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Gestão Integrada das Águas Urbanas

em Aracaju-SE/Brasil

Relatório do Diagnóstico Qualitativo

Grupo Técnico de GIAU


Setembro 2010
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
1.1 Antecedentes
1.2 Objetivos
1.3 Conteúdo do Relatório
2. ESTUDOS PRÉVIOS
3. CARACTERIZAÇÃO
3.1 Localização
3.2 Dados Demográficos
3.3 Condições Socioeconômicas
3.4 Cobertura do solo e meio ambiente
3.5 Recursos Hídricos
3.6 Águas urbanas
3.6.1 Abastecimento de água
3.6.2 Esgotamento sanitário
3.6.3 Drenagem Urbana
3.6.4 Resíduos Sólidos
3.6.7 Aspectos legais e institucionais
4. GESTÃO INTEGRADA DAS ÁGUAS URBANAS EM ARACAJU
4.1 Diagnóstico Qualitativo

Referências Bibliográficas
Anexo I – Documentos Consultados
Anexo II – Matrizes preenchidas pelo grupos durante a oficina
Anexo III – Listas de presença e fotos

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

1. INTRODUÇÃO
1.1. Antecedentes

O presente documento objetiva avaliar a questão das águas urbanas na


cidade de Aracaju e grande Aracaju, no Estado de Sergipe, Brasil;
considerando os aspectos relacionados à disponibilidade hídrica, os seus
diversos usos e a disposição dos efluentes produzidos na área urbana e
entorno da capital. Aracaju tem apresentado há décadas sinais claros de
problemas relacionados à gestão da água no meio urbano, principalmente
relacionados às deficiências de tratamento de esgotos, disponibilidade hídrica e
drenagem urbana, com impactos na qualidade dos corpos hídricos e saúde da
população.
A Região Metropolitana de Aracaju (RMA) apresenta problemas críticos
relacionados à baixa eficiência dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos
urbanos (estimado em 35% de cobertura na capital) provocando a degradação
de seus rios urbanos e gerando impactos na saúde da população. Cerca de
70% da água consumida na região metropolitana provém do rio São Francisco,
situado a mais de 100 km de distância, face à baixa disponibilidade hídrica dos
rios locais. Tal fato minimiza os efeitos negativos da gestão hídrica deficiente
para a população, uma vez que a poluição decorrente da presença de
efluentes, resíduos sólidos e contribuições difusas não atinge diretamente a
principal fonte de água para abastecimento, no entanto o estado de
degradação de alguns rios já atinge patamares próximos à irreversibilidade.
Localizada na faixa litorânea do Estado, na RMA há predominância do
clima quente e úmido, com precipitações concentradas nos meses de março a
agosto. As temperaturas giram em torno dos 26 °C e a precipitação média
anual é de, aproximadamente, 1.600 mm. Neste período há a ocorrência de
eventos intensos que geram alagamentos localizados, alguns de grande porte,
agravados muitas vezes pela condição das marés e afogamento dos sistemas
de canais. O sistema de drenagem funciona exclusivamente por gravidade e
muitas áreas não possuem estrutura de macrodrenagem completamente
implantada, principalmente nas zonas de expansão, fato que vem causando
prejuízos à população e ações indenizatórias.
A gestão de resíduos sólidos na RMA não se mostra uniforme, com
maior cobertura na capital. No entanto não há um destino final adequado para
os resíduos coletados, visto que inexiste um aterro sanitário corretamente
instituído. A coleta seletiva é muito incipiente, restrita também à Aracaju e
predominam os chamados “lixões” a céu aberto, que concentram vetores de
doenças e contaminam as águas subterrâneas e superficiais.
Observa-se que os serviços urbanos relacionados à gestão das águas
são executados de forma isolada e há pouca articulação entre os municípios e
entre as secretarias municipais. Existem planos diretores de ordenamento
urbano em todos os municípios da RMA, no entanto os planos setoriais
encontram-se defasados ou não foram desenvolvidos.
Neste contexto, a Região Metropolitana de Aracaju foi selecionada para
participar de uma proposta do Banco Mundial para a Gestão Integrada das

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Águas Urbanas (GIAU). O processo iniciou-se no mês de agosto de 2010 por


meio de uma reunião entre consultores do Banco Mundial e setores públicos
relacionados à gestão das águas no meio urbano, coordenados pela Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH, vinculada
ao Governo do Estado de Sergipe. Nesta reunião (Etapa A) foram realizados
acordos entre as partes, definida a proposta de trabalho, as instituições
participantes e estabelecida uma agenda de reuniões para o ano. Após, em
setembro de 2010, ocorreu nova visita dos consultores e foi realizado o
Workshop de Diagnóstico e Primeiras Estratégias (Etapa B), onde foram
preenchidas as matrizes de problemas, causa-efeito e metas, com a
participação efetiva de instituições locais na composição de quatro grupos de
trabalho.
Este relatório parcial sintetiza as informações obtidas por meio de
consultas aos setores públicos responsáveis pela gestão das águas urbanas
nas cidades da RMA e os resultados das matrizes preenchidas pelos grupos no
na Etapa B.

1.2. Objetivos

O objetivo geral do trabalho é dotar Aracaju de um estudo integrado das


águas urbanas que contemple o diagnóstico atualizado dos problemas
relacionados à água na capital e entorno, bem como a definição de estratégias
de longo prazo para a Gestão Integrada das águas urbanas.
Os objetivos específicos podem ser sintetizados da seguinte forma:
− Desenvolver um levantamento dos dados secundários
relacionados às águas urbanas junto às instituições das
diversas esferas da administração, para a caracterização do
estado atual da gestão das águas urbanas;
− Realizar um diagnóstico qualitativo na forma de tabulação de
problemas relacionados às águas urbanas como fruto de uma
metodologia participativa e que incentive o diálogo entre os
setores públicos responsáveis e relacionados à gestão hídrica
na cidade e entorno;
− Propor estratégias de longo prazo que propiciem o
desenvolvimento da Gestão Integrada das Águas Urbanas por
meio da participação dos agentes locais e permitam a previsão
de investimentos acordados com os decisores.

1.3. Conteúdo do Relatório

Este relatório sintetiza a caracterização da gestão das águas urbanas em


Aracaju e Região Metropolitana, reunindo em um único local, de forma
sintetizada, informações coletadas em documentos disponibilizados pelas

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instituições gestoras dos setores públicos afins bem como apresentando os


resultados da aplicação da metodologia de desenvolvimento do diagnóstico e
estratégias para a Gestão Integrada das Águas Urbanas na RMA.
Após a Introdução, o item 2 apresenta os documentos consultados e
disponibilizados bem como uma classificação de seu conteúdo nos setores
relacionados à GIAU.
A caracterização da RMA está descrita no item 3, onde são apresentados
aspectos físicos, demográficos, socioeconômicos, relacionados aos recursos
hídricos e principalmente caracterizada a situação atual da gestão dos setores
de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e
resíduos sólidos, bem como apresentados aspectos institucionais ligados à
regulamentação de uso dos solos nos municípios componentes da RMA.
O item 4 refere-se à aplicação da metodologia de preparação de uma
estratégia de GIAU para a RMA. São apresentadas a metodologia e os
resultados obtidos nas oficinas de discussão em grupos envolvendo instituições
locais sob a coordenação da consultoria do Banco Mundial. Estes resultados
são discutidos e organizados considerando as prioridades que os grupos
deram aos problemas, relacionando as suas causas principais e as
conseqüências advindas da sua existência sobre as águas urbanas. São
também apresentadas metas iniciais a serem atingidas em diferentes
horizontes de tempo para cada tema e as estratégias que devem ser adotadas
pelos gestores no intuito de buscar as metas propostas.

2. ESTUDOS PRÉVIOS
Um levantamento das informações disponíveis nos diversos órgãos
municipais, estaduais e federais, relacionadas ao processo de gestão das
águas urbanas na cidade de Aracaju e no seu entorno foi realizada. Foram
realizados contatos com representantes dos setores citados, buscando
estudos, projetos, relatórios, mapas, cartas, fotografias, imagens orbitais e
legislação afim. Ao todo foram obtidos 102 documentos em diversos formatos e
abordando diferentes aspectos relacionados à GIAU. Na Tabela 1 estão
relatadas as quantidades de materiais disponíveis por tema. O Anexo I
apresenta a lista completa dos documentos levantados.
Observou a existência de grande quantidade de informação, em
diferentes formatos, muitas dessas de grande importância, como por exemplo
as diretrizes para o setor de saneamento, que encontram-se apenas em papel,
em virtude de serem documentos elaborados ainda quando não havia meios
digitais de armazenamento. Verificou-se ainda muita replicação de esforços, ou
seja, estudos desenvolvidos por instituições diferentes, muitas vezes na
mesma esfera da administração, com o mesmo objetivo. Isso demonstra a
carência de integração entre os setores da gestão e ressalta a importância do
desenvolvimento de levantamentos como o aqui realizado.
Analisando as quantidades de documentos obtidos segundo os temas
listados, pode-se verificar a grande predominância de informações
relacionadas a gestão dos recursos hídricos e ao uso do solo e deficiência de
informações sobre resíduos sólidos e gerenciamento costeiro.

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Tabela 1 – Quantificação por tema dos estudos, projetos, relatórios, mapas e


imagens orbitais disponíveis nos órgãos públicos
Tema Quantidade
Gestão de recursos hídricos 22
Planejamento urbano 11
Uso e ocupação do solo 25
Abastecimento 10
Saneamento 5
Drenagem Urbana 6
Resíduos Sólidos 3
Meio Ambiente 8
Socioeconomia 9
Gerenciamento Costeiro 3

3. CARACTERIZAÇÃO
3.1. Localização
A cidade de Aracaju é a capital do Estado de Sergipe situado no
litoral da região Nordeste do Brasil. O Estado de Sergipe possui 21.910 km2 o
que o define como o menor Estado brasileiro, respondendo por cerca de 0,26%
da superfície do território nacional, o que corresponde a 2,8% do território da
região Nordeste, tendo sua área dividida entre 75 municípios. Sergipe limita-se
ao norte com o Estado de Alagoas, separados pelo rio São Francisco e ao sul
com a Bahia, com limites definidos pelo curso do rio Real. Aracaju é a maior
cidade no estado, cuja região metropolitana é composta ainda pelos municípios
de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão. Na
Figura 1 é apresentado um mapa de localização da região metropolitana de
Aracaju no Estado de Sergipe/Brasil. A cidade de Aracaju apresenta uma
unidade territorial com área de 174 km2. Considerando os demais municípios
da região metropolitana: Barra dos Coqueiros, com 91 km2; Nossa Senhora do
Socorro, 158 km2 e São Cristóvão, 437 km2; a área total amplia-se para 860
km2. A área urbana no município de Aracaju totaliza aproximadamente 50 km2,
considerando toda a região metropolitana esta área tem o valor aproximado de
73 km2.

