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Universidade Federal de Alfenas - Campus Poços de Caldas

DEA 02 Poluição Ambiental – Prof. Antônio Donizetti Gonçalves de Souza

Discentes: Thayná Berenike S. Nascimento, César H. Valentino.

ANÁLISE DA POLUIÇÃO HÍDRICA EM POÇOS DE CALDAS

Resumo: Este relatório visa introduzir conceitos referentes a poluição de recursos hídricos
e realizar uma avaliação da qualidade da água em alguns trechos poluídos do rio Lambari
de Poços de Caldas - MG. Realizou-se quatro coletas, em diferentes pontos, e as análises
feitas em laboratório. Os cálculos e métodos de determinação, assim como os resultados
obtidos são discutidos ao longo do relatório. As análises levam a conclusão que todos os
pontos amostrados apresentaram sinais de poluição da água (rever a conclusão ao final).

1. Introdução
A água pode ter sua qualidade afetada pelas atividades do homem, sejam essas
domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas atividades gera poluentes
característicos que têm uma determinada implicação na qualidade do corpo hídrico que a
recebe.
Cada fonte de poluição determina um certo grau de poluição do corpo hídrico atingido.
Esse grau de poluição pode ser mensurado por meio da análise de características físicas,
químicas e biológicas das impurezas observadas, que por sua vez são identificadas por
parâmetros de qualidade das águas definidos e pré-tabelados.

2. Objetivos
Avaliar a qualidade da água coletada em quatro pontos de amostragem do rio Lambari
no município de Poços de Caldas - MG.

3. Revisão Bibliográfica
Podem ser observados diversos os parâmetros para a análise de qualidade de águas,
dentre eles alcalinidade, sólidos totais, demanda bioquímica de oxigênio, saturação de
OD, entre outros. A seguir serão descritos alguns parâmetros considerados relevantes:
Alcalinidade
A alcalinidade representa a parcela de íons presentes na água que se interagem para
neutralizar o hidrogênio, representando assim capacidade da água em neutralizar ácidos,
demonstrando sua capacidade em resistir a mudanças de pH, tamponamento e i.e. [1].
A alcalinidade é constituída principalmente por bicarbonatos (HCO3-), hidróxidos
(OH-) e carbonatos (CO3-), sendo distribuída em função do seu pH [1].
Na maioria dos ambientes aquáticos, a alcalinidade elevada é decorrente da dissolução
e liberação do gás carbônico na água, através da taxa respiratória de microorganismos e
decomposição da matéria orgânica, sendo a alcalinidade restrita a presença de bicarbonato
[1].
O parâmetro para águas naturais é de alcalinidade na faixa de 30 a 500 mg/L de
CaCO3 [1].

• Sólidos Totais
Em estudos de caracterização de esgotos sanitários, controle de poluição das águas e
efluentes industriais, é importante determinar os níveis de concentração de determinadas
quantidades de sólidos, sendo que estes podem desestabilizar a vida aquática, aumentar a
sedimentação, prover a decomposição anaeróbia e prejudicar o sistema de abastecimento
público de água. [2]
Na análise de uma determinada amostra, os sólidos totais (ST) correspondem ao
resíduo total que após a evaporação parcial permanece na capsula seguida da secagem em
estufa à temperatura determinada (103°C), até atingir uma massa constante. Com relação
ao tamanho dos grãos, os sólidos totais podem ser classificados em sólidos suspensos ou
dissolvidos [1].
Os sólidos totais suspensos (STS) correspondem à massa do resíduo total retida no
filtro de porosidade de 1,2μm ou 0,45μm após a filtração. O seu excesso na água provoca
a turbidez, prejudicando a fotossíntese. Já os sólidos totais dissolvidos (STD) é a fase
líquida que passa por um desses filtros após filtração, sendo que seu excesso na água
causa alterações no saber e ocasiona problemas de corrosão [3].

