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Goiânia, 28 de novembro de 2012.

Caro João Ferreira Coutinho,

Brilhante o texto, que escreveu para a folha de São Paulo. De fato, mostrou-se culto e
entendedor do contexto da ascensão feminino durante os últimos séculos. Todavia, percebo
essa ascensão como uma competição entre os dois gêneros, no qual predomina a supremacia
feminina. Discordo e acredito que muitos outros leitores também. Não por que somos
machistas, apenas acreditamos que não somos “bichos em vias de extinção” como propôs.
Antes do iluminista Marquês de Candorcet defender os direitos das mulheres no início da
Revolução Francesa, nós teríamos o direito propriamente dito, em rampa, séculos atrás.

Aliás, fomos nós quem construímos esse mundo juntamente com as mulheres. Mentes
como a de Einstein, Newton, Hooke deram novos rumos à humanidade. Não somos tão
desnecessárias assim. Veja bem, João Ferreira, detendo a igualdade entre. Acredito que o
direito é igual para todas independentes de raça ou sexo. Contudo, a nossa atual sociedade
está longe de ser democrática e o “ser feminino” mais longe ainda de ter direitos equânimes
ao do ser “masculino”, quem dera superior como propõe. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), as brasileiras são, de fato, maioria, porem possuem menos
renda e carteira assinada que homens. Em um mesmo posto de trabalho, mulheres ganham
menos que os homens, mesmo aquelas sendo mais escolarizadas que estes.

Além disso, quanto maior o nível salarial e hierárquico nas empresas, mais masculino
fica o ambiente, dados do Instituto Ethos. Entretanto, o senhor nos informa, segundo resenha
da “ Economist”que 1 terço das mulheres brasileiras ganham mais que seus companheiros.
Não duvido do dado. O problema é que o senhor levou em conta números absolutos, mulheres
que ocupam patamares acima é não nivelou os gêneros. É isso que deve ser feita para efeito
de comparação. Cometeu um erro, ainda, que julgo grave utilizou-se de uma generalização.
“Toda unanimidade é burra” como o próprio Nelson Rodrigues cita, escritor o qual fez menção
ao longo do seu texto, com todo o respeito.

Afirmai o senhor que “casamento é artigo raro e breve” e “os homens deixaram de ser
ideias”. Nem todos os casamentos são fracassados e nós homens não servimos apenas para
procriar como quis dizer com singelas palavras. Por mais que, pela ascensão , mulheres, como
seres humanos, precisam de afeto mútuo são gêneros em complementação e não competição.
É assim que deve ser. Devemos procurar complementarmos uns aos outros, buscando crescer
juntos. O IBGE traz que a cada 4 casamentos 1 é registrado como separação, enquanto a
proporção foi maior que o dobro, ainda vale lutar. O divórcio é exceção à regra e não o
casamento, como destaca.

Mulheres não precisam provar para nós que são independentes, sabemos disso. Não é
porque há séculos elas não tinham direitos que hoje vão continuar sem ter, não sejamos
anacrônicas. O que não pode haver é a retaliação dessas e querer competir com nós homens.
O senhor incentivando a supremacia feminina não chegará a lugar algum. Somente a igualdade
entre gêneros levará à prosperidade social. Incentive a complementação dos gêneros e não a
competição.

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