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O que é “ideologia de gênero”?

Termo que faz referência a conceitos sexuais é pouco


conhecido do público e voltou ao debate político na
elaboração dos planos de educação
Texto publicado na edição impressa de 14 de junho de 2015

Depois de surgir com destaque em 2014 nos debates envolvendo a elaboração do Plano
Nacional de Educação (PNE), o termo “gênero” voltou aos holofotes no Brasil.
Políticos, pesquisadores, organizações da sociedade civil e cidadãos comuns têm se
mobilizado para que o termo não conste nos novos planos municipais e estaduais de
educação que devem ser votados até o fim do mês de junho. As razões para a
preocupação, no entanto, ainda parecem desconhecidas de grande parte da opinião
pública. Por que uma palavra aparentemente inofensiva passou a receber tanta
resistência?

Confusão em torno do termo começou há vinte anos,


na ONU
Estudiosos afirmam que a expansão da ideologia de gênero teve início na Conferência
sobre as Mulheres, realizada em Pequim, em 1995.

Uma das maiores dificuldades para esclarecer o assunto está nos múltiplos significados
que o termo “gênero” pode receber, inclusive dentro de um mesmo contexto. No senso
comum gênero é apenas um sinônimo mais polido para sexo, no sentido de
diferenciação entre masculino e feminino, ou homem e mulher. Para uma corrente do
feminismo, no entanto, o significado é bastante diferente.

O que defendemos não é ideologia. Trata-se apenas de uma visão de sociedade mais
livre

Eliane Maiodoutora em Educação Escolar e pesquisadora de gênero, da UEM

MANIPULAÇÃO
Para o pedagogo Felipe Nery, presidente do Observatório Interamericano de Biopolítica,
entidade crítica à teoria de gênero, há uma clara manipulação de linguagem com a
palavra gênero. “O que querem promover não pretende valorizar a mulher, mas sim
discriminar a família.”

As diferenças genitais entre os seres humanos já não importariam culturalmente

Shulamith Firestone escritora feminista, no livro The Dialectic of Sex

Para explicar melhor o assunto e tornar a questão mais conhecida, críticos deram o
nome “ideologia de gênero” a esse conjunto de ideias. O registro mais antigo que se tem
da expressão está na obra “Who Stole Feminism?” (em Português, Quem roubou o
feminismo?) , de 1994, escrita pela norte-americana Christina Hoff Sommers, doutora
em Filosofia que se considera uma “feminista da equidade”, mas não uma “feminista de
gênero”.

Conceito
IDEÓLOGAS, NÃO
A psicóloga Eliane Maio, da Universidade Estadual de Maringá , confirma que o
conceito de gênero para os estudiosos não é sinônimo de sexo, e sim uma construção
social.Mas rejeita o termo “ideologia” e diz que a resistência a usar gênero em políticas
educacionais deve-se ao receio equivocado de alguns de que as crianças seriam
estimuladas ao homossexualismo.

Teóricos da “ideologia de gênero” afirmam que ninguém nasce homem ou mulher, mas
que cada indivíduo deve construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da
vida. “Homem” e “mulher”, portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que cada
um representaria como e quando quisesse, independentemente do que a biologia
determine como tendências masculinas e femininas.

Diferentemente do feminismo clássico, os militantes dessa linha não querem apenas


direitos e oportunidades iguais para homens e mulheres. Para alguns de seus expoentes,
a própria divisão do mundo entre homens e mulheres é um mal a ser combatido. Assim
diz Shulamith Firestone, em seu livro The Dialectic of Sex (A dialética do sexo), de
1970: “A meta definitiva da revolução feminista deve ser igualmente – ao contrário do
primeiro movimento feminista – não apenas acabar com o privilégio masculino, mas
também com a própria diferença de sexos. As diferenças genitais entre os seres
humanos já não importariam culturalmente.”

Outra referência acadêmica a cunhar o termo “gênero” foi a feminista Judith Butler. Em
seu livro Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity (Questão de gênero:
o feminismo e a subversão da identidade), ela afirma que “o gênero é uma construção
cultural; por isso não é nem resultado causal do sexo, nem tão aparentemente fixo como
o sexo”. Na mesma obra, Butler ainda defende que “homem e masculino poderiam
significar tanto um corpo feminino como um masculino; mulher e feminino tanto um
corpo masculino como um feminino”.
Conflito com neurociências levou à crise de
credibilidade
Em 2011, um documentário transmitido em rede nacional na Noruega abalou a
credibilidade dos teóricos de gênero nos países escandinavos. O Conselho Nórdico de
Ministros (que inclui autoridades da Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia)
ordenou a suspensão dos financiamentos dirigidos ao Instituto Nórdico de Gênero,
promotor de ideias ligadas às teorias de gênero, depois da exibição, em 2010, do filme
“Hjernevask” (“Lavagem Cerebral”), que questionava os fundamentos científicos dessa
linha de pesquisa. O documentário gerou um intenso debate público sobre o assunto no
país.

A produção do sociólogo e ator Harald Eia contrapõe a afirmação dos defensores da


teoria de gênero com outras de estudiosos ligados às neurociências e à psicologia
evolutiva. Enquanto os teóricos do gênero afirmam que não há fundamento biológico
nas diferenças de comportamento entre homens e mulheres, tratando-se apenas de
construções sociais, os outros cientistas mostram resultados de seus testes empíricos que
constatam diferenças inatas nas preferências e comportamentos de homens e mulheres.

