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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CURSO DE QUÍMICA
QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL

Profª: Tânia

RELATÓRIO

Análise Química de Água

01/07/2015

Eduardo do Canto Bruzza


OBJETIVOS

Verificar, através da análise laboratorial do pH, da condutividade, salinidade,


temperatura, do oxigênio dissolvido, turbidez, dureza, alcalinidade, demanda biológica de
oxigênio e concentração de cloretos, os resultados obtidos a fim de classificar as águas
superficiais, para verificar pelas amostras se o descarte das águas industrias em corpos
receptores não são impróprios , discutir sobre a potabilidade das águas amostrais de poços,
comentando a importância ambiental e para o consumo humano dos parâmetros
estabelecidos pela legislação, dando ênfase para análises importantes para a classificação das
águas.

RELATÓRIO DE COLETA DE AMOSTRA DE ÁGUA

a. Recipiente de coleta

A amostra de água foi coletada em garrafa de PET transparente. O recipiente foi lavado
com água e detergente e enxaguado diversas a fim de retirar qualquer resíduo que
interferisse na amostra. Em seguida, deixou-se o recipiente em secagem a temperatura
ambiente durante 01 dia. Após, enxaguou-se novamente a garrafa com água fervida
morna e deixou-se novamente para secagem.

b. Amostra e local de coleta

Para as análises foi coletado no dia 22 de junho de 2015 a água da chuva (do dia 21 de
junho), no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em ambiente urbano, residencial,
ilustrado pelo mapa com o local de coleta indicado no mapa abaixo.

Latitude: -29.983604 / Longitude: -51.135808 / Altitude: 5 metros.


No momento da coleta, a temperatura era de 17ºC e umidade de 100% (dia chuvoso).

c. Armazenamento e transporte da amostra

Após coleta, o recipiente com a amostra foi deixado em ambiente limpo e refrigerado,
onde foi mantido até que fosse feito o transporte até a ULBRA. O recipiente foi
transportado em uma bolsa (mochila), de modo que mantivesse a temperatura adequada.

RELATÓRIO DAS ANÁLISES DA AMOSTRA DE ÁGUA

A amostra coletada da água da chuva apresentava leve coloração amarelada e era


límpida. O trabalho de análises e elaboração do relatório foi realizado em individual, pelo
aluno Eduardo do Canto Bruzza.

IMPORTÂNCIA AMBIENTAL DAS ANÁLISES DE ÁGUA

O constante e aumento da população mundial, principalmente em áreas urbanas


resultam a cada vez mais em um maior consumo de água. Visando o aspecto ambiental e
químico, busca-se através das análises químicas laboratoriais, compreender os impactos
sofridos pelos recursos hídricos, principalmente pela ação do Homem e suas atividades. E
também verificar as condições desses recursos para avaliar seus usos, como distribuição e
consumo humano, para atividades industriais ou ainda para manutenção do ambiente.

