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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

THIAGO DE CASTRO ROZADA

PRÁTICA 4. ISOLAMENTO DA CAFEÍNA DO CHÁ

BRUNA LUISA SALDANHA - 129618


LARISSA BERGAMO DO NASCIMENTO VIDAL - 128796
MARIANA OLIVERA SANTOS - 128940
STÉPHANI PATEL PASQUALOTTO - 129168

MARINGÁ
11 DE AGOSTO DE 2023
1. Introdução
Para que se haja compreensão da prática a ser apresentada neste relatório, faz-se
necessário o conhecimento de alguns termos e conceitos químicos.
A cafeína é uma substância de caráter básico derivada principalmente de plantas, são
alcalóides, aminas cíclicas que possuem anéis heterocíclicos contendo nitrogênio, sendo
responsáveis pelo sabor amargo de muitas plantas e causam dependência. Encontrado em
grande quantidade nas sementes de café, nas folhas chá verde também pode ser achado em
outros produtos vegetais, particularmente no cacau , no guaraná e na erva-mate. Embora uma
parcela pequena da população consuma cafeína na forma de fármacos, como por ex.
antigripais, grande parte deste alcalóide é ingerida na forma de bebidas. [1]

A Erva-mate é uma planta nativa das regiões subtropicais, e teve os primeiros


registros do seu consumo iniciado pelos povos indígenas Guaranis e Guaíra. A planta ficou
conhecida por possuir muitas propriedades bioativas, devido a presença de compostos
fenólicos, saponinas e metilxantinas, que atribuem efeitos antioxidantes, anti microbiano e
etc. [2]
A extração líquido-líquido descontínua, foi como se fez o isolamento da cafeína. É
um processo útil para quando a diferença de solubilidade do soluto em ambos os solventes
não é muito grande, o solvente orgânico passa continuamente sobre a solução contendo o
soluto, levando parte deste consigo, até o balão de fundo. Como o solvente está sendo
destilado, o soluto vai se concentrando no balão de fundo, sendo possível o processo de
sublimação da cafeína, uma reação endotérmica.

2. Parte Experimental
No experimento de isolamento da cafeína do chá, colocou-se 10 g de folhas de chá
mate em um béquer com 100 mL de carbonato de sódio 4% (Na₂CO₃) e aquecido em um
sistema de bico de Bunsen, tomando cuidado com a chama para ter uma ebulição suave
durante 10 minutos. Logo após tirar a solução da chama, filtrou-se o chá, utilizando um
béquer, funil e papel filtro e descartou-se a parte sólida corretamente. Esperou-se o filtrado
esfriar à temperatura ambiente para avançar a próxima etapa do experimento.
Para a próxima etapa, primeiramente, testou-se um funil de separação com água
destilada, para observar se há vazamentos no equipamento. Após comprovar a eficácia,
colocou-se o filtrado em temperatura ambiente no funil de separação com 15 mL de
diclorometano (CH₂Cl₂), adicionado posteriormente, agitou-se cautelosamente para que não
houvesse emulsão e até que não formasse mais gases, deixou-se o funil em repouso para ter a
separação de fases. Em um béquer limpo, foi extraído a fase orgânica, onde contém cafeína
com diclorometano. Esse procedimento ocorreu três vezes, sempre adicionando 15 mL de
diclorometano.
Tendo toda a fase orgânica extraída, adicionou-se no béquer sulfito de sódio anidro
(Na₂SO₃) agitando cautelosamente. Por fim, filtrou-se a fase orgânica, utilizando-se funil de
vidro e papel filtro para um balão de fundo redondo de 50 mL e foi anotada sua massa total.
O balão de fundo redondo foi acoplado a um sistema de evaporação rotativa, o qual já estava
montado no laboratório, utilizando-se garras na conexão para maior segurança. Ajustou-se a
rotação a uma velocidade moderadamente rápida e controlou-se a temperatura do banho para
uma evaporação suave.
Por fim, após o solvente ser completamente removido, retirou-se o balão de fundo
redondo do sistema, deixando-o esfriar para que a última pesagem pudesse ser realizada.

3. Resultados e discussão
É possível perceber que, ao longo do experimento, as folhas de chá foram aquecidas
em solução aquosa de Na2CO3 4% e filtrado, pois, assim, o Na2CO3 é capaz de retirar os
hidrogênios ácidos, tornando as demais moléculas presentes no filtrado final dessa etapa,
mais solúveis em fase aquosa do que em fase orgânica, permitindo assim que, ao adicionar o
diclorometano (CH2Cl2), a cafeína fique isolada dos demais compostos.
A solução resultante de fase orgânica, armazenada em um erlenmeyer, teve o sal
anidro adicionado para que ele retirasse qualquer parte aquosa que pudesse ter sobrado. Por
isso é necessário filtrar novamente antes de armazená-la em um balão de fundo redondo para
a remoção do solvente.
Ao adicionar o filtrado no balão, os dois, mais um suporte de isopor, foram pesados,
tendo um valor de 113,001 g. Após a remoção do solvente por meio do evaporador rotativo, o
conjunto foi pesado novamente, tendo um valor de 113,005 g. Consequentemente,
concluímos que havia 0,4 mg de cafeína na amostra.
Ao procurar na literatura, encontramos que o chá mate tem, em média, 7 mg de
cafeína por 100 mL [3]. Como a amostra inicial continha 10 g de chá, teria-se como valor
esperado um total de 0,7 mg, portanto o resultado obtido experimentalmente, apesar de não
ser exato, se aproxima consideravelmente ao valor da literatura.
Ademais, tem-se que o rendimento final foi de 4%, segundo expressão abaixo.
Massa do chá utilizada ______________100%
Massa de cafeína extraída____________x

10 g ____________100%
0,0004 g_________0,004%

4. Conclusão
Tendo em vista os resultados obtidos acima, podemos concluir que o valor de 4 mg de
cafeína, para as 10 g de chá mate é um valor considerado razoável visto que na literatura
pudemos encontrar que o teor de cafeína do chá mate se mantém em torno de 7 mg para 10 g
de chá, ou seja, 7%. Sendo assim, possivelmente perdemos cafeína durante o experimento no
momento de extração com o solvente orgânico, mas por conta do baixo rendimento, qualquer
mínima perda já causa grande influência no valor obtido.

5. Referências
1. DE MARIA, Carlos A. B.; MOREIRA, Ricardo F. A. Analytical methods for
caffeine. Disponível em SciELO - Brasil - Cafeína: revisão sobre métodos de análise
Cafeína: revisão sobre métodos de análise. 2007. Departamento de Ciências Fisiológicas,
Instituto Biomédico, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Acesso em: 11 de
agosto de 2023.
2. PICCOLI, Regina Maria. EFEITOS DA ERVA-MATE (Ilex Paraguariensis
A. St.-Hil.) NO ORGANISMO HUMANO. 2017. Departamento de Ciências da Saúde da
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, URI - Erechim. Acesso em:
11 de agosto de 2023.
3. REDAÇÃO MUNDO ESTRANHO. É verdade que o chá-mate tem mais
cafeína que o café? Disponível em:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/e-verdade-que-o-cha-mate-tem-mais-cafeina-que-o
-cafe. Acesso em: 11 ago. 2023.

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