• Saturação de Oxigênio Dissolvido


A atmosfera terrestre é constituinte de 21% de oxigênio. Esse
oxigênio dissolvese em águas naturais devido à diferença de pressão parcial.
Este processo é regido pela Lei de Henry, que determina a concentração de
saturação de um gás na água, em função da temperatura,

onde é uma constante que varia inversamente proporcional à temperatura e éa


pressão exercida pelo gás sobre a superfície do líquido [4].

Alguns fatores influenciam a reintrodução de oxigênio dissolvido em águas através da


superfície. Ela depende diretamente das características hidráulicas e da velocidade de
vazão do rio. Este último rege a taxa de reaeração superficial nas águas, que difere de um
sistema de águas para outro. Por exemplo, a reaeração em uma cascata é maior do que em
uma represa [4].

O oxigênio dissolvido é responsável pela manutenção do rio, levando em


consideração sua autodepuração e sua capacidade natural de manter a vida aquática.

• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

A DBO é a quantidade de oxigênio consumida para oxidar a matéria orgânica


(em águas naturais), por meio da decomposição microbiana aeróbia, chegando a uma
forma inorgânica estável. O ensaio para a determinação da DBO é feito através de um
determinado tempo e temperatura de incubação específica da água a ser analisada, é
utilizado como padrão de pesquisa um período de 5 dias a uma temperatura de 20°C
(DBO5, 20) para sua definição. Há três possíveis meios para se determinar a DBO; em
águas naturais pouco poluídas, muito poluídas e esgotos, ou efluentes industriais (que
não contêm microrganismos, mas possuem matéria orgânica biodegradável) [4].
Estudos feitos em corpos d’água, que apresentam um alto índice de DBO indicam
que há presença de matéria orgânica, podendo prejudicar o meio por consumir todo o
oxigênio e ocasionar mortandades de peixes. Este fenômeno é proveniente de despejos de
efluentes não tratados, urbanos ou industriais [4].

No caso de esgotos sanitários é colocado como uma contribuição per capita de


DBO, 0,054kg/hab*dia, porém pode existir outros valores para determinados meios
urbanos. Os esgotos industriais necessitam da utilização do método para a determinação
de DBO, pois suas composições existem de diversas maneiras [4].
Na Tabela 1 abaixo se pode observar diferentes concentrações de DBO para vários
tipos de efluentes [4].

Tabela 1: Concentrações e Contribuições unitárias típicas de DBO de esgoto doméstico


e efluentes industriais.
Contribuição Unitária de
Tipo de Concentração DBO(mg/L)
DBO(kg/dia)
Efluente
Faixa Valor Típico Faixa Valor Típico
Esgoto
110-400 220 - 54 g/hab.dia
Sanitário
Celulose
Branqueada
300 29,2 a 42,7 kg/t
(processo
Kraft)
Têxtil 250-600
1,5-1,8 kg/m³
Lacticínio 1000-1500
leite
Abatedouro 6,3 kg/1000 kg
1125
Bovino peso vivo
Curtume (ao 88kg/t pele
2500
cromo) salgada
10,4 kg/m³
Cervejaria 1611-1784 1718
cerveja
4,8 kg/m³
Refrigerante 940-1335 1188
refrigerante
Suco Cítrico 2,0 kg/1000 kg
2100-3000
Concentrado laranja
Açúcar e
25000
Álcool

4. Metodologia
No dia 08/04/2014 a turma saiu para campo a fim de coletar amostras de água em
quatro pontos da cidade, sendo eles: Ponte do Shopping - Ribeirão de Poços; Ponte
Fazenda do Osório – Rio Lambari; Ponte ETE Córrego Dantas – Rio Lambari; Ponte
Córrego das Anatas – Rio Lambari. Em cada ponto utilizou-se os seguintes materiais para
coleta de dados:
• Termômetro;
• GPS;
• Luvas;
• Balde;
• Frascos de PVC (1000 mL);
• Frascos de DBO (OD 300 mL);
• Caixa de isopor com gelo;
• Sonda Multiparametro de campo – HORIBA.

