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SECRETARIA DE ESTADO DO
AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE (SEAS)
Thiago Pampolha, secretário
Documento base
Rio de Janeiro I Agosto de 2021
Equipe técnica:
Colaboração:
Situação de crise hídrica foi observada no período 2014-2016. O estado passou por
um período longo de seca, com infraestruturas hidráulicas vulneráveis a tal situação.
A repetição de tais eventos hidrológicos adicionada a um cenário de crescimento de
Ainda acerca das situações decorrentes das mudanças climáticas, têm-se também as
chuvas intensas, em um outro extremo, que causam inundações e deslizamentos. O
território fluminense acumula um longo histórico de ocorrências de desastres naturais
relacionados a tais eventos.
Diferentemente dos efeitos das estiagens, que surgem ao longo de dias e meses, os
impactos das inundações aparecem em poucos minutos ou horas após as precipitações,
e têm potencial para afetar dezenas e centenas de pessoas, principalmente em núcleos
urbanos e em situações extremas, podendo causar, além de danos materiais, perdas
humanas, como foi o caso da tragédia ocorrida na Região Serrana Fluminense, em 2011,
e dos eventos no período de 2000 a 2012, nas regiões do Baixo Paraíba do Sul, Baía de
Guanabara e Médio Paraíba do Sul.
Diante desse quadro e para enfrentar os desafios que estão por vir, o Estado do Rio de Ja-
neiro precisa urgentemente trabalhar suas vulnerabilidades para proteger seus cidadãos.
Como recomendações principais, o planejamento racional da oferta de água mediante o
uso de Soluções baseadas na Natureza (SbN) e a implantação de infraestruturas hidráu-
licas robustas. Podemos inserir também a adoção de medidas para o uso consciente da
água e de prevenção, mitigação e adaptação aos eventos hidrológicos extremos.
Para que haja desenvolvimento sustentável no Estado do Rio de Janeiro, é preciso, além
de promover o uso racional dos recursos hídricos, conjugar o crescimento econômico e po-
pulacional com a conservação ambiental, por meio de formas eficientes de planejamento
e de gestão capazes de assegurar a disponibilidade de água, em quantidade e qualidade
suficientes, para atender aos usos múltiplos. Nesse sentido, é importante ressaltar que a
gestão territorial impacta de forma direta a gestão dos recursos hídricos, e a disponibilidade
hídrica pode ser limitadora ou propulsora do desenvolvimento econômico.
O Prosegh tem como horizonte de planejamento o ano de 2043, com metas materia-
lizadas em prazos quadrienais, numa sistemática concomitante com a alternância do
Poder Executivo estadual. Contudo, cabe destacar que sua implementação transcen-
de esse desenho, pois tem um planejamento estratégico com forte aderência a outros
programas de âmbito estadual, e abrange projetos e ações de duração continuada
que extrapolam os períodos quadrienais de planejamento.
2.1 Justificativa
2.2 Objetivo
Além do objetivo geral, o Prosegh é orientado, ainda, pelos seguintes objetivos específicos:
2.3 Estruturação
Com o intuito de contribuir para o alcance simultâneo dos seus objetivos, o Prosegh
é composto por quatro componentes: Planejamento, Oferta Hídrica, Qualidade Am-
biental e Riscos Associados à Água (Figura 1).
Qualidade Riscos
Planejamento Oferta Hídrica Ambiental associados
à Água
Assim, esta componente envolve ações cuja ampliação da oferta hídrica está vincu-
lada à requalificação e/ou modernização das infraestruturas hidráulicas existentes,
bem como o desenvolvimento de estudos, projetos e obras de implantação de infra-
estruturas hídricas destinadas ao aumento, reservação e regularização das vazões.
Outra vertente desta componente é relativa à Gestão da Demanda e objetiva induzir
a adoção de boas práticas na utilização dos recursos hídricos, promovendo o uso
eficiente, eficaz e a conscientização dos diversos setores de uso consuntivo da água,
em especial abastecimento humano, industrial e agropecuária.
