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Unidade - 05
Curvas características das bombas
1. Introdução
As curvas características são diagramas que retratam o comportamento das bombas, mostrando o
relacionamento de interdependência existente entre as grandezas que caracterizam o seu funcionamento e
são ferramentas fundamentais na especificação e escolha das mesmas.
As curvas características são obtidas pelos fabricantes de bombas em bancadas de ensaios de
bombas em instalações típicas do tipo mostrado na figura 01. As principais curvas características das
bombas são mostradas na figura 02, a seguir:
Diferentes tipos de rotores podem ser utilizados numa determinada carcaça de uma bomba. Por
isto os fabricantes de bombas fornecem as curvas do comportamento de vários conjuntos de rotores, para
uma mesma carcaça num único gráfico, tal como mostrado na figura 02.
Observa-se que a bomba, dependendo do diâmetro, apresenta curvas H-Q diferentes. Também
mostra que o rendimento da bomba apresenta faixas de valores diferentes mostrados nas curvas de
iso-rendimento, dependendo da solicitação do sistema, isto é da H-Q requerido.
Também é representada a curva NPSH (altura positiva liquida de aspiração) e a curva de potência
de acionamento da bomba.
A Figura 03 mostra um gráfico com toda a faixa de operação de famílias típicas de bombas
centrífugas de determinado fabricantes. Se o ponto de operação requerido num sistema de bombeamento
está dentro da área demarcada significa que uma das bombas do fabricantes pode suprir as necessidade de
operação requeridas
A figura 4 mostra as curvas típicas de bombas centrifugas típicas. Observa-se no gráfico superior
que existem 05 curvas de altura manométrica H x vazão Q correspondente a 05 rotores com diâmetros
diferentes. Mostram-se também:
Observamos que este valor é muito próximo ao especificado pelo fabricante. Um outro exemplo
em que se deseja operar um sistema com uma vazão de 200m3/h e altura manométrica de 44m.
Utilizando o mesmo gráfico da figura 4, observa-se que o ponto de operação desejado se encontra
entre as curvas dos rotores com diâmetro de 199mm e de 208mm. Observa-se que rotor de 199mm não
consegue atender esta demanda já que a sua altura manométrica 43m é inferior a altura manométrica
requerida.
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No caso do rotor de 208mm este consegue atender com muita folga já que para esta vazão sua
altura manométrica é de 50m. No caso em que o ponto de operação não coincide com um ponto na curva
característica de um determinado rotor os fabricantes podem apresentar alternativas de realizar corte nos
rotores a fim de ajustar o ponto de operação desejado.
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2. Rendimentos
Existem diversas formas de perda de energia durante o processo de transferência de energia pela
bomba para o fluido, desde a energia inicial fornecida pelo motor até a energia final absorvida pelo fluido
conforme mostra figura 5.
Relação entre a altura de elevação e altura motriz. Também relaciona a potência de elevação e a
potência motriz. Esta última conhecida como potência de acionamento do motor da bomba.
H t
m
H motriz
Valores típicos entre 92 a 95% são encontrados nas bombas atuais no mercado, sendo que os
valores maiores correspondem às bombas de maiores dimensões.
A altura teórica de elevação Ht# não é aproveitada totalmente na elevação do fluido Hman. Uma
parte é perdida para vencer as resistências ou perdas hidráulicas denominadas ∆hh.
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O rendimento hidráulico é definido como a relação entre a altura manométrica Hman, que
representa a energia absorvida pelo fluido e a altura teórica de elevação Ht#, que representa a energia
cedida pelo rotor ao fluido, dado por:
H man
h
H t
50 a 60%: Bombas pequenas, sem grandes cuidados de fabricação com caixa tipo caracol.
70 a 85% : bombas com rotor e coletor bem projetados, fundição e usinagem bem feitas.
85% a 95% : Para bombas de dimensões grandes, bem projetadas e bem fabricadas.
Existe no rotor uma pequena quantidade de fluido que re-circula na carcaça, aqui denominado de
vazão q e que pode escapar por má vedação. O rendimento volumétrico relaciona a vazão que
efetivamente escoa pelo recalque Q e a vazão que passa pelo rotor, re-circula e escapa por deficiência na
vedação (Q´=Q+q), portanto o rendimento volumétrico é dado por:
Q
v
Qq
Define-se como rendimento global ou total como sendo a relação entre a energia realmente cedida
pelo rotor ao fluido e a energia necessária para acionar o rotor.
H man
Global
H motriz
O rendimento global depende da bomba sendo uma informação dada pelo fabricante e é dado por:
Global mvh
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gH manQ
W Acionamento
1000Global
Onde:
2 3
Q2 n2 H n P2 n2
2 2
Q1 n1 H1 n1 P1 n1
Onde:
É importante ressaltar que tais equações somente são válidas para pontos homólogos, ou seja, para
pontos onde a bomba opera com o mesmo rendimento. Assim conhecendo-se a rotação de uma dada
bomba B1, pode-se facilmente traçar as características da bomba B2, conforme mostra exemplo da
figura 06, abaixo.
Lembre-se que neste caso as bombas B1 e B2 apresentam o mesmo rendimento. Assim,
considerando uma dada curva característica de uma bomba B1, utilizando, por exemplo, os valores
referentes a (H1, Q1) de cada ponto A1, B1, C1 e D1, podemos obter os valores (H2, Q2) de cada ponto A2,
B2, C2 e D2, da bomba B2, utilizando as equações de semelhança mecânica:
2 2
H 2 n2 Q2 n2 n n
daí: H 2 H1 2 Q2 Q1 2
H1 n1 Q1 n1 n1 n1
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Daí, podemos facilmente traçar a curva característica da bomba B2 com a nova rotação e que irá
operar com mesmo rendimento que a bomba B1.
