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Notas de Aula – 08
Considerando instalação com sucção positiva conforme figura anterior, acima e aplicando equação
de Bernoulli entre o nível do reservatório de captação de água (Nível 0) e a entrada da bomba (Nível 1),
podemos escrever:
p0 v02 p1 v12
hs h01
2g 2g
Assim, a coluna de líquido equilibrada pela bomba em sua sucção é dada por:
hs
pa p1 v12 v02 h
01
2g
p0 pa Pressão atmosférica
v12 v02
0 Variação da energia cinética
2g
Teremos:
pa p1
hs
Considerando-se a equação anterior, conclui-se que teoricamente uma bomba pode equilibrar no
máximo uma coluna de liquido correspondente a situação onde a pressão p1 se anula, ou seja, quando se
criasse um vácuo absoluto na entrada da bomba.
Nestas condições, para uma bomba operando com água a nível do mar, resulta:
pa 101300 N
hs máx m 2 10,13m Máxima altura de colocação
9810 N
m3
Na prática, contudo, a maior coluna de liquido equilibrada pela bomba em sucção, estando a
bomba operando com água na temperatura ambiente e a nível do mar é menor que os 10,13m teóricos.
O valor prático adotado é aproximadamente de 7,5m, dependendo do tipo de bomba, isto porque:
Não são desprezíveis, como se supôs, a perda de carga e a variação de energia cinética;
Na tentativa de reduzir a pressão à entrada da bomba a seu valor mínimo, tão logo é
atingido a pressão do líquido à temperatura de bombeamento, inicia-se o processo de
vaporização do mesmo, tendo como conseqüência o aparecimento da cavitação com
prejuízos para o normal funcionamento da bomba.
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Entende-se como escorva de uma bomba ao ato de encher a sua carcaça/voluta e a tubulação de
sucção com liquido que será bombeado, antes do acionamento do motor. Sem realizar este processo de
escorva as bombas comuns não consegue retirar o ar do seu interior e também não iniciam o trabalho de
bombeamento.
Esta necessidade decorre do fato de ser a pressão na entrada da bomba uma função do tipo de
fluido que devera ser bombeado na entrada da mesma.
Usando equação de Bernoulli entre o nível de água do reservatório de sucção (Nível 0) até a
entrada da bomba (Nível 1) é fácil discutir e mostrar que:
p1 pa ha hLa
Onde:
p1 Pressão na entrada da bomba
pa Pressão atmosférica
Peso especifico do fluido
ha Desnível entre nível de fluido do reservatório e entrada da bomba
hLa Perda de carga na linha de sucção
Desta forma, quando a bomba não se encontra escorvada, o fluido na entrada da bomba é o ar e
como seu peso especifico é muito pequeno, aproximadamente ar 9,81 N 3 , teremos:
m
ha hLa nulo , assim: p1 pa .
p p1
Assim podemos concluir que a diferença de pressão a é o responsável pelo vencimento do
desnível e da perda de carga na linha de sucção. Neste sentido esta diferença de pressão fica tão pequena
que a ponto de ser incapaz de fazer o fluido chegar até a bomba e manter o seu bombeamento.
Considerando, como exemplo, uma instalação onde ha hLa 5,0m , podemos analisar duas
situações:
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Situação A – Bomba não escorvada, logo, quando acionada estará com ar no interior da
carcaça da bomba e no interior da tubulação de sucção, portanto:
N
9,81 3 .5,0m 101250,95 2
N N
p1 1,013.105
2
m m m
Nestas condições, a coluna de água capaz de ser equilibrada pela diferença de pressão será:
N N
1,013.105 1,0125.105 2
pa p1 m 2
m 0,005m
9810 3
N
m
Logo, a água não subirá até a bomba, pois a diferença de pressão é insuficiente para vencer
pa p1
a coluna de água e a perda de carga, ou seja: 0,005m ha hLa 5,0m .
Situação B – Bomba está escorvada, logo, quando acionada estará com água no interior da
carcaça da bomba e no interior da tubulação de sucção, portanto:
N
9810 3 .5,0m 52250 2
N N
p1 1,013.105
2
m m m
Nestas condições, a coluna de água capaz de ser equilibrada pela diferença de pressão será:
N N
1,013.105 52250 2
pa p1 m 2
m 5m
9810 3
N
m
Logo, a água subirá até a bomba, pois a diferença de pressão será suficiente para vencer a
pa p1
coluna de água e a perda de carga, ou seja: 5,0m ha hLa 5,0m e o
bombeamento será normal.
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3. Fenômeno da cavitação
O fenômeno de cavitação conforme mostra na figura 01, abaixo, ocorre quando a pressão na
entrada do rotor é inferior a pressão de vapor do fluido. Ou seja, a cavitação é o processo de vaporização
do fluido quando a pressão absoluta reduz até alcançar a pressão de vapor do líquido na dada temperatura,
vaporizando o fluido vaporiza dentro do rotor. A cavitação provoca:
Corrosão.
Remoção de pedaços de rotor e tubulação junto à entrada da bomba.
Perda de rendimento.
Trepidação e vibração máquina
Ruídos e implosão.
