidade
para satisfazer todos os seus compromissos com os meios próprios de que dispõe.

1.5.4- Índice Liquidez Geral

Segundo Marion (), os índices de liquidez são utilizados para avaliar a


capacidade de pagamento da empresa, ou seja, constituem uma análise sobre se a
empresatem capacidade para saldar seus compromissos. Essa capacidade pode ser
avalida considerando: logo prazo, curto prazo ou prazo imediato.

Nogueira (2019, p.37) diz que o índice de liquidez geral, traduz o grau em que
o passivo corrente (até 12 meses) está coberto pelo ativo corrente, ou seja, por
activos que se espera possam vir a ser convertidos em meios financeiros líquidos no
mesmo período de tempo que corresponde ao vencimento da dívida (passivo). Este
rácio pode ser obtido através da seguinte expressão de cálculo:

ActivoCorrente
ILG=
PassivoCorrente

É utilizado pela generalidade das instituições financeiras na análise do risco


das entidades, e não pretende mais do que traduzir a sua liquidez capacidade de
cumprir as responsabilidades exigíveis a curto prazo,(Célia,2019,p.38).

Segundo o mesmo autor, este rácio é mais um indicador que traduz a regra
do equilíbrio financeiro mínimo (indicador “cobertura dos ativos não correntes”), pelo
que deve assumir um valor superior a 1 (ou 100%). Caso o rácio seja inferior à
unidade, então o valor dos passivos com exigibilidade a curto prazo é superior ao
valor dos ativos correntes (inventários, dívidas de clientes e meios financeiros
líquidos), o que equivale à existência de ativos não correntes (ativos fixos tangíveis e
intangíveis) financiados por capitais alheios correntes. Nestas circunstâncias, a
18
empresa encontra-se numa situação de desequilíbrio financeiro e poderá ter
problemas de liquidez a curto prazo (risco de rutura de tesouraria). De sublinhar que
um rácio de liquidez geral superior a 1 não é sinónimo de inexistência de problemas
de liquidez.

É necessário ter em conta que as rubricas do ativo comportam diferentes


níveis de liquidez (os meios financeiros líquidos são pela própria natureza ativos
líquidos, mas o mesmo não é possível dizer sobre os inventários e os clientes) e
fundamental garantir a fiabilidade e qualidade da informação (ex: efetivo
reconhecimento de eventuais imparidades de inventários e clientes).

1.5.5- Índice Liquidez Reduzida (L.R

(Célia,2019,p.39), o rácio da liquidez reduzida exclui do numerador os ativos


correntes com menor grau de liquidez (Inventários) e traduz a capacidade da
entidade para solver os seus compromissos de curto prazo através da
transformação dos ativos correntes em meios monetários. Este rácio pode ser obtido
através da seguinte expressão de cálculo:

Activo Corrente− Existências


ILR=
PassivoCorrente

Quando este rácio é superior a 1 significa que mais de 100% das


responsabilidade de curto prazo podem ser satisfeitas com os meios financeiros
líquidos que a entidade dispõem (caixa, depósitos e cobranças de curto prazo).

1.5.6- Índice Liquidez Imediata (L.I)

Um terceiro indicador de liquidez é aquele que restringe ainda mais o conceito


de activos líquidos, cingindo-os às disponibilidades e aplicações financeiras de curto
prazo de uma empresa. É utilizada pelos analistas que pretendem conhecer o grau
19
de cobertura dos passivos circulantes por disponibilidades: (Depósitos
Bancários+Caixa+Títulos Negociáveis) / Passivo Circulante.

Este indicador em algumas situações poderá dar-nos informação útil sobre a


situação financeira da empresa. Também temos que ter em conta que aquilo que é
actualmente uma prosperidade financeira poderá num curto espaço de tempo deixar
de o ser se a empresa dispensar os activos líquidos existentes em investimentos de
longo prazo, tornando imprescindível o conhecimento da capacidade da exploração
em geral meios líquidos. Todos têm que ter em conta que mais fácil gastar dinheiro
do que gerá-lo.

