ANÁLISE FITOQUÍMICA DA PLANTA QUEBRA-PEDRA – Phyllanthus niruri L.
Tatiana Malcher
Instituto de Ciências da Educação (ICED) - Unidade Rondon
Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA
Química Orgânica Experimental I
Resumo:
Esta pesquisa tem o objetivo de realizar os
testes fitoquímicos para os metabólicos
secundários para a Phyllanthus niruri L.,
“quebra-pedra”, além de fazer um
comparativo com testes produzidos por
outros autores. Assim, para que os testes
sejam efetuados os métodos utilizados
foram com base nos artigos “Análise
Fitoquímica dos metabolismos secundário
da raiz e folha Phyllanthus niruri L. (Quebra-
pedra) e “Análise fitoquímica da espécie
Phyllanthus niruri L. (quebra-pedra)” de
Fernandes et al. e ROSÁRIO & ALMEIDA.
Os resultados obtidos constataram
negativos para a maior parte dos testes,
como os flavonoides, antraquinonas e
esteroides e triterpenoides, contudo,
mostrou um parecer positivo para
saponinas e taninos. Portanto, através dos
resultados foi demonstrado a importância
da Quebra-pedra para usos medicinais
devido as propriedades terapêuticas dos
metabólicos secundários.
Palavras-chave: Fitoquímicos, Quebra-
Pedra e Terapêutico.
1. Introdução:
Experimentos fitoquímicos são
testes realizados para estudar os princípios
ativos, conhecer as substâncias
constituintes e as propriedades das
espécies de plantas, estes compostos
podem ser conhecidos também como
metabólicos secundários, por conseguinte,
as principais substâncias encontradas são
os alcaloides, flavonoides, taninos,
antraquinonas, saponinas, polissacarídeos
e entre outros (FERNANDES et al., 2021).
Estas substâncias são de grande
importância para saúde o que acaba
despertando o interesse da indústria
farmacêutica para o desenvolvimento de
fármacos com fins terapêuticos.
Os compostos fitoquímicos podem
ser encontrados nas mais diversas
espécies de plantas como os vegetais,
legumes, raízes, sementes, grãos e entre
outros (ROSÁRIO & ALMEIDA, 2016).
A espécie de planta chamada
Phyllanthus niruri L. ou popularmente
conhecida como “quebra-pedra” pertence
ao gênero Phyllanthus e a família
Euphorbbiarceae a qual é fonte de
pesquisas a muito tempo devido as
indicações (ROSÁRIO & ALMEIDA, 2016).
Tal espécie é encontrada em regiões
tropicais e subtropicais com ocorrência em
quase todo Brasil ela também é de fácil
acesso à população, pois a Phyllanthus
niruri cresce em rachaduras, frestas, muros
e calçadas, ela pode chegar cerca de 30 a
40 cm de altura (OLIVEIRA et al., 2012).
A planta pode ser administrada por
chá ou extrato aquoso, desse modo, ela é
muito utilizada terapeuticamente na
medicina popular para o tratamento de
cálculos renais (pedra nos rins), além de
que suas propriedades podem agir como
diurética, litolítica, colaborar na excreção do
ácido úrico e auxiliar no combate de
problemas urinários em geral (MARQUES,
2010).
Ademais, as especificidades da
planta fazem com que ela se comporte
como um analgésico e promova o
relaxamento da uretra o qual colabora na
eliminação dos cálculos renais sem que
ocorra o aparecimento de dores,
sangramento e haja vista também que
nenhum estudo o qual foi comprovado
houve implicações toxicológicas, sem
quaisquer contraindicações (FERNANDES
et al., 2021; MARQUES, 2010).
Em vista da importância desta
espécie, este trabalho tem objetivo de
realizar os testes fitoquímicos para a
detecção dos metabólicos secundários
para a Phyllanthus niruri L., “quebra-pedra”,
além de fazer um comparativo com testes
produzidos por outras pesquisas.
1
 2. Metodologia: Imagem 2 – solução espumídica

2.1. Obtenção do Extrato Bruto:

A Phyllanthus niruri L. foi adquirida
por meio da compra de 2 pacotes de 30g,
onde a planta já se encontrava desidratada,
seca e parcialmente triturada. Dessa forma,
ela foi moída no liquidificador para diminuir
ao máximo sua granulometria.
A preparação do extrato alcoólico
consistiu na adição de aproximadamente
2,0434g de extrato seco em 30mL de álcool
etílico, assim essa mistura ficou em
repouso por duas semanas. Fonte: autoria própria

Imagem 1 – a) extrato seco; b) extrato alcoólico

b) Taninos
Pesou-se 0,052g de extrato seco o
qual foi dissolvido em 5mL de água
destilada. A mistura foi filtrada com papel
filtro e transferida para um tubo de ensaio.
Após isso, adicionou-se 3 gotas de uma
solução previamente preparada de FeCl3
10% com auxílio de uma pipeta pasteur. Por
conseguinte, houve a mudança de
coloração da solução de uma tonalidade
verde o qual indica a presença de taninos
catéquicos.