A figura 02, abaixo, mostra claramente o efeito causado pelo fenômeno de cavitação
principalmente na região de entrada dos rotores.
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As bombas em operação aspiram o fluido, e nesse processo, a pressão diminui até atingir
um valor mínimo na boca de entrada da bomba. Se esta pressão atinge a pressão de vapor do fluido, o
fluido vaporiza e inicia um processo de formação de bolhas as quais são arrastadas no interior da bomba,
provocando dados irreparáveis. A figura 03 mostra a influencia da pressão do vapor como a causa da
formação da cavitação.
Para evitar o fenômeno da cavitação, na instalação de uma bomba devem-se analisar a relação
entre NPSH requerido e NPSH disponível, onde:
NPSH Disponivel
NPSH (Disponível) é uma característica da instalação de bombeamento. É a
energia que o fluido possui, imediatamente anterior ao flange de sucção da bomba, acima da pressão de
vapor.
Para analisar o fenômeno de cavitação utilizamos o esquema representado na figura 04, abaixo.
Para não ocorrer cavitação a energia total na entrada na bomba deve ser maior que a energia de
vaporização.
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p0 v02 p v2
h0 1 1 h1 h01
2g 2g
Considerando:
Resulta:
patm p1 v12
ha hLa
2g
Explicita na equação anterior, os termos que representam a pressão total na entrada da bomba,
temos:
p1 v12 p
atm ha hLa
2g
patm
ET 1 ha hLa
p1 v12
Onde o termo ET1 = é definido como Energia total absoluta na entrada da bomba.
2 g
pvapor
Definindo-se também Evap = como sendo a energia de pressão do vapor, temos que, para
não ocorrer cavitação a energia total na entrada na bomba deve ser maior que a energia de
vaporização, desta forma ET 1 Evap .
Como segurança define-se a energia disponível pelo sistema como sendo a diferença entre a
energia total absoluta e a energia da pressão de vapor do líquido, ou seja:
EDisponível ET 1 Evap
patm pvap
NPSH Disponível ha hLa
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Num caso mais geral onde a pressão no reservatório é diferente da pressão atmosférica, a equação
do NPSH Disponível , é dado por:
pabs pvap
NPSH Disponível ha hLa
Onde:
ha Sucção Positiva
ha () Sucção Negativa (Bomba afogada)
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patm
10,13 0,0012. A
Onde:
NPSH requerido NPSH (Requerido) é uma característica da bomba, determinada em seu projeto
pelo fabricante através de cálculos e ensaios em laboratório. Tecnicamente, é a energia necessária para
vencer as perdas de carga entre o flange de sucção da bomba e as pás do rotor, bem como criar a
velocidade desejada no fluido nestas pás do rotor. Este dado normalmente é obrigatoriamente fornecido
pelo fabricante da bomba através das curvas características, denominadas de Curvas de NPSH.
Para se evitar a cavitação a energia disponível do sistema (NPSH disponível) deve ser maior que a
energia requerida pela bomba (NPSH requerido), ou seja:
Ou seja:
Portanto:
patm pv
NPSH requerido < ha hla
Desta forma podemos determinar altura estática de aspiração que deve ser colocada a bomba em
relação ao nível do líquido para não ocorrer cavitação, conforme mostrado a seguir:
patm p
ha hLa vap NPSH requerido
Para evitar que ocorra cavitação devemos colocar a bomba numa altura menor que o valor limite
dado pela equação anterior. Como a dedução foi realizada para um sistema normal e não afogado,
devemos observar que o resultado numérico de tal equação nos fornece a seguinte informação:
Se o valor de ha é positivo, (por ex. 3,0m) significa que a bomba deverá ser instalada acima do
nível do líquido. Bomba com Aspiração Normal.
Se o valor de ha é negativo, (por ex. -3,0m) significa que a bomba deverá ser instalada abaixo do
nível do líquido. Bomba Afogada.
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De acordo com experiências realizadas por Stepanoff, nas proximidades do ponto de máximo
rendimento de operação de uma bomba, desprezando-se as variações de energia cinética, o NPSH requerido
pode ser calculado de forma aproximada pela equação:
NPSH requerido .H
Onde:
1
2
nQ
ns 3
Velocidade Específica
4
H
Onde:
n Rotação (rpm)
Q Vazão (m3/s)
H man Altura manométrica (m)
Os cálculos acima só tem sentido quando não se tiver disponível a curva do (NPSH requerido,Q) e
somente é válida para pontos da curva (H man,Q) próximos do ponto de máximo rendimento.
Trabalhar com fluídos sempre que possível em baixas temperaturas. Uma vez que com a
temperatura menor a pressão do vapor é menor;
Projetar a linha de sucção o mais curto e reto possível, evitando excessos de singularidades. Este
procedimento diminui as perdas de carga;
Projetar as linhas de sucção com diâmetros capaz de evitar velocidades excessivas. Recomenda-se
velocidades na linha de sucção inferiores a 2,0 m/s;
Usar redução excêntrica na entrada da bomba para evitar a formação de bolsas de ar, muito
comuns nas reduções concêntricas;
Prever nos poços de sucção das instalações de bombeamento dispositivos de forma a evitar que a
entrada da tubulação de sucção se localize em região de excessiva turbulência.
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