Mede a capacidade da empresa em honrar seus compromissos com terceiros


usando somente as disponibilidades.
Para o autor é calculada da senguinte forma:

Disponibilidades
ILI=
PassivoCurto Prazo

1.7- Índices Económico-Financeiros

“Estes indicadores têm a ver com a aptidão da empresa para produzir


resultados positivos (lucros). De um modo geral, estes rácios relacionam o resultado
(lucro ou prejuízo) com os capitais que segregaram.”(IDEM)

1.7.1- Rendibilidade do Activo Total (ROA)

O retorno sobre o activo total (ROA, do inglês return on total assets), que é
frequentemente chamado de retorno sobre o investimento da empresa, mede
percentualmente a eficiência global da administração na geração de lucros com seus
activos disponíveis. Quanto mais alta for essa taxa, melhor.

20
“Este rácio avalia a capacidade dos ativos gerarem resultados desprezando
as políticas de financiamento da entidade. Representa o ganho obtido por cada
unidade monetária investida.”(NOGUEIRA,2019, p.46)

Para o autor é calculada da senguinte forma:

Lucro L í quido
ROA=
Activo Total

1.7.2- Rendibilidade do capital prório (RCP)

É o rácio preferido por accionistas e investidores. Permite ao accionista


calcular a taxa de retorno dos capitais que investiu. Comparando esta taxa com as
remunerações oferecidas no mercado de capitais ou com o custo do financiamento,
os detentores das acções da empresa podem concluir se o seu capital está a ser
bem aplicado.

A taxa de RCP mede o retorno obtido sobre o investimento dos proprietários


da empresa. Geralmente, quanto mais alta for essa taxa de retorno, melhor para os
proprietários. Lousã e Salgueirinho (2015, p.253) apresentam a seguinte fórmula:

Resultado L í quido
RCP= ×100
Capital Pr ó prio

1.7.3- Rendibilidade líquida das vendas (RLV)

Mede o lucro (prejuízo) da empresa por cada Kz vendido. Trata-se de um


indicador fundamental já que o seu valor depende de dois factores: o factor
comercial e o factor industrial. Na verdade, a rendibilidade das vendas melhora se a
empresa mantiver o preço de custo e aumentar o preço de venda (factor comercial);
mas a rendibilidade também melhora se se mantiver o preço de venda e se reduzir
o custo unitário.
Para os próprios autores, este rácio pode ser calculado usando a fórmula
seguinte:

Resultado Lí quido
RLV = × 100
Vendas

1.7.4- Giro do Activo (G A)


21
O indicador conhecido como giro do activo é considerando como de grande
relevância por estabelecer relação direta entre sa vendas realizadas em um
determinado espaço de tempo e os investimentos totais feitos na empresa.
Portanto essa ferramenta demonstra o quão eficiente são os recursos
aplicados na empresa.

De acordo com Matarazzo( 2010), o índice de giro do activo (GA) avalia a


razão entre as vendas líquidas da empresa em relação ao tamanho do seu
activo total, ao capital total investido.
Portanto o índice de (GA) é representado pela seguinte fórmula:

Vendas
GA=
Activo

1.8- Índices de Funcionamento

Avaliam a eficiência com que a empresa está a gerir os activos que possui,
quer sejam imobilizados quer sejam circulantes. São sensíveis à natureza da
actividade prosseguida pela empresa. Permitem apreciar os impactos financeiros da
gestão ao nível do ciclo de exploração.

1.8.1- Duração média das Existências

Como se sabe, as duas principais componentes do Activo circulante são os stocks e


os clientes, pelo que se deve fazer uma análise de ambas as componentes pelo
cálculo do tempo médio de permanência dos stocks em armazém e o tempo médio
de cobranças das dívidas dos seus clientes.(LOUSÃ; SALGUEIRINHO,2015,p.256)
Apresentam a fómula seguinte:

Exist ê ncias
DME= ×365
Custo de mercadorias vendidas e mat é rias consumidas

1.8.2- Tempo médio de Cobrança (TMC)

“Este indicador permite verificar qual é, em média, o número de dias que a


empresa demora a receber dos seus clientes, isto é, mede o espaço de tempo que
separa a venda do seu recebimento.”(IDEM)

22
Clientes
TMC= × 365
Vendas+ Prestações de serviços

1.8.3- Tempo médio de Pagamento (TMP)

“Intimamente relacionado com o tempo médio de cobrança está o tempo


médio de pagamento que deve ser superior ao tempo médio de cobrança, pois só
assim a empresa estará a ser financiada por fornecedores.”(IDEM)

Fornecedores
TMP= ×365
Compras

1.9- Fundo de Maneio

Tal como referido no ponto 1.1, a análise financeira, como objetivo «assegurar
» que os fluxos monetários de entrada e saída não apresentem desequilíbrios. Estes
desequilíbrios, quando sistemáticos, poderão colocar em causa a continuidade da
empresa. ,( Armélio,Mário e Vítor,2014).

