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RELATÓRIO

AULA PRÁTICA I
EXTRAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE METILXANTINAS EM DROGAS
VEGETAIS

Karin Beleza Dias Schober Megale


Krisna Ridzi Kathar
Luiz Rafael
Marco Antonio Pereti
Siomar Reis

Farmacognosia Aplicada a Fitoterapia

Professor: Marco Eduardo do Nascimento Rocha

Petrópolis 2022
1- INTRODUÇÃO
Metilxantinas são metabólitos secundários de algumas espécies vegetais, chamados de
pseudoalcalóides por não derivarem de aminoácidos. Alguns autores as consideram
alcaloides púricos devido a sua estrutura química. As mais abundantes são a cafeína,
teofilina e teobromina.
Sua estrutura contém um esqueleto de purina (bases nitrogenadas), tendo um anel
pirimidínico fundido a um anel imidazólico com radicais metil.
A fitoterapia tem por base a utilização de plantas medicinais, que são definidas como
aquelas capazes de produzir metabólitos secundários com funções terapêuticas. As
metilxantinas são importantes para fitoterapia pois são metabólitos secundários de
plantas, consideradas pseudo-alcalóides, sendo alguns de seus efeitos excitatório no
Sistema Nervoso Central, broncodilatador, vasodilatador, hipovolêmico, auxiliando
também no tratamento da enxaqueca.
Algumas espécies apresentam metilxantinas como marcadores químicos, que são
importantes para padronização do medicamento fitoterápico. Algumas delas são: Coffea
arábica (café ), Paullinea cupana ( Guaraná), Theobroma cacao (Cacau), IIes
paraguariensis (Erva-mate) e Cola acuminata (cola).
Muitos medicamentos fitoterápicos são ricos em metilxantinas. Os medicamentos
fitoterápicos de cafeína são indicados como estimulantes do SNC, diminuindo a fadiga e
auxiliando no tratamento da enxaqueca. A teolifina é usada para tratamento da asma,
como broncodilatador. Teobromina tem efeito vaso dilatador, de diminuição da pressão
arterial, diurético diminuindo a hipervolemia e edemas. Recentes estudos demonstram
que a teobromina aumenta o HDL.
Entretanto, mesmo os produtos naturais apresentam importantes interações
medicamentosas. A cafeína, por exemplo, apresenta interações com inibidores da
CYP2A1, com barbitúricos e ansiolíticos. Alguns inibidores da CYP2A1 são as
Quinolonas (ex.: Ciprofloxacino), o cetoconazol (antinflamatório), afluvoxamina
(antidepressivo). Como são inibidores da CYP2A1, a metabolização da cafeína fica
diminuída e com isso aumentando a sua meia vida . Essas associações podem levar ao
aumento do estimulo do SNC. Na interação Barbitúricos e ansiolíticos, como os
benzodiazepínicos, a cafeína, devido ao seu efeito estimulador do SNC, apresenta
mecanismo antagônico a esses medicamentos, podendo diminuir o efeito destes.
2- OBJETIVO
Observação da presença de Metilxantinas.
3- MATERIAIS E MÉTODO
3.1-Materiais

3.1.1-Material Vegetal
Café 2g
Coca-Cola 15 ml

3.1.2-Equipamentos
Balança
Placa de aquecimento
Agodão

3.1.3- Vidrarias
Béquer
Bastão de vidro
Pipeta
Funil pequeno
Provetas de 50 ml
Funil de separação

3.1.4 – Solventes e reagentes


Água destilada
Clorofórmio
HCl 6N
NH4OH 6N
Peróxido de hidrogênio
H2SO4

3.2- Método

3.2.1-Extração de cafeína do café


Pesar 2g de café
Adicionar 10 ml H2SO4 1N
Adicionar 5 ml H2O
Levar à ebulição por 3 minutos
Filtrar o extrato ácido em um funil de separação colocando o funil de vidro com o
algodão no orifício superior do funil de separação
Adicionar ao filtrado NH4OH 6N até que ocorra a reação
Agitar com 3ml de clorofórmio
Separar a fase clorofórmica

3.2.2 – Extração de cafeína da Coca-Cola


Adicionar 15 ml de Coca-Cola
Adicionar 10 ml H2SO4 1N
Levar à ebulição por 3 minutos
Filtrar o extrato ácido em um funil de separação colocando o funil de vidro com o
algodão no orifício superior do funil de separação
Adicionar ao filtrado NH4OH 6N até que ocorra a reação
Agitar com 3ml de clorofórmio
Separar a fase clorofórmica

3.2.3-Identificação de metilxantinas
Evaporar a fase clorofórmica na placa de aquecimento
Adicionar 5 gotas de HCl 6N ao resíduo
Adicionar 6 gotas de H2O2 ao resíduo, homogeneíze
Evapore em placa de aquecimento
Adicionar 3 gotas de NH4OH 6N ao resíduo
4- RESULTADOS

Levamos a ebulição as soluções ácidas de Coca-Cola e de café, neste momento já


notamos que a solução de café apresentava uma cor mais intensa.

Solução Coca-Cola

Solução café

Fig.1 soluções de Coca-Cola e café

Após a reação alcalina e adição de clorofórmio, separamos a fase clorofórmica.

Fase clorofórmica

Fig. 2 Extração fase clorofórmica da Coca-Cola

Fase clorofórmica

Fig. 3 Extração fase clorofórmica do café


Fig. 4 Resíduos das soluções clorofórmicas evaporadas
No béquer 1, a solução clorofórmica do café após a evaporação apresentou uma cor
acastanhada.
No béquer 2, a solução clorofórmica da Coca-Cola após a evaporação ficou
transparente.
Notamos que, após a evaporação, o resíduo de cafeína da extração do café (primeiro
béquer) era mais concentrado que da extração da Coca Cola (segundo béquer), por isso
apresentou uma coloração castanha.

Fig. 5 Resíduos de cafeína após o teste da murexida

Realizamos o teste da murexida nos resíduos, adicionando HCl a 6N e H 2O2 e


evaporamos. Não tivemos alteração da coloração. Adicionamos, então, NH4OH.
Obtivemos uma leve mudança no tom castanho do resíduo de cafeína extraída do café.
.
5 – CONCLUSÃO
Diante das análises realizadas, pudemos concluir que a concentração de cafeína no café
é bem maior que na Coca-Cola. Entretanto, mesmo havendo cafeína no café, sua
identificação não ficou tão clara, pois, no teste da murexida, após adição de HCl a 6N e
H2O2 e evaporação, deveria ter revelado uma coloração vermelha e, após a adição de
NH4OH deveria apresentar uma coloração violeta intensa.
6- REFERÊNCIAS

1 - Alcaloides púricos disponível em www.sbfgnosia.org.br


2-Mattila MJ & Nuotto E: Cafeína e teofilina neutralizam os efeitos do Diazepam no
homem. Med Biol 1983; 61:337-343.
3-Arquivo SE, Bond AJ & Lister RG: Interação entre efeitos da cafeína e Lorazepam em testes
de desempenho e autoavaliações. J Clin Psychopharmacol 1982; 2:102-106.
4-https://repositorio.uniube.br/bitstream/123456789/508/1/METODOLOGIAS%20DE%20EXTRACAO%20DE%20CAFEINA.pdf

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