Utilizando o termômetro obteve-se a temperatura ambiente e com o GPS foi possível


localizar os quatro pontos geograficamente. Após, um aluno colocou as luvas para que
não houvesse risco de contaminação e com o balde retirou uma quantidade de água na
qual a Sonda HORIBA foi mergulhada para obter pH, condutividade elétrica, sólidos
totais dissolvidos (STD), turbidez, oxigênio dissolvido (OD) e temperatura da água. Em
seguida, retirou-se duas amostras da água coletada com o balde, uma utilizando o frasco
de 1000mL de PVC e a outra de 300mL utilizando o frasco de DBO, sendo que esses
últimos foram armazenados na caixa de isopor contendo gelo.
A temperatura do ar foi obtida sempre a sombra. A sonda Multiparâmetro de campo
– HORIBA, forneceu diretamente os valores de temperatura da água (°C), pH,
condutividade elétrica (µS/cm), sólidos totais dissolvidos (mg/L), turbidez (NTV) e
oxigênio dissolvido (mg/L). Para obtenção da latitude, longitude
(UTM) e altitude (m) foi utilizado um GPS.
Já em laboratório, para a obtenção dos sólidos totais suspensos e sólidos totais foram
utilizados os seguintes materiais:
• Membranas filtrantes
• Kit filtração (kitassato, funil e bomba de vácuo)
• Solução H2SO4 0,01N;
• pHmetro de bancada;
• Bureta para titulação.
E para obtenção da alcalinidade:
• Balão volumétrico;
• Phmetro;
• Bureta;
• Suporte universal;
• Béquer;
• Solução de H2SO4.
A alcalinidade de cada amostra, para tal foram retiradas 100mL das amostras contidas
nos tubos de PVC (1000 mL) e adicionadas a um béquer. A seguir introduziuse o eletrodo
de pH dentro da amostra e iniciou-se a titulação com H2SO4 0,01N até que o pH seja igual
a 4,35. Com o volume do ácido utilizado e o volume da amostra é possível obter o valor
da alcalinidade da amostra (mg/L).

Os sólidos totais correspondem ao material suspenso (STS) e ao material


dissolvido (STD) na água. Os sólidos totais suspensos ficam nos filtros e possuem
partículas com tamanho superior a 1 microm. e para obtê-los filtra-se de 100mL a 500mL
de amostra, no caso de análise de águas residuárias ou amostras muito turvas, e 1000mL
para amostras que apresentem alta transparência. Assim, as amostras foram
homogeneizadas e filtradas em filtros que já haviam passado por aquecimento a 103105°C
por 1h e posteriormente pesados. Então os filtros “sujos” foram novamente colocados na
estufa por 1h a temperatura de 103-105°C e pesados. Com estes dados foi utilizada a
equação * para obtenção dos STS:

E por fim, para obtenção de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) foi medida
a variação de OD em um período de dias para5 diluições da amostra incubadas a 20°C.
• Determinação do fósforo total nas amostras

Para determinar a concentração de fósforo total nas amostras foram realizadas


cinco etapas, sendo elas:

1 - Preparação do reagente de oxidação:

Dissolveu-se 40 g de NaOH em 1000 ml de água deionizada (NaOH 1M) e em seguida


50 g de persulfato de potássio (K2S2O3) e 30 g de ácido bórico (H3BO3) em 350 ml da
solução de NaOH 1M. À essa nova solução foi adicionada água deionizada até completar
1000 ml.
Todas as dissoluções foram realizadas em provetas e para a pesagem das
substancias utilizou-se de uma balança analítica.

2 – Preparação da amostra:

Misturou-se 30 mL da amostra sem filtrar com 4 mL do reagente de oxidação e agitou-se


a solução. Tampou-se com uma rolha e papel alumínio e colocou-se na autoclave a 1 atm,
120°C, durante 30 minutos. Após a solução resfriar, foi adicionado 3,4 ml de reagente
misto (utilizado na construção da curva padrão).