Segundo a mesma linha de pensamento, Uma empresa está em


equilibrio( financeiramente) quando, de forma estável e continuada, os meios
finaceiras disponíveis são suficientes para liquidar as dívidas que se vão vencendo.

Do que fica dito resultam vários aspectos e conceitos relevantes:

• os activos de médio e longo prazo devem ser financiados, em termos genéricos,


por recursos ou origens de fundos com características de permanência (capitais
permanentes = capital próprio + passivo médio e longo prazo);

• regra de equilíbrio financeiro mínimo- os activos de curto prazo( circulantes)


deverão, regra geral, ser pelo menos iguais ás responsabilidades exigíveis (passivo)
no curto prazo.

Claro que a regra de equilíbrio financeiro mínimo enunciada é apenas uma


regra genérica e pode não significar a adequação, de forma continuada das
aplicações de fundos disponíveis para fazer face aos passivos exigíveis nun dado
momento (até porque se trata de uma análise centrada em elementos «estáticos»
referenciados a um momento específico).
23
O grau de liquidez ou disponibilidade, e o grau de exigibilidade são pois
fundamentais para a análise.

Não é indiferente um activo de curto prazo constituído essencialmente por


clientes ou inventários ou por disponibilidade ( saldos em bancos ou títulos
negociáveis com liquidez a nível de mercado). Também no passivo poderão existir
situações muito diferenciadas em termos de prazo ( de exigibilidade), possibilidade
de renegociação ou mesmo renovação.

Do que ficou dito resulta uma aproximação ao conceito de fundo de maneio:

• O capital permanente deve financiar o activo de médio e longo prazo e ainda a


margem de segurança financeira necessária para fazer face a imprevistos ou
diferenças relevantes entre os prazos de exigibilidade do passivo e de
realização(transformação em meios monetários líquidos) do activo;

• O capital permanente deverá ainda cobrir as rubricas de curto prazo afetas ao ciclo
de exploração e não cobertas pela própria exploração (fornecedores) dado terem
caraterísticas de «imobilização» (renovação de forma mais ou menos continuada).

Tendo em conta o equilíbrio primário entre origens e aplicações de fundos


chegamos a duas formulações para o fundo de maneio(FM):

FM= Capitais Permanentes – Activo Fixo ou

FM= Activo Curto Prazo (Circulante) – Passivo Curto Prazo

Regra de equilíbrio financeiro mínimo:

• Fundo de maneio deverá ser, em regra, maior ou igual a zero.

Levantam-se, no entanto, algumas questões associadas:

• Fundo de maneio positivo garante capacidade para cumprir compromissos?

• Equilibrio financeiro mínimo (momento presente) garante o equilíbrio financeiro


futuro?

A resposta a ambas as perguntas é obviamente não, levendo-nos a introduzir


mais alguns conceitos como:

• Necessidades de fundo de maneio e tesouraria – conceitos a desenvolver nos


pontos seguintes;

24
• Solvabilidade- capacidade de solver compromissos num horizonte temporal de
médio e longo prazo;

• Sustentabilidade económica e financeira- capacidade de gerar resultados futuros


que permitam remunerar o capital investido e a liquidação do passivo.
CAPITULO II- Metodologia

2.1- Metodologias e Instrumentos de Análise

Para Kauark at al (2010, p.53), metodologia é a explicação minuciosa,


detalhada, rigorosa e exata de toda acção desenvolvida no método (caminho) do
trabalho de pesquisa.

financeiros propostos neste trabalho.

2.1 - Método de estudo

O métodos de estudo usadosno presente trabalho foi o método comparativo.

