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A História em quadrinhos da capital de Alagoas

Douglas Apratto Tenório


Enio Lins (desenhos)
Leda Maria de Almeida

dições
C atavento

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© 2003 Douglas Apratto Tenório, Enio Lins e Leda Maria de Almeida

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Leda Maria de Almeida
DIREÇÃO EXECUTIVA
Lucas Lima
Simone Cavalcante
REVISÃO
Ivone dos Santos
DESENHOS
Enio Lins
CAPA
Leo Vila nova

A lmeida, Leda Maria de; Lins, Enio; Tenório, Douglas Apratto


O que é Maceió? / Leda Maria de Almeida, Enio Lins, Douglas
Apratto Tenório
Maceió: Edições Catavento, 2003

ISBN 85-7545-047-6 CDD- 981.35

Edições Catavento ltda.


Rua Valdo Omeno, 332. Ponta Verde
(Sala anexo ao Ponto Central - livraria e Café)
57 035 170 Maceió.Al.Brasil. Tel/fax: (82) 327 6680
e-mail: ed icoescatavento@uol.com.br

Impresso no Brasil
Redesenhando a história
ma salutar parceria com a dupla de historiadores Douglas
Apra:~1 e Leda de Almeida, Enio Lins é aquela cabeça brilhante que nos
revel .;.., irme e mansamente, histórias alagoanas.
Da mudança da capital de Marechal Deodoro para a atual Maceió
ou d? meandros das relações incestuosas entre a Coroa portuguesa e
·· .,,'.*~; . noss ·'ffspírito libertário (não confundir com libertino), o homem sabe

: ·-i·.f1do ..~ ono d: um .ª~lomb e d~ u~a ele~ância surpreendentes pa:a um


' : ,~ ·~rt ·. ta, Eruo pos1t1vamente e mais que isso. Produtor cultural, agitador
eza, foi responsável pela minha primeira ida a Maceió, para
ar de um salão de humor que ele havia criado.
. Agora, depois de experiências pela vida político-administrativa
aq<; ;'.,. .me consta foi adido cultural nos governos Suruagy e Lessa), nosso
if · ·: · forte do cartum alagoano investe numa recontagem bem-
h · ·· ~ . da da História que não foi contada.
· .· Conta com o apoio, nesta empreitada, da premiada dupla de
historf dores, Douglas & Leda, o que só vai acrescentar à sua verve o
imprescindível rigor histórico desejável na boa literatura.
Quem sabe esteja nascendo deste trabalho um outro, mais
pretensioso, que pode abarcar as linguagens já consagradas como teatro,
cinema e - por que não? - as virtuais do CD-ROM e as 11 que porventura
venham a ser inventadas 11 , como somos obrigados a assinalar, hoje em dia,
em nossos contratos de cessão para difusão de obra cultural.
Como todos sabem, estamos atravessando um portal para uma
nova realidade, tanto do ponto de vista socioeconômico quanto do político
e do tecnológico.
Nessas horas é que se tornam indispensáveis o conhecimento e a
profundidade na concepção de onde viemos e para onde vamos.
Esta é, sem dúvida, uma belíssima contribuição para um povo
prestes a retomar em suas mãos o próprio destino.

Paulo Caruso
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São Paulo, outubro de 2002 ~
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ESSE ~O t-l<>ME= t>A Ré41$o: TE.RRA DA<:> A' A.40.A.S. Dl~PÔE DE UM Ó\IMO
?ORTO NATVRAL) JARA.4UA',, • . t NA$ MATA<õ lt-lÓ$f'ITAS D~SÂ Tt::RRP....
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Periódico Maceioense A verdade nua e crua Nºt
I I

AS RAIZES INDIGENAS
ajussara, Pratagy, Jacarecica, Ypioca, corruptela de Massayó ou Maçai-y-ok, é de origem
• Jacutinga, Suaçuy, Guaxuma,
,
Jatiúca, tupi e significa "o que tapa o alagadiço", explicação
Manguaba, Mundaú. E tão forte a presença para a restinga onde os nossos avós caetés habitavam
indígena na toponímia e na etimologia maceioense e, antes da chegada dos portuguesas, dedicados à caça,
no entanto, nós nem associamos esses nome às à coleta de frutos silvestres e principalmente à pesca
nossas raízes indígenas nem à herança que nossos em nossas piscosas lagoas e no mar que lhe cerca e
antepassados deixaram em muitos campos de embeleza.
atividade.
O próprio nome da cidade, Maceió,