Essa etapa foi realizada para as amostras dos quatro pontos de estudo.

3 – Preparação do branco da amostra:

Foram misturados, em uma proveta, 30 ml de água deionizada com 3,4 ml de reagente


misto e 4 ml de reagente de oxidação.

4 – Leitura do branco e das amostras:

Encheu-se uma cubeta de 5 cm com a solução prepara da etapa anterior e colocou-se no


espectrofotômetro a 882nm. Ao obter-se um valor, este foi zerado para servir como
padrão de comparação com as amostras.
Para a leitura das amostras, também foram utilizadas cubetas de 5 cm. Estas foram
colocadas no espectrofotômetro a 882nm e anotados os valores de absorbância.

5 – Determinação da concentração de fósforo total:

Por fim, determinou-se a concentração de fósforo total através da equação da equação da


reta de Lambert-Beer, que utiliza os dados de absorbância.

5. Resultados e Discussão
Os pontos de amostragem foram os seguintes:
P1: Ribeirão dos Poços – Ponte em frente ao Shopping.
P2: Rio Lambari – Ponte na Fazenda Osório.
P3: Rio Lambari – Ponte ETE Córrego Dantas.
P4: Rio Lambari – Ponte Córrego Dantas na entrada do bairro.

A Tabela 2 apresenta as informações sobre cada ponto e momento de amostragem


coletados com o auxílio do equipamento GPS.

Tabela 2: Informações sobre os pontos de amostragem.


Ponto Data Horário Altitude Latitude Longitude
P1 08/04 13:26 1185,0 m 21° 46,572’ 46° 36,000’
P2 08/04 13:46 1179,0 m 21° 46,153’ 46° 36,377’
P3 08/04 14:47 928,4 m 21° 44,902’ 46° 36,246’
P4 08/04 15:06 918,0 m 21° 44,144’ 46° 36,144’
Os dados obtidos durante a coleta através da sonda Multiparâmetro de campo
HORIBA estão expressos na Tabela 3.

Tabela 3: Variáveis medidas para cada ponto de amostragem.


Turbidez T ar T água (°C) Condutividade O.D. STD
Ponto pH
(NTU) (uS/cm) (mg/L) (mg/L)
P1 20,0 23,80 133 4,52 6,83 86
P2 33,1 30,00 23,96 125 5,74 7,16 82
P3 73,0 28,50 22,64 152 4,94 7,23 99
P4 47,5 31,80 24,90 157 1,97 6,82 109

No laboratório analisou-se os sólidos totais suspensos (STS), demanda bioquímica


de oxigênio (DBO), saturação de oxigênio dissolvido (%) e concentração de fósforo para
cada amostra de água coletada. Tais dados estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3: Variáveis obtidas em laboratório para cada ponto de amostragem.

Alcalinidade STS DBO Sat. O.D. Fósforo


Ponto
(mg/L) (mg/L) (mg/L) _ (%) _ (mg/L) _
P1 18,50 13,50 - 59,87 0,452
P2 11,50 7,33 - 76,33 0,324
P3 17,50 23,50 - 66,40 0,405
P4 18,50 12,75 - 26,58 0,395

Os Sólidos Totais Suspensos (STS), Sólidos Totais Dissolvidos (STD),


Turbidez e Condutividade estão relacionados uns com outro, pois os sólidos
encontrados nos esgotos são classificados por tamanho e classificados como STS e STD.
Como sabemos o STS tem relação com a turbidez que demonstra o grau de interferência
com a passagem de luz através da água, dando a esta uma aparência turva. Já os STD
possuem relação direta com a condutividade, pois, esta mede a quantidade de íons
presentes na água.
P1: O ponto tem baixa concentração de sólidos totais suspensos (STS), relacionando com
o baixo valor de turbidez, sabe-se que a água tem um grau intermediário de transparência.
Os sólidos totais dissolvidos (STD) tem valor médio. Isso está atrelado à baixa capacidade
dessa água em conduzir corrente elétrica.

