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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA MECÃNICA

MAQUINAS DE FLUXO

Goiânia

2013
Capitulo 9
CAVITAÇÃO
FUNDAMENTO
A cavitação é um fenômeno originado em quedas repentinas de pressão,
geralmente observado em sistemas hidráulicos. A combinação entre a pressão,
temperatura e velocidade resulta na liberação de ondas de choque e micro-
jatos altamente energéticos, causando a aparição de altas tensões mecânicas
e elevação da temperatura, provocando danos na superfície atingida. 

É fato sabido e previsível - com a ajuda do Teorema de Bernoulli - que um


fluido escoando, ao ser acelerado, tem uma redução da pressão, para que a
sua energia mecânica se mantenha constante. 

Devido à aceleração do fluido em uma bomba hidráulica, em um bocal ou em


uma válvula, a pressão pode cair a um valor menor que a pressão mínima em
que ocorre a vaporização do fluido (Pv) na temperatura T0. Então ocorrerá uma
vaporização local do fluido, formando bolhas de vapor. A este fenômeno
costuma-se dar o nome de cavitação (formação de cavidades dentro da massa
líquida). 

Danos causados por cavitação em uma Turbina 


 
Estas bolhas de vapor que se formaram no escoamento devido à baixa
pressão, serão carregadas e podem chegar a uma região em que a pressão
cresça novamente a um valor superior à Pv. Então ocorrerá a "implosão"
dessas bolhas. Se a região de colapso das bolhas for próxima a uma superfície
sólida, as ondas de choque geradas pelas implosões sucessivas das bolhas
podem provocar trincas microscópicas no material, que com o tempo irão
crescer e provocar o descolamento de material da superfície, originando uma
cavidade de erosão localizada. Este é um fenômeno físico molecular e que se
dissemina e tende a aumentar com o tempo causando a ruína dos rotores.

CAUSAS

Causas prováveis:

A Cavitação normalmente é causada por:

• Altura estática de sucção;

• Velocidade do fluido muito alta (que para uma mesma seção transversal varia
de acordo com a vazão);

• Rugosidade das paredes dos tubos;

• Comprimento da tubulação de sucção;

• Perdas de cargas localizadas devidas às peças intercaladas nesta parte da


instalação;

• Bomba de sucção não afogada / Altura da bomba de sucção;

CONSEQUÊNCIAS

Queda da pressão e aumento da área exposta à cavitação


O NPSH disponível (NPSHav) numa instalação é o factor que mais directamente
influência a ocorrência, ou não, da cavitação. Assim, podemos ver a evolução
da altura manométrica (fig. 6) e do comprimento da zona ocupada por bolhas,
em função do NPSHav.Quando o NPSH disponível começa a descer, s
primeiras bolhas de vapor desenvolvem-se quando é atingido o valor de NPSH i,
ou seja o valor de NPSH para que se dê a cavitação incipiente. No entanto
para estes valores de NPSH, a altura manométrica ainda não sofre alterações.
A medida que o NPSH continua a baixar, aumenta o comprimento da zona
ocupada por bolhas e, ao atingir um determinado valor (NPSH 0), o escoamento
nas pás é afectado e a altura manométrica começa a descer.

NPSH = (Ho - h - hs - R) - Hv
Ho = Pressão atmosférica local , em mca (tabela 1);
h = Altura de sucção, em metros (dado da instalação);
hs = Perdas de carga no escoamento pela tubulação de sucção, em metros;
R = Perdas de carga no escoamento interno da bomba, em metros (dados do
fabricante);
Hv = Pressão de vapor do fluído escoado, em metros.

COMO EVITAR A CAVITAÇÃO

1- O Primeiro passo especificar uma válvula com coeficiente de cavitação Kc


maior. (maior oposição a cavitação).
2- Uma maneira muito simples de se evitar à cavitação é a instalação de um
orifício de restrição calibrado a jusante da válvula de controle. Porém esta
medida dependendo da intensidade da cavitação e em baixas vazões,
quando a área de passagem da válvula fica menor que a área do orifício,
este não consegue cumprir a sua função que é a de aumentar a pressão na
região de vena contracta da válvula (nas proximidades da sede) evitando a
cavitação.
3- Outra alternativa além a de utilizar materiais mais duros e a de utilização de
válvulas com bitola maior com internos reduzidos, com o objetivo de
distanciar as implosões do corpo da válvula.
4- A utilização de internos especiais. Existem diversos tipos de internos
adequados para a mais diversa condição de cavitação, desde a que utiliza
uma gaiola de um único estagio com múltiplos orifícios, a gaiolas que
utilizam dois ou mais estágios de múltiplos orifícios, com um espaço para
expansão entre os estágios. Casos mais severos internos especiais que
utilizam corpos de válvulas mais altos para permitir internos com a
combinação de expansão maiores seguidas de orifícios..
5- Para que não haja cavitação o coeficiente de cavitação do processo Kcp
deve ser menor que o coeficiente de cavitação da válvula Kc. A
comparação destes coeficientes ( Kcp e Kc) determina a medida ou o
conjunto de medidas a serem tomadas para se evitar ou contornar os
efeitos provocados pela cavitação. Existem casos que é necessário, a
associação de dois ou mais métodos descritos para se evitar a cavitação.