I I

APRE-HISTORIA
/ importante salientar as características do nosso são conhecidos pelos arqueólogos como
.,..... complexo lagunar co1nunicado com o mar, que sambaquieiros, ou construtores de sambaquis, de
-representa um ecossistema rico em recursos samba (mariscos) e ki (amontoados), em tupi. Na
naturais de flora e fauna e que foi, desde a pré- verdade, eles já eram um mistério para os índios que
história, até os dias atuais, uma região de atrativos os sucederam. Quando os primeiros portugueses
para as populações. Antes mesmo dos nossos avós aqui chegaram, já haviam desaparecido há mais de
caetés chegarem, nossos bisavós pré-históricos já mil anos.
ti11l1am percebido isto, há mais de 3000 anos a trás. Sabe-se quase nada daqueles nossos bisavós
QUER DIZER, ELES SÃO MAIS ANTIGOS que um dia ergueram os montes feitos de conchas e
QUE OS ÍNDIOS CAETÉS AQUI? restos de animais, utensílios e mesmo de
Sim, os desconhecidos senhores do sepultamentos. Viviam à beira-mar, não tinham
território maceioense co1neçaran1 a construir os estresse e se instalavam nas margens das lagoas e
montes - nos quais deixaram registrada sua inatas de encosta, o que lhes garantia comida o ano
passagem por aqui há muito, muito tempo atrás - e il1teiro.

SAMBAQUIS
Há registro de vários sambaquis em Maceió, quase todos desaparecidos com a ocupação dos nossos
contemporâ11eos. Mas ainda é possível encontrar alguns como o da margem esquerda do Canal Grande de
Dentro, Sítio Areias, no local denominado Caboclos, um sambaqui grande, um enorme amontoado de cascas de
ostras, maçw1irn, wilia-de-veio, taiobas e restos de cerâmica, colares e resíduos de carvão de suas fogueiras.

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...

2
SURURU DESPINICADO

QUAL AORIGEM: OENGENHO OU ACASA DE TELHAS!


assayó era o nome do engenho de açúcar seguir para o Capitão Apolinário Ferna11des Padilha,
do qual se originou a cidade. Antes disso, antigo proprietário de terras em Maceió, que
porém, no período anterior à invasão substituiu o antigo sesmeiro na posse.
holandesa, lá pelos idos de 1609, havia em Pajussara, Após a expulsão dos holandeses, e da
per to da enseada das canoas dos caetés, uma casa de sangrenta guerra que assolou o território alagoano,
telha pertencente a Manoel Antonio Duro, a quem pois éramos parte da capitania de Pernambuco, a
Diogo Soares, Alcaide-Mor de Santa Maria Coroa lusa decidiu preve11ir-se de novas investidas
Madalena, doara uma sesmaria. Escritura pública de estrangeiras, providenciando em alguns pontos de
1611 con1prova já existir dois anos antes essa casa, stta colô11ia alguns fortes militares. Em 1673 o rei
falando o documento num outro homem que se D.Pedro II de Portugal ordenou ao Visco11de de
estabelecera ali legalmente e que o sesmeiro era Barbacena a fortificação do Porto de Jaraguá para
obrigado a respeitar, caso a demarcação que ia se coibir o contrabando de pau-brasil precioso produto
realizar llle
,
alcançasse os limites do sítio. da época, abundante em nossas costas - que era feito
E igualmente importante saber que a com a ajuda dos índios. Os recursos não vieram e a
sesmaria de Manuel A11tonio Duro foi transferida a obra foi adiada.
I A