P2: Esse é o ponto menos poluído, tendo como base as análises de turbidez e sólidos.
Assim tem o menor valor de turbidez relacionado com o menor valor de sólidos totais
suspensos (STS), ou seja, água com alto grau de transparência. Também apresenta os
menores valores de condutividade e sólidos totais dissolvidos (STD).
P3: Apresenta alto valor de turbidez, comprovado com o elevado valor de STS, o que
resulta em água turva. Observa alto valor de condutividade, diretamente relacionado com
a alta concentração de sólidos totais dissolvidos.
P4: Esse ponto é o mais poluído, no entanto seus valores de turbidez e sólidos totais
suspensos são intermediários. Dentre os outros pontos, apresenta maior capacidade de
conduzir corrente elétrica, causa da elevada concentração de STD.

Oxigênio dissolvido:
O oxigênio dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos aeróbios
(que vivem na presença de oxigênio) pois as bacterias fazem uso do oxigenio nos seus
proceesos respiratorios durante a estabilização da materia organica, desta fomra pode
reduzir a sua concentração e dependendo do grau dessa redução muitos seres aquaticos
podem morrer. Assim com o OD em torno de 4-5 mg/L morrem os peixes mais exigentes;
com OD igual a 2 mg/L praticamente todos os peixes estão mortos; com OD igual a 0
mg/L tem-se condições de anaerobiose. [1]
Já em relação a corpos d’água a solubilidade do OD varia com a altitude e a
temperatura. Ao nível do mar, na temperatura de 20 °C, a concentração de saturação é
igual a 9,2 mg/L e os valores de OD superiores à saturação são indicativos da presença
de algas enquanto que os valores de OD bem inferiores à saturação são indicativos da
presença de matéria orgânica. [1]
Assim, sabemos que o OD sofre influência da temperatura, pois o aumento da
temperatura reduz a solubilidade (concentração de saturação) do oxigênio no meio líquido
e também acelera os processos de absorção do oxigênio.

Portanto em relação ao oxigenio dissolvido notamos que nas estações E2, E3 e E4


foram encontrados valores em torno de 3-4 mg/L de OD, isso faz com que os peixes mais
exigentes morram e já demonstra um certo grau de poluição da água nestes pontos
coletados
Na E1 foi encontrado um valor superior a 5 mg/L de OD, sendo, então, neste ponto é
possível encontrar vida aquática superior e isso demonstra que a água não encontra-se
muito poluída em termos de oxigênio dissolvido.

• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO):


A materia organica devido ao consumo de oxigenio dissolvidos pelos
microorganismos é a maior causadora da poluição das águas e a DBO demonstra a
quantidade de oxigenio necessaria para estabilizar através de processos bioquímicos, a
matéria orgânica carbonácea.

• Fósforo Total:
O fósforo na água apresenta-se principalmente nas formas de ortofosfatos,
polifosfato e fósforo orgânico, além do que, é um elemento que não apresenta problemas
de ordem sanitária nas águas de abastecimento e é um nutriente essencial para o
crescimento dos microrganismos responsáveis pela estabilização da matéria orgânica.
De acordo com a Resolução CONAMA 357/05, para os pontos P1, P2, P3 e P4
não foram encontrados valores – representados na Tabela 4 - que se enquadram dentro
dos limites apresentados para um corpo d’água de Classe 2. Então, é possível dizer que,
todas as amostras de águas coletadas estão poluídas de acordo com o fósforo total
encontrado.
• Temperatura e pH
Em todos os pontos observa-se que o pH e temperatura são inversamente
proporcionais. O P4 é que o que possui a temperatura mais elevada, e assim o pH mais
baixo, tendo caráter básico, assim como o P1. Já o P3 é o que possui o pH mais elevado
e a temperatura mais baixa, tendo caráter ácido, assim como o P2.
Observa-se que os dados de temperatura de pH coletados em todos os pontos estão
próximos aos citados anteriormente para água pura, tendo variações acima ou abaixo,
devido as impurezas contidas na água dos pontos provindas de poluição local e despejo
de esgoto, por exemplo.

