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RELATÓRIO FINAL
Ilhéus, 14/08/2015
1. Resumo
A prospecção química vem contribuir com a caracterização dos metabolitos,
sendo um importante recurso para a associação com a capacidade de sequestro radicalar,
em que tais produtos podem ser fontes promissoras de antioxidantes naturais.
Considerando o grande potencial terapêutico das plantas medicinais utilizadas na região
Sul da Bahia, principalmente pertencentes a família Asteraceae, este trabalho teve como
objetivo quantificar os teores dos metabólitos (compostos fenólicos totais; flavonoides;
antocianonas; carotenoides e taninos) das folhas secas (FS) das espécies Bidens pilosa e
Sphagneticola trilobata bem como avaliar a atividade antioxidante (AAO) do extrato
etanólico foliar (ETA). Para a AAO, adotou-se o método DPPH (1,1-difenil-2-
picrilhidrazila), usando o ácido ascórbico (ASC) como referência. O ETA foi diluído
nas concentrações de 5 a 500µg/mL, realizando-se a leitura a 515nm. Calculou-se a
porcentagem de sequestro de radicais livres (%SRL) para obtenção da concentração
efetiva (CE50) e o Índice de Atividade antioxidante (IAA). Os teores de flavonoides
foram maiores para B. pilosa de 478,3 ± 0,4 mg/100g enquanto que para a S. trilobata
261.8 ± 0.02 mg/100g. Para a AAO da B. pilosa a partir da %SRL, obteve-se a CE50 de
38,4 µg/mL e o IAA de 3,1 e para S. trilobata obteve-se CE50: 48.6 µg/mL e IAA 2.4 O
ASC apresentou CE50 de 18,9 µg/mL e IAA 6,2. O ETA de B. pilosa e S. trilobata
apresentaram forte AAO, o que indica o provável indicativo das espécies para futuras
aplicações como antioxidante natural.
2. Introdução
3. Material e Métodos
3.1. a - Coleta do material vegetal
Em que:
A =absorvância (450nm ); coeficiente de extinção molar do β-
caroteno em éter de petróleo = 2592.
Foi adotado o procedimento conforme (Silva et al, 2014), usando ácido ascórbico
como referência para a determinação da atividade antioxidante, sendo assim foi
preparada uma solução de DPPH (SIGMA) à 0,3mMol com absorção molecular obtida
na faixa entre 0,6-0,8 através do espectrofotômetro modelo Nova 1600UV. No
decorrer de todo o experimento evitou-se a exposição dos reagentes à luminosidade do
ambiente. A partir das soluções mãe 1000µg.mL-1 das amostras S. trilobata e B. pilosa
em etanol preparou-se as concentrações de 5, 27.5, 50, 72.5, 125, 250 e 500 µg.mL-1.
As concentrações foram submetidas à reação, em triplicata, com o radical DPPH· em
uma proporção de 2,5mL de amostra e 1,0mL de DPPH num total de 3,0mL ao abrigo
da luz por 30min. Após este período foram feitas as leituras das absorvâncias em
comprimento de onda de 515nm, em triplicata. O controle positivo foi realizado com
o ácido ascórbico nas mesmas concentrações das amostras e a solução controle
negativo foi preparado com 2,5mL do solvente (etanol) e 1,0mL da solução de DPPH·
sem a presença de antioxidantes, em triplicata. A porcentagem de sequestro de radicais
livres (%SRL) foi calculada correlacionando-se a absorvância média de cada amostra
com a absorvância da solução controle ao final da reação conforme equação 6. A
concentração efetiva (CE50) foi calculada a partir de uma curva de regressão linear,
obtida através das concentrações das amostras e o restante do SRL, que corresponde à
diferença entre o valor máximo e a quantidade de SRL encontrada. O índice de
atividade antioxidante (IAA) foi calculado correlacionando-se a massa de DPPH
(μg.mL-1) com CE50 (μg.mL-1) conforme Equação 7:
Equação 6
Equação 7
Aproximadamente 10g de folhas secas das amostras foram trituradas (figura 1),
afim de obter uma maior superfície de contato e consequentemente uma melhor
extração dos componentes químicos da amostra. Esse material foi rotulado e
adequadamente armazenado em frascos de vidros vedados, afim de evitar umidade, e
ao abrigo da luz para realização dos experimentos de prospecção fitoquímica.