OREGISTRO NO DIARIO HOLANDES


No longínquo ano de 1640, uma tropa de Jaraguá, onde tem um paço," diz um batedor índio
reconhecimento holandesa percorreu a costa no diário flamengo. Com a maré cheia, fizeram urna
alagoana desde Porto de Pedras fazendo anotações hora de marcha de Ponta Verde a Jaraguá; do
que servissem para operações de guerra. contrário, o fariam em meia hora pela areia dura da
Atravessaram de canoa os rios Santo Antonio Mirim praia. O passo seria tlm armazém, 011de antes havia
e Pratagy e seguiram a rnarcl1a pelo caminho do o embarque de pau-brasil. Ou seria a casa de Manuel
Poço e Mangabeira até o Carrapato, hoje Jatiúca. Duro, de telha e tijolo?
Descobriam com os batedores uma linda
enseada de águas turquesa. "Aqui é a Ioçara. Ali é

OPOVOADO INICIAL
Foi exatame11te após o fim do domínio agora de um conjunto de ruelas e habitações
flamengo que teve início o primeiro povoado de rústicas, com grande cobertura vegetal, mata
Maceió, através da construção do engenho de mesmo, rodeando as casas dos moradores, com
açúcar que tomou emprestado o nome indígena um terreno extremamente pantanoso denominado
dado ao território da restinga, no local onde hoje Boca de Maceió e os mangues da lagoa. O
está situada a Praça D.Pedro II. Certamente algum movimento comercial ia aumentando, servindo
sesmeiro de Santa Luzia do Norte resolveu de confluência da produção agrícola dos vales do
procurar novas terras para fundar um engenho de Mundaú e do Paraíba e dos demais rios de açúcar,
açúcar e na margem do riacho Maçayó construiu o cortados por dois grandes caminhos abertos ao
pequeno conjunto il1dustrial. Até n1eados do acesso da penetração pelo sertão, co1n diversos
·C século XVIII, Maceió seria uma modesta povoação núcleos açucareiros marginais a lhes procurar
-
u em torno daquele engenho, célu1a-1nãe da nossa para escoar a produção. Daí o mérito do Porto de
\. capital. Havia ali uma pequena capela dedicada a Jaraguá, que definiria a sua importância como
<
e pólo hegemônico da economia e da administração.
e Nossa Senhora dos Prazeres, anteriormente sob a
u proteção de São Gonçalo do Amarante, santo da Sendo necessário passar pelo povoado para ir ao
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devoção do primeiro proprietário. Porto de Jaragt1á, Maceió foi progredindo,