Alcalinidade
A alcalinidade mede a capacidade de neutralização de ácidos na água, ou seja, sua
capacidade de tamponamento. Da mesma forma, reflete na capacidade de resistir a
mudanças de pH.
Na maioria dos ambientes aquáticos naturais a alcalinidade é devida principalmente à
presença de bicarbonatos e pode variar entre 30 e 500 ml/L. Para proteção da vida
aquática, a alcalinidade deve ser pelo menos igual a 20 mg/L. Sendo abaixo deste valor,
o pH é muito susceptível a variações. Os valores elevados estão associados à
decomposição de matéria orgânica e à alta taxa respiratória de microrganismos.

Analisando os dados obtidos em laboratório e apresentados na Tabela 4, todos os


pontos possuem alcalinidade menor que 20 mg/L, ou seja, há ameaça às espécies ali
existentes e o pH pode sofrer alterações de acordo com os despejos nos pontos. Pode-se
afirmar também que há pouca matéria orgânica em decomposição e baixa quantidade de
microrganismos.

Observa-se também que os pontos P1 e P4 possuem valor maior de alcalinidade e, de


acordo com a Tabela 3, possuem pH com caráter básico. Os pontos P3 e P2 possuem
menores valores para a alcalinidade e pH com caráter ácido. Isto se deve ao tal capacidade
tamponante: quanto maior a alcalinidade, maior a capacidade de neutralização dos ácidos,
resultando num caráter básico e vice-versa.
6. Conclusões
Observa-se que em todos os pontos coletados há poluição. Sendo que é possível
ordenar os pontos coletados de acordo com o nível de poluição, analisando os parâmetros
observados em laboratório, em ordem crescente, obteve-se: 2,1,3,4.
Conclui-se que existe poluição no ponto 1, pois ele é jusante a cidade de Poços de
Caldas e ligações de esgoto clandestinas e a própria poluição da cidade pode ser uma das
causadoras dessa poluição. O ponto 2 é o menos poluído, pois sua localização fica após a
junção do rio Lambari com o rio Ribeirão das Antas, ocorrendo uma diluição nos
poluentes encontrados no ponto 1. O ponto 3 é bastante poluído, pois localiza-se jusante
o despejo da rede de esgoto de Poços de Caldas. Por fim, o ponto 4 é o mais poluído, pois
encontra-se jusante ao ponto 3, em um local em que já ocorreu a mistura do esgoto
despejado pela rede de esgoto e o rio Lambari.

7. Referências Bibliográficas

[1] WebEnsino. Unicamp. Disponível em: <http://webensino.unicamp.br/>. Acesso


em: 01 de jul. de 2014.
[2] TRETIN, Patricia S.; BOSTELMANN, Eleine. Para sólidos totais, dissolvidos e
em suspensão em amostras de água. Programa Interlaboratorial. Disponível em:
<http://banasmetrologia.com.br/wp-
content/uploads/2012/01/ProgramaInterlaboratorial.pdf>. Acesso em: 01 de jul. de 2014.

[3] Sólidos Totais. Programa Água Azul. Disponível em:


<http://www.programaaguaazul.rn.gov.br/indicadores_08.php>. Acesso em: 01 de jul.
de 2014.

[4] Site CETESB. Disponível em: <www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 03 de jul.


de 2014.

8. Anexos
Anexo 1 – Documento fornecido pelo professor na aula prática de Poluição Ambiental

DETERMINAÇÃO DO FÓSFORO TOTAL

O fósforo na água ocorre em formas orgânicas e inorgânicas. A maior parte do


fosfato inorgânico presente está na forma de ortofosfato (PO4-3), com menores
quantidades de monofosfato (HPO4-2) e dihidrogeno fosfato (H2PO4-). Fósforo orgânico
dissolvido usualmente representa o volume do fósforo solúvel total. Uma pequena fração
do fósforo total é comumente presente na forma coloidal com alto peso molecular. Na
maioria dos ambientes aquáticos, o fósforo total particulado é presente em quantidades
muito maiores que o fósforo solúvel.