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N. Sra. do Socorro Barra dos


São Coqueiros
Cristóvão Aracaju

Figura 1 – Localização da região metropolitana de Aracaju/SE/Brasil

3.2. Dados demográficos


A população da cidade de Aracaju, segundo estimativa do IBGE (2009)
totaliza 544.039 habitantes. Considerando a região metropolitana, a população
residente passa a 794.475 habitantes, também pelas estimativas do IBGE. A
evolução populacional na capital é apresentada na Figura 2. Observa
Observa-se um
crescimento significativo a partir da década de 60, com incrementos
populacionais da ordem de 50% a cada dez anos até o início da década de 90,
a partir da qual são observados aumentos médios de aproximadamente 15%
para os decênios. As densidades
densidades demográficas na capital sergipana,
considerando a área total do município é baixa, da ordem de 3130 hab/km2;
considerando toda a região metropolitana este valor reduz-se
reduz se para 924
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hab/km .
O crescimento populacional acelerado nas últimas décadas têm se
dado de forma pouco ordenada, com o surgimento de periferias sem a infra infra-
estrutura adequada de vias, transportes e logicamente, águas urbanas,
considerando neste último, o abastecimento doméstico, saneamento,
drenagem e coleta de resíduos sólidos. Tais alterações
alterações têm se refletido no
surgimento de novos problemas relacionados à gestão hídrica na capital e
região metropolitana, com impactos significativos na qualidade ambiental dos
recursos naturais e na saúde e segurança da população.
Visualizando a RMA como um todo, observa-sese que a sua população
duplicou em um período de 20 anos (1980-2000),
(1980 2000), com um crescimento muito
mais acelerado no município de Nossa Senhora do Socorro (Tabela 2 e Figura
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

3), totalizando um aumento superior a 1000% no período de 1980 a 2009.


Ressalte-se que este contingente populacional concentrou-se fora da sede do
município, próximo à divisa com Aracaju. Todos os municípios apresentaram
maior crescimento populacional na década de oitenta, decaindo nos períodos
seguintes. Tal comportamento trouxe consigo uma série de impactos
relacionados aos recursos hídricos, iniciando pelo aumento da demanda de
água para abastecimento, com conseqüente elevação das cargas efluentes
produzidas e áreas impermeabilizadas, resultando na degradação de corpos
hídricos e ocorrência de inundações.

600000
544039
520303
491898
500000 461534
428194
402341
400000
População (hab)

293100
300000

200000 183670

115713
100000 78364
59031
37440
21132
9559 16330
0
1872

1890

1900

1920

1940

1950

1960

1970

1980

1991

1996

2000

2004

2007

2009
Figura 2 – Crescimento populacional na cidade de Aracaju no período de 1872
a 2009 (Adaptado de IBGE(2009))

Tabela 2 – Crescimento Populacional nos municípios da RMA


População (habitantes)
Município/Ano 1980 1991 2000 2009
Aracaju 293.131 402.341 461.534 544.039
Barra dos Coqueiros 7.939 12.762 17.807 19.998
Nossa Senhora do Socorro 13.688 67.501 131.679 155.334
São Cristóvão 24.124 47.490 64.647 75.104
Total 338.882 530.094 675.667 794.475

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1200%

1000%
Aumento populacional

800%

600%

400%

200%

0%
1980 - 1991 1991 - 2000 2000 - 2009 1980 - 2009

Aracaju Barra dos Coqueiros Nossa Senhora do Socorro São Cristóvão RMA

Figura 3 – Aumento percentual da população nos municípios da RMA no


período de 1980 a 2009 (Adaptado de IBGE(2009))

3.3. Condições socioeconômicas


A Tabela 3 apresenta alguns indicadores sociais e econômicos de
Aracaju segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD, 2010).
A capital sergipana encontra-se, segundo a classificação do ano 2000
considerando o Índice de Desenvolvimento Humano de 5.507 municípios
brasileiros, na posição 689 do ranking; considerando apenas a região Nordeste
do Brasil (1.787 municípios), Aracaju apresenta-se na 5a posição. Para efeito
comparativo, o IDHM médio do Brasil para o ano 2000 foi de 0,699.
Aracaju atualmente produz 42% da riqueza gerada no Estado. O setor
de serviços é o principal, reunindo atividades de telecomunicações, informática
e demais serviços especializados, juntamente como atividades de governo e
comércio. Estas atividades têm produzido a formação de aglomerações em seu
entorno, principalmente nos municípios de Nossa Senhora do Socorro, São
Cristóvão e Barra dos Coqueiros. O setor de serviços responde por 81% do
Produto Interno Bruto de Aracaju [PIB]. Destaque para o setor público, que
responde por 15%; o setor industrial, representa 19% e o setor agrícola apenas
0,2%. Ao lado de atividades tradicionais, tanto no comércio como na indústria,
Aracaju sedia as atividades tecnologicamente mais avançadas e os serviços
mais sofisticados do Estado, como as atividades de telecomunicações,
informática, serviços especializados em saúde, educação e consultoria. Alguns
Arranjos Produtivos Locais [APL's] - conjunto de segmentos políticos,
econômicos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo
atividades econômicas relacionadas - podem ser destacados na economia
aracajuana, como os de tecnologia da informação, saúde, serviços para a
indústria de petróleo e gás e ainda a construção naval (Aracaju, 2010).

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Tabela 3 – Indicadores sociais e econômicos para a cidade de Aracaju


(PNUD,2010)
Barra dos Nossa Sra. São
Indicador Ano Aracaju
Coqueiros do Socorro Cristóvão
Esperança de vida ao nascer 1991 64,96 55,26 64,27 64,24
(anos)
2000 68,72 62,87 66,67 66,67
Mortalidade até cinco anos de 1991 57,64 109,91 57,64 57,76
idade
2000 48,19 77,68 57,56 57,56
1991 44,97 86,81 44,97 45,07
Mortalidade até um ano de idade
2000 38,95 49,97 36,75 36,75
1991 263,00 102,56 82,74 86,81
Renda per Capita (R$)
2000 352,74 124,35 114,08 128,06
1991 43,96 48,83 54,4 55,92
Intensidade da pobreza
2000 45,03 52,13 47,91 49,29
Percentual de pessoas que
1991 85,97 44,31 78,94 64,88
vivem em domicílios com água
encanada 2000 92,7 78,21 89,25 80,12
Percentual de pessoas que
1991 98,46 83,19 93,69 91,46
vivem em domicílios com energia
elétrica 2000 99,73 98,39 99,44 97,12
Percentual de pessoas que
1991 82,18 82,26 50,38 40,23
vivem em domicílios urbanos
com serviço de coleta de lixo 2000 96,09 90,91 78,65 67,91
Número de médicos residentes 1991 1,83 0 0 0
por mil habitantes
2000 2,71 0 0 0
1991 402341 12727 67574 47558
População total
2000 461534 17807 131679 64647
1991 402341 7442 67516 46233
População urbana
2000 461534 15176 131279 63116
Taxa bruta de freqüência à 1991 78,31 65,55 63,63 70,57
escola
2000 91,36 87,15 80,46 85,08
1991 85,58 71,06 76,36 71,78
Taxa de alfabetização
2000 89,4 79,18 84,36 80,9
Índice de Desenvolvimento 1991 0,832 0,692 0,721 0,714
Humano Municipal-Educação
2000 0,901 0,818 0,831 0,823
Índice de Desenvolvimento 1991 0,666 0,504 0,655 0,654
Humano Municipal-Longevidade
2000 0,729 0,631 0,695 0,695
Índice de Desenvolvimento 1991 0,703 0,546 0,510 0,518
Humano Municipal-Renda
2000 0,752 0,578 0,563 0,583

O município de São Cristóvão foi a primeira capital de Sergipe, até a


transferência para Aracaju em 17 de março de 1855. E tem o título de quarta
cidade mais antiga do Brasil. Trata-se de cidade tombada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 23 de janeiro de 1967, tendo
sido inscrita no livro de tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico,
enquanto que em nível estadual já havia sido elevada a categoria de Cidade
Histórica pelo Decreto-lei nº. 94 de 22 de junho de 1938. São destaques no
Município a agricultura (cana-de-açúcar), a indústria da pesca (peixes,
mariscos e camarão), pecuária (bovinos) e turismo (cultural).

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

A principal riqueza mineral no município de Nossa Senhora do Socorro é


o sal-gema, considerado pelo seu teor de pureza, o único do Brasil. Nossa
Senhora do Socorro é também grande produtor de calcário, argila, sal de
potássio, magnésio e areia.
No Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro, localizado no
Conjunto João Alves Filho, estão concentradas indústrias de alimentos,
malharias, artefatos de cimento, renovadoras de pneus, fábricas de velas, de
leite de coco, gesso, entre outros. Devido aos incentivos fiscais, a indústria tem
crescido muito nos últimos anos. O IBGE divulgou no final de 2004, estatísticas
do cadastro central de empresas relativas ao ano de 2002. O município de N.
Sra. do Socorro foi o que mais atraiu empresas entre 1997 e 2002. Subindo de
de 566 unidades em 1997 para 1.024 até dezembro de 2002. O crescimento
percentual foi de 81,0%, bem acima das variações estadual, regional e
nacional, que apresentaram crescimento de 36%, 50,5% e 41,7%
respectivamente. No setor agrícola destacam-se as produções de banana,
coco-da-baía, manga, batata doce, cana-de-açúcar, mandioca e feijão.

3.4. Cobertura do solo e meio ambiente

A Região Metropolitana de Aracaju concentra 39% de toda a população


do estado de Sergipe, o que delega a esta região a característica de intensa
antropização da cobertura do solo. A Figura 4 apresenta um mosaico de fotos
aéreas recentes com a indicação das manchas urbanas na forma de vias
implantadas. Observa-se uma tendência de aglomeração das áreas urbanas
dentro ou próximo à cidade de Aracaju, onde praticamente toda a área
municipal já se encontra ocupada, intensificando-se neste momento a
ocupação de sua porção sul, conhecida como Zona de Expansão. O município
de São Cristóvão apresenta a maior área territorial e ainda dispõe de espaços
não urbanizados, assim como N. Sra. do Socorro e Barra dos Coqueiros, no
entanto a pressão para a ocupação de áreas nestes municípios também é
intensa. Considerando as manchas urbanas concentradas, observa-se que a
cobertura do solo no município de Aracaju tem área considerada urbana
próxima aos 50% de toda sua superfície. Para os demais municípios, os
valores são: 23% para N. Sra. do Socorro; 8% para Barra dos Coqueiros e
menos de 2% para São Cristóvão.
No município de Aracaju predomina a vegetação de restinga em sua
porção sul e mangues ao centro e no limite norte do município. Estas áreas
vêm sendo aceleradamente submetidas ao processo de crescimento urbano,
com a execução de aterros, cargas de sedimentos e de esgotos domésticos.
Em Aracaju, está localizada ainda a Área de Proteção Ambiental Morro do
Urubu, limitando-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste com o rio Sergipe, e ao
Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-se de
uma região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus
ecossistemas associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e
regulamentada pelos Decretos 13.713, de 14/07/93, e 15.505, de 13/07/95, a
área vem sofrendo pressão urbana e se descaracterizando cada vez mais. O
complexo de vegetação encontra-se hoje bastante comprometido, sobretudo
pela invasão, construção e urbanização das favelas na área.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Verifica-se
se a predominância de áreas de pastagem no município de São
Cristóvão, espalhadas em toda a sua superfície, bem como a ocorr ocorrência de
áreas agrícolas dedicadas à cana-de-açúcar
cana açúcar em sua maioria. Há ainda a
ocorrência de vegetação de mangues junto ao rio Vaza-Barris
Vaza Barris e matas ciliares
nos rios Pitanga e Poxim-Açu.
Açu. No município de Nossa Senhora do Socorro, há
a predominância de pastag
pastagens
ens e culturas agrícolas. Em sua porção norte e
leste, margeando os rios Cotinguiba e Sergipe, presença de vegetação de
mangue, também muito sujeita a pressão urbana. No município de Barra dos
Coqueiros, predomina a vegetação de restinga e mangues. A Lei nºº 2.825 de
30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área de
especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa
entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as
margens e todo o leito do rio Sergipe, tanto na parte permanente coberta pelas
águas, tanto naquela que somente o é por efeito dos movimentos de maré,
tanto no segmento que se estende até o mar, quanto naquele que sai em
demanda do rio Poxim.