Lakatos e Marconi (2003, p.107) “método comparativo ocupa-se da


explicação dos fenômenos e permite analisar o dado concreto, deduzindo desse os
elementos constantes, abstratos e gerais.”

As comparações de indicadores, quer da própria empesa com valores


passados ou previsionais, quer de uma empresa com valores médios do mesmo
setor de atividade, são apenas uma forma de identificar áreas prioritárias em termos
de análise.

No tocante ás comparações históricas de dados da mesma empresa,


normalmente considera-se como razoável um período de cinco anos ( no capítulo 3
apresentamos casos com apenas três anos por uma questão de facilidade de
desenvolvimento).

2.2- Tipo de Pesquisa

O nosso trabalho apresenta o tipo de pesquisa bibliográfica e pesquisa


documental:

2.2.1- Pesquisa bibliográfica

25
Gil (1991 apud Kauark at al., 2010, p.28) explica que é aquela elaborada a
partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos e,
atualmente, material disponibilizado na Internet.

A principal vantagem da pesquisa bilbliográfica reside no facto de permitir ao


investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais ampla do que
aquela que poderia investigar directamente.

Através deste tipo de pesquisa, fez-se levantamentos dos assuntos


relacionados ao tema pesquisado, buscou-se evidenciar diversos aspectos que
devem ser considerados como a importância que os indicadores financeiros têm
para as empresas e como os administradores das mesmas podem utilizar-se deles
para a tomada de decisão correcta.

2.2.2- Pesquisa documental

Severino (2010, p.122) considera a pesquisa documental como aquela que


tem como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos
impressos, mas sobretudo de outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos,
filmes, gravações, documentos legais.

Assim, pode-se dizer que a pesquisa documental é aquela em que os dados


obtidos são estritamente provenientes de documentos, com o objectivo de extrair
informações neles contidos, a fim de compreender um fenómeno. A pesquisa
documental assemelha-se a pesquisa bibliográfica, a diferença consiste na natureza
das fontes, pois esta vale-se de materiais que ainda não receberam um tratamento
analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetcos da pesquisa.
Assim, pode ser subdividida em:

a) Documentos de primeira mão: arquivos de órgãos públicos e instituições


privadas (associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos, etc),
cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos,
ofícios, boletins.

b) Documentos de segunda mão: relatórios de pesquisa, relatórios de


empresa, tabelas estatísticas, etc.
26
Neste trabalho, utilizou-se o relatório de contas da PAJOFRADO,Lda Comércio
Geral e Prestação de Serviço, referente ao período de 2018 à 2020, onde constam
os balanços e as demonstrações financeiras consolidadas para os respectivos
exercícios. Este, serviu de respaldo para o tratamento dos índíces económico-
financeiros

27
CAPITULO IIII – ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA DA EMPRESA
PAJOFRADO, LDA, COMÉRCIO GERAL E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.

3.1- Apresentação da empresa

1. Actividades desenvolvidas

A Empresa desenvolveu actividade de Vendas de Mercadorias, fiscalizações


de obras tanto públicas como privadas.

Órgãos Sociais

A Sociedade contém até a data deste documento 1 (um) sócio que passa a ser
descriminado abaixo:

 Sócio (único) 100%: Sr. Paulo José Francisco Domingos.

2. Os departamentos da empresa

1) Departamento Técnico

O Departamento Técnico, através de cada uma das suas Comissões


Técnicas e respectivos Grupos de Trabalho, e na dependência do Conselho
Directivo, continuou a estudar, analisar e a discutir assuntos de natureza técnica,
tendo efetuado estudos, pareceres, informações e outros, por iniciativa própria ou
por solicitação de terceiros.

2) Departamento de Formação e Publicações

Tendo em consideração os objetivos da formação a contínua PAJOFRADO,


LDA, nomeadamente proporcionar aos seus técnicos, atualização dos seus
conhecimentos para um adequado exercício da profissão e aumento das suas
competências. Existe um plano de implementação de estágio em curso. As ações
28
desenvolvidas nas actividades profissionais compreenderam, fundamentalmente:
Acompanhamento das práticas profissionais dos técnicos trabalhador e gestor.

3) Departamento de Controlo de Qualidade e Supervisão

A gerência se responsabiliza pelas reclamações e sugestões dos clientes e


consequentemente as medidas correctivas para o melhoramento das actividades.