PROCEDIMENTO

1. CONSTRUÇÃO DA CURVA PADRÃO DE FÓSFORO

Primeiramente deve-se construir a curva padrão do fósforo a partir da solução padrão


estoque de fosfato monobásico de potássio (KH 2PO4). Para tanto, deve-se adotar os
seguintes procedimentos:

1) Preparar a solução padrão estoque de fosfato monobásico de potássio (KH 2PO4


40 μg/ml de P-PO4-3): dissolver 0,1757 g de KH2PO4 anidro em 1000 ml de água
deionizada.
2) Preparar solução de reagente misto (deve ser preparada na hora da utilização, pois
não é uma solução estável):

a) 12,25 ml da solução de tartarato de antimônio e potássio (K5C4H4O6.1/2H2O)


• Solução de tartarato de antimônio e potássio: dissolver 0,34 g de tartarato de
antimônio e potássio em 250 ml de água deionizada. Aquecer se necessário. Para
a solução se manter estável por muitos meses, estocar em frasco de polietileno ou
vidro em temperatura ambiente.

b) 25 ml da solução de molibdato de amônia ((NH4)6Mo7O24.4H2O)


• Solução de molibdato de amônia: dissolver 15 g de paramolibdato PA em 500 ml
de água deionizada. Para a solução se manter estável por muito tempo, estocar em
frasco de polietileno no escuro e em temperatura ambiente.

c) 65,5 ml da solução de H2SO4 140:900


• Solução de H2SO4 140:900: adicionar 140 ml de H2SO4 em 900 ml de água
deionizada. Para a solução se manter estável, estocar em frasco âmbar na
geladeira.

d) 25 ml da solução de ácido ascórbico


• Solução de ácido ascórbico (deve ser preparada na hora da análise): dissolver 1,35
g de ácido ascórbico PA em 25 ml de água deionizada.

3) Preparar solução para a determinação da curva padrão: adicionar 3 ml do reagente


misto (descrito no item “2”) em 30 ml da solução padrão estoque preparada no item
“1”.

4) Em 6 béqueres diferentes realizar 6 diferentes diluições da solução preparada no item


“3”. Seguir as informações contidas na Tabela 1:

Tabela 1: Diluições para a determinação da curva padrão de fósforo.


Solução preparada no Dissolver em (ml de Concentração após
item “3” (ml) água deionizada) diluição (μg/l)
0,1 200 20
0,2 200 40
0,3 200 60
0,4 200 80
0,5 200 100
1,0 200 200
5) Realizar medidas de absorbância, em espectrofotômetro UV-vis, das seis diferentes
soluções preparadas no item “4”. As leituras devem ser feitas a 882 nm (comprimento
de onda de absorção do fósforo) em cubeta de 5 cm.

A Tabela 2 contém os dados de absorbância obtidos em um ensaio preliminar.

Tabela 2: Dados de absorbância obtidos em um ensaio preliminar.


Concentração (μg/l) Absorbância
20 0,003
40 0,016
60 0,026
80 0,042
100 0,053
200 0,104

6) Plotar o gráfico da absorbância em função da concentração.


A Figura 1 ilustra a absorbância em função da concentração utilizando os dados obtidos
no ensaio preliminar.

Figura 1. Absorbância em função da concentração.

Equação da reta: y = 0,000543696x – 0,00398

7) Comparar a equação de reta obtida no item “6” com a equação da Lei de LambertBeer
para se obter o valor da absortividade “a” do fósforo.

A = abc
Verifica-se que “A” é equivalente ao “y”, “c” ao “x” e que “ab” é igual ao coeficiente
angular da equação encontrada no item “6”. Como se conhece o valor de “b”, que é o
caminho óptico (ou largura da cubeta, 1 cm), é possível determinar o valor da
absortividade “a”.

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