Figura 4 – Manchas urbanas e vias nos


n municípios da RMA
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3.5. Recursos Hídricos


A Região Metropolitana de Aracaju está localizada em áreas de três das
principais bacias hidrográficas do Estado de Sergipe: bacias dos rios Sergipe,
Vaza-Barris e Japaratuba (Figura 5). A zona urbana da cidade de Aracaju
desenvolveu-se junto à foz do rio Sergipe no Oceano Atlântico. O rio Sergipe
nasce próximo à fronteira do estado de Sergipe com a Bahia e segue cerca de
210 km em direção ao Oceano Atlântico, onde desemboca na praia de Atalaia
Nova. A área da bacia hidrográfica é de 3.673 km², ocupando
aproximadamente 16,7% da área do Estado. Em Aracaju e região
metropolitana, os principais tributários são os rios do Sal, Poxim e Cotinguiba,
pela margem direita e o rio Pomonga pela margem esquerda do rio Sergipe
(Figura 6).
A bacia do rio Sergipe contém áreas de 26 municípios, incluindo os
quatro que compõem a RMA, com uma densidade populacional significativa
nas áreas urbanas, concentrando assim os problemas relacionados às águas
urbanas no estado. Quanto ao abastecimento de água urbano e grande rural a
bacia do rio Sergipe tem 54,9 mil m³/dia de água produzidos dentro da bacia
principalmente pelo rio Jacarecica e poços profundos. Desta fonte hídrica, 52,6
mil m³/dia (96%) de água são fornecidos à própria bacia e 2,3 mil m³/dia (4%)
a outras bacias. Dos 259,4 m³/dia de água consumida, 80% provém de outras
bacias (principalmente do rio São Francisco) e 20% de dentro da bacia. É,
portanto, a bacia que mais depende de água proveniente de outras bacias
hidrográficas. De acordo com a contagem populacional do IBGE, de 2007, a
região da bacia do rio Sergipe apresentava uma população de 1.117.935
habitantes (SERGIPE, 2010).
As principais atividades econômicas presentes na bacia são:
agropecuária olericultura, monocultura de cana-de-açúcar, com usinas e
destilarias, exploração de petróleo, atividades de mineração (areia, calcário) e
atividade industrial na região metropolitana de Aracaju. Os rios Poxim e
Pitanga fornecem parte da água para o abastecimento da região
metropolitana. O rio Sergipe e seus afluentes vem sendo impactados pelo
despejo indiscriminado de esgotos domésticos das áreas urbanas e pelo
desmatamento de suas matas ciliares e manguezais.
O limite sul dos municípios de Aracaju e São Cristóvão está inserido em
outra bacia, a do rio Vaza-Barris, que, ao contrário do rio Sergipe, é de
domínio federal. O rio Vaza-Barris apresenta em sua foz um estuário
caracterizado pela sua biodiversidade, e faz limite entre os municípios de
Aracaju e Itaporanga da Ajuda. A bacia do rio Vaza-Barris apresenta dentro do
estado de Sergipe uma área de 2.559 km2, compreendendo 11,6% da área do
Estado. Apresenta uma população de aproximadamente 160.000 habitantes,
dos quais 61% estão concentrados nas cidades, incluindo municípios como
Itaporanga D’Ajuda, São Domingos, Campo Brito e Carira.
No limite nordeste do município de Barra dos Coqueiros encontra-se a
foz do rio Japaratuba, que é a única bacia do estado completamente contida
em seus limites. A bacia do rio Japaratuba apresenta processos de
degradação avançados em alguns trechos, resultado de avanços históricos
nas atividades agropecuárias, de extração mineral e despejos industriais sem
o devido controle. Possui uma extensão territorial de 1.722 km2, o que

11
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

representa 7,8% da área do Estado de Sergipe. O rio Japaratuba tem


aproximadamente 92 km de extensão, nasce na Serra da Boa Vista, na divisa
entre os municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso, e deságua no Oceano
Atlântico. Seus principais afluentes são os rios Japaratuba-Mirim, pela margem
esquerda, e Siriri, pela direita. A população residente na bacia é de
aproximadamente 92.200 habitantes, o que representa 5,6% da população do
Estado, dos quais cerca de 61% moram nas parcelas urbanas de municípios
como Capela, Japaratuba, Carmópolis, Rosário do Catete e Siriri, entre outros.
As bacias de domínio estadual (Sergipe e Japaratuba) têm a gestão de
suas águas sob tutela da SEMARH/SE por meio da Superintendência de
Recursos Hídricos. As bacias já possuem comitês instituídos que tem apoiado
a SEMARH no desenvolvimento de ações de mitigação dos impactos
ambientais existentes.

Figura 5 – Bacias hidrográficas que contém a RMA no Estado de Sergipe

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 6 – Bacias hidrográficas principais no município de Aracaju (Fonte: Mapa Geoambiental de Aracaju)

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

3.6. Águas Urbanas


3.6.1. Abastecimento de água
O Sistema de Abastecimento de água na região metropolitana de
Aracaju (RMA) é controlado pela Companhia de Saneamento de Sergipe –
DESO, empresa de economia mista criada em 25/08/69, responsável por
estudos, projetos e execução de serviços de abastecimento de água, esgotos e
obras de saneamento em todo o estado de Sergipe. A exploração dos serviços
ocorre através de contratos de concessão, firmados com os municípios.
Em 25 de Agosto de 1969, através do Decreto-Lei nº 109, o então
Departamento transformou-se em Companhia de Saneamento de Sergipe,
conservando a sigla DESO devido à grande aceitação por parte da
comunidade. A DESO é composta pela Presidência, Diretoria de Administração
e Finanças, Diretoria Técnica, Diretoria de Operações, Superintendência
Comercial e Diretoria de Gestão Ambiental. A DESO conta hoje no seu quadro
funcional com 980 empregados, que atuam nas áreas Administrativa,
Operacionais e Técnica dos Sistemas. Se faz presente em 70 Sedes
Municipais, 270 Povoados, beneficiando a 1.355.626 habitantes, que
corresponde a 77% da população do Estado de Sergipe.
O abastecimento de água na RMA é feito, principalmente, por um
sistema integrado de adutoras, complementado por 3 (três) sistemas
isolados conforme Tabela 4. A oferta total para a RMA é de 72.655 x 10³
m³/ano de água tratada.
Tabela 4 – Sistemas e Mananciais de Abastecimento da
Região Metropolitana de Aracaju
Vazão (l/s) ETAs Sedes Urbanas
Sistema Mananciais
Atendidas
Integrado São 2000 Visgueiro, Oviedo Aracaju
Rio São Francisco
Francisco – Teixeira e João Nossa Senhora do
Rio Poxim
Aracaju I Ednaldo Socorro
Integrado 780 Poxim Aracaju
Rio Poxim
Poxim I São Cristovão
Fonte do Ibura I 500 Simples
Aracaju
Integrado Ibura (Piscina Pública) desinfecção
Nossa Senhora do
I e II Ibura II (Poços
Socorro
Profundos)
Sistema 17,8 São Cristovão
Isolado São Rio Comprido São Cristovão
Cristovão
Sistema 250 Cabrita
Rio Pitanga Aracaju
Isolado Cabrita
Sistema 49,5 Filtração direta
Aquífero
Isolado Barra ascendente Barra dos Coqueiros
Quaternário
dos Coqueiros
Fonte: SNIS, 2007

O Sistema Integrado São Francisco teve em 1980 a implantação da


1ª etapa da Adutora São Francisco, com alcance para 10 anos. Tal obra
objetivou atender ao mesmo tempo, o crescimento de demanda de Água da
cidade de Aracaju e a implantação de dois grandes projetos industriais: as
plantas de Amônia e Uréia , da NITROFÉRTIL e Cloreto e Potássio, da antiga
PETROMISA , hoje operada pela Vale. A captação localiza-se na margem
direita do Rio São Francisco a aproximadamente 2 km à montante da cidade de

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Própria. O sistema atende os municípios de Aracaju, Nossa Sra. do Socorro,


Barra dos Coqueiros, Atalaia Nova, Malhada dos Bois e Muribeca. O sistema
de elevação é composto de 05 (cinco) conjuntos moto-bombas com capacidade
nominal de 0,347 m3/s. Possui linha de Recalque com tubulacão em aço de
diâmetro de 900mm e extensão de 23 km aproximadamente. A adutora por
gravidade em ferro fundido dúctil classe k-7, diâmetro 900 a 1.000mm, com
extensão aproximada de 67 km, e capacidade para 650 l/s. Abastece a Vale, a
ETA Oviêdo Teixeira (em Nossa Sra. do Socorro) e a ETA João Ednaldo.
Recentemente foi concluída a obra de duplicação da adutora (Figura 7),
aumentando em 70% o fornecimento de água tratada para a Grande Aracaju,
assegurando suprimento suficiente e evitando racionamentos nos períodos de
estiagem para os próximos 15 anos. A obra significou um investimento superior
a R$ 127 milhões por parte dos governos federal e estadual, beneficiando mais
de 500 mil pessoas. A duplicação da adutora do São Francisco significa na
realidade um conjunto de oito obras, onde a duplicação da tubulação já foi
concluída, restando ainda a ampliação da estação de tratamento Oviêdo
Teixeira, em N.S. do Socorro, implantação da sétima bomba na adutora do São
Francisco e construção da segunda caixa de passagem.
A região metropolitana de Aracaju conta ainda com sistemas
complementares de abastecimento, como:
Sistema Cabrita: O Sistema Cabrita foi inaugurado em 1906, sendo o mais
antigo sistema de suprimento de água de Aracaju, permanecendo nesta
condição até 1959, quando entrou em operacão o Sistema Poxim. O manancial
deste sistema é o Rio Pitanga, com uma bacia contribuinte de 75 km2 e
capacidade de 130 l/s. Responde atualmente por cerca de 10 % da oferta de
água tratada.
Sistema Poxim: Foi projetado pelo Engº Saturnino Brito e inaugurado em 1958.
Passou a ser o principal abastecedor de água de Aracaju. Sofreu modificacões
em 1968 e 1979 e atualmente contribui com cerca de 27% do volume total de
água ofertada. Sua captação localiza-se no Rio Poxim, e sua vazão é de 580
l/s. Encontra-se atualmente em fase final de implantação a barragem do rio
Poxim em São Cristóvão, estando com a obra física concluída. Está em
andamento o desmatamento da área e o resgate dos animais silvestres,
visando o inicio de enchimento da barragem com as chuvas do inverno de
2011. O lago da barragem armazenará 35 milhões de metros cúbicos de água,
a uma profundidade média de 25 metros. A área ocupada pelo lago será de
522 hectares, ao longo de 1.125 metros e o vertedouro possui 11,8 metros de
largura. Tal obra, que regularizará a vazão do rio Poxim em cerca de 1200 l/s, é
resultado de um investimento de R$ 85 milhões, com R$ 70 milhões
provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo
Federal, e R$ 15 milhões do Governo do Estado. Além da obra da barragem,
há previsão de duplicação da estação de tratamento de água do Poxim,
construção de mais quatro reservatórios na capital e implementação de anéis
de reforço na área de expansão.
Sistema do Distrito Industrial de N.S. do Socorro: Foi implantado em 1987, e é
abastecido através de uma derivacão da Adutora do São Francisco, por
gravidade na altura do Km 35. A capacidade inicial do Sistema foi projetada
para 185 l/s, com previsão de ampliação para 370 l/s.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Sistema Ibura: O Manancial de Ibura é um lençol subterrâneo que surgiu como