Os estudiosos das neurociências, contudo, admitem que, mesmo que os genes sejam
determinantes para algumas condutas, a cultura influencia. Já os teóricos do gênero
afirmam que “não veem verdade alguma” nas pesquisas dos neurocientistas, embora
toda a base dos estudos de gênero seja teórica e não empírica.

No vídeo, a filósofa do gênero Catherine Egeland, uma das entrevistadas, diz que “não
se interessa nem um pouco” por esse tipo de ciência, e que “é espantoso como as
pessoas se interessam em pesquisar essas diferenças”. Os sete episódios do
documentário estão disponíveis no YouTube. https://www.youtube.com/watch?
v=G0J9KZVB9FM

COMENTÁRIOS

Parabéns à Gazeta e ao corajoso repórter que teve a coragem de publicar


um artigo que procura esclarecer a população sobre a verdadeira cara da
"ideologia de gênero". Não há evidência científica alguma que favoreça
essa ideologia. O que ocorre é uma verdadeira "engenharia social"
fortemente financiada internacionalmente para a promove-la. Obrigado,
GAZETA, por não entrar nesse modismo barato. E para quem ainda tem
dúvidas, vejam o documentário citado na reportagem ou pesquisem um
pouco mais sobre "engenharia social" ou "janela de Overton". Não se
conformem, vão atrás da verdade.

o W

walmur tadeu loures de siqueira 14/06/2015 10:52:12


Então o elefante não se gosta como é ; e quer se transformar em um
tigre , macho .!!!!!! kkkk , Uma discussão de pura perda de tempo .!!!!

josé parra 13/06/2015 18:03:49

Agora o absurdo em favor da anarquia . . . enquanto a simples exposição


da genitália masculina é crime de estupro, incentivar uma criança á
relacionar-se com outra do mesmo sexo e de modo permissivo incentivá-
la á alterar sua orientação sexual á revelia do que lhes ensinou a família é
no mínimo destrutivo e demonstra o inequívoco interesse de
arrebentamento dos alicerces sociais construídos . A quem interessa esta
sodomização?

Edicleia Vanalli 14/06/2015 17:49:09

Parabéns ao reporter que corajosamente escreveu sobre o assunto. A


população precisa ser informada sobre o assunto. Este País tem engolido
disparates demais!! O Brasil está na 60 posição na avaliação mundial de
educação, em uma avaliação de 76 países. Péssima avaliação. Deferiam
perder tempo e dinheiro, aliás este do contribuinte, para melhorar a
qualidade das escolas e do ensino e não em perder tempo e dinheiro na
desconstrução e confusão na mente das nossas crianças. Educação sexual
e moral é papel da FAMÍLIA!

Walter Bergasse 14/06/2015 10:27:48

Ideologia de gênero é uma tentativa de instituir o sodomismo e o


gomorrismo nos dias atuais. Para isso existe o livre arbítreo: cada um
responderá pelos seus atos.

Joao Queiroz 14/06/2015 09:06:47

A ideologia de gênero não passa de um instrumento de engenharia social


desenvolvida pela ONU (câncer da humanidade) sob a batuta das grandes
fundações (Rockefeller, Ford e por aí vai) que arvoram-se no direito de
determinar forma e ritmo de crescimento da humanidade. Sob a
aparência do respeito à diversidade está o pior dos totalitarismos.

Denival Jeter Guimarães 14/06/2015 15:45:10

O Brasil não quer essa maldita "ideologia de gênero"! Fora NWO!

Gislane Maria Palhano 14/06/2015 15:42:15

Agora sim, parabéns. Importante colocar um próximo artigo sobre a


visão da psicologia e psicanálise dos efeitos na construção dos
pensamentos e quais as consequências para o futuro dessas crianças,
baseando-se nas estatísticas em países onde foi aprovado esse tipo de
ideologia. Exemplo Holanda: Aumento de estupros, em banheiros
compartilhados sendo que no Brasil a presidente em decreto no diário
oficial da união em 13 março/2015 liberou o uso compartilhado dos
banheiros públicos e privados. Agora eles vem com a implantação da
ideologia de gênero nas escolas um incentivo ao abuso sexual de
crianças!

PVS 14/06/2015 15:03:02

Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Art 12 : "Os pais têm


direito a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo
com suas próprias convicções." http://www.planalto.gov.br/.../1990-
1994/anexo/and678-92.pdf

André Defert 14/06/2015 19:54:49

"Os teóricos do gênero afirmam que ?não veem verdade alguma? nas
pesquisas dos neurocientistas, embora toda a base dos estudos de gênero
seja teórica e não empírica.". Por que não nos respaldamos aos fatos? Eu
posso criar uma teoria dizendo que a água é um metal, mas a química
virá me desmentir. Posso ficar insistindo a vida toda em dizer que é um
complô dos químicos contra a verdade e fazer uma lavagem cerebral na
sociedade tentando fazer todos acreditarem nos meus argumentos, mas
água continuará não sendo metal.... Gênero é determinado pela genética
em primeiro lugar e pode ser desconstruído pela psicologia. Mas
pergunto por que desconstruir isso?

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