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O Conceito de Genocídio
Até a Segunda Guerra Mundial, que impulsionou o fim do colonialismo dos
As Grandes Chacinas*
Entre os cientistas políticos atuais há um grande debate entre o que deve ser considerado
genocídio. Segue as principais atrocidades do Século XX que são consenso de que
caracterizaram um genocídio:
Hereros, 1904
Armênios, 1915
Os armênios são cristãos da igreja ortodoxa da Armênia, que se instalaram há três mil
anos na Anatólia, Ásia Menor, atual Turquia. Em 1913 formavam dez por cento da
população turca e tinham contra si a discriminação e o ódio racial da juventude turca.
Com a chegada desses jovens ao poder nesse ano, a questão
Curdistão, 1919/1999
A etnia curda, cerca de 36 milhões de pessoas, nunca teve um estado, espalha-se pelos
territórios da Turquia, Irã, Síria e Iraque, e o conflito com estes países custou milhões de
vida ao longo do século XX . O problema persiste até os nossos dias, com uma guerra
velada e feita por guerrilhas, sem a premeditação que leva um grupo a querer exterminar
o outro, o que faz com que não se prove o ato de genocídio. Os bombardeamentos com
gás venenoso feitos pelos iraquianos sob as ordens de Saddam Hussein, mostram o ato
de genocídio que os curdos vêm sofrendo. Somente na aldeia de Halabja, morreram
quase 5 mil pessoas em conseqüência do efeito das terríveis armas químicas.
Ucrânia, 1932/1933
A Ucrânia fez parte da extinta União Soviética. A coletivização dos campos decretada
por Stálin bateu de encontro à resistência dos kulaks (camponeses ucranianos). Dentro
da dialética e da concepção do estado soviético os camponeses ucranianos foram
classificados como inimigos de classe e contra-revolucionários, sendo alvo de
implacáveis perseguições. Depois de se falhar o objetivo de produção da campanha de
1932, os armazéns de cereais foram esvaziados e os vilarejos sitiados. No inverno de
1932 a fome vitimou entre cinco a sete milhões de pessoas.
Alemanha, 1933/1945
Em 1941 Hitler invade a União Soviética, forçando Stálin a entrar na guerra contra os
alemães. Com a abertura da frente leste pelo exército alemão, Stálin decreta a
deportação dos alemães do Volga e dos povos localizados em áreas estratégicas que se
tinham oposto ao reforço do regime. Cinco milhões de alemães, tártaros, tchetchenos e
inguches foram deportados para as estepes geladas da Sibéria ou para a Ásia Central.
Não se sabe ao certo quantos desses cinco milhões pereceram.
Indonésia, 1965
A partir de outubro de 1965, cerca de 250 mil a meio milhão de pessoas, na maioria
militantes do PKI (Partido Comunista da Indonésia) foram massacrados pela polícia,
pelo exército e pela turba de populares. O PKI garantira por via eleitoral a participação
na vida política do país, mas um golpe militar encerrou essa participação. Corpos
flutuavam no Rio Brantas, sem cabeça e de estômago abertos. Para garantir que se não
afundavam, eram amarrados, empalados em varas de bambu.
Bangladesh, 1971
Quando a Índia ficou independente da coroa britânica em 1947, tinha uma população de
maioria hindu, com uma minoria muçulmana. Com a independência, os territórios
indianos de maioria islâmica formaram o país independente do Paquistão, que tinha
duas áreas territoriais distintas: o Paquistão Ocidental era separado geograficamente do
Paquistão Oriental por 1.600 km de território indiano. O Paquistão Ocidental foi
composto pelas províncias de maioria muçulmana do Beluquistão, Sind, Punjab e a
Fronteira Norte Ocidental. A Bengala Oriental, também de maioria muçulmana, formou
o Paquistão Oriental, que fez a sua independência em 1971, passando a se chamar
Bangladesh. A independência não foi aceita pelo Paquistão, gerando o extermínio de
três milhões de habitantes do Bangladesh pelo exército paquistanês. A chacina causou
protesto da opinião pública mundial. Um grande concerto musical de repúdio foi
promovido por Ravi Shankar e George Harrison, o “Concerto pelo Bangladesh”.
Burundi, 1972
Uma revolta da maioria hutu a 29 de abril de 1972 provoca a morte de 2000 a 3000
pessoas da população tutsi, que controlava o poder. No dia seguinte o presidente Michel
Micombero decreta a lei marcial, que suscita uma onda de terror que culmina na morte
de 100 a 200 mil pessoas da etnia hutu. Todos os intelectuais hutus foram mortos ou
exilados em outros países.
Camboja, 1975/1979
O Camboja perdeu cerca de 150 mil pessoas vítimas dos bombardeios norte-americanos
na Guerra do Vietnã. Com a ascensão dos Khmer Vermelhos
ao poder liderados por Pol Pot, o Camboja
tornou-se um imenso campo de morte e atrocidades. Em quatro anos 1,7 milhões de
pessoas (20 por cento da população) sucumbiram à fome, às doenças e aos trabalhos
forçados. Pol Pot faz milhões de pessoas abandonar as cidades em migrações forçadas
para os campos. Seu objetivo utópico era recriar a grandiosidade do Camboja medieval
à custa do sacrifício coletivo.
Timor, 1975/1979
O Timor Leste foi colonizado pelos portugueses, com a Revolução dos Cravos em abril
de 1974, inicia-se a descolonização portuguesa da África e da Ásia. Com a saída dos
portugueses de Timor, a Indonésia, com a cumplicidade dos EUA, decide, em 1975,
invadir o território leste daquela ilha, anexando-o ao seu território. A anexação foi feita
de forma brutal, matando mais de 200 mil timorenses entre 1975 e 1979.
Com o fim da guerra fria, vários foram os países que se desintegraram. A Iugoslávia de
Tito dá passagem para os países independentes da Eslovênia Croácia, Bósnia-
Herzegovina, Macedônia, Sérvia e Montenegro. A luta entre sérvios, croatas e outras
etnias religiosas deu origem às maiores atrocidades que a Europa assistiu após a
Segunda Guerra Mundial. Grupos étnicos diferentes foram mortos e expulsos na Bósnia,
na Eslavônia e na Krajina. O conflito vitimou cerca de 326 mil pessoas de 1991 a 1996.
Em 1999 o território do Kosovo, na Sérvia, cuja população é de maioria albanesa,
sofreu a perseguição dos sérvios que gerou mais um conflito na região, a guerra do
Kosovo, logo sufocado pela intervenção da comunidade internacional.
Ruanda, 1994
Os tutsis ruandeses refugiaram-se no Uganda após uma insurreição mal sucedida em
1959/62. Os seus filhos invadem o Ruanda nos anos noventa. Os
China (Tibete)
O Tibete foi invadido pela China em 1949. Nos primeiros dez anos de invasão, cerca de
6000 mosteiros são destruídos e é feito um número indeterminado de mortos, obrigando
o seu líder espiritual Dalai Lama, a fugir do país. A destruição sistemática da cultura
tibetana não costuma constar dos anais do genocídio.
Também na China aconteceram os atos de fuzilamento em massa perpetrados na
seqüência da invasão japonesa dos anos trinta. O objetivo era o aniquilamento dos
chineses e coreanos, considerados inferiores pelos invasores. 300 mil pessoas foram
mortas no massacre de Naking em 1937.