fonte de água natural, no local foi construída uma piscina de 50m x 25m x
2,5m, utilizada inicialmente para fins de recreacão. A captacão é feita
diretamente da piscina com capacidade para 195 l/s, e suas águas são
recalcadas para os reservatórios R2, localizado no Bairro 18 do Forte e R8, no
Conjunto Jardim.
A tabela 5 apresenta dados gerais relacionados a abastecimento de
água para os municípios da região metropolitana de Aracaju, segundo dados
do SNIS (2007).
Tabela 5 – Dados gerais de abastecimento de água para a região
metropolitana de Aracaju
Nossa
Barra dos São
Município Aracaju Senhora do Total/media
Coqueiros Cristóvão
Socorro

População
520303 19218 148546 71931 759998
População total atendida com
abastecimento de água 511834 18441 119619 41256 691150
População urbana atendida com
abastecimento de água 511834 7289 13874 7189 29634
Quantidade de ligações ativas de água
(ligação) 122301 5213 32964 11109 49286
Quantidade de economias ativas de água
(economia) 164228 5312 33730 11492 214762
Extensão da rede de água (km)
2187 40 472 134 2833
Índice de atendimento com abastecimento
de água (%) 98,37 95,96 80,53 57,35 83,05
Índice de atendimento urbano com
abastecimento de água (%) 97,19 97,01 90,76 82,64 91,90
Consumo médio per capita de água
(l/(hab./dia) 169,77 98,82 99,13 94,27 97,41
Índice de perdas de faturamento (%)
40,94 44,24 50,06 41,77 45,92
Fonte: SNIS - 2007

Os sistemas produtores têm as suas áreas de influência


determinadas pelos reservatórios conforme apresentado na Figura 8. O
sistema produtor São Francisco atende os centros de reservação R0, R1, R3,
R8, R9, R11, R12 e R13. Estes centros fornecem abastecimento para os
bairros Bugio, Jardim Centenário, Parque São José, Santos Dumont, Sobrado,
José Conrado de Araujo, Novo Paraíso, Siq. Campos, 13 de Julho, 18 do Forte,
Cidade Nova, Cirurgia, Suissa, Atalaia Nova, Centro, Getúlio Vargas, Grageru,
Industrial, Japãozinho, Jetimana, Lamarão, Médici, Luzia, Olaria, Palestina,
Pereira Lobo, Porto Dantas, Salgado Filho, Sanatório, Santo Antônio, São
José, Soledade, América, Conj. Jardim, Parque dos Faróis, Guajará, Lot. Pai
André, Rosa de Maio, Nossa Sra. Socorro, Fernando Collor, João Alves,
Marcos Freire, Taicoca, Piabeta, Distrito Industrial de Socorro e Barra dos
Coqueiros.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 7 – Duplicação da Adutora do Sistema São Francisco

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

O Sistema Poxim atende os centros de reservação R5, R6, R7 e


R10, responsáveis pelo fornecimento de água nos bairros Bairros Santa Maria,
Terra Dura, Jardins, Orlando Dantas, Várzea Grande, Santo Inácio, São
Conrado, Augusto Franco, Aloque, Capucho, Santa Lúcia, Sol Nascente, DIA,
Inácio Barbosa, Jabotiana, Ponto Novo, Eduardo Gomes e Rosa Elze.
Os centros R2, R9 e R11 são cobertos pelo sistema Ibura I. O
sistema Cabrita atende em Aracaju os bairros Atalaia, Coroa do Meio,
Aeroporto, Aruana e Mosqueiro. O município de São Cristóvão é atendido
apenas parcialmente pela DESO, excluindo a sede, cobrindo apenas dois
loteamentos na área do município. Segundo a DESO, a utilização de poços
como mananciais vem sendo gradativamente abandonada, em virtude dos
elevados custos de manutenção, sendo que dos 24 poços previstos para
operar, apenas 3 foram implantados. O município da Barra dos Coqueiros e a
Atalaia Nova estão atualmente abastecidos por mananciais superficiais, tendo
sido abandonados os poços que anteriormente eram utilizados.
As perdas no sistema de abastecimento de água da região
metropolitana de Aracaju giram em torno dos 45%. Segundo a DESO, existem
atualmente cerca de 2,9 mil quilômetros de redes implantadas, sendo que
destas, 106 km ainda são de cimento amianto, necessitando substituição. A
micromedição cobre cerca de 89,7% do sistema, no entanto a macromedição
ainda apresenta-se deficiente, com cerca de 30 medidores de vazão tipo
inserção colocados nas saídas das estações elevatórias e reservatórios, para
controle do volume produzido e distribuído. O controle na macromedição vem
ocorrendo há apenas um ano.
O Plano Diretor de Abastecimento de Água da grande Aracaju foi
idealizado na década de oitenta, encontrando-se desatualizado e em
desacordo com a realidade atual de ocupação urbana na região metropolitana.
Atualmente vem sendo realizados investimentos para a redução das perdas no
sistema bem como ampliação da capacidade de condução e disponibilidade
hídrica. Destacam-se as seguintes intervenções:
- Implantação da barragem do rio Poxim: o reservatório tem previsão
de entrega para agosto de 2011 e fornecerá uma vazão
regularizada de 1.200 l/s;
- Módulo de Tratamento da ETA João Ednaldo: capacidade de 900
l/s;
- Módulo de Tratamento da ETA Oviedo Teixeira: capacidade de 480
l/s;
- Programa de redução de perdas: investimentos em micromedição,
macromedição e setorização das redes. Projeto piloto no bairro
Atalaia para aprendizado do controle de perdas com substituição
de redes e quadros de medições.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 8 – Setores de abastecimento de água na Grande Aracaju (DESO, 2010)

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 8.1 – Legenda dos setores de abastecimento de água na RMA.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

3.6.2. Esgotamento Sanitário

A Região Metropolitana de Aracaju apresenta um baixo índice de coleta


com tratamento de esgotos sanitários, da ordem de 35%, o que se reflete nos
impactos na qualidade das águas urbanas, claramente verificados nos corpos
hídricos que cortam esses aglomerados. Deve-se ressaltar que nos dados
levantados pelo SNIS (2007), são considerados como esgotos os sistemas que
considerem as redes pluviais como condutoras de efluentes.

Tabela 6 – Dados gerais sobre esgotamento sanitário


Nossa Senhora
Município Aracaju São Cristóvão
do Socorro
População urbana do município (hab.) 520.303 145.001 65.348
População total atendida com esgotamento sanitário (hab.) 175.378 42.362 13.498
Quantidade de ligações ativas de esgoto (ligação) 42.170 11.716 3.672
Quantidade de economias ativas de esgoto (economia) 58.548 11.821 3.725
Extensão da rede de esgoto (km) 420 160 47
Volume de esgoto coletado (1.000 m³/ano) 10.901 1.596 547
Volume de esgoto tratado (1.000 m³/ano) 10.901 1.596 547
Quantidade de ligações totais de esgoto (ligação) 44.279 12.302 3.856
Índice de coleta de esgoto 35 37 39
Índice de tratamento de esgoto (%) 100 100 100
Extensão da rede de esgoto por ligação (m/lig.) 10 14 12
Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos
34 29 21
municípios atendidos com esgoto (%)
Fonte: SNIS, 2007

Quanto ao destino final dos efluentes domésticos, a Tabela 7 apresenta


as porcentagens de domicílios nos municípios da RMA que utilizam cada tipo.
Pode-se perceber que as fossa sépticas recebem a maior parte dos efluentes,
no entanto ainda é muito alto o percentual de fossas sépticas rudimentares,
que têm, em geral, baixo potencial de abatimento da carga poluidora,
excetuando-se a capital, tornando fonte de contaminação dos corpos hídricos
urbanos.
Tabela 7 – Porcentagens de domicílios relacionados ao destino final dos
esgotos gerados
Nossa
Destino dos Barra dos Senhora do São
efluentes Aracaju Coqueiros Socorro Cristóvão Média
Rede geral de esgoto
ou pluvial 55,75% 8,17% 45,04% 22,87% 32,96%
Fossa séptica 27,17% 22,32% 23,05% 21,57% 23,53%
Fossa rudimentar 11,06% 50,73% 16,91% 38,57% 29,32%
Vala 1,06% 5,98% 5,11% 2,83% 3,75%
Rio, lago ou mar 2,43% 3,81% 3,48% 3,95% 3,42%
Outro escoadouro 0,33% 0,51% 1,28% 0,70% 0,71%
Não tem instalação
sanitária 2,20% 8,49% 5,13% 9,50% 6,33%
Fonte: SNIS (2007)

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Os sistemas de coleta e tratamento de esgotos nas cidades de Nossa