Dentre as ações a serem adotadas para alcançar os objetivos desta componente des-
tacam-se as relacionadas: (i) à educação para a sustentabilidade, no tocante ao uso
racional da água para o consumo humano e agrícola; (ii) ao reúso da água; e, (iii) ao
fortalecimento de instrumentos normativos, institucionais e tecnológicos. Ressalta-
-se, ainda, que serão abordadas outras estratégias imprescindíveis para equacionar
a relação oferta-demanda, tal como a melhoria da eficiência dos sistemas, por meio
da mitigação do desperdício no transporte, na distribuição e no uso da água.
A disponibilidade hídrica é afetada não só pela quantidade, como também pela quali-
dade dos recursos hídricos. Atualmente, muitos mananciais encontram-se deteriora-
dos, o que agrava ainda mais o cenário de escassez hídrica. Tais condições implicam
diretamente na oferta de água para abastecimento, pois a baixa qualidade dos ma-
nanciais dificulta e/ou encarece o tratamento da água bruta, além de comprometer a
saúde e a qualidade ambiental das bacias.
Por outro lado, além da piora da qualidade dos recursos hídricos, a degradação das
bacias hidrográficas pode agravar a magnitude das cheias e aumentar a vulnerabili-
dade aos eventos extremos de inundações.
Também fazem parte do escopo desta componente ações voltadas para o saneamen-
to urbano e rural e que contribuam para a garantia da provisão dos serviços ecos-
sistêmicos de purificação da água, regulação hídrica, controle de erosão, redução
do aporte de sedimentos e redução de risco de inundações e secas. Dessa forma,
além de promover a manutenção ou melhoria da qualidade da água, atua de forma
transversal e complementar às demais componentes do Prosegh para aumentar a
Segurança Hídrica do estado.
3. Impacto Social
e Ambiental
A adoção do Prosegh como instrumento estratégico para organização e fomento de
ações e projetos no Estado do Rio de Janeiro que tenham relação direta ou indireta
com o aumento da Segurança Hídrica em âmbito estadual contribui para o aumento
da percepção pública da importância da segurança hídrica nos demais planejamentos
setoriais. Não obstante, colaboram também para o aumento da sinergia os esforços
empreendidos pelo GERJ para o alcance das metas da Agenda 2030, em especial as
metas de sustentabilidade proposta no ODS 6 (Assegurar a disponibilidade e gestão
sustentável da água e saneamento).
4. Inovação
A criação do programa pelo Decreto Estadual Nº 47.498, de 25 de fevereiro de 2021
(Anexo 1), coloca o Estado do Rio de Janeiro em evidência no cenário nacional, uma
vez que esta iniciativa inovadora promove a segurança hídrica como um importante
instrumento para o desenvolvimento econômico sustentável. Além disso, investe numa
trajetória de sinergia entre ações e orçamentos públicos e privados, provocando a sen-
sibilização e o engajamento da sociedade visando à diminuição da demanda hídrica.
6. Adesão Social
No intuito de fortalecer a adesão ao Prosegh, quando da época da sua construção, foi
iniciado contato com os comitês de bacias hidrográficas para a compreensão do olhar
local sobre os problemas de segurança hídrica. Tal diálogo será intensificado e fortale-
cido ao longo da execução do programa, inclusive com capacitações para os diversos
entes do SEGRHI.
7. Estratégias de
Implantação e Metas
de Acompanhamento
Na procura por estratégias para atingir a Segurança Hídrica no estado, o Prosegh prio-
riza a resolução dos problemas mais latentes e a execução das etapas necessárias e
indispensáveis para a efetividade de suas componentes.
8. Portfólio de Investimentos
– Programas | Ações | Proje-
tos | Intervenções (de cada
componente)
O Prosegh propõe a elaboração de um portfólio de investimentos que consolide os
programas, ações, projetos e intervenções, em andamento e previstos, e que seja
dinâmico, permitindo sua atualização ou modificação ao longo do horizonte do pro-
grama. O portfólio fornecerá informações sobre as iniciativas, sendo eles: descrição;
objetivos; arranjos institucionais para a sua consecução; investimentos estimados;
cronograma de execução ao longo do horizonte de planejamento; e possíveis fontes
de financiamento a serem utilizadas, sejam elas públicas ou privadas.
CLÁUDIO CASTRO
Governador em Exercício
Id: 2299913
* publicado no D.O. de 26/02/2021, página 01
Id: 2310331
* publicado no D.O. de 16/04/2021, página 19