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FACULDADE ARI DE SÁ

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CRISTINE SAMPAIO GOMES ARAÚJO

JOYCE MAIARA BRITO LOPES

HIDRÁULICA APLICADA: CAVITAÇÃO

FORTALEZA

2023
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CRISTINE SAMPAIO GOMES ARAÚJO


JOYCE MAIARA BRITO LOPES

HIDRÁULICA APLICADA: CAVITAÇÃO

Atividade Acadêmica 4 apresentada à


disciplina Hidráulica Aplicada do Semestre 4
do Curso de Engenharia Civil da Faculdade
Ari de Sá.
Orientador: Prof. Lídio Giordanni

FORTALEZA

2023
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SUMÁRIO

1. RESOLUÇÃO......................................................................................................................4
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................10
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1. RESOLUÇÃO

a) Conceitue "pressão de vapor da água" e mostre como isso se relaciona com o


fenômeno da cavitação em sistemas hidráulicos.

A pressão de vapor da água é a pressão exercida pela fase gasosa da água quando ela
está em equilíbrio com sua fase líquida em uma determinada temperatura. Ou seja, é a
pressão na qual a água vaporiza em uma temperatura específica. A relação dessa
pressão com o fenômeno da cavitação está conectada às variações de pressão dentro
dos sistemas hidráulicos. A cavitação ocorre quando a pressão em um fluido diminui a
ponto de ser igual ou inferior à pressão de vapor do líquido. Isso pode acontecer em
válvulas, componentes hidráulicos e principalmente em bombas.

Figura 1 - Bomba Centrífuga


Fonte: https://www.engenhariaecia.eng.br/post/o-que-%C3%A9-cavita%C3%A7%C3%A3o.

Quando a pressão em um ponto do sistema hidráulico cai abaixo da pressão de vapor


da água, o líquido começa a vaporizar, formando bolhas de vapor. Essas bolhas são, na
verdade, regiões de vapor dentro do fluido. Quando essas bolhas de vapor se movem
para uma região de pressão mais alta, elas podem colapsar rapidamente devido ao
aumento da pressão, voltando ao estado líquido.

Esse processo, conhecido como implosão das bolhas de cavitação, que ocorre na
ordem de centésimos de segundo, pode gerar fortes ondas de choque e provocar danos
significativos aos componentes do sistema hidráulico, resultando em desgaste
prematuro, queda de rendimento da bomba, ruídos indesejados, vibrações e erosão, o
que pode levar até ao colapso do equipamento. A cavitação provoca um desgaste
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excessivo no rotor da bomba, exigindo manutenção periódica e dispendiosa, e algumas


vezes o problema até profundas alterações na montagem, como, por exemplo, o
rebaixamento da cota de instalação da bomba, diminuindo a altura estática de sucção.

Figura 2 - Efeito da cavitação sobre o rotor de uma bomba


Fonte: PORTO, R. M. Hidráulica Básica, pág. 153. 4ª edição, São Carlos: EESC/USP, 2006.

No caso das bombas, o ponto mais crítico, em termos de pressão baixa, ocorre na
entrada do rotor. A queda de pressão, desde a superfície livre do poço de sucção até a
entrada do flange de sucção, depende da vazão, do diâmetro, do comprimento total da
tubulação, da rugosidade do material e principalmente, da altura estática de sucção,
que é a distância vertical do eixo da bomba até o nível d'água no poço. Estes são os
elementos suscetíveis de mudanças por parte do projetista para sanar os danosos
efeitos da cavitação. Um bom projeto e uma manutenção adequada são essenciais para
prevenir problemas relacionados à cavitação em sistemas hidráulicos.

Portanto, é crucial evitar a formação de cavitação em sistemas hidráulicos controlando


as condições de pressão e evitando quedas abruptas de pressão que possam levar à
vaporização do líquido. Essa é uma das razões pelas quais o projeto e a manutenção
adequados são essenciais para prevenir problemas relacionados à cavitação em
sistemas hidráulicos.

b) Explique o que é N.P.S.H. em um sistema hidráulico, diferenciando N.P.S.H


disponível de N.P.S.H. requerido. Explique dissertativamente e mostre as
equações relacionadas, explicando cada termo.
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A identificação da sensibilidade de máquinas e instalações à cavitação é determinada


por parâmetros numéricos apoiados em expressões matemáticas, empíricas ou não. Ao
longo dos estudos sobre cavitação foi imposto o parâmetro N.P.S.H. (Net Positive
Suction Head), ou Altura de Sucção Positiva Líquida, como crítico em sistemas
hidráulicos, especialmente em bombas centrífugas.

A N.P.S.H. Disponível refere-se à quantidade de energia disponível na entrada de uma


bomba. É a energia total na seção de sucção da bomba, expressa em termos de
pressão. Por definição, N.P.S.H. Disponível é dada por:
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𝑃𝑠−𝑃𝑣 𝑉𝑠
𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑑 = γ
+ 2𝑔

Onde:
𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑑 - Altura de sucção positiva líquida disponível

𝑃𝑠 - Pressão na face de sucção da bomba

𝑃𝑣 - Pressão de vapor da água em uma determinada temperatura

𝑉𝑠 - Velocidade do escoamento na sucção

Comparando a equação da energia entre a superfície do reservatório e a entrada da


bomba com a equação de definição, a expressão do N.P.S.H. disponível pela instalação
torna-se:

𝑃𝑎−𝑃𝑣
𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑑 = γ
− 𝑍 − ∆𝐻𝑠

Onde:
𝑃𝑎 - Pressão atmosférica

Z - Altura estática de sucção


∆𝐻𝑠 - Somatório das perdas de carga até a entrada da bomba

Se a bomba estiver afogada, isto é, se seu eixo estiver em uma cota abaixo do nível
d'água do reservatório inferior, um desenvolvimento análogo leva a:

𝑃𝑎−𝑃𝑣
𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑑 = γ
+ 𝑍 − ∆𝐻𝑠
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Esta equação permite concluir que como o N.P.S.H. é uma energia residual disponível
na instalação, quando a bomba está afogada, a situação em que não ocorra a cavitação
é melhor, pois a disponibilidade energética é maior.