Senhora do Socorro e São Cristovão estão ligados ao Sistema de Esgotamento
Sanitário de Aracaju – SESA. Na cidade de São Cristóvão, a DESO é
responsável pela coleta apenas do centro histórico, sendo as demais regiões
cobertas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de forma deficitária.
A cidade de Barra dos Coqueiros não apresenta coleta e tratamento de esgoto,
assim algumas casas comerciais e residenciais despejam seus dejetos
diretamente no rio Sergipe, bem como não há saneamento básico nos bares e
restaurantes na Praia da Costa. O esgoto sanitário de parte da sede municipal
é escoado por um canal, “Córrego Guaxinim”, atingindo o manguezal, a maré, e
por fim o rio Sergipe.
A atual rede de saneamento da RMA é composta pela Estação Orlando
Dantas, Estação Eduardo Gomes, Estação Visconde de Maracaju, além das
três Estações de Recuperação de Qualidade (ERQ), a ERQ-SUL, ERQ-OESTE
e ERQ-NORTE, sendo que a última fica em Nossa Senhora do Socorro e todas
as demais em Aracaju. Um complexo sistema que demanda altos custos e
investimentos no setor (SERGIPE, 2010). As águas tratadas pela ERQ-NORTE
escoam para o rio do Sal, que é um afluente do rio Sergipe. As que são
tratadas pela ERQ-OESTE são despejadas no rio Poxim e as tratadas pela
ERQ-SUL são despejadas no rio Pitanga, um afluente do rio Poxim (Figura 9).
Desde o inicio da década de 1980 a Administração Estadual do Meio
Ambiente (ADEMA) passou a exigir sistemas de esgotamento sanitário em
todos os empreendimentos públicos ou privados implantados em Sergipe.
Muitos desses localizavam-se em áreas afastadas do Sistema de Esgotamento
Sanitário de Aracaju – SESA, levando, dessa forma, a construção de sistemas
isolados de esgotamento, característica fundamental para adoção do sistema
condominial de esgoto.
No ano de 2009 a DESO colocou em operação a Estação de
Recuperação da Qualidade da Água (ERQ Oeste), localizada no Distrito
Industrial de Aracaju. A estação fará o tratamento dos esgotos sanitários
daquela região, beneficiando aproximadamente 15 mil pessoas em bairros
populosos como Inácio Barbosa, Ponto Novo, DIA e conjunto Médici, entre
outros. A ERQ Oeste trabalha com um sistema de tratamento biológico de
esgoto, do tipo digestor anaeróbico de fluxo ascendente (DAFA). A estação tem
uma capacidade de projeto de 23.215 quilos de demanda bioquímica por dia
(kg DBO/dia) e está funcionando com uma demanda de 638 Kg DBO/dia, o que
dá margem para ampliações futuras.
A implantação do Sistema de Esgoto de Aracaju é antiga, com início em
1914. À época, era composta por 20.000 m de rede coletora, 2.000 m de
emissário, 3 estações elevatórias e uma estação depuradora do tipo tanque
séptico. Esse sistema, que atendia basicamente a região central da cidade,
permaneceu praticamente sem ampliação até a década de 80.
Em 1982, foi construído o conjunto habitacional Brigadeiro Eduardo
Gomes e a implantação do sistema de esgotos nesse conjunto deveu-se,
principalmente, à necessidade de proteção do rio Poxim, utilizado como
manancial de abastecimento para Aracaju. A partir desta época, todos os
empreendimentos urbanísticos, públicos ou privados, passaram a ser
implantados juntamente com o sistema de coleta e tratamento de esgotos.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Em 1983, o governo do Estado realizou estudos quanto à situação


sanitária de Aracaju e foi constatada a grave situação em que se encontrava a
cidade. Foram definidas as áreas de atendimento prioritário no município e
proposta uma divisão das obras do sistema de esgoto em duas etapas. A
primeira, executada entre 1984 e 1987, contemplou a construção de rede
coletora, estações elevatórias, linhas de recalque e uma lagoa de estabilização.
A segunda etapa iniciou-se em 1987 e vem sendo implantada até hoje. Além
dos itens anteriores, construiu ainda emissários por gravidade e uma estação
de tratamento de esgotos que utiliza o DAFA – Digestor Anaeróbio de Fluxo
Ascendente seguido de Lagoas de Maturação.
Todo o esgoto coletado em Aracaju é tratado, apesar de não haver rede
pública de atendimento para quase 50% da população urbana. O restante das
residências unifamiliares utiliza fossas e sumidouros, o que não é
recomendável uma vez que a cidade fica instalada, em grande parte, em uma
planície flúvio-marinha, com ocorrência de mangues, baixios inundáveis e
pequenas ilhas em canais estuarinos. Entretanto, os prédios residenciais e
hotéis vêm utilizando o sistema de fossa séptica, seguida por filtro anaeróbio,
com posterior lançamento dos efluentes no sistema de drenagem pluvial. Esse
processo, considerado como tratamento secundário, não atinge índices
satisfatórios de remoção de coliformes, tornando-se mais uma fonte de
poluição a agravar a situação, já bastante crítica de qualidade da água dos rios
e das praias da Grande Aracaju.
Ações vêm sendo desenvolvidas ao longo dos últimos anos na forma de
investimentos em obras de coleta e tratamento de efluentes. Destaca-se o
projeto Águas de Sergipe, que busca a despoluição do rio Sergipe por meio de
várias intervenções incluindo o tratamento de esgotos provenientes da Grande
Aracaju, incluindo bairros como Piabeta, São Braz, Marcos Freire, recuperação
do tratamento no João Alves, redes de esgoto com cobertura de 100% para
Barra dos Coqueiros e implantação de uma ETE moderna na região.
Para o início do ano de 2011 há a expectativa da empresa de iniciar
obras de esgotamento para Atalaia e Zona de expansão de Aracaju, por meio
de recursos do PAC do Governo Federal, incluindo a duplicação da ETE Sul.
Como compensação pela implantação da barragem no rio Poxim, está em
andamento também o esgotamento do loteamento Parque dos Faróis em
Nossa Senhora do Socorro.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 9 – Sistemas de esgotamento sanitário de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro com módulos d
de investimentos
(DESO,2010).

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

3.6.3. Drenagem urbana

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB – IBGE, 2000),


indicou que, dentre os municípios que compõem a RMA, 100% eram servidos
com redes de drenagem pluvial, sendo os serviços ligados as secretarias
municipais de obras e serviços públicos. Nos municípios de Aracaju, Barra dos
Coqueiros e São Cristóvão, os sistemas implantados são do tipo separador
absoluto. Apenas em Nossa Senhora das Dores o sistema utilizado é do tipo
combinado. A maioria dos municípios apresenta um sistema de drenagem do
tipo microdrenagem, que corresponde a parte da drenagem urbana que
consiste na coleta, na condução e no lançamento final dos deflúvios
superficiais ou subterrâneos através de pequenas e médias galerias. Os
destinos finais das águas pluviais são corpos hídricos ou áreas livres públicas
ou particulares (SERGIPE, 2010).
Na cidade de Aracaju, o processo de implantação deu-se pela ocupação
das partes mais elevadas, de forma dispersa e desordenada, e pelo aterro de
áreas alagadiças mais baixas, igualmente descontínuos e desordenados.
Dessa maneira, os serviços de infra-estrutura e saneamento básico não foram
implantados conjuntamente com o crescimento da cidade, o espaço urbano foi
sofrendo uma pressão humana e criando diversos problemas de infra-estrutura,
dentre eles a questão de enchentes e alagamentos, tão comum no município.
O sistema de drenagem de águas pluviais em Aracaju é coordenado
pela Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb). A Emurb foi criada
pela Lei n° 429/75 de 22 de setembro de 1975 que na época recebeu o nome
de Empresa Municipal de Urbanização, adotando a sigla Emurb. A empresa
pública possui personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio e
autonomia administrativa e financeira. Após a Lei n° 1.996/93 de 17 de junho
de 1993, a Empresa Municipal de Urbanização passou a denominar-se
Empresa Municipal de Obras e Urbanização.
A Emurb foi criada com o objetivo de administrar e regularizar os
Terrenos de Marinha e acrescidos, possibilitando a seus ocupantes realizar
edificações. Em 1977, a Emurb iniciou a implantação de loteamentos nos
antigos Terrenos de Marinha. O primeiro deles foi o Loteamento Coroa do
Meio, desenvolvido em três etapas. Ao mesmo tempo, implantava loteamentos
no bairro 13 de Julho, no Jardim Atlântico (bairro Atalaia) e o Loteamento Foz
do Tramandaí, no atual bairro Jardins. A partir de 1984, a Emurb dá início à
urbanização de grandes áreas em diversos bairros da capital, a exemplo do
Salgado Filho, 13 de Julho, Índio Palentim, Conjunto Lourival Fontes, dentre
outros.
Até o ano de 1992, a Emurb era responsável pela implantação e
recuperação da malha viária e da rede de drenagem. Com a extinção, naquele
ano, da Secretaria Municipal de Obras, a empresa absorveu uma nova
atribuição: a construção, reforma e ampliação das escolas, creches, postos de
saúde e prédios da administração municipal, como também a urbanização de
praças. Hoje, além desses serviços, a Emurb faz a implantação de iluminação
pública e de placas de identificação nos logradouros da cidade.

25
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

A Emurb é composta por uma Diretoria Executiva, com um Presidente, à


qual estão submetidas cinco diretorias:
- Diretoria Administrativa: que trata dos assuntos relativos ao
funcionamento da empresa, como gestão de recursos humanos e financeira;
- Diretoria de Urbanismo: atua na gestão do espaço municipal, incluindo
projetos, fiscalização e licenciamento de empreendimentos;
- Diretoria de Operação: coordena e planeja a execução e controle de
todas as atividades relacionadas com a manutenção da malha viária municipal,
incluindo a drenagem urbana;
- Diretoria de Obras Públicas: executa e controla as atividades
relacionadas com estudos de viabilidade técnica e financeira de projetos,
obras, programas urbanísticos e arquitetônicos da Administração Pública
Municipal, quando for o caso mediante terceirizações;
A macrodrenagem em Aracaju é composta por mais de 70 canais que
deságuam nos diversos corpos hídricos presentes na região da capital, como
rios Poxim, Sergipe, Santa Maria, do Sal além do oceano, lagoas e mangues.
Este sistema encontra-se parcialmente cadastrado, com destaque para os
canais presentes na chamada Zona de Expansão de Aracaju, cujos estudos
recentes exigiram levantamentos detalhados na região. Atualmente, a EMURB
desenvolve a delimitação das áreas contribuintes aos sistemas de drenagem
municipais, visando a delimitação das microbacias urbanas que aportam aos
diferentes canais e redes de macrodrenagem (Figuras 10.1 e 10.2).
A EMURB desenvolveu em 2007 um mapeamento de pontos críticos de
alagamentos em Aracaju, sendo contabilizados 64 pontos de recorrência
freqüente de acumulo de água durante os eventos de precipitação. A Figura 11
apresenta o mapa com os pontos citados. Na época de chuvas, um Programa
de Prevenção de Alagamentos é desenvolvido pela EMURB. No total, 10
equipes trabalham diariamente em toda a capital realizando serviços de
limpeza em áreas de escoamento, substituição de tubos, assentamento de
grelhas e desobstruções na rede de drenagem. No ano de 2009, cerca de 130
logradouros foram beneficiados.
Os principais problemas relacionados as inundações urbanas tem
ocorrido na Zona de Expansão de Aracaju, onde a implantação do sistema de
macrodrenagem não acompanhou a rápida ocupação do solo na região,
ocasionando sérios danos à residências ali instaladas. Atualmente existem
projetos para a implantação de canais de macrodrenagem e previsão de
recursos para iniciar as obras (Figura 12).