Imagem 3 – Solução esverdeada

Fonte: autoria própria

2.2. Análises Fitoquímicas:

Foram desenvolvidas técnicas para
as análises de cunho qualitativo de acordo
com os artigos “Análise Fitoquímica dos
metabolismos secundário da raiz e folha
Phyllanthus niruri L. (Quebra-pedra) e
“Análise fitoquímica da espécie Phyllanthus
niruri L. (quebra-pedra)” (Fernandes et al.
2021; ROSÁRIO & ALMEIDA, 2016).

a) Saponinas Fonte: autoria própria

Foi pesado aproximadamente 5g do
extrato seco na balança e em seguida
adicionou-se 5mL de água destilada e
depois diluída para 15mL. A solução foi
transferida para um recipiente com tampa e
agitada permanentemente por 2 minutos,
foi esperado então 30 minutos e apresentou
a formação de espuma abundante a qual é
indicativo de saponinas.
c) Polissacarídeos
Foi adicionado 3,5mL do extrato
alcoólico e duas gotas de solução de iodo
2% da marca Uniphar – adquirido em
farmácia – em um tubo de ensaio. Era
esperado atingir uma coloração azulada a
qual é indicativo da presença de
polissacarídeos.

2
Imagem 4 – solução amarelada, sem indicativo de f) Tanino (gelatina):
polissacarídeos Foi pesado 0,05g de gelatina. Em
seguida, aqueceu-se 2mL de água
destilada utilizando a resistência
aquecedora elétrica, esta água foi
adicionada na gelatina para dissolvê-la.
Após isso, 3,5mL do extrato alcoólico foi
posto na gelatina. Era esperado observar
uma precipitação a qual é indicativo da
presença de taninos.

Imagem 6. Solução sem precipitado, sem indicativo

de tanino
Fonte: autoria própria

d) Flavonoide
Foi adicionado 3,5mL do extrato
alcoólico em um tubo de ensaio e exposto
ao sol (radiação luminosa ultravioleta) por
cerca de 20 minutos, em seguida foram
postas na amostra 3 gotas de uma solução
previamente preparada de AlCl3 2%. Era
esperado atingir aspectos fluorescentes de
coloração esverdeada a qual é indicativo da
presença de flavonoides. Fonte: autoria própria

Imagem 5 – solução sem indicativo de flavonoides

g) Esteroides e Triterpenoides
Foi pesado aproximadamente 0,1g
do extrato seco e adicionou 10mL de
clorofórmio o qual foi transferido para um
tubo de ensaio. Em seguida, colocou-se de
1mL de anidrido acético e 3 gotas de ácido
sulfúrico. Era esperado atingir as
colorações do azul evanescente ao verde
persistente, as quais é indicativo da
presença de esteroides e triterpenoides.

Imagem 7 – solução sem precipitado, sem

indicativo de esteroides e triterpenoides
Fonte: autoria própria

e) Antraquinona
Foi adicionado 3,5mL do extrato
alcoólico em um tubo de ensaio e em
seguida foram postas na amostra 1 gota de
peróxido de hidrogênio de 30V e 1 gota de
Hidróxido de amônia. A solução foi agitada
para que seus componentes sejam
misturados. Era esperado atingir uma
coloração vermelha a qual é indicativo da
presença de antraquinonas.
Fonte: autoria própria