GOLPE DE ARÍETE
FUNDAMENTOS
Golpe de aríete se denomina as variações de pressão decorrentes de
variações da vazão, causadas por alguma perturbação, voluntária ou
involuntária, que se imponha ao fluxo de líquidos em condutos, tais como
operações de abertura ou fechamento de válvulas, falhas mecânicas de
dispositivos de proteção e controle, parada de turbinas hidráulicas e ainda de
bombas causadas por queda de energia no motor, havendo, no entanto, outros
tipos de causas.

É o caso típico de condutos de recalque providos de válvulas de retenção logo


após a bomba, e sem dispositivos de proteção. Neste caso a situação de
ocorrência do golpe de forma mais desfavorável e com mais frequência, é
aquela decorrente da interrupção brusca da energia elétrica fornecida ao motor
da bomba que alimenta o conduto. É nesta situação onde corriqueiramente se
verificam valores extremos para o golpe de aríete.

Durante o fenômeno do golpe de aríete, a pressão poderá atingir níveis


indesejáveis, que poderão causar sérios danos ao conduto ou avarias nos
dispositivos nele instalados. Danos como ruptura de tubulações por
sobrepressão, avarias em bombas e válvulas, colapso de tubos devido a
vácuo, etc, podem resultar em acidentes, interdição de ruas e avenidas,
alagamentos, indenizações, repavimentação de vias, substituições, reparos e
outras consequências que irão implicar em gastos adicionais para o serviço de
água.
Assim é que se torna necessária, na engenharia hidráulica, a análise do golpe,
para que se possa quantificá-lo numericamente e, com isto, tornar possível a
adoção de medidas preventivas cabíveis, que venham anulares ou minimizar
seus efeitos indesejáveis. Efetivamente esta análise se faz necessária, porque
o desconhecimento dos efeitos do golpe de aríete pode ocasionar o super ou o
subdimensionamento, isto é, projetos de sistemas de tubulações com
espessuras de parede desnecessariamente elevadas ou perigosamente
reduzidas.

Contudo o golpe de aríete é um fenômeno não muito fácil de se compreender


intuitivamente, de modo que com os métodos tradicionais de cálculo, o
profissional encontra, em geral, dificuldades para interpretá-lo corretamente.
Somente com o aparecimento dos computadores é que o cálculo pôde ser
automatizado, o que possibilitou a análise pormenorizada do golpe de aríete,
mesmo nas condições de maior complexidade, tal como ocorre nos sistemas
ramificados e malhados.

CAUSAS
O golpe de aríete é primordialmente causado por:
a) Instalação incorreta de válvulas e equipamentos e disposição imprópria da
tubulação.
b) Manipulação de válvulas por pessoal não qualificado.
c) Equipamento inadequado ou incorretamente dimensionado.
d) Equipamento defeituoso

CONSEQUENCIA
apresentam coeficientes de segurança suficientes (canalizações em plástico).
As subpressões podem originar cavitações As sobrepressões podem acarretar,
nos casos críticos, a ruptura de certas canalizações que não perigosas para as
canalizações, aparelhos e válvulas, como também o colapso (canalizações em
aço ou plástico).

COMO EVITAR

As proteções, necessárias à canalização para limitar um golpe de ariete a um


valor admissível, são diferentes e adaptáveis a cada caso.
Elas agem seja amenizando a modificação da velocidade do fluido, seja
limitando a sobrepressão em relação à depressão. 

O projetista deve determinar a amplitude da sobrepressão e da subpressão


criada pelo golpe de ariete, e julgar, a partir do perfil da canalização, o tipo de
proteção a adotar: 

 volante de inércia na bomba;


 válvula de alívio*;
 válvula antecipadora de onda*;
 válvula controladora de bomba*;
 chaminé de equilíbrio;
 tanque de alimentação unidirecional -TAU;
 tanque hidropneumático - RHO.

Considerações 

Nota-se, por outro lado, que as canalizações em ferro dúctil têm uma reserva
de segurança significativa:

Na sobrepressão: a reserva de segurança dos tubos permite um


aumento de 20% da pressão de serviço admissível para as
sobrepressões transitórias;

Na subpressão: a junta garante a estanqueidade face ao exterior,


mesmo em caso de vácuo parcial na canalização

Bibliografias

http://www.ebah.com.br/content/ABAAABSo8AH/golpe-ariete
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAFu0AF/cavitacao-valvulas-controle

http://www.saint-gobain-canalizacao.com.br/manual/ariete.asp#conse

http://www.saint-gobain-canalizacao.com.br/manual/ariete.asp#preve

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