Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Belém/Pa
2021
1
Flávia Cibele P. da Silva
Paloma Barros Lopes
Yandra Ketllem da C. Soares
Belém/Pa
2021
2
SUMÁRIO
3
1. EXTRAÇÃO E PURIFICAÇÃO DA CAFEÍNA DO GUARANÁ EM PÓ
(PUALLINIA CUPANA).
2. INTRODUÇÃO
2.1 ORIGEM DA CAFEINA:
A origem do consumo de alimentos que contem a substância cafeína, não
se sabe ao certo. Porém, desde a pré-história o homem já se alimentava de
casca de Yoco, folhas de mate, sementes de guaraná, encontrados normalmente
na América do Sul, entre outros como chá, cacau e café, alimentos vegetais
estes que contém a cafeína (SANTOS, 2013).
A cafeína também era bastante consumida através do cacau, que 1500
a.c era bastante cultivada pelas civilizações maia e tolteca. Mas tarde, por volta
de 1502, foi levada a Espanha, por Colombo, que consumia o cacau na forma
liquida (chocolate). O chocolate foi a primeira fonte de cafeína dos europeus, e
tal habito se estendeu ao longo dos anos (SANTOS, 2013).
Essa substância também é encontrada no guaraná, fruto do guaranazeiro
(Paullinia cupana), uma planta nativa da região Amazônica, cujo vegetal é
arbustivo e trepadeira, de baixo crescimento e cultivada exclusivamente no Brasil
(MEHR et al., 1996; CEPLAC, 2011; DALONSO e PETKOWICZ, 2012). E os
primeiros vestígios do consumo desse fruto na forma de bebida, foram em 1669,
durante a expedição jesuíta na Amazônia, onde o missionário João Felipe
Bettendorf a partir do convívio com os índios que já consumia a bebida do fruto
da Paulinia Cupana, por ter propriedades diuréticas e efeitos terapêuticos contra
a dor de cabeça, febre e cãibras, passou a ingeri-la (SHIMPL et al., 2013).
2.2 UTILIZAÇÃO:
A priori, a cafeína é muito utilizada por se um recurso ergogênico, ou seja,
melhora o desempenho físico, prevenindo ou retardando a fadiga (BARROS
NETO, 2001). Foi observado também, que a estrutura da cafeína se parece e
muito com a estrutura da teofilina, que se diferenciam apenas pela substituição
de um grupo metil por um hidrogênio. A teofilina é uma substância utilizada no
tratamento de asma, servindo como bronco dilatador e relaxante do tecido
brônquico e a cafeína por ser semelhante, também é utilizada no tratamento da
4
asma, no entanto, por ter ação no sistema nervoso central a teofilina é mais
empregada. (FLANDRIN, MONTANARI, 1998).
5
Figura 2. Fórmula estrutura da cafeína e adenosina.
3. OBJETIVO
Extrair a cafeína do pó de guaraná por método de extração ácido-
básico de partição de líquidos miscíveis; determinar o rendimento da cafeína
extraída e purificada; caracterizar a cafeína extraída e purificada por
observação de microscopia óptica.
Determinar o rendimento da cafeína extraída e purificada.
Caracterizar a cafeína extraída e purificada por microscopia
optica.
6
4. MATERIAIS EQUIPAMENTOS
4.1 - Vidrarias:
Béqueres 100 mL
Erlenmeyer com tampa 125 mL
Erlenmeyer sem tampa
Funil de separação 135 mL
Funil de Büchner
Kitasso
Proveta 25 mL
Pipeta graduada 5 mL
Bastão de Vidro
Placa de Petri
4.2 - Equipamentos:
Balança analítica
Bomba de vácuo
Câmara de exaustão
Suporte universal
Adaptador de borracha para funil de Büchner
Mangueira de borracha para bomba de vácuo
4.3 - Acessórios:
Espátula
Papel de filtro
Pêra de sucção
Lenços de papel
Pisseta
7
Pó de guaraná
Água destilada
5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
O estudo experimental desenvolveu-se em quatro etapas definidas como:
Extração; Purificação; Determinação do rendimento; Caracterização.
5.1 EXTRAÇÃO
Em um Béquer de 100 mL pesou-se 2 g de guaraná em pó na balança
analítica devidamente tarada, em seguida, foi feita a transferência do pó de
guaraná com uma espátula do béquer para o Erlenmeyer com tampa de 125 mL,
logo em seguida, mediu-se um volume de 15 mL de ácido clorídrico (HCl) em um
béquer de 100 mL e transferiu-se para uma proveta de 25 mL dentro da câmara
de exaustão, que, em seguida foi adicionado ao pó de guaraná no Erlenmeyer.
Posteriormente, fechou-se o Erlenmeyer e foi feita uma agitação constante
durante o tempo de 15 minutos, no qual foram alternados entre os componentes
do grupo. O objetivo da constante agitação, foi para promover a homogeneização
da solução através do aumento da dissolução do pó no ácido.
Logo depois, colocou-se à solução já homogeneizada ao papel de filtro
que estava aderido ao funil de Büchner e este estava acoplado ao Kitasso no
qual estava acoplado à bomba de vácuo. Jogou-se água destilada com uma
pisseta ao Erlenmeyer para retirada de resíduo do material que ficou aderido às
laterais e ao fundo do Erlenmeyer e colocando-o restante do resíduo novamente
ao papel de filtro.
