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Integração gestão Territorial Municipal e a Gestão de Recursos Hídricos, Análise

municipal da região.

Para iniciar nosso debate, sobre as conclusões possíveis sobre este assunto, com uma análise
sobre os aspectos que categorizam uma gestão territorial Municipal e a Gestão de recursos
hídricos; Nossa análise será categorizando e mostrando como os planos de bacia, plano
diretor e planos de saneamento básico são a base para uma compreensão melhor sobre o
tema. Como ponto inicial dessa discussão iremos inserir a Política Nacional de Recursos
Hídricos, outorgada na constituição de 1988, trazendo desde então a responsabilidade pela
gestão hídrica, acompanhada dos Planos de Recursos Hídricos na qual é a implementação
dessa política, dentro desse Plano iremos tratar em especial os Planos de Bacia Hidrográficas,
em que são elaborados por comitês de Bacia Hidrográfica, que acabam por estabelecer uma
Gestão Hídrica em escala regional. Esta Gestão se insere no território que se coloca no
âmbito Municipal, compreendendo o Plano Diretor Municipal, porém o mesmo não tem
poder de legislar sobre a água somente sobre o uso da terra; A prefeitura também é
responsável pelo Plano Municipal de Saneamento básico, Lei nº 11.445/2007 que estabelece
as diretrizes nacionais e os princípios para a universalização do acesso ao saneamento.E
como se faz notório as medidas tomadas pelas esferas Regionais podem acarretar inúmeras
consequências a Bacia. O Estatuto da Cidade, Lei 10257/01 se incorpora à temática,
estabelecendo normas que regulam o bem coletivo, segurança, bem estar e um equilíbrio
ambiental; além de um adequado ordenamento territorial com um planejamento e controle do
uso do solo, sendo responsabilidade da Municipal.

É neste parâmetro, que se faz uma gestão integrada, se faz necessário uma relação entre os
recursos hídricos e os usos que os seres humanos fazem neles. Porém,

fazer com que todas essas escalas conversem entre si e que tudo
aconteça de forma sustentável é complexo(...) No entanto, muitos são
os problemas a serem superados, como: o grande número de
autoridades e suas competências muitas vezes sobreposta; a legislação
da água desenvolvida de forma fragmentada e não muito bem
coordenada; o sistema de financiamento complexo, com diferentes
impostos, taxas e “despesas definidas”; a exclusão de decisores; a
falta de estrutura das instituições; a sensibilização da política e cultura
científica e ambiental; e a resistência contra abordagens interativas e
responsabilidade partilhada, que dificultam ainda mais a referida
integração.(Mostert, 2006 apud Marinato 2008, P.22)

Trazendo essa transformação à realidade do Rio de Janeiro, principalmente a Bacia do


Guandu e ao Plano Estratégico de Recursos Hídricos das bacias hidrográficas dos rios
Guandu, da Guarda e Guandu- Mirim (PERH – Guandu) do comitê Guandu, que tem como
objetivo propor uma série de ações e investimentos prioritários para a melhoria das condições
relativas à disponibilidade e à gestão dos recursos hídricos da bacia, além de diretrizes para a
sua implementação no período de 2005-2025. Vamos analisar, neste caso somente o Rio
Guandu e o Rio Guandu Mirim, suas problemáticas quanto a questão Municipal/ terriorial e
de uma Gestão Integrada.

O Rio Guandu tem seu curso principal na Bacia da baía de Sepetiba, passando por áreas
urbanas como Japeri, Engenheiro Pedreira e áreas do munícipio de Seropédica. Inclusive, na
altura de Engenheiro Pedreira, há um depósito de lixo a margem do Rio causando impactos
ambientais, na estrada antiga Rio- São Paulo, se situa a ilha da Cedae que se divide em duas,
uma dessas divisões desembocam rios dos Poços/ Queimados e Ipiranga, poluídos por
esgotos domésticos, efluentes industriais e lixo. Já o Guandu Mirim é formado pelos os
córregos Fundão, Pescador, Jequitibá, bico do Padre, Cachoeiras, Piabas e Bananal, que
também é poluído por receber contribuições dos esgotos domésticos e industriais da bacia do
rio do Campinho, que vem do distrito industrial de Campo Grande, em conjunto acrescem ao
Guandu Mirim uma vazão bastante significativa, praticamente dobrando a vazão do mesmo e
lançando grande carga de esgoto doméstico. Ao cruzar a antiga Rio São Paulo, as águas do
Guandu Mirim são turvas e já apresentam forte odor dos lançamentos de esgoto e lixo, isso
nas imediações da fábrica da Cervejaria Brahma 1. Quase todas os impactos aqui citados, são
resultado de uma falta de organização e planejamento ambiental e entram na responsabilidade
da prefeitura com o Plano de Saneamento básico que deveria ser empregado forma mais
eficaz, a Lei da cidade que faz o município responsável pelo território com o controle do uso
do solo e um equilíbrio ambiental.

Uma das propostas do Comitê dentro do relatório do plano de Bacias é investir em dar apoio
aos municípios para a integração do plano de recursos hídricos aos planos diretores

1
Dados retirados Relatório estratégico do Plano Estratégico de Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica dos Rios Guandu, Guarda e Guandu Mirim. Disponível em: <
http://www.comiteguandu.org.br/plano-de-bacia.php> acessado 30/11/18
municipais, fazendo projeções de longo, curto e médio prazo. Além de estabelecer estratégias
e financiamento para uma melhor ação e gestão.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ. BRASIL. DISPONÍVEL EM:


<http://www.agenciapcj.org.br/novo/instrumentos-de-gestao/plano-de-recursos-hidricos>
ACESSADO EM 30 NOVEMBRO DE 2018

MARINATO,C. INTEGRAÇÃO ENTRE A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E


A GESTÃO MUNICIPAL URBANA: ESTUDO DA INTERRELAÇÃO ENTRE
INSTRUMENTOS DE GESTÃO, 2008, VITÓRIA.

Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios


Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim. ANA, 2006, Brasília.
SANEPAR, PREFEITURA PARANÁ, DISPONÍVEL EM:
<http://site.sanepar.com.br/prefeituras/plano-municipal-de-saneamento-basico> ACESSADO
EM 30 NOVEMBRO DE 2018

PIZELLA, DENISE. A relação entre Planos Diretores Municipais e Planos de

Bacias Hidrográficas na gestão hídrica, 2015, SÃO PAULO.

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