4) Departamento Administrativo e Financeiro

A gerência se responsabiliza pelas receitas e despesas das operações,


garantindo uma optima liquidez para a continuidade das operações.

29
3.2. Análise económica e financeira da empresa PAJOFRADO

Balanços
31/12/2020 31/12/2019 31/12/2018
Activo Não Corrente

Imobilizações Corpóreas 2 974 582,00 2 039 716,00 2 655 962,00


Imobilizações Incorpóreas 675 893,00 250 000,00 250 000,00
Investimentos em Subsidiárias e associadas - - -
Total do ANC 3 650 475,00 2 289 716,00 2 905 962,00
Activo Corrente (AC)
Existências 4 051 418,00 8 780 638,00 4 641 150,00
Contas a receber - 1 699 054,00 -
Disponibilidade 195 000,00 1 760 450,00 2 289 267,00
Outros activos correntes - 1 616 258,00 -
Total do AC 4 246 418,00 13 856 400,00 6 930 417,00
TOTAL DO ACTIVO 7 896 893,00 16 146 116,00 9 836 379,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital 3 784 000,00 3 784 000,00 3 225 000,00
Reservas - - -
Resultados Transitados 1 502 893,00 559 000,00 -
Resultados do Exercício 416 020,00 943 893,00 559 000,00
Total do Capital Próprio 5 702 913,00 5 286 893,00 3 784 000,00
Passivo Não Corrente
Emprestimo de Médio e Longo Prazos - - -
Impostos Diferidos - - -
Provisões para pensões - - -
Provisões para outros riscos e encargos - - 595 000,00
Total do Passivo Não Corrente - - 595 000,00
Passivo Corrente
Contas a pagar 1 782 940,00 487 322,00 266 299,00
Outros Passivos correntes 411 040,00 10 371 901,00 5 191 080,00
Total do Passivo Corrente 2 193 980,00 10 859 223,00 5 457 379,00
TOTAL DO PASSIVO 2 193 980,00 10 859 223,00 6 052 379,00
TOTAL DO CAPITAl PRÓPRIO E PASSIVO 7 896 893,00 16 146 116,00 9 836 379,00

30
Fonte: Elaborado pelo autor PAJOFRADO

Demonstração de Resultados
31/12/2020 31/12/2019 31/12/2018
Vendas 19 172 700,00 29 361 900,00 23 417 900,00
Venda de Mercadoria 19 172 700,00 29 361 900,00 23 417 900,00
Custo 18 578 386,00 27 328 381,00 22 016 959,00
CMVMC 9 739 732,00 12 860 512,00 11 708 950,00
Custos com o Pessoal 5 832 000,00 8 282 400,00 7 711 200,00
Amortizações 281 027,00 843 080,00 468 750,00
Outros Custos e Perdas Operacionais 2 725 627,00 5 342 389,00 2 128 059,00

Resultados Operacionais 594 314,00 2 033 519,00 1 400 941,00

Resultados financeiros 42 500,00 6 957,00


Resultados de filiais e associadas
Resultado não operacionais 642 600,00 595 000,00
Resultados Antes de Impostos 594 314,00 1 348 419,00 798 984,00
Recursos do PAJOFRADO in.Domínio público

Resultado Líquido das Actividades Correntes 416 020,00 943 893,00 559 289,00
Resultado extraordinários
Imposto sobre o rendimento 178 294,00 404 526,00 239 695,00
Resultados Líquidos do Exercício 416 020,00 943 893,00 559 289,00

Fonte: Elaborado pelo autor PAJOFRADO

Análise e Interpretação dos Rácios

A análise dos valores dos rácios permitem verificar com maior clareza a
situação económico-financeira da empresa. Estes valores serão apresentados
seguidamente:

31
Mapa n°3 - Índices Financeiros
Índices Financeiros
Descrição Fórmulas 2020 2019 2018
5 702 913,00 5 286 893,00 3 784 000,00
7 896 893,00 16 146 116,00 9 836 379,00
I.Auton.Financ Cap.Próprio/Activo Totalₓ100 72,22% 32,74% 38,47%
2 193 980,00 10 859 223,00 6 052 379,00
7 896 893,00 16 146 116,00 9 836 379,00
I.Endividamento Passivo Total/Activo Totalₓ100 27,78% 67,26% 61,53%
5 702 913,00 5 286 893,00 3 784 000,00
2 193 980,00 10 859 223,00 6 052 379,00
I.Solvabilidade Cap.Próprio/Passivo Totalₓ100 2,60% 0,49% 0,63%

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da empresa PAJOFRADO

Índice de Autonomia Financeira

Quanto menor for o seu valor maior será a dependência da entidade de


capitais alheios para financiar os seus activos.