26
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 10.1 – Cadastro de canais do município de Aracaju (Parte 1/2)

27
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 10.2 – Cadastro de canais do município de Aracaju (Parte 2/2)

28
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 11 - Pontos críticos de alagamentos em Aracaju (EMURB, 2011)

29
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 11.1 – Legenda de identificação dos pontos críticos de alagamentos em


Aracaju (EMURB, 2011)
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 12 – Projeto de Macrodrenagem para a Zona de Expansão de Aracaju (EMURB/2010)


(E

31
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

3.6.4. Resíduos sólidos

A região metropolitana de Aracaju tem apresentado ao longo dos anos


problemas relacionados a gestão de resíduos sólidos, agravados pela
inexistência de um aterro sanitário adequado, predominando os chamados
“lixões”, que trazem consigo uma série de impactos ao meio ambiente,
recursos hídricos e danos à saúde das populações. Conforme o Plano Estadual
de Regionalização da Gestão dos Resíduos Sólidos de Sergipe, realizado em
2009 por meio de oficinas territoriais, os municípios de Aracaju, São Cristóvão,
Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro, apresentam-se da seguinte
forma com relação aos “lixões”:

Tabela 8 – Quantidade de lixões nos municípios da Grande Aracaju


Lixão
Município
Sede Povoados Desativado
Aracaju 1 - 1
Barra dos Coqueiros - - -
São Cristóvão 1 - -
N.S.do Socorro 1 - 2

Os debates ocorridos durante a elaboração do Plano citado para a


região metropolitana, centraram-se nas questões principais:
- Localização ideal para o aterro metropolitano de Aracaju;
- Insipiência ou ausência de coleta seletiva;
- Resíduos industriais;
- Remediação de lixões desativados;
- Resíduos de serviços de saúde;
- Falta de recursos financeiros de alguns municípios.

A gestão dos resíduos sólidos na capital é realizada pela Empresa


Municipal de Serviços Urbanos (EMSURB). A EMSURB foi regularmente
autorizada a constituir-se pela Lei Municipal nº. 1.659 e 1.668 de 26/12/1990 e
teve seus estatutos aprovados pelo Decreto nº. 56 de 18/03/1991. Constituída
enquanto pessoa jurídica de direito privado é uma empresa pública,
integralmente pertencente ao Município de Aracaju. A receita da EMSURB é
originária da Prefeitura Municipal de Aracaju, que é utilizada na produção de
bens e serviços.
A EMSURB tem como atribuições: Administrar e gerenciar espaços
públicos pertencentes à municipalidade; e Planejar, coordenar e executar
atividades referentes aos serviços de limpeza pública. Segundo a EMSURB, a
produção de resíduos média em Aracaju tem a seguinte configuração:

32
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

- Produção diária de resíduos domiciliares: 450 ton/dia


- Produção diária de entulho: 435 ton/dia
- Média per capita domiciliar: 800g/hab/dia

As coletas são realizadas em três setores em Aracaju: coleta domiciliar


noturna, que abrange a região do Centro e entorno; coleta domiciliar diurna
(segundas, quartas e sextas) nas região norte e zona de expansão da capital e
coleta diurna (terças, quintas e sábados) na porção sul. A Figura 13 apresenta
a localização dos setores citados. Desta forma, Aracaju apresenta uma
cobertura de 100% na coleta de resíduos domiciliares.
A coleta seletiva em Aracaju é realizada de duas formas:
- De porta em porta: esta coleta atende 26 localidades entre bairros e
conjuntos residenciais, totalizando aproximadamente 22.000 domicílios;
- Pontos de entregas voluntárias (PEV): 10 pontos
Atualmente a coleta seletiva abrange cerca de 30% da área do
município, totalizando uma produção média de mensal de 120 toneladas. A
coleta é realizada pelo município em parceria com a Cooperativa de Catadores
(CARE). Na Figura 14 pode ser observada a distribuição da coleta seletiva no
município de Aracaju.
A coleta de deposições irregulares, tais como resíduos da construção e
demolição, resíduos domiciliares e volumosos. A coleta é executada
regularmente através de 03 equipes e pontos de entrega com
acondicionamento em contêineres de 5 e 30 m³ para posterior recolhimento.
Esta coleta tem freqüência semanal, com produção média mensal de 11.000
toneladas. Atualmente estão cadastrados mais de 300 pontos de descarte, com
22 contêineres com volume de 30 m³ e 35 de 5 m³.
Os resíduos de serviços de saúde em Aracaju são de responsabilidade
do próprio gerador, cabendo a EMSURB apenas recolher dos Postos de Saúde
do Município. Os resíduos são disponibilizados na Vala Séptica do Aterro
Controlado do Bairro Santa Maria. Em média, anualmente são descartadas
cerca de 1.200 toneladas de resíduos deste tipo por serviços privados de
saúde e aproximadamente 90 toneladas pela EMSURB.
Anualmente, são depositados no aterro controlado do Bairro Santa Maria
cerca de 340 mil toneladas de resíduos. Os resíduos disponibilizados no aterro
são pesados na balança localizada na entrada e são encaminhados para
células, de acordo com a tipologia dos resíduos. O aterro em funcionamento
não possui base impermeabilizada e não promove o tratamento do lixiviado
nem dos gases.
A proposta de melhorias para a gestão de resíduos sólidos na região
metropolitana passa pelo seguinte:
- Proposta para o Aterro Sanitário Metropolitano, que através de
consórcio, atenderá as cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São
Cristóvão e Barra dos Coqueiros.;

33
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

- Implantação de 22 Ecopontos na cidade de Aracaju para o recebimento


de resíduos da construção civil;
- Implantação do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos;
- Implantação do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção e Demolição;
- Ampliação da Coleta Seletiva;
- Tratamento dos Resíduos Sólidos de Saúde por meio de
autoclavagem;

34
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 13 - Setores de coleta de resíduos domiciliares em Aracaju (EMSURB, 2010)

35
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Figura 14 – Coleta seletiva no município de Aracaju (EMSURB, 2010)

36
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

A Tabela 9 apresenta as quantidades de resíduos sólidos produzidos na


RMA, considerando dados do IBGE(2007) (SERGIPE, 2010). Observa-se que e
que a média de produção de resíduos sólidos por habitante por dia na RMA é
de 800 gramas, totalizando aproximadamente 646 toneladas de resíduos
produzidos por dia. A informação do IBGE quanto a Aracaju diverge daquela
obtida junto a EMSURB, uma vez que a produção per capta seria de 900
g/hab/dia. Aracaju responde por 72% deste total, seguido por Nossa Senhora
do Socorro com 17%. Em todos os municípios, a gestão dos resíduos sólidos é
responsabilidade das prefeituras, sendo que os serviços relacionados são
terceirizados. A coleta é diária em todos os municípios.

Tabela 9 – Produção de resíduos sólidos na RMA (IBGE, 2007)


População
Município Urbana Per Capita Geração
IBGE (2007) (kg/hab./dia) T/dia
Aracaju 520303 0,9 468,27
Barra dos Coqueiros 16136 0,6 9,68
Nossa Senhora do Socorro 145005 0,8 116,00
São Cristóvão 65359 0,8 52,29
TOTAL/media 746803 0,8 646,24
Fonte: IBGE

A Tabela 10 apresenta a destinação dos resíduos domésticos produzidos pela


população residente na RMA. Observa-se que 83,6% dos resíduos produzidos
são coletados pelos sistemas municipais de coleta domiciliar. No entanto ainda
há grandes quantidades de resíduos com destinação inadequada,
principalmente depositados em terrenos baldios ou logradouros.

Tabela 10 – Destinação de resíduos sólidos domésticos na RMA (IBGE, 2007)


Destinação Inadequada
Coletado
Jogado
Queimad Enterrad
em Jogado Serviço
Por Coletado o o
Município terreno em rio, Outro Inadequa
Por Caçamb (%) (na (na
baldio ou lago ou destino do (%)
Serviço a de propried propried
logradou mar (hab.)
de Serviço ade) ade)
ro (hab.)
Limpeza de (hab.) (hab.)
(hab.)
(hab.) Limpeza
(hab.)
Aracaju 41.7351 23.567 95,53% 5.645 1.044 6.899 4.75 300 4,04%
Barra dos
13.096 809 91,62% 502 27 518 170 36 8,26%
Coqueiros
Nossa
Senhora 95.453 7.769 78,63% 7.725 944 14.856 2.653 558 20,37%
do Socorro
São
40.553 2.743 68,60% 8.447 1.005 8.838 844 215 30,66%
Cristóvão
TOTAL 190.837 34.888 83,60% 22.319 3.020 31.111 8.417 1.109 15,83%
Fonte: IBGE - 2000

37
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Observa-se ainda na RMA a predominância dos “lixões” como destino


final dos resíduos coletados. Tal fato é fonte de preocupação constante dos
órgãos ambientais locais, em virtude da precariedade do controle da poluição
proveniente desses locais, afetando de forma direta os recursos hídricos
superficiais e subterrâneos. Destaca-se o depósito da Terra Dura, que recebe
os resíduos das cidades de Aracaju, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. O
material depositado permanece a céu aberto, onde há grande presença de
catadores e animais, caracterizando-se o potencial muito alto de contaminação
nas áreas próximas, pois há córregos que recebem a drenagem da área.
Recentemente observa-se uma busca de articulação entre municípios para o
estabelecimento de consórcios com a finalidade de definição de uma área
adequada para implantação de aterro sanitário compartilhado.