Figura 2 - β-caroteno
Figura 5 - Reação da vanilina com a Catequina formando um aducto colorido com absorvância máxima a
517nm.
Tabela 2 - Quantificação dos teores de compostos fenólicos das folhas secas de WTB e BBP.
AMOSTRAS MASSA (g) abs abs média Teor (mg EAG/100g extrato)
WTB1 0.3002 0.0408 0.0408 0.0408 0.0408 147.45
WTB2 0.3000 0.0397 0.0397 0.0397 0.0397 144.85
WTB3 0.3000 0.0434 0.0434 0.0433 0.0434 153.84
-1 148.7 ± 3.4
Teor médio (mg.100g )
BBP1 0.3002 0.0569 0.0568 0.0569 0.0569 11.2
BBP2 0.3003 0.0305 0.0305 0.0305 0.0305 7.3
BBP3 0.3002 0.0407 0.0408 0.0408 0.0408 8.9
-1 152.1 ± 0.2
Teor médio (mg.100g )
abs: absovância; WTB: S. trilobata BBP: B. pilosa; p<0,05. EAG: Equivalente Ácido Gálico
Tabela 4 - Quantificação dos teores de flavonoides das folhas secas de S. trilobata e B. pilosa.
AMOSTRAS MASSA (g) abs abs média Teor (mg ER/100g extrato)
WTB1 0.2500 0.1787 0.1785 0.1785 0.1786 261.8
WTB2 0.2500 0.1777 0.1774 0.1775 0.1775 258.4
WTB3 0.2500 0.1796 0.1796 0.1795 0.1796 265.2
-1
Teor médio (mg.100g ) 261.8 ± 0.02
BBP1 0.2502 0.2267 0.2267 0.2268 0.2267 422.1
BBP2 0.2506 0.2607 0.2607 0.2607 0.2607 534.4
BBP3 0.2504 0.2437 0.2437 0.2438 0.2437 478.3
-1
Teor médio (mg.100g ) 478.3 ± 0.4
abs: absovância; WTB: S. trilobata BBP: B. pilosa; p<0,0; ER: Equivalente Rutina
Os flavonoides são estruturas polifenólicas de baixo peso molecular os quais
podem ser encontrados naturalmente nas plantas, possuem propriedades cromóforas,
desta forma também contribuem com a coloração das folhas e flores, além de ser
capaz de absorver a radiação UV e visível do espectro solar, protegendo assim as
plantas desta radiação (MOON et al, 2006). Metabólitos secundários assim como os
flavonoides, estão presentes em estudos de plantas como responsáveis por importantes
atividades biológicas, tais como citotóxicas, antitumoral, pesticida, vermicidas,
antimicrobiana, etc. (SANTOS, 2007)
Para esta classe de compostos químicos, a B. pilosa apresentou significativamente
o maior teor 478,3mg.100g -1 em comparação com o obtido com o extrato da folha seca
de S. trilobata. Estes resultados indicam que os extratos etanólicos das folhas de B.
pilosa pode ser considerada uma fonte de compostos fenólicos com possível atividade
antioxidante, pois muitos autores relacionam o teor de compostos fenólicos com
atividade antioxidante (NASCIMENTO, 2006; SOUSA et al, 2007; CARPES, 2008;
DUZZIONI, 2010; PINHEIRO, 2013;).
A tabela 7 abaixo traz o resumo dos teores mensurados para as espécies S.
trilobata e B. pilosa nos ensaios de bioprospecção fitoquímica realizados neste estudo.