'' O modesto povoado evoltúu no início do


século XIX para urna pequena vila, constituída
ameaçando ultrapassar em importância a Vila de
Alagoas.
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A TRANSFERÊNCIA DA CAPITAL, OU A MUDANÇA DO COFRE
O episódio central da história de Maceió é, sem dúvida, o da outro lado, a ampliação do comércio internacional e o forte prestígio dos
transferência da capital, ou da mudança do cofre. Ten1 tudo para um setores ligados à exportação, liderados pelos ingleses, exigiam uma
enredo de novela ou romance histórico: rivalidade, intriga, traição, n1udança de rumo para fazer face ao incremento da economia.
luta etc. En1 1839, quando a presidência da província era exercida por
Com a separação da capitania de Alagoas, em 1817, o natural Agostinho da Silva Neves, deu-se o impasse e a eclosão da crise que vinha
seria a consolidação da sua capital, que naquela época era Alagoas do se arrastando há anos. O presidente decidiu pela mudança, mas foi
Sul, hoje a cidade de Marechal Deodoro, sede militar, judiciária e aprisionado no Palácio Provincial após uma rebelião liderada pelo pai do
religiosa. Mas desde a gestão de Mello e Póvoas, em 1818, que o Marechal Deodoro, Major Manuel Mendes da Fonseca e pelo notável
interesse pelo burgo, que tinha um excelente porto natural, causava tribuno Tavares Bastos. Foi forçado a renunciar e embarcado no Porto do
ciúmes entre os habitantes da velha capital. Houve até um movin1ento Francês para o Rio de Janeiro
sedicioso tentando impedir a mudança da tesouraria da Fazenda Geral Uma verdadeira guerra foi declarada, participando todas as
de Alagoas para Maceió. Póvoas viu logo as vantagens que o pequeno cidades e vilas de Alagoas. As tropas se dividiram. A rebelião foi vencida
povoado portuário oferecia em termos de topografia e facilidade para pelos partidários da transferência, capitaneados pelo vice-presidente
a arrecadação de renda, e aí fez instalar as repartições fiscais e sua Sinimbu, que interceptou o patacho, navio que conduzia o presidente e
residência. Sem querer uma niptura naquele 1nomento, preparou os reempossou-o em Maceió. A Coroa Imperial apoiou os mudancistas, suas
primeiros passos da transferência e ficou administrando daqui até a tropas marcharam sobre a velha capital, sendo os revoltosos presos. A 9
proclan1ação das Cortes portuguesas, em 1821. de dezembro de 1839 a resolução nº 11 decidia o impasse, tomando
A interdição do Porto do Francês tomou Alagoas do Sul Maceió a capital de Alagoas.
dependente economicamente de Maceió. Tanto por causa do controle
fiscal como pelas dificuldades topográficas oferecidas pelo porto. Por
EI.EVADA A VILA deu-se o combate em Bebedouro. Os sediciosos tomaram
E não poderia ser de outra forma. Pelo alvará régio de Maceió e Souza Franco refugiou-se nw:::t navio que estava
5 de dezembro de 1815, deu-se a sua elevação a vila, sendo-lhe ancorado em Jarag uá. Prometeu anistiar os .rebeldes e fazer
doadas 7 léguas de costa desmembradas do distrito da antiga concessões, mas os combates continuaram na capital até que
Vila de Alagoas. No ano de 1817 o Ouvidor Batalha deu-lhe a reforços vindos de Pernambuco conseguiram restabelecer a
maioridade, proclamando-a oficialmente como vila ordem.
independente, calculando-se que tinha naquela ocasião cerca Outros movimentos sacudiram ~iacei ó, onde a
fermentação política sempre foi uma constante. N a Guerra
de 5000 habitantes, pois na contagem realizada em 1825 dos Cabanos, no movt.mento dos Quebra-Quilos, no
registrou-se a existência de 9.109 habitantes. Em 1833, nova recrutamento de voluntários para a Guerta do Paraguai, na
promoção. O termo de Maceió era elevado à categoria de campanha abolicionista ou na campanha republicana, mais
comarca. adiante.
AS LUTAS DE INDEPENDÊNCIA
E A LUSOFOBIA A VISÃO E O F~~O DOS
Por ocasião da emancipação política de Alagoas, em ESTRANGF.I ROS
1817, Maceió não tinha a importância de Alagoas do Sul e de Apesar de s u a turbulência política. ~1aceió atraía
outras cidades como Penedo e Porto Calvo, mas já se fazia estrangeiros que passavam por aqci o-.. se fi..~vam para fa.z er
notar o seu florescimento. Nos embates que se seguiram à lucrativos negócios. Os ingleses que tr.-eram a hegemonia
independência do Brasil, em 1822, o pequeno burgo já dos negócios internacionais, participa.-..-.un ativamente da
mostrava a sua vocação irredenta. Sua manifestação em favor vida local com seus investimentos. Trom.eram hábitos que
da autonomia nacional era contundente. Os portugueses e se incorporaram à nossa herança co~o o futebol, a religião
seus aliados não tiveram tréguas. Em 1831, por exemplo, após reformista, a modernização do comércio. e chegaram a ter um
a abdicação do imperador D. Pedro II, preocupada em cemitério perto do hoje canal Salgadinho, onde se
retomar o Brasil à condição de colônia, uma multidão enterravam os súditos de Sua :\faiestade britânica.
revoltada atacou um quartel de artilharia, apoderando-se de Outros povos europeus er::?grar.i;:n para cá, como
todo o armamento e munição. Liderava a população o Padre espanhóis, italian os, f ranceses radicando -se aqui,
Francisco Badaia Rego, político e agitador popular que dirigia constituindo família e deixando cescendentes e alguns
o jornal Federalista Alagoense. costumes de seu país. Chegamos a te.: .,...ários consulados e
A sublevação conseguiu contagiar outras vilas. legações diplomáticas em Jaraguá. ..Ugan.s se foram logo
Exigia-se a demissão e a retirada de todos os portugueses das mas deixaram registradas em diários de viagens suas
terras alagoanas. As manifestações anti-portuguesas, impressões, como Robert ..\ve i..alement. :\lary Graham e
verdadeira lusofobia, foram intensas em Maceió. Estes Daniel Kidder. Este último assim desc:re-:·eu a cidade, entre
procuravam abrigos em suas casas, onde se trancavam, e outras palavras:
buscavam refúgios nas igrejas e nas matas. Uma igreja de "Mesmo a m ais bela !lha dos ~lares do Sul
Jaraguá foi palco de lamentáveis acontecimentos, no trágico dificilmente apresentaria aspecto mais pitoresco q ue o Porto
episódio que ficou conhecido como "mata-marinheiro". de Maceió. A praia se al arga terra adentro, em semi-círculo. A
areia tem a alvura da neve e parece ter sido branqueada pelas
espumas que as ondas atiram incessantemente sobre ela. Um
LISOS E CABELUDOS- OUTRAS CONFUSÕES pouco atrás, plantada sobre o flanco de uma colina, eleva-se a
DA NOVA CAPITAL cidade, habitada por quase três mil almas.•. "'.
As seqüelas da transferência permaneceram por De todas elas a influência inglesa foi a mais
muitos anos. A imprensa recentemente desenvolvida poderosa. A sede da Estação Ferro\iária, antiga Alagoas
acompanhou os rumos do processo, engajando-se em um dos Railway, é uma reminiscência desse período áureo. Mas a
lados litigantes. O jornalismo iniciante era panfletário e preeminência britânica entre nós, se trouxe b enefícios, foi
porta-voz de governistas e oposicionistas. As lutas pelo também um agente d a política d e dominação mansa e
poder entre as duas facções se deram com disputas exploração sutil - o imperialism o econômico. Casas inglesas
acirradíssimas. Como na disputa entre lisos e cabeludos, que incentivavam e tutelavam o comércio. Maceió tinha
gerou nova rebelião. Eram liberais e conservadores, navegação direta e regular com portos europeus como
liderados, de um lado, por Sinimbu, do outro por Tavares Liverpool, Falmouth, G ibraltar, Alexandria e Londres. O
Bastos, incendiando a opinião pública. Na verdade, um predomínio dos gêneros d e exportação em detrimento dos
choque entre clãs e oligarquias que não queriam perder o gêneros alimentícios, cujo cultivo era posto de lado,
poder político. Quando do il1ício do funcionamento do provocando o aumento dos nveres básicos, causava
Legislativo, provisoriamente instalado na Igreja do Rosário, dificuldades nas classes m ais desfavorecidas, não
houve uma séria crise. vinculadas aos lucros das atividades de exportação. Por isso a
Em seguida, em 1844, quando o governo liberal população ironizav a com uma rima engraçad a:
nomeou Bernardo Souza Franco presidente da província, no "Não se pesca mai de rede
não se pode mai pescá,
rodízio partidário que era comum no Império, nova sedição
1 qui já sube da nutiça
estourou em Maceió. Revoltosos entraram na nova capital e ui os in rês com rou o má"
1