3.7. Aspectos legais e institucionais

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aracaju (PDDUA) foi


instituído pela Lei Complementar 042/2000 e constitui-se no instrumento
estratégico da Política de Desenvolvimento Urbano, que orienta a ação dos
agentes públicos e privados, na produção e gestão do espaço urbano do
município. O PDDUA encontra-se atualmente em revisão, tendo passado por
diversas plenárias de discussão e nesta etapa tramita na Câmara de
Vereadores de Aracaju para discussão e posterior aprovação. Segundo
estabelece o Art. 3, o PDDUA deve entre outros objetivos:
“III - Estabelecer mecanismos para atuação conjunta dos setores públicos e privados
em empreendimentos de interesse público que promovam transformações urbanísticas
na cidade, especialmente relativas a transporte coletivo, política habitacional,
abastecimento d’água, tratamento de esgotos, destinação final do lixo, sistemas de
educação e saúde;”.
“XVI - preservar e proteger o meio ambiente natural dentro do território do município,
observando-se sempre o que dispuser a legislação federal, estadual e municipal,
priorizando a implantação da Agenda 21 local, com ênfase, no desenvolvimento auto-
sustentável;”
“XX - promover e consolidar a imagem turística de Aracaju, dentro da concepção de
cidade saudável, mediante a valorização de seus atributos, a saber:...
...b) presença da água na paisagem urbana, promovendo a despoluição das
águas dos mangues e dos rios e a balneabilidade das praias;”

Assim, o PDDUA prevê em seus objetivos, ações que podem minimizar


os impactos que a urbanização tenha sobre o meio ambiente, especialmente
sobre os recursos hídricos, no entanto carece de regulamentações na forma de
planos setoriais. Para atingir os seus objetivos o plano define como diretrizes
relacionadas:
“VII - Definir áreas que deverão ser objeto de tratamento especial em função de
condições de fragilidade ambiental, do valor paisagístico, histórico-cultural e de
interesse social;

38
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

VIII - Definir diretrizes para o desenvolvimento ambiental das áreas de preservação e


de proteção, incluindo-se paisagens notáveis, parques, praças e similares;”

O plano estabelece ainda as Áreas de Preservação e de Proteção:

“Art. 24 - Consideram-se áreas de preservação, para os efeitos desta lei, aquelas


destinadas à preservação dos ecossistemas naturais do município.
I - preservação da vegetação nativa e ao equilíbrio do sistema de drenagem natural;
II - preservação da diversidade das espécies;
III - refúgio da fauna e proteção dos cursos d’água;
IV - resguardo de áreas de riscos geodinâmicos e geotécnicos.
§ 2º - Para fins desta lei, consideram-se áreas de preservação de que trata o “caput”
deste artigo:
I - mangues;
II – dunas acima de 10,00m;
III - cursos d’água, mananciais subterrâneos e lacustres, e lagoas reservadas para
drenagem pluvial;
IV - talvegues;
V - encostas com ângulo superior a 30% de inclinação;
VI - outras previstas em lei.
Art. 25 - As áreas de preservação, nos termos desta lei, são áreas não parceláveis e
“non- aedificandi”, sendo vedado o corte ou retirada de vegetação natural existente.”
:
“Art. 28 - As Áreas de Proteção classificam-se em:
I - parques ecológicos;
II - faixas circundantes às dunas isoladas com mais de 10m (dez metros), aos mangues
e às lagoas interdunares, bem como aquelas ao longo dos cursos d’água;
III - áreas de risco;
IV - lagoas interdunares, indicadas no Anexo V;
V - paisagens notáveis.”

Além das áreas de preservação e proteção, o PDDUA estabelece as


lagoas de drenagem como linhas básicas do sistema de macrodrenagem da
Zona de Expansão Urbana da cidade e define a presença de faixas
circundantes as estas.
Com relação à impermeabilização dos solos na zona urbana, o PDDUA
mostra-se incipiente no controle tendo como meta a minimização das
inundações urbanas, pois estabelece o valor mínimo de permeabilidade do solo
em 5%, apesar de estimular uma redução da ocupação por incentivo fiscal:

39
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

“Art. 169 - Será obrigatória a manutenção de uma taxa mínima de permeabilidade do


lote igual a 5% (cinco por cento) de sua área, à exceção da ZAP-1 onde é isenta.
Art. 170 – Se a taxa de ocupação não ultrapassar a 30% (trinta por cento) da área do
lote, o proprietário terá redução de 50% (cinqüenta por cento), sobre o valor da taxa
de alvará de construção.”
No parcelamento do solo, os loteamentos devem doar ao Município 35%
de área, sendo 15% para manutenção como área verde:
“Art. 191 Somente serão aprovados os Loteamentos acima de 40.000,00m2 que
reservarem para doação ao Poder Público Municipal, 35% (trinta por cento) no
mínimo, da área total a ser parcelada, dos quais 15% (quinze por cento) serão
destinados a áreas verdes e destes 1/3 (um terço) poderão ser utilizados para
equipamentos comunitários de uso público, e os 20% (vinte por cento) restantes,
destinados à ruas, passeios e urbanização.”

Os demais municípios da RMA possuem Planos Diretores similares, que


abordam a proteção a áreas frágeis ambientalmente, com destaque para o
Plano de São Cristóvão, recentemente aprovado (Lei Municipal 44/2009) que
apresenta em seu texto citações sobre os sistemas de abastecimento e
tratamento de esgotos e a política de resíduos sólidos a ser realizada de forma
integrada com os municípios da Grande Aracaju:

“Art. 15. Constituem diretrizes da Política Municipal de Meio Ambiente:


I – promover o uso sustentável dos recursos naturais;....
:
:
§ 2° A Agenda 21 Local deve dispor sobre:
I – o uso racional da água, aí compreendidos:
a) o sistema municipal de abastecimento de água e a responsabilidade das
concessionárias do serviço;
b) o sistema municipal de tratamento de esgotos e estratégia para implantação de
estações de tratamento;
c) a preservação e recuperação dos recursos hídricos existentes, em especial os rios
Poxim e Paramopama, as fontes de água mineral e as áreas de proteção de
mananciais;
d) o controle de poluição das águas;
II – o manejo de resíduos sólidos, aí compreendidos:
a) a política municipal de limpeza urbana, coleta e deposição de resíduos;
b) a implantação gradativa de coleta seletiva de resíduos sólidos;
c) a eliminação de prática de queima de resíduos;
d) a articulação com municípios da Grande Aracaju para implantação do aterro
sanitário por meio de consórcio intermunicipal;

40
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

III – a drenagem urbana;”

Observa-se que os Planos Diretores em vigor nos municípios da RMA


possuem elementos disciplinadores do uso do solo que valorizam as
características particulares de cada local e buscam dispor o poder público de
mecanismos ágeis de proteção ao meio ambiente, no entanto ainda carecem
de considerar de forma mais direta as conseqüências da impermeabilização do
solo sobre a drenagem urbana, carecendo de planos setoriais específicos e
regulamentações de controle efetivo do impacto da urbanização no balanço
hídrico das bacias hidrográficas.

4. GESTÃO INTEGRADA DAS ÁGUAS URBANAS EM ARACAJU


4.1. Diagnóstico Qualitativo
O estudo de implementação do diagnóstico visando a definição da GIAU
em Aracaju seguiu a metodologia apresentada no documento Tucci, C. and
Porto, M., Integrated Urban Water Management – Latin America and the
Caribbean Case Studies, draft, June 2010. Esta metodologia pode ser
sintetizada na por meio da Figura 15:

0 1 2 4 18 60

Reuniões Caracterização dos Detalhamento do Detalhamento do


participativas sistemas urbanos diagnóstico Plano Estrtégico
Implantação do
Equipe local Plano Estratégico
Avaliação dos Identificação e
principais problemas discussão participativa Definição da
Treinamento em relativos a águas das ações Estratégia de
GIAU urbanas Implantação
Monitoramento e
Detalhamento do acompanhamento
Plano estratégico Plano de Águas dos resultados
Urbanas Versão final do Plano
prieliminar
Estratégico
ACORDO
IMPLEMENTAÇÃO
DIAGNÓSTICO E ATUALIZAÇÃO E
ESTRATÉGIA DO MONITORAMENTO
PRELIMINAR DIAGNÓSTICO E PLANO
PLANO ESTRATÉGICO
ESTRATÉGICO

Figura 15 – Metodologia para desenvolvimento de GIAU em Aracaju

A etapa de ACORDOS foi realiza no mês de agosto de 2010 por meio de


uma missão do Banco Mundial composta por Thadeu Abicalil, líder da equipe
do projeto Águas de Sergipe, e pelos consultores Carlos Tucci e Monica Porto,
responsáveis pelos estudos e desenvolvimento de metodologia para a gestão
integrada de águas urbanas, se reuniu com a Secretaria de Meio Ambiente e

41
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

dos Recursos Hídricos de Sergipe e com a Secretaria de Planejamento da


Prefeitura Municipal de Aracaju.
No primeiro dia da missão, houve uma reunião com representantes
técnicos de SEMARH, SEPLAN/PMA, SEINFRA, SEAGRI, ADEMA, ASMANE,
CONDEMA, CREA-SE, DER, DESO, EMSURB, EMURB, IBAMA, ITPS,
PETROBRAS, PRONESE entidades com interesse em Gestão Integrada de
Águas Urbanas em Sergipe. Nesta reunião os consultores do Banco Mundial
apresentaram os conceitos de Gestão Integrada de Águas Urbanas e o projeto
em desenvolvimento pelo Banco na América Latina onde Aracaju foi escolhida
como estudo de caso, com suas diferentes etapas. Foi apresentada e discutida
a proposta de trabalho do Banco Mundial para o desenvolvimento do estudo de
caso para Aracaju e sua área metropolitana, identificados os atores a serem
convidados para participar do processo de preparação de um diagnóstico e
estratégia para a Gestão Integrada de Águas Urbanas da Região Metropolitana
de Aracaju.
No segundo dia desenvolveu-se uma reunião de nível decisório
envolvendo a SEMARH e a SEPLAN/PMA. O Secretário de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos abriu a reunião destacando os problemas de águas urbanas
de Aracaju e a relevância da atividade a ser desenvolvida sobre Gestão
Integrada de Águas Urbanas. Ressaltou ainda a importância do trabalho
conjunto e a necessidade da gestão integrada urbana em Aracaju.
O representante do Banco Mundial Marcos Tadeu Abicail apresentou um
resumo da importância do projeto e sua relação com o empréstimo proposto
para financiar o projeto "Águas de Sergipe". Ressaltou ainda que esta dinâmica
e o documento final permitirão fornecer subsídios para uma gestão integrada e
eficiente de longo prazo para a cidade e o Banco Mundial terá como beneficio o
resultado da experiência e sua disseminação. Os consultores fizerem uma
apresentação sobre os principais temas envolvidos, os conceitos e a
metodologia de abordagem e de desenvolvimento do estudo de caso para
Aracaju. Foram acordados ainda um cronograma para as etapas seguintes e
designados representantes da SEMARH e SEPLAN para compor o grupo local
de trabalho. As etapas seguintes foram assim definidas:
1 - Workshop para seleção dos principais problemas, relações causa-
efeito e primeiras estratégias envolvendo os atores locais e os
consultores do Banco Mundial;
2 - Atividades locais para aprimoramento da análise preliminar e
preparação do diagnóstico com os atores locais;
3 - Revisão e consolidação do Diagnóstico, destaque das linhas principais
de estratégias e capacitação com os atores locais e consultores do
Banco Mundial;
4 - Preparação da versão final do documento de Avaliação e Estratégia
pelos atores locais, principalmente destacando as estratégias.
Atividade desenvolvida pelos atores locais;
5 - Validação final do documento pelos atores locais e equipe de
consultores do Banco Mundial

A etapa de Diagnóstico e Estratégia Preliminar teve seu início com a


realização de um Workshop nos dias 13 e 14 de setembro de 2010. O

42
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

evento contou com a abertura do Secretário de Meio Ambiente. Na parte da


manhã foram apresentados, pelo consultor do Banco Mundial Carlos Tucci,
os conceitos de gestão integrada, o projeto do Banco e estudos de casos.
No período da tarde, cerca de 35 representantes de várias entidades,
incluindo sociedade civil, trabalharam nas matrizes de problemas. No dia
seguinte cada um dos quatro grupos apresentou os resultados de sua
discussão. Na sequência os grupos prepararam uma planilha com:
problema identificado, causa, estratégia e metas a serem atingidas. Ainda
pela manhã os grupos apresentaram os resultados. No início da tarde com
a presença do Secretário de Meio Ambiente e do Secretário do Município
foram apresentados os resultados e discutidas os encaminhamentos. Os
secretários manifestaram o sucesso do evento e o encerraram.