Nos exercícios de 2018 e 2019 observou-se que por cada 100 AKZ investidos
na empresa tinha 38,47 AKZ em 2018, 32,22 AKZ em 2019, e 72,22 AKZ de capital
próprio e de alheios tinha 61,53 no exercício de 2018 por cada 100 AkZ investidos,
67,26 AKz pelo 2019 e 27,78 Akz em 2020 por cada 100Akz investido. O que
demonstra que a empresa durante o período de investigação conseguiu somente
alcançar autonomia financeira em 2020 nos outros anos dependia dos terceiros.

Índice de Solvabilidade

Expressa a capacidade da empresa para solver os seus compromissos a


médio e longo prazo com terceiros na data do seu vencimento. Quanto maior for
este rácio melhor a empresa responde aos seus compromissos, mantendo uma
certa autonomia financeira.

32
A empresa apresentou baixos indicadores de solvabilidade no período de
2018 à 2019, que mostra que o peso dos capitais próprios é baixo em relação ao
peso dos capitais alheios. Nos dois primeiros anos constatamos o valor de 0,63 e
0,49 mas em 2020 verificamos que este valor cresceu para 2,60. Por tanto, estes
resultados, por estarem abaixo de 1(um) nos anos 2018 e 2019 indicam que a
empresa, durante esses anos não teve capacidade para satisfazer todos os seus
compromissos a médio e longo prazo com os meios próprios de que dispunha,
somente em 2020.

Mapa n° 4- Índices de liquidez

ver
Índices Liquidez
Descrição Fórmulas 2020 2019 2018
4 246 418,00 13 856 400,00 6 930 417,00
2 193 980,00 10 859 223,00 5 457 379,00
Liq. Geral Activo Corrente/Passivo Corrente 1,94 1,28 1,27
4246418-4051418 13856400-8780638 6930417-4641150
2 193 980,00 10 859 223,00 5 457 379,00
Liq. Reduzida Activo Corrente-Existências/PC 0,09 0,47 0,42
195 000,00 1 760 450,00 2 289 267,00
2 193 980,00 10 859 223,00 6 052 379,00
Liq.Imediata Disponibilidade/Passivo Corrente 0,09 0,16 0,38

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da empresa PAJOFRADO

Índice de Liquidez Geral

Este índice mede a capacidade da empresa para solver os seus


compromissos a curto prazo, considerando que o padrão é de 1,3 á 1,5 pode ir ate á
2.
Em relação aos valores calculadas podemos ver que em 2018 a 2019 os
valores são aproximada dos padrão não é tão mal. Mas em 2020 a empresa
conseguiu alcançar seu critério de aceitabilidade o que significa que a empresa tinha
liquidez em 2020. Por que por cada 100Akz emprestado a empresa tinha 194 para
enfrenter seus compromissos a curto prazo.

Índice de Liquidez Reduzida

33
Este indicador diz-nos qual o peso das existências na estrutura da empresa. Quanto
maior for este índice melhor, e consideram-se bons valores entre 0,9 e 1,1.
Em relação ao ano de 2018 e 2019 em análise o índice de liquidez reduzida
apresentou valores reduzidos, pois, para cada 100 AKZ de dívida a empresa possuiu 42
AKZ e 47 AKZ respectivamente. Constatamos que em 2020 empresa não teve
recursos suficientes para líquidar a totalidade das dívidas de curto prazo devido o
aumento do passivo corrente.

Índice de Liquidez Imediata

O índice liquidez imediata por cada 100Kz que a empresa tinha emprestado a
curto prazo ela tinha 38Kz em 2018 para enfrentar seus compromissos a curto
prazo, 16Kz em 2019 e 0,09kz em 2020 em dizer em cash a empresa não tinha
como enfrentar seus compromisso em curto prazo, porque os rácios calculados tão
embaixo de padrão que é 80Kz durante o período de investigação.