..
MACEIÓ 3

O NEGRO, A ESCRAVIDÃO do século XIX e que tinha como epicentro Jaraguá, "porto e
porta" dessas mudanças, como bem disse o poeta Ledo Ivo.
E OS ENGENHOS A era de melhoramentos materiais - que se abria
· É absolutamente imperdoável falar da composição para o Brasil e alterou o cenário urbano i:as pro~íncias - foi
racial e da cultura maceioense e esquecer a presença negra. vivida pela capital alagoana com intensidade. A
Apesar da vocação portuária, industrial, Maceió teve o papel implantação do primeiro ramal ferroviário de 6 quilômetros,
vanguardista de agente da urbanização tardia d~ ~~ago~s ligando a ponte de desembarque de Jaraguá ao Trapiche da
plenamente inserido na formação na chamada c1v1l1zaçao Barra, em 25 de março de 1868 - e depois um outro, que ia da
senhorial em função dos engenhos que abrigava em seu Rua do Livramento até Bebedouro -, foi a arrancada da
território. Em conseqüência, o elemento negro aqui estava, na chamada modernização da capital alagoana.
cidade, nos distritos, nas fazendas. Na região norte, em Tudo o que a nova era mundial apresentou de mais
Ipioca e mesmo na região lagunar, algumas pequen.as significativo podemos encontrar em Macei~ dessa ép,o~a,
unidades de fabricar açúcar faziam parