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FACULDADE REBOUÇAS DE CAMPINA GRANDE

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
COMPONENTE CURRICULAR: FARMACOGNOSIA
TURMA: P4 MANHA
DOCENTE: ARTHUR GOUVEIA

DÁVILA KELLY MAIA MONTEIRO DUARTE

RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS DE FARMACOGNOSIA.

PRÁTICA I- EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DE CUMARINAS

PRÁTICA II- EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DE TANINOS

CAMPINA GRANDE.
2021
PRÁTICA I- EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DE CUMARINAS

1. INTRODUÇÃO

Desde 1820 quando Vogel isolou pela primeira vez a 1,2-benzopirona


(cumarina) da planta Coumarouna odorata (Dipteryx odorata, Willd, Fabaceae)
popularmente conhecida como fava tonca, as cumarinas vêm sendo reconhecidas
como produtos naturais amplamente distribuídos nas plantas (MURRAY, 1978, p.
200).
Um número superior a 1300 cumarinas foram identificadas de fontes naturais,
especialmente de plantas verdes. Porém, a biossíntese de cumarinas, cuja principal
rota é a do ácido chiquímico,5 não está restrita apenas a plantas, pois algumas
espécies de fungos (Armillariella tabescens, Fomitopsis officinalis) e bactérias
(Streptomyces niveus, Escherichia coli) são capazes de biossintetizar cumarinas
(FRANCO,et al, 2020).
A cumarina apresenta diversas propriedades, entre elas antibióticas,
antiinflamatória, bronco dilatadora, fungicida e anticoagulante.
Dentre as varias espécies de plantas que apresentam a Cumarina como um de
seus metabolitos secundários, a Erva Doce (Pimpinella anisum L.), da família
Umbelliferae, possui propriedades aromáticas, condimentares e medicinais.
Segundo Von Hertwig (1991), os frutos, as raízes e as folhas frescas, são as
partes mais utilizadas para fins terapêuticos. Como droga vegetal, a parte da espécie
a ser utilizada é a mesma para o “chá”, o fruto. O modo de preparo é por infusão e
decocção, da mesma forma que se prepara 17 o chá indicado para adultos e crianças,
não tendo contra indicações e efeito adversos como descrito na RDC nº 10
(BRASIL, 2010c).
Estudos realizados comprovam a ação broncodilatadora do óleo essencial e
dos extratos etanólicos e aquosos desta planta que apresentaram forte atividade
antioxidante. Também foi descrita sua ação antibacteriana para bactérias Gram
positivas e Gram negativas (SANTOS, 2012).
De acordo com as características fluorescentes das cumarinas puras, que em
meio alcalino, forma-se o acido cis-o-hidroxicinâmico que sob a ação da radiação
ultravioleta origina o isômero trans, que é fluoerescente - sob a ação da radiação
ultravioleta possuem em geral fluorescência azul e alguns derivados já à luz natural;
em meio alcalino torna-se verde ou desaparece. (SBFgnosia, 2009).
A prática de extração será realizada para detectar o tipo de fluorescência da
Erva Doce (Pimpinella anisum L.), se possui uma reação positiva ou negativa.
2. OBJETIVOS.
Através das características da Erva Doce (Pimpinella anisum L.) e de um de seus
metabolitos secundários, a cumarina, faremos a extração e determinação da mesma.