Mapa n°5- Índices Económico-Financeiros

Índices Económicos-Financeiros
Descrição Fórmulas 2020 2019 2018
416 020,00 943 893,00 559 289,00
5 702 913,00 5 286 893,00 3 784 000,00
R.C.P Res.Liquido/Capital Próprioₓ100 7,29% 17,85% 14,78%
416 020,00 943 893,00 559 289,00
19 172 700,00 29 361 900,00 23 417 900,00
R.L.V Res.Líquido/Vendasₓ100 2,17% 3,21% 2,39%
19 172 700,00 29 361 900,00 23 417 900,00
7 896 893,00 16 146 116,00 9 836 379,00
G.A Vendas/ Activo Total 2,43 1,82 2,38
2,38 1,82 2,4279
0,024 0,032 0,022
R.A Giro ActivoₓRent. Liq. das Vendas 5,71 5,824 5,34138
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da empresa PAJOFRADO

Rendibilidade do Capital Próprio (RCP)

34
A taxa de RCP mede o retorno obtido sobre o investimento dos proprietários
da empresa. Geralmente, quanto mais alta for essa taxa de retorno, melhor para os
proprietários. Observamos que nos três (3) anos por cada 100 AKZ de capital
próprio aplicado pelo accionista, a PAJOFRADO obteve 14,78 AKz em 2018, em
2019 foram 17,85 AKz e 7,29 AKz em 2020 .

Rendibilidade líquida das Vendas (RLV)

A rendibilidade líquida das vendas, mede o lucro ou prejuízo da empresa por


unidades vendidas.

Em 2018, a rendibilidade líquida das vendas da empresa PAJOFRADO foi de


2,39%. No exercíco seguinte a rendibilidade líquida das vendas apresentou uma
ligeira melhoria de 3,21%, provocada pelo aumento do resultado líquido e das
vendas do período.Em 2020 este índice voltou a decrescer para 2,17% devido a
queda no valor do resultado líquido do exercício e pela diminiução das vendas face
ao período anterior. Podemos notar as margem de lucratividade ou rendibilidade de
venda é péssima em relação das margem padrão que de 25%.

Giro do Activo (GA)

O giro do activo mostra que a empresa conseguiu pelo menos girar seus
activos: em 2018 2,38 vezes, em 2019 reduziu a 1,82 vezes e para tentar aumentar
sua maneira de gira seus activos 2,43 vezes

Rendibilidade de Activo (RA)

A rendibilidade de activo mostra o retorno de tudo investimento feito pela


empresa, com os capitais próprio e também alheios. Aqui podemos notar que em

35
2018 por cada 100 Akz a empresa tinha um retorno de 5,7 Akz, em 2019 era de 5,8
Akz por cada 100 Akz investido e 5,3 Akz por cada 100 Akz investido em 2020.

Mapa n° 6- Índices de Funcionamento

Índices de Funcionamento
Descrição Fórmulas 2020 2019 2018
4 051 418,00 8 780 638,00 4 641 150,00
9 739 732,00 12 860 512,00 11 708 950,00
D.M.E Existências/CMVₓ365 151,83 249,21 144,68
- 1 699 054,00 -
19 172 700,00 29 361 900,00 23 417 900,00
T.M.C Client/Vendas+Prest.de Serviçoₓ365 - 21,12 -
1 782 940,00 487 322,00 266 299,00
9 739 732,00 12 860 512,00 11 708 950,00
T.M.P Fornecedores/Comprasₓ365 66,82 13,83 8,30

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da empresa PAJOFRADO

Duração média das Existêcias

Mede o tempo médio de permanência das existências em armazém e permite


analisar como funciona a rotatividade do Activo.

No ano de 2018, o tempo médio de permanência das existências em armazém foi


de 145 dias. Em 2019 houve um crescimento o tempo médio de permanência das
existências para 249 dias, consequências da crise causada pela pendemia de covid
19, No último ano voltamos a verificar um diminuição no número de dias, de 249
36
para 152 dias. Os prazos de permanência das existências em armazém são muitos
alargado em função de sector de actividade a empresa está no ramo da construção.