H Man B2
A2
C2
B1 D2
Q
Figura 06 – Curva característica de uma mesma bomba com rotação diferente
É uma prática comum dos fabricantes, para ampliar o campo de aplicação de uma bomba, levantar
as características em várias rotações e para simplificar o uso das curvas características, ao invés de
apresentar as curvas (η, Q) para várias rotações, o fabricante une sobre as curvas (H, Q) todos os pontos
de mesmo rendimento, formando as chamadas parábolas de iso-rendimento, conforme mostra a figura 07.
H (m)
n5
η = 80%
n4
η = 75%
n3
η = 70%
n2
η = 68%
n1
η = 65%
Q (m3/h)
Figura 07 – Curva característica (H, Q) para várias rotações com parábolas de Iso-Eficiência
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As curvas de Iso-rendimento podem ser também obtida através de uma análise das equações de
semelhança mecânica, conforme mostrado abaixo:
Considerando:
2
H 2 n2 Q2 n2
H1 n1 Q1 n1
Temos:
2
H 2 Q2 Q12 Q22
Cte
H1 Q1 H1 H 2
Q2
Cte
H
Dentro de certos limites os fabricantes de bombas oferecem varias opções de diâmetros do rotor
mantendo o mesmo corpo da bomba com objetivo reduzir os custos de fabricação e dar maior
versatilidade e opção para atender a varias situações e necessidades especificas dos projetos das
instalações de bombeamento.
O procedimento consiste no corte do rotor a partir de um determinado diâmetro base, realizando
a redução do diâmetro externo numa operação de usinagem mecânica, sem alterar outros componentes da
bomba conforme mostra figura 08.
O procedimento é mais fácil de realizar em bombas centrifugas radial, onde as fases laterais do
rotor são paralelas. Um ponto importante desta atividade é o compromisso entre o percentual de redução
do rotor com o desempenho da bomba no sentido de não comprometer o rendimento da bomba.
Existem vários métodos utilizados para se definir a redução e corte do rotor para atender
determinadas condições operacionais. Quando o rotor possui um corte menor que 10% podem ser
utilizadas as leis de semelhança mecânica para levantar as novas condições de funcionamento da bomba.
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Assim, ao invés de lançar mão da variação de rotação para ampliar o campo de emprego de uma
bomba, o fabricante constrói a carcaça da bomba de forma tal que a mesma possa receber, em seu interior,
rotores de vários diâmetros, sem afetar sensivelmente a hidráulica do conjunto, utilizando-se as equações
das leis de semelhança mecânica:
2 2 3
H2 d2 Q2 d 2 P2 d 2
H 1 d1 Q1 d1 P1 d1
Q2 H2 Q
d 2 d1 d 2 d1 H 2 H1 2
Q1 H1 Q1
H (m)
d5
η = 80%
d4
η = 75%
d3
η = 70%
d2
η = 68%
d1
η = 65%
Equação das parábolas de Iso-Eficiência:
Q2
cte e também η = Cte
H
Q (m3/h)
Os fabricantes fornecem seus rotores com diâmetros padrão e assim se o ponto de funcionamento
cair entre a curva de 02 rotores padrão, o usuário deverá usinar o rotor de diâmetro maior até o ponto
especificado, considerando duas situações:
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Caso 01 – O ponto, no qual se pretende que a bomba opere, está sobre uma curva de
Iso-rendimento, conforme mostra figura 10
H (m)
d1
d2
B
d3 A
Q (m3/h)
Figura 10 – Ponto de operação sobre curva de Iso-rendimento existente
Nota:
O ponto A de coordenadas (HA, QA) refere-se ao ponto que se pretende operar com a
bomba
O ponto B de coordenadas (HB, QB) refere-se ao ponto homólogo do ponto A sobre a curva
referente ao rotor padrão imediatamente superior de diâmetro d1.
Ambos os pontos A e B encontram-se sobre a mesma linha da parábola de Iso-Eficiência.
QA d A2 QA
Portanto: d A dB
QB d B2 QB
Caso 02 – O ponto, no qual se pretende que a bomba opere, não está sobre uma curva de
Iso-Eficiência, conforme mostra figura 11.
Nota:
O ponto A de coordenadas (HA, QA) refere-se ao ponto que se pretende operar com a
bomba
O ponto B de coordenadas (HB, QB) refere-se ao ponto homólogo do ponto A sobre uma
curva de Iso-Eficiência traçada/simulada situada entre duas curvas padrão de uma dada
bomba, sendo uma curva imediatamente acima e a outra imediatamente abaixo.
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H (m)
d1
d2 Curva de Iso-Eficiência
B Traçada
d3 A
Q (m3/h)
QA d A2 QA
Portanto: d A dB
QB d B2 QB
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A curva do sistema (CS) é uma curva traçada no gráfico Hm x Q e sua importância está na
determinação do ponto de operação da bomba, pois esta é obtida no encontro dessa curva com a curva
característica da bomba (CB), conforme apresenta a figura 08, abaixo.
H 1 Q.n
H Manométrica ( B ) . .U 22 . cot g 2
Pfl g 60.b2
pr pa
H Manométrica ( S ) H 0 h1 2
Onde:
12
2
3,5 x104 m s
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f v2 4Q 8 fQ 2
h1 2 L Como: v 2 Resulta: h 2 5 L
'
D 2g D gD
8 fQ 2
Logo: h12 L ou: h12 kQ2
2 gD5
pr pa
H Manométrico ( S ) H 0 kQ2
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