Tabela 5 - Dados gerais da prospecção fitoquímica obtidos para ambas as espécies estudadas neste
trabalho
Concentração (µg.mL-1)
Amostras
250 125.0 72.5 50.0 27.5 5.0
Abs 1 0.0929 0.0724 0.1344 0.2384 0.4443 0.6133
WTB Abs 2 0.0905 0.0710 0.1266 0.2230 0.4564 0.6299
Abs 3 0.0900 0.0704 0.1328 0.2255 0.4650 0.6310
80.3 31.7 ±
%SRL 86.5 ± 0.2a 89.4 ± 0.1a 66.0 ± 0.9c 7.3 ± 1.1e
±0.5b 1.1d
Abs 1 0.0946 0.0755 0.1004 0.2445 0.4195 0.6347
BBP Abs 2 0.0942 0.0746 0.0940 0.2509 0.4043 0.6173
Abs 3 0.0955 0.0764 0.0980 0.2014 0.4080 0.6250
%SRL 86.5 ± 0.1a 89.2 ± 0.1a 85.4 ±0.3 66.9 ± 2.9 38.4 ± 0.9 10.9 ±0.9
Abs 1 0.0186 0.0186 0.0209 0.0194 0.0242 0.4321
Padrão Abs 2 0.0186 0.0186 0.0216 0.0194 0.0218 0.4322
Abs 3 0.0186 0.0186 0.0213 0.0195 0.0216 0.4322
%SRL 97.3 ± 0.01* 97.3 ± %* 96.81 ± * 97.2 ± 0.01 96.6 ± 0.2 37.7 ± 0.01
abs: absovância; WTB: S. trilobata; BBP: B. pilosa; p>0,05.
Figura 8 - Correlação crescente de compostos fenólicos totais com IAA das folhas secas de B. pilosa
e S. trilobata. FONTE: Dados da pesquisa
5. Conclusões
AGRA, M.F., Silva, K.N., Basílio, I.J.L.D., França, P.F. & Barbosa-Filho, J.M.
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7. Publicações
Aluno de IC
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Gerência de Pesquisa
Rodovia Ilhéus-Itabuna, Km 16 – Ilhéus-BA – Brasil - CEP 45.650-000
Fone: (73)680-5129
E-mail: gpesquisa@uesc.br
1.4. DATA DE INGRESSO NA EQUIPE: 08/2014 1.5. PERÍODO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:
08/2014 a 07/2015
1.6. TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: 1.7. N° CADASTRO PROPP:
Estudos de Plantas Medicinais Aromáticas da Família
Sem registro
Asteraceae
2. DESEMPENHO
2.1. PARTICIPAÇÃO DO BOLSISTA NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO E, OU GRUPO DE PESQUISA
(atribuir notas de 0 – 5)
NÃO SE APLICA
AULAS E SEMINÁRIOS: () (X)
APRESENTAÇÃO DE COMUNICAÇÕES EM () (X)
SEMINÁRIOS/CONGRESSOS:
DISCUSSÕES TÉCNICAS: (4) ()
COLETA DE DADOS: (5 ) ()
ANÁLISE DE DADOS: ( 4) ()
OUTROS TIPOS DE PARTICIPAÇÃO (ESPECIFICAR): () (X)
2.2. ANÁLISE DO DESEMPENHO (atribuir notas de 0-5):
INICIATIVA: (5) CRIATIVIDADE: (5)
QUALIDADE DOS TRABALHOS
LIDERANÇA ( 4,5 ) (5)
DESENVOLVIDOS/RESULTADO FINAL
CAPACIDADE DE REFLEXÃO ( 4,9 ) CAPACIDADE DE DISCUSSÃO (4)
ASSIDUIDADE: (5) RESPONSABILIDADE: (5)
3. PARECER (OBRIGATÓRIO) E OBSERVAÇÕES (SE HOUVER)
4. CONTINUIDADE NO PROGRAMA
Orientador