Para se obter um laudo eficiente da classificação das águas de acordo com sua
qualidade, estabeleceram-se importantes padrões, com parâmetros e seus respectivos limites
máximos. Dentre os testes, podemos destacar a análise do pH, da condutividade, da
salinidade, turbidez, dureza, alcalinidade, análise da demanda biológica de oxigênio , do
oxigênio dissolvido, teste de toxicidade da água, análise de coliformes termotolerantes, de
sólidos dissolvidos, análise de material orgânico e inorgânico, além de testes físicos básicos de
odor, coloração, gosto e análise da ausência de material flutuante, óleos e graxas.
É essencial que a água potável seja alcalina para que o haja um equilíbrio com a acidez
do sangue e redução dos efeitos de alimentos ácidos, garantindo uma melhora na saúde
humana. Esta importância está no pH da água que deve ser superior a 7. As águas superficiais
possuem pH entre 4 e 9, sendo alcalina na maioria das vezes pela presença de carbonatos e
bicarbonatos, podendo variar de acordo com o solo.Quando o pH da água está muito alcalino
ou muito ácido, é uma indicação que pode estar contaminado, associando-se com despejo de
resíduos industriais no local.
A condutividade elétrica da água indica a capacidade de conduzir corrente elétrica
devido à presença de íons. Geralmente, os íons cálcio, o magnésio, o potássio, o sódio,
carbonatos, carbonetos, sulfatos e cloretos são responsáveis pela condutividade da água.
Através dessa análise verifica-se se a água é doce, salina ou salobra, porém, não determina os
íons presentes em certa amostra, mas pode colaborar para possível reconhecimento de
impactos ambientais por lançamentos inadequados de resíduos.
A turbidez representa a propriedade óptica de absorção e refração da luz, e é um
importante parâmetro para a determinação da qualidade e potabilidade da água. A turbidez é
o oposto da transparência (região de zona eufótica) é a redução da transparência de um fluído
ocasionado por partículas sólidas em suspensão, como matéria orgânica, que formam colóides.
Especialistas afirmam que a presença dessas partículas sólidas protege e auxilia na proliferação
de alguns microorganismos, o que pode ocasionar em alterações nas propriedades
organolépticas da água. Sendo assim, a turbidez da água pode estar relacionada com a
presença de microorganismos patogênicos à saúde.
A dureza da água está relacionada com a concentração de íons minerais de cálcio e
magnésio (principalmente) dissolvidos. Os íons são derivados de depósitos subterrâneos,
como o calcário. O gás carbônico presente na água efetua a dissolução da rocha calcária,
agregando à água, quantidades de Cálcio e Magnésio na forma de bicarbonatos, nitratos,
cloretos e sulfatos. Por este motivo, as águas subterrâneas possuem uma dureza mais elevada
que as águas superficiais, o que varia de acordo com a região devido a composição do solo.
Águas duras são dispensáveis em alguns processos industriais, como em caldeiras e trocadores
de calor, pois os carbonatos precipitam com o aumento da temperatura. A dureza da água
afeta a eficiência de detergentes e sabões, pois os cátions (Ca 2+ e Mg2+) presentes na água
reagem com ânions de produtos detergentes, formando um precipitado (insolúvel). Além
disso, o consumo de água dura possibilita o aumento de casos de cálculo renal.
A alcalinidade é a capacidade que um meio aquoso possui de neutralizar ácidos sem
interferir o meio e os processos biológicos desse, comportando-se como uma solução tampão.
A demanda biológica do oxigênio é um dos parâmetros mais importantes. Ela
representa o consumo de oxigênio por microorganismos (como bactérias aeróbicas) em uma
determinada temperatura pela oxidação biológica. Quando a água é muito poluída e possui
muita matéria orgânica, a demanda de oxigênio pode ser tão elevada que pode acarretar no
consumo de total de oxigênio dissolvido. Essa análise tem a duração de 5 dias (período de
incubação).
A verificação da quantidade de oxigênio dissolvido é essencial para ter conhecimento
das condições naturais da água e de possíveis impactos ambientais, como a eutrofização. O
oxigênio dissolvido é essencial para a respiração de organismos aquáticos. Quando é
descartado na água substâncias orgânicas biodegradáveis ( encontradas no esgoto doméstico ,
em resíduos industriais...), estas são decompostas por organismos aeróbicos, como vimos
anteriormente. Portanto, quanto maior a concentração de matéria orgânica, maior vai ser o
consumo de oxigênio dissolvido.
A tabela a seguir mostra os resultados obtidos pelas equipes de trabalho com suas
devidas amostras.

Amostra Temp. (ºC) OD pH Turbidez Condut. Salinidade Alcalinidade Durez MO como Cloreto (mg/L)
Coleta/Anális (mg/L) (NTU) (µS/cm) (mg/L) a DBO (mg/L)
e (mg/L
CaCO3)
Chuva 17 / 16 0 6,79 1,5 102 Doce 48,48 52,53 5,7232 5,9556
Açude ULBRA 16 / 15 0 6,07 39 112 Doce 151,5 257,5 27,44 33,5
Água Guaíba 18 / 16,2 0 6,28 35 188 Doce 25,25 15,45 5,21 2,05
Ipanema
Açude 18 / 16 0 7,5 15 114 Doce 35,25 46,35 0,065 5,58
Montenegro
Poço Cavado 18 / 16,2 0 5,5 15 128 Doce 28,28 28,84 23,5 14,52
Xangri-lá
Poço Cavado 18 / 16,6 0 5,73 5 261 Doce 20,20 10,3 0,86 4,8
C. Barbosa
Poço 18 / 16,4 0 6,45 3 339 Doce 16,56 125,66 0,1568 0,67
Artesiano
55m Sapucaia
Poço 18 / 14 0 6,35 1 102 Doce 9,09 40,17 0,548 0,74
Artesiano
48m Campo
Bom
Poço 18 / 17 0 7,1 0,3 277 Doce 126,25 103 0,392 7,4445
Artesiano
150m
Cachoeirinha
Poço 18 / 13 0 6,55 0,1 99 Doce 32,825 2,83 0,1568 3,72
Artesiano
56m Canoas
Petroquímica 18 / 19 0 6,93 8,5 1410 Salobra 114,6 327 21,17 17,904
Caldeira / 24,9 0 11,33 7,5 2730 Salobra 391,88 0 125,44 117,62