Após a filtração da solução na bomba de vácuo, desprezou-se a parte
sólida e transferiu-se o líquido extraído de cor amarelado do kitasso para um
béquer de 100 mL, após isso, foi-se pipetado 5 mL de hidróxido de amônio
concentrado ao líquido extraído, no qual mudou a coloração, passando-se de cor
amarelada para cor castanho escuro, onde houve a neutralização por conta da
mudança de coloração (figuras 3 e 4).
8
Figura 3 Figura 4
5.2 PURIFICAÇÃO
Transferiu-se a solução para o funil de separação que estava seguro ao
suporte universal. Em seguida, mediu-se um volume de 20 mL de clorofórmio na
câmara de exaustão utilizando-se a proveta, em seguida, foi adicionado à
solução no funil de separação, onde a solução se mostrou dividida em cor
castanho escuro acima e incolor abaixo, após isso, o funil foi retirado da argola
do suporte universal, e em seguida, foi feita a agitação vigorosamente por três
vezes da solução, alternando com a abertura da válvula ao lado do funil para
aliviar a pressão no interior do mesmo, misturando-se a solução, após esse
procedimento, colocou-se novamente o funil ao suporte universal para que
acontecesse a decantação da solução durante alguns minutos.
Mediu-se um volume de 15 mL de solução saturada de Cloreto de Sódio
(NaCl) na câmara de exaustão, utilizando-se a proveta, que foi novamente
adicionada à solução no funil que foi fechado, onde a coloração permaneceu
vermelho escuro acima e amarelado abaixo, após isso, o funil foi retirado
novamente do suporte universal e virado por completo, devagar, durante 3 vezes
misturando-se a solução. Após esse procedimento, colocou-se novamente o funil
no suporte universal para que acontecesse a decantação da solução durante 15
minutos.
Enquanto a solução ficou decantando por algum tempo, fez-se a pesagem
da placa de Petri na balança analítica e o peso obtido foi: 45,169 g.
9
Após passar o tempo de separação no funil observou-se a formação de
uma mistura homogênea trifásica que se caracterizavam pelas cores:
avermelhado, alaranjado e incolor, na ordem de cima pra baixo (figura 5).
Característica essa da emulsão que é a suspensão de um material em outro que
não pode ser separado rapidamente por decantação. Está relacionada com a
pequena diferença de densidade entre as duas fases (MOTTA; RODRIGUES,
2009).
Figura 5
R= m
—— x 100%
2,0
R = 0,035
——— x 100%
2,0
R = 1,75%
11
5.4 CARACTERIZAÇÃO
Após os cinco dias de repouso em que ficou a placa de Petri com o sólido,
foi realizada a dissolução do sólido com uma quantidade significativa de
clorofórmio, adicionaram-se uma gota da solução clorofórmica sobre uma lâmina
de vidro, após a secagem da solução a mesma foi levada para o microscópio
fóptico para a observação de cristais (figura 6).
O processo da formação desses cristais é uma operação importante em
química industrial, usada extensivamente em processos de purificação e
separação (JIABIN, JINGANG, 2010).
O estudo de formação de cristais na cafeína por cristalização evaporativa,
foi estuado por Eddleston e Jones em (2010), quando pesquisaram a formação
de cristais tubulares no composto farmacêutico cafeína, onde observaram a
formação de cristais ocos em forma de bastonete (semelhantes aos deste
estudo) com seções transversais hexagonais ou retangulares e diâmetros de
poros variando de 0,1 a 25 µm. Os fatores que favorecem o mecanismo de
formação dos túbulos são os cristais anisotrópicos. Este mecanismo de formação
de cristais tubulares pode ser aplicável a uma ampla gama de espécies químicas,
pois ambos os fatores podem ser alcançados para um determinado composto
através da seleção de condições de cristalização (CAPUCI, 2019).
Figura 6
12
De acordo com o nosso estudo, observamos que o rendimento
obtido de cafeína no pó do guaraná houve uma pequena disparidade com
o esperado pela fabricante Globo do guaraná em pó. O valor encontrado
foi de 1,75% e o valor esperado que estava descrito no rótulo do produto
era de 2% a 4,5%, logo, o resultado encontrado foi um valor aproximado
de acordo com o que estava descrito no rótulo do produto. Acreditamos
que não conseguimos alcançar o resultado esperado, pois alguns fatores
podem ter acontecido durante o processo, como: alguns reagentes
utilizados no laboratório estivessem fora da validade, ou fatores externos.
6. CONCLUSÃO
A prática experimental da extração da cafeína do pó de guaraná foi
de extrema importância, pois trouxe a possibilidade de que os graduandos
consigam fazer uma relação entre a teoria e a prática dos conteúdos
ministrados no decorrer da vida acadêmica, desde os princípios das regras
básicas de laboratório até o atual momento do curso. Além disso, trouxe
também outros conhecimentos experimentais a cerca da extração da
cafeína através do guaraná em pó, como aspectos físicos e químicos
permitindo assim a compreensão mais eficaz do conteúdo repassado.
O método utilizado para extração da cafeína foi o ácido-base, e este
método mostrou-se eficiente.
No experimento realizado, ele se mostrou eficiente, visto que o
rendimento obtido (1,75%) mesmo que tenha apresentado uma
disparidade em relação ao rendimento do produto utilizado que era de 2%
a 4,5%, mas ele chegou bem próximo ao esperado
13
REFERÊNCIAS
14
SANTOS, N. L. CAFÉ E CAFEÍNA: UMA ABORDAGEM CONTEXTUALIZADA
E INTERDISCIPLINAR. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE
QUÍMICA, 2013.
15