3. MATERIAL E MÉTODOS.
1° Passo- Em um vidro relógio, pesamos 2g de da droga vegetal (Erva-Doce), e
logo após em um Béquer adicionamos 50mL de MeOH (Metanol) para solubilizar a
a droga e levamos até a placa de aquecimento para aquecer por 10 minutos em 50°c,
Logo após utilizamos um funil de vidro e um filtro de papel para filtramos a droga
que foi aquecida.
2° Passo- Em uma proveta adicionamos 25mL de H2O destilada e fomos até a
capela com uma pipeta para adicionar 5 gotas de HCL (Ácido Clorídrico),
tampamos e deixamos em banho maria por 40 min.
3° Passo- Após retirar do banho maria, no mesmo béquer adicionamos 5mL de
NH4OH 6N (Hidróxido de amônia), agitamos e expomos a luz UV (365nm).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
De acordo com o procedimento realizado no qual extraímos a cumarina da Erva-
Doce, a partir de uma análise fotoquímica qualitativa, foi possível observar que após
realizar a hidrolise acida na forma original da cumarina, em meio alcalino, forma-se
o acido cis-o-hidroxicinâmico que sob a ação da radiação ultravioleta origina o
isômero trans, que é fluoerescente e após a droga vegetal ser colocada sobre a
radiação ultravioleta possuem apresentou fluorescência, não muito forte, nas cores
azul- esverdeada. Constatando-se que a Erva- Doce realmente possui esse
metabolito secundário, mesmo que em pouca quantidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1- CUMARINAS. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA 2009..


Disponível em: http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/cumarinas.html Acesso
em: 05 dez. 2021.

2- OLIVEIRA, Erwelly Barros de et al. Avaliação das atividades biológicas de


compostos fenólicos: naturais (cumarina) e derivados comerciais (3-
hidroxicumarina e 4-hidroxicumarina). 2016. 123 f. Dissertação (Doutorado)
- Curso de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco,
2016. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1726 .
Acesso em: 05 dez. 2021.
3- SANTOS, Juliana Machado dos. PESQUISA DE MATÉRIAS ESTRANHAS
EM ESPÉCIE VEGETAL, Pimpinella anisum L., PARA O PREPARO DE
“CHÁ”. 2012. 56 f. Monografia (Especialização) - Curso de Curso de
Especialização em Controle da Qualidade de Produtos, Ambientes e Serviços
Vinculados A Vigilância Sanitária, Instituto Nacional de Controle de Qualidade
em Saúde, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/9053/2/Especializacao_Juliana-
Machado.pdf Acesso em: 05 dez. 2021.
4- SOUZA, Simone Machado de. ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE
CUMARINAS NATURAIS E DERIVADOS. 2005. 94 f. TCC (Graduação) -
Curso de Ciencias Biológicas, Departamento de Microbiologia e Parasitologia,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/102097/221535.p
df?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 06 dez. 2021.
PRÁTICA II- EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DE TANINOS

1. INTRODUÇÃO
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, conhecida popularmente como espinheira
santa, pertence à família Celastraceae possuindo 55 gêneros e 850 espécies
espalhadas nas regiões trópicas e subtrópicas do mundo.
Segundo o uso popular acredita-se que a M. ilicifolia possa combater várias
doenças, dentre as quais podemos destacar, gastrites e dispepsias. Possui ações
tônicas, analgésicas, anti-sépticas, cicatrizantes, diuréticas e laxativas (Coimbra,
1958).
A ação da espinheira-santa esta relacionada com sua riqueza em taninos
condensados como, proantocianidinas: Epicatequina, galato
de epicatequina, procianidina B2. Além deste metabolito secundário, também
podemos encontrar triterpenos, flavonoides.
Os taninos são metabolitos secundários com compostos fenólicos de grande
interesse econômico e ecológico. Apresentam solubilidade em água e peso molecular
compreendido entre 500 e 3000 Dalton, possuindo a habilidade de formar complexos
insolúveis em água com proteínas, gelatinas e alcaloides. (MELO; SANTOS, 2001).
São substâncias detectadas qualitativamente por testes químicos ou
quantitativamente pela sua capacidade de se ligarem ao pó de pele. Essa definição
exclui substâncias fenólicas simples, de baixo peso molecular, frequentemente
presentes com os taninos, como os ácidos clorogênico, gálico e outros que, por
também precipitarem gelatina, são conhecidos como pseudotaninos. (SBFgnosia,
2009).
Os taninos são classificados em hidrolisáveis e condensados. São chamados de
hidrolisáveis, uma vez que suas ligações ésteres são passíveis de sofrerem hidrólise
por ácidos ou enzimas. Em solução desenvolvem coloração azul com cloreto férrico,
assim como o ácido gálico. Os condensados são oligômeros e são r responsáveis pela
coloração vermelha de diversas plantas. Em solução, desenvolvem coloração verde
com cloreto férrico, assim como o catecol.
De acordo com as características já citadas, iremos extrair e determinar o tipo de
tanino existente na Espinheira Santa.
2. OBJETIVOS.
Através das características da Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex
Reissek,) e de um de seus metabolitos secundários, o tanino, faremos a extração para
determinar o tipo de tanino encontrado na planta medicinal.