Tempo médio de Cobrança

Este indicador representa o tempo médio em que os créditos concedidos a


clientes se traduzem em recebimentos.Constatamos que somente em 2019 a
empresa vendia á crédito e recebia dos seus clientes em média ao fim de 21 dias.

Tempo médio de Pagamento


O tempo médio de pagamento mede a celeridade da empresa em pagar as
suas dívidas aos fornecedores.
No ano 2018 a empresa precisou em média de 8 dias para pagar os seus
fornecedores. Em 2019 a empresa foi de 14 dias por enquanto a empresa tentou
esticar um pouco seu prazo de pagamento a 67 dias em 2020.

Mapa n° 7- Fundo de Maneio Patrimonial


Fundo de Maneio na Óptica Patrimonial
Descrição 2020 2019 2018
Activo Corrente 4 246 418,00 13 856 400,00 6 930 417,00
Passivo Corrente 2 193 980,00 10 859 223,00 5 457 379,00
FMP=AC-PC 2 052 438,00 2 997 177,00 1 473 038,00

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da empresa PAJOFRADO

O fundo de maneio patrimonial nos três anos em análise, apresentou valores


positivos. A situação foi satisfatória e favorável para a empresa PAJOFRADO, o que
significa que a empresa durante o período de investigação conseguia financiar seus
imobilizados com capital permanente e tinha margem de segurança 1.473.038, 00
Akz em 2018, 2.997.177,00 Akz em 2019 e 2.052.438, 00 Akz em 2020 para
financiar seus activos corrente, o que demonstra uma estrutura financeira
equilibrada durante o período de análise.

37
CONCLUÇÃO

O estudo feito tinha como finalidade análise das demonstrações financeiras como
instrumentos de tomata de decisões e o estudo de caso foi feito na empresa
PAJOFRADO Lda: Venda de mercadoria e fiscalização de obras de empresa
públicas e privadas, no periodonde 2018 a 20202.capítulos. O primeiro capítulo foi
apresentação teorica onde focamos na Análise Financeira, Demonstrações
Financeiras como fonte da informação a tratar, suas importâncias, seus objectivos e
suas analises e para clore o capítulo uma descrição sobre os rácios e um ênfase foi
feito no rácio de rendibilidade porque era objeto de nossa investigação.

O segundo capítulo tratou-se da metódologia de investigação onde detalhamos os


métodos utilizados neste trabalho , tipos de pesquisas e os instrumentos da
pesquisa.

E o terceiro capítulo abordou-se o estudo de caso a empresa PAJOFRADO Lda,


onde conseguimos analisar as demonstrações financeiras durante o período de 3
anos (2018 a 2020), os calculos efectuados os levaram aos resultados seguintes:
para os indices financeiros 38,47% em 2018, 32,22% em 2019 e 72,22% em 2020.

Para o indice de liquidez geral 1,27% em 2018, 1,28% em 2019 e 1,94 em 2020,
podendo observar que a empresa conseguiu alcançar os seus objetivos, isso
significa que em 2020 a empresa tinha liquidez para enfrentar seus compromissos a
curto prazo.

Para os rácios de rendibilidade os resultados foram os seguintes:para a rendibilidade


do capital próprio 14,78% em 2018, 17,85% em 2029 e 7,29% em 2020. Para
rendibilidade liquida das vendas foram 2,39% em 2018, 3,21% em 2019 e 2,17 em
2020. Podendo notar as margens de lucratividade ou rendibilidade das vendas
pessímas em relação a margem padrão que é de 25%.

A rendibilidade de activo podemos notar 5,7% em 2018, 5,8% em 2019 e 5,3% em


2020 monstrando o retorno de investimento feito pela empresa, com os capitais
próprios e também alheios.

38
Concernente ao indice de funcionamento podemos observar que o tempo médio de
cobrança foi 21 dias podendo analisar uma má gestão na empresa PAJOFRADO.

Com esses resultados podemos afirmar que o problema da nossa pesquisa foi
resolvido e conseguimos verificar a primeira hipótese que era: Análise das
demontrações financeiras auxiliam os gestores no conhecimento da saúde financeira
da empresa PAJOFRADO e no seu processo decisório acertado.

39
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