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 3. Resultados e Discussões
Quadro 2. Resultados dos metabólicos
secundários da quebra-pedra dos dois autores.
Os resultados obtidos dos testes
Metabólicos
fitoquímicos para a Phyllanthus niruri L. Artigo 1 Artigo 2
secundários
foram apresentados no Quadro 1 para os
metabólicos secundários: saponinas, Saponina Negativo Negativo
taninos, polissacarídeos, flavonoides, Tanino Positivo -
antraquinonas, esteroides e triterpenoides. Polissacarídeo Negativo Negativo
Flavonoide Positivo Negativo
Quadro 1. Resultados positivos e negativos dos Antraquinona Negativo Positivo
metabólicos secundários da quebra-pedra. Tanino
Positivo -
Metabólicos (gelatina)
Positivo Negativo
secundários Esteroides e
- Positivo
Saponina x Triterpenoides
Tanino x Fonte: FERNANDES et al., 2021; ROSÁRIO &
Polissacarídeo x ALMEIDA, 2016.
Flavonoide x
Antraquinona x Vários fatores podem ter contribuído
Tanino para a variação dos resultados, visto que o
x extrato adquirido foi comprado em mercado
(gelatina)
Esteroides e o qual já estava seco, sem ter
x conhecimento da procedência, ou seja, se
Triterpenoides
Fonte: autoria própria a planta havia passado por um certo
controle de qualidade quanto a sua coleta e
Ao realizar um comparativo com os preparação do extrato seco e não conhecer
testes fitoquímicos de Fernandes et al., o local ou ambiente onde foi colhido a
2021 e ROSÁRIO & ALMEIDA, 2016 quebra-pedra. Dessa forma, fatores como
verificou-se que os taninos (cloreto férrico), mudanças climáticas, meio ambiente, solo
polissacarídeos e antraquinonas obtiveram podem interferir em diferentes resultantes,
os mesmos resultados, porém, a saponina tanto como positivo como negativo quanto
obteve um resultado adverso visto que a presença dos metabólicos secundários,
tanto na pesquisa de Fernandes e de assim, é imprescindível que pesquisas
Rosário e Almeida conseguiram resultados desse cunho sejam desenvolvidas em um
negativos. No caso dos taninos (reação ambiente controlado para não influenciar na
com a gelatina), esteroides e triterpenoides confiabilidade dos resultados
os testes resultaram em negativos o que (FERNANDES et al., 2021).
ocorreu diferente de apuramentos dos O uso da Phyllanthus niruri L. como
outros artigos. Ademais, para os fitoterápica ou de qualquer outra planta pela
flavonoides o qual utilizou o cloreto de população faz parte da cultura que foi
alumínio a resultante foi nula, pois era repassada de geração em geração utilizada
necessário que amostra fosse exposta à desde os tempos remotos, isso por que, o
radiação luminosa ultravioleta (sol), uso de plantas medicinais possui menos
contudo, o dia que foi executado o teste efeitos colaterais do que remédios
estava nublado com baixo índice luminoso, produzidos industrialmente além do seu
assim este fator poderá ter interferido no fácil acesso e custo-benefício
resultado. (FERNANDES et al., 2021).
O quadro a seguir mostra os De acordo com a literatura alguns deste
resultados dos outros autores em relação a metabólicos secundários como os
seus testes fitoquímicos, onde o artigo 1 flavonoides detêm de propriedades
será o de FERNANDES et al. e o artigo 2 farmacológicas essenciais como
corresponderá a ROSÁRIO e ALMEIDA. antitumoral, anti-inflamatória,
antimicrobiana, antioxidante e entre outros
(SANTOS & RODRIGUES, 2017). Outra
substância que merece destaque são os
Taninos classificados como polifenóis, os
quais podem ser empregados no
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tratamento de problemas estomacais, do
coração, do trato urinário, processos
inflamatórios etc. (PANSERA et al., 2003).
Ademais, além destes, muitos metabólicos
também contêm propriedades importantes
para o uso terapêutico.
Em vista do exposto, verificou-se por
meio da literatura que as substâncias
fitoquímicas apresentam diversas
propriedades terapêuticas muito
importantes para a saúde humana, assim,
essas moléculas presentes na Phyllanthus
niruri L. comprovadas pelos testes
fitoquímicos não somente realizadas neste
trabalho, mas também, por pesquisas
promovidas por outros autores
demonstraram a importância da Quebra-
pedra como uso medicinal.
4. Conclusões:
Ao realizar os testes fitoquímicos
observou-se somente a presença de
saponinas e taninos, visto que em teste
feitos por outros autores foram
comprovados além desses o aparecimento
de flavonoides, antraquinonas, taninos
(gelatina) e esteroides e triterpenoides.
Assim, como discutido anteriormente a
amostra da Quebra-pedra não foi obtida de
forma ideal, o que torna os resultados não
confiáveis, desse modo, é importante levar
em consideração as determinações da
literatura. Também é possível levar em
consideração a constatação da presença
de saponinas, pois nas demais pesquisas
não foi detectado este metabólico, o que
poderá contribuir para estudos futuros.
Portanto, através desta pesquisa foi
possível aprender na prática sobre a
prospecção química das plantas,
especialmente a Phyllanthus niruri L. a qual
foi objeto de estudo e, por meio das
propriedades medicinais, a sua importância
para o uso terapêutico.
MARQUES, L. C. Phyllanthus niruri
(QuebraPedra) no Tratamento de
Urolitíase: Proposta de Documentação para
Registro Simplificado como Fitoterápico.
Revista Fitos,
v. 5, n. 03, p. 20-33, 2010.
OLIVEIRA, B. E. D.; SOUSA, G. S.; MELO,
H. D.; PEREIRA, J. F.; ALVES, L. A.;
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e avaliação da atividade antibacteriana de
Phyllanthus Niruri (Quebra - Pedra) em
Escherichia coli. In: Congresso Norte e
Nordeste de Pesquisa e Inovação. Anais...
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PANSERA, M. R.; SANTOS, A. C. A.;
PAESE, K.; WASUM, R.; ROSSATO, M.;
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L. A. (2003). Análises de taninos totais em
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ROSÁRIO, Ana Carolina de Almeida do;
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Phyllanthus niruri L. (quebra-pedra).
Estação Científica (UNIFAP), Macapá, v. 6,
n. 1, p. 35-41, jan./abr. 2016.
SANTOS, D. S., & RODRIGUES, M. M. F.
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flavonoides: um estudo de revisão. Estação
Científica (UNIFAP), Macapá, 7(3), 29-35.

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Research, Society and Development, [S. l.],
v. 10, n. 4, p. e18410414051, 2021.