3. MATERIAL E MÉTODOS.
Foram realizadas dois tipos de reação, um para extração e outro para
identificação.
 Utilizamos 5g da Espinheira Santa que foi pesada em um vidro relógio.
 Logo após pesagem transferimos a droga vegetal para um béquer e
adicionamos 100mL de H2O.
 Levamos a mistura para decocto na placa de aquecimento em 100°C por
10min.
Preparação dos reagentes:
 Reagente 1- Utilizamos 50mL de MeOH
- 0,5g de FeCl3
 Regente 2- 50mL de H2O
- 1,25g de gelatina
- 5g de Nacl
 Utilizamos três tubos de ensaios:
 Tubo 1- 5mL do decocto + gotas do Reagente 2 até precipitar.
 Tubo 2- 2mL do decocto + 5mL de H2O + gotas de R1 até
precipitar.
 Tubo 3- 5mL do decocto.

4. RESULTADOS E DESCUSSÃO.
 Tubo 1- Houve precipitação, logo reação positiva para taninos.
 Tubo 2- Analisamos uma cor erverdiada, o que indica que o tanino
encontrado na planta medicinal é condensados ou catéquico.
 Tubo 3- Tubo branco, que não foi realizado nenhum tipo de reação,
serviu apenas para comprar as diferenças entre os três.
5. CONCLUSÃO
Foi utilizado teste qualitativo para extração e determinação do tanino, e foi
verificado que as amostras de folhas de Espinheira Santa apresentaram uma extração
considerável de tanino, estimando que em trabalhos futuros estes constituintes sejam
analisados mais detalhadamente.
Para a indústria farmacêutica a grande diversidade de estruturas dos compostos
tânicos que
são encontradas em plantas com reconhecidas atividades terapêuticas, associada a sua
capacidade de complexação com diferentes compostos, torna o trabalho de elucidação
estrutural difícil, no entanto muito importante. Já que as plantas que apresentam este
metabolito secundário possuem entre outras características, atividades biológicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

5- Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira.


Formulário Fitoterápico Nacional. Disponível
em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/Formulari
o_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf Acesso em: 08 dez.2021
6- COUTINHO, Anderson. EXTRAÇÃO DE TANINO EM FOLHAS,
SEMENTES E FRUTOS VERDES DE CINAMOMO (Melia azedarach L.)
COM DIFERENTES TIPOS DE SOLVENTES. 2013. 42 f. TCC
(Graduação) - Curso de Curso Superior de Tecnologia em Alimentos,
Coordenação de Tecnologia e Engenharia de Alimentos, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2013. Disponível em:
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1424/1/CM_COALM_201
2_2_01.pdf Acesso em: 08 dez. 2021.
7- -REVISÃO DA MAYTENUS ILICIFOLIA MART. EX REISSEK,
CELASTRACEAE. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS PROPRIEDADES
FARMACOLÓGICAS. Brasil: Revista Brasileira de Farmacognosia, abr. 2009.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbfar/a/bFJZWPwj5kTDCXmtnYRHwYB/?format=pdf
&lang=pt Acesso em: 07 dez. 2021.
8- Taninos. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA
2009.Disponível em: http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/taninos.html Acesso
em: 07 dez. 2021.
9- TANINOS: UMA ABORDAGEM DA QUÍMICA À ECOLOGIA. Recife-Pe:
Quim. Nova, v. 28, n. 5, 13 abr. 2005. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/YJDjDfvLBpkkbFXML3GPjdt/?format=pdf&lang
=pt. Acesso em: 08 dez. 2021.

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