O anexo II mostra todas as matrizes preenchidas pelos 4 grupos de trabalho


durante o workshop. O anexo III contém as listas de presença assinadas
pelos participantes.

A tabela xx resume as informações priorizadas pelos grupos ao fim do


trabalho de dois dias. A seguir são discutidos de forma resumida os
principais pontos citados.

Planejamento Urbano: os grupos informaram em sua maioria que o


crescimento urbano desordenado constitui-se no problema de maior
gravidade relacionado às águas urbanas. Um aspecto de destaque está
relacionado à não institucionalização da Região Metropolitana de Aracaju, a
qual não é reconhecida ainda pelo IBGE, por exemplo. Segundo as
discussões, esta falha contribui de forma significativa para a falta de ações
integradas entre os municípios constituintes da RMA no intuito de gestão
dos serviços urbanos e planejamento conjunto do uso do solo em seus
limites. Outro ponto citado foi a inexistência de um Plano Municipal de
Saneamento bem como planos setoriais atualizados que sejam
componentes técnicos complementares do PDDU. As estratégias
inicialmente propostas passam pela regulamentação dos PDDUs com
elaboração e atualização de planos setoriais bem como a articulação
intermunicipal no intuito da institucionalização oficial da Região
Metropolitana de Aracaju.

Abastecimento: a baixa eficiência dos sistemas de abastecimento


existentes nos municípios foi apontada mais vezes pelos grupos de trabalho
como o principal problema relacionado ao abastecimento de água. As
causas foram muitas, no entanto a maioria dos representantes nos grupos
citou a falta de investimentos como fator primordial, acompanhado pela
ausência de mananciais locais adequados. A despeito dos investimentos
recentes em obras de melhoria da condição de abastecimento da população
da RMA realizados pela empresa de saneamento local (DESO) os grupos
sugerem com estratégias para o atingimento das metas a busca de

43
Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

recursos externos, proteção de mananciais e atualização de planos de


saneamento.

Esgotamento sanitário: indubitavelmente a baixa cobertura efetiva do


tratamento de esgotos domésticos foi apontada pela maioria como o
principal problema relacionado ao esgotamento sanitário. As causas
passam pela falta de investimentos no setor, falta de vontade política, plano
defasado e deficiências nas conexões domiciliares às redes implantadas.
Tal realidade foi citada como principal fator relacionado à degradação da
qualidade das águas dos corpos hídricos locais. Para chegar ás metas de
cobertura total das áreas urbanas com coleta e tratamento adequado de
efluentes domésticos, os grupos apontam como estratégias iniciais a busca
de investimentos, fiscalização e orientação da população quanto a
importância das ligações domiciliares corretas, alterações em leis e
atualização dos planos de saneamento.

Drenagem: o principal problema relacionado à drenagem foi a ocorrência


de inundações urbanas, principalmente na chamada Zona de Expansão do
município de Aracaju. As causas para a ocorrência destes alagamentos,
segundo a opinião dos grupos, estão relacionadas principalmente ao
crescimento desordenado das cidades com a excessiva impermeabilização
do solo aliado à falta de planejamento por bacia e baixa priorização de
investimentos em obras e manutenção. As estratégias propostas centram-
se no aumento da fiscalização ao cumprimento do PDDU, elaboração de
um Plano de Drenagem Urbana com levantamento de áreas de risco e
captação de recursos financeiros externos para investimentos.

Resíduos sólidos e sedimentos: a disposição dos resíduos sólidos na


RMA não é adequada, gerando inúmeros impactos ambientais e
consequentemente aos recursos hídricos, principalmente pela não
existência de um aterro sanitário licenciado que receba os resíduos gerados
nos municípios componentes. A carência de mecanismos legais e
institucionais regulamentados também foi citada como causa para os
problemas relacionados a resíduos sólidos e sedimentos. Os grupos
alertaram para a falta de consciência ambiental da população e de uma
política forte de incentivo à reciclagem dos resíduos. A produção de
sedimentos foi associada ao desmatamento do solo, falta de fiscalização de
obras e ocupações irregulares em áreas de risco. Como estratégias para o
atingimento das metas estabelecidas, os grupos priorizaram a integração
entre os municípios da RMA para investimentos na implantação e gestão do
aterro sanitário, aumento da fiscalização e valorização ambiental, por meio
de educação e manutenção das áreas de proteção.

Institucional: o principal problema citado mais vezes pelos grupos foi a


baixa capacidade de intervenção das instituições responsáveis por gerir
aspectos relacionados à gestão das águas urbanas na RMA. Como causas,
foram citadas a falta de integração entre as secretarias dentro do município

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

e entre municípios; a ausência de regulamentação e planejamento de ações


conjuntas além da carência de investimentos em todas as esferas da
administração. As principais estratégias relacionadas o incentivo a
integração de ações; a criação de secretarias municipais de meio ambiente
e investimentos em treinamento de pessoal e elaboração de planos
regulamentados.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

ITEM PROBLEMAS CAUSAS CONSEQUÊNCIAS ESTRATÉGIAS METAS


Atualização, regulamentação e
aplicação do Plano Diretor;
Aprimorar e ampliar a política de
Falta de fiscalização; Falta de Alagamentos; Aterros irregulares; habitação popular; Gestão
Minimização da ocupação
politicas habitacionais para Impermeabilização excessiva; integrada dos órgão públicos;
irregular; RMA instituída
Crescimento baixa renda; Indefinição da Desmatamento; Assoreamento de Estabelecimento de critérios,
Planejamento oficialmente; Plano Municipal
desordenado das região Metropolitana de mananciais; Desagregação das cadastros de ocupações
Urbano de Saneamento
cidades Aracaju; Pressão imobiliária; escostas; Contaminação de irregulares e aumento no
implementado; Fiscalização
Ausência de Plano Muncipal mananciais superficiais e numero de ficais; Promover a
eficiente
de Saneamento subterrâneos. articulação entre gestores
municipais da RMA; Criação do
Plano Municipal de Saneamento

Realização de diagnósticos dos


sistemas de abastecimento;
Baixo investimento em Perdas de água na rede; Aumento
Programas de controle de
controle e obras; Operação do da tarifa; Contaminação da água Fornecer água em quantidade
perdas; Captação de recursos
Ineficiência no sistema deficiente; Mananciais por esgoto; Falta de manutenção e qualidade adequada com
externos e investimento;
Abastecimento sistema de degradados; Carência de de estações de tratamento; Falta tarifa mínima; Mananciais
Compensação aos proprietarios
abastecimento Planos de Saneamento atuais; de abastecimento em algumas protegidos; Planejamento
de áreas de manaciais;
Falta de campanhas áreas; Menor oferta de água; adequado
Reflorestamento de nascentes;
educacionais Alternativas caras de fornecimento
Elaboração de planos de
saneamento
Captação externa de recursos
para investimentos em redes e
ETEs; Criação de legislação
específica para que o usuário
Falta de investimentos; Falta
Contaminação dos mananciais interligue a sua rede doméstica
Atendimento do de exigência legal à conexão
superficiais e subterrâneos; à pública; Elaboração e Cobertura total do espaço
sistema de domiciliar; Falta de orientação
Aumento da incidência de execução de programas de urbano com sistema de
Esgotamento esgotamento técnica; Falta de vontade
doenças de veiculação hídrica; orientação técnica e esgotamento adequado;
Sanitário sanitário politica; Falta de um Plano de
Redução da balneabilidade das conscientização à população; Planejamento definido;
insuficiente e Saneamento atual; Ausencia
praias; Surgimento de ambientes Elaboração de planos de Balneabilidade mantida
ineficiente de um Enquadramento de
urbanos insalubres saneamento; Estabelecer
corpos hídricos atualizado
subsidios ao tratamento de
esgotos para baixa renda.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

ITEM PROBLEMAS CAUSAS CONSEQUÊNCIAS ESTRATÉGIAS METAS


Fiscalização ao cumprimento do
Impermeabilização excessiva
Plano Diretor; Elaboração do
do solo; Falta de prioridade
Plano Diretor de Drenagem
para drenagem urbana;
Urbana; Aumento da
Manutenção deficiente; Redução da capacidade de
capacidade de investimentos;
Ausência de planejamento infiltração do solo; Assoreamento Minimizar a frequência dos
Levantamento de áreas de risco
Inundações em para bacias; Falta de e obstrução do sistema por alagamentos; Dispor de um
Drenagem e retirada de casas; Programas
áreas urbanas consciência ambiental da resíduos sólidos; Prejuízos planejamento por bacia;
contínuos de educação
população; Sistemas mistos; financeiros à população; Danos à Canais naturais valorizados
ambiental; Priorização de ações
Ocupação de áreas de risco; saúde e a vida;
por parte dos governantes;
Aterros de áreas de
incentivo ao reuso das águas
armazenamento; Baixa
pluviais; Revitailização de
capacidade de investimentos
canais e dragagem.
Falta de um local adequado
para a disposição final;
Ausência de um Plano Definicão de local adequado
Municipal de Gestão Integrada para disposição final;
de Resíduos Sólidos; Falta de Estabelecimento de consórcios;
regulamentação da Politica Lixo em locais inadequados; Implantação da coleta seletiva;
Gestão adequada dos
Disposição Estadual de Residuos Sólidos; Presença de catadores nos lixões; Implantação de usina de
Resíduos sólidos resíduos sólidos; Geração de
inadequada dos Falta de uma politica de Disseminação de doenças; reciclagem; Campanhas de
e renda com reciclagem;
residuos solidos e recliclagem; Falta de Contaminação de mananciais e educação ambiental;
Sedimentos redução da carga de
erosão excessiva consciência ambiental da obstrução da drenagem; Retirada Fiscalização efetiva nos locais
sedimentos
população; Deficiências na de areia dos rios irregularmente de despejo de resíduos com
coleta; Desmatamento; aplicação de multas;
Desarticulação entre os Manutenção das áreas
municipios; Inexistência de vegetadas em APP e RL.
uma programação de
dragagem de canais

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

Serviços fragmentados na
gestão hídrica; Falta de
investimentos; Falta de Implantação de secretarias de
regulamentação; meio ambiente municipais;
Instituições ineficientes; Gestão
Desconhecimento de Treinamento de pessoal;
das águas urbanas inadequada;
Baixa capacidade competências; Deficiência Desenvolvimento de estudos
Impactos transferidos para Gestão integrada das águas
Institucional de intervenção técnica; Falta de planejamento diagnóstico; Desenvolvimento
jusante; Retrabalhos; Dificuldade urbanas
das instituições e monitoramento de ações; de planos setoriais integrados;
na aquisição de recursos para
Inexistencia de órgão Estimulo ao trabalho em equipe;
investimentos;
municipal de meio ambiente; Regulamentação da gestão
Inexistência de agencia integrada
reguladora dos serviços;
Cultura institucional

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

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