A resolução CONAMA nº 357, de março de 2005, classifica e indica o uso de corpos de


água de acordo com parâmetros estabelecidos. De acordo com os padrões, observou-se que
todas as amostras de águas superficiais analisadas são amostras de água doce
As classes das águas são classificadas também pela quantidade e oxigênio dissolvido.
Porém, este não foi um fator significante nesta análise, pois o resultado só é eficaz quando a
análise de oxigênio dissolvido é feita na hora e no local da coleta da amostra.
O pH das amostras de águas superficiais está de acordo com os padrões estabelecidos
das classes de água doce, ou seja, entre 6,0 e 9,0. Assim como o pH, as concentrações cloreto
estão dentro dos padrões estabelecidos pela legislação de 250 mg/L. O CONAMA 357 usa o
padrão de turbidez de 40 unidades nefelométrica de turbidez (NTU) para a classe de água 1 e
de até 100 UNT para a classe de água 2. Visto os resultados, observa-se que, por esse
parâmetro, todas as amostras de águas superficiais classificam-se como sendo de classe 1.
Devido a curta duração para a aula prática, análises mais complexas e específicas não
puderam ser realizadas para distinguir com precisão as classes que as amostras se enquadram
de acordo com o padrão estabelecido pela legislação, porém, com as análises realizadas,
podemos classificar as amostras observando os resultados dos testes de demanda biológica do
oxigênio. Para a classe 1, a DBO deve ser até 3mg, constatado nas amostras de água do Guaíba
Ipanema e do Açude Montenegro. A classe 2, tem como padrão DBO até 5mg. Para a classe 3,
a DBO deve ser até 10 mg. Conclui-se, assim, as amostras de Água do Guaíba Ipanema e Açude
Montenegro classificam-se como águas de classe 1, enquanto a amostra Açude ULBRA
classifica-se como água de classe 4.
De acordo com a Portaria 518 do Ministério da Saúde, através dos padrões de
potabilidade estabelecidos, podemos verificar se as amostras de águas de fontes ou poços de
diferentes profundidades são potáveis. Com exceção do Poço Cavado Xangri-lá e do Poço
Cavado C. Barbosa, o pH do restante das amostras estão entre a faixa padrão de 6 a 9,5.
Enquanto a concentração de cloretos de todas as amostras está abaixo de 250 mg/L e a dureza
menor que 500 mg/L., porém, verifica-se que a turbidez está acima do parâmetro indicado
para a amostra de Poço Cavado Xangri-lá.
As amostras de água de Petroquímica e de Caldeira devem ser analisadas de acordo
com os padrões estabelecidos pelo CONSEMA nº 128 para emissão de efluentes em corpo
receptor. Primeiramente, deve-se ter conhecimento de que as análises realizadas são
superficiais e não específicas para determinar com precisão todos os parâmetros da legislação,
devido ao tempo limitado para análise de todos os parâmetros. Pode-se observar que a
demanda biológica de oxigênio é inferior ao máximo, para qualquer faixa de vazão,
estabelecido pela legislação. Porém, o pH muito básico da amostra de água de Caldeira
(pH=11,33) indica que ela deve estar contaminada e não pode ser descartada diretamente em
corpo receptor sem um prévio tratamento.

CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos, em relação as amostras de águas superficiais, a
maioria é de classe 1 e uma delas de classe 4. Com as amostras de poço coletadas e analisadas,
apenas o Poço Cavado Xangri-lá possui os parâmetros pH e turbidez fora dos padrões
recomendados pelo Ministério da Saúde. E em relação às águas industrias, todas as amostras
possuem DBO inferior aos parâmetros legislados.

Infelizmente, pela falta de tempo para aula prática, não foi possível realizar mais
análises das amostras, bem como, avaliar outros parâmetros que as legislações dispõem.
REFERÊNCIAS

www.infoescola.com

dtr2001.saude.gov.br

www.agsolve.com.br

http://banasmetrologia.com.br/

www.brasilescola.com.br

educar.sc.usp.com.br

http://rspress.com.br/

BAIRD, colin. Química Ambiental, 2.ed. – Porto Alegre: BooKman, 2002.

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