A N.P.S.H. Requerido é a quantidade mínima de energia necessária para evitar a


cavitação, isto é, é a energia requerida pelo líquido para chegar, a partir do flange de
sucção e vencendo as perdas de carga dentro da bomba, ao ponto onde ganhará energia
e será recalcado. As bombas têm um N.P.S.H. Requerido específico, dado por curvas
características em função da vazão, que depende dos elementos de projeto da bomba,
como o design, diâmetro do rotor, rotação e demais condições de operação. A equação
para N.P.S.H. Requerido é geralmente fornecida pelo fabricante da bomba e é expressa
por:

𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑟 = 𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑟 𝑚í𝑛 + ℎ𝑠

Onde:
𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑟 𝑚í𝑛 - N.P.S.H. Requerido mínimo para evitar a cavitação

ℎ𝑠 - Correção adicional para compensar as perdas secundárias e fornecer uma margem


de segurança

Observando-se as equações anteriores, verifica-se que, para 𝑃𝑎, 𝑃𝑣 e Z fixas, o

N.P.S.H. disponível pela instalação diminui com o aumento de ∆𝐻𝑠. Deste modo, para

um mesmo diâmetro, comprimento e rugosidade do material, o N.P.S.H. disponível é


uma função decrescente com a vazão, diferentemente do N.P.S.H. requerido pela
bomba, que é uma função crescente com a vazão.

Colocando-se em um mesmo gráfico estas duas funções, pode-se determinar a faixa de


segurança, em termos da vazão recalcada, em que o fenômeno da cavitação não
ocorre. Como na Figura 3, o ponto A representa a situação limite em que o N.P.S.H.
disponível pela instalação é igual ao N.PS.H. requerido pela bomba e esta condição
deve ser evitada. A esquerda do ponto A, tem-se a região segura em que há uma folga
na disponibilidade energética da instalação que supera a necessidade da bomba. Para
efeito prático, deve-se ter uma folga, entre o N.P.S.H. disponível e o N.PS.H.
requerido, de no mínimo 0,50 m para a vazão recalcada.
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Figura 3 - Limite máximo de operação de uma bomba para não ocorrer cavitação
Fonte: PORTO, R. M. Hidráulica Básica, pág. 156. 4ª edição, São Carlos: EESC/USP, 2006.

Em conclusão, tem-se que para o bom funcionamento do sistema elevatório, é


necessário que, para a vazão recalcada, se verifique a desigualdade:

𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑑 > 𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.
𝑟

Se essa diferença for negativa, significa que a pressão na entrada da bomba é


insuficiente, levando à formação de bolhas de vapor e possivelmente causando danos à
bomba e ao sistema hidráulico. Portanto, é crucial garantir que o N.P.S.H. Disponível
seja sempre maior que o N.P.S.H. Requerido para operação segura e eficiente de
bombas centrífugas.

c) Explique o que é e como calcular a altura máxima estática de sucção. Explique


dissertativamente e mostre as equações relacionadas, explicando cada termo.

A altura máxima estática de sucção é um conceito fundamental nos sistemas de


bombeamento, que representa a capacidade máxima que uma bomba centrífuga pode
levantar um fluido a partir de um reservatório, utilizando a pressão atmosférica como
referência. Para entender como calcular a altura máxima estática de sucção, é
necessário considerar a pressão atmosférica, a pressão de vapor do fluido bombeado, a
perda de carga na sucção e a aceleração gravitacional.

Pela segunda equação apresentada de N.P.S.H. disponível, os dois termos em que há


possibilidade de o projetista interferir para aumentar o N.P.S.H. disponível da
instalação são a altura estática de sucção, que define a cota de assentamento do grupo
motor-bomba em relação ao nível d'água no reservatório inferior (Z), e a perda de
carga total (∆𝐻𝑠). Destas duas, a altura estática de sucção é a variável mais sensível,
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assumindo-se como limite, para propósitos práticos, um valor não maior que 4 a 5 m.
Conhecendo-se a curva do N.P.S.H. requerido fornecida pelo fabricante, para a vazão
de recalque, a altura de sucção máxima pode ser determinada, na condição limite,
igualando-se os N.P.S.H. disponível e requerido, e utilizando-se as equações de
N.P.S.H., na forma:

(
𝑍𝑚á𝑥 =± 𝑁. 𝑃. 𝑆. 𝐻.𝑟 −
𝑃𝑎−𝑃𝑣
γ
+ ∆𝐻𝑠 )
O Zmáx em que o sinal é positivo corresponde à bomba afogada. Ao calcular a altura
máxima estática de sucção, é importante garantir que a pressão na sucção não caia
abaixo da pressão de vapor do fluido para evitar a cavitação.
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2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. PORTO, R. M. Hidráulica Básica. 4ª edição, São Carlos: EESC/USP, 2006.


2. https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2018/08/07/o-que-e-cavitacao/
3. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7634212/mod_resource/content/1/C3%20Cav
ita%C3%A7%C3%A3o%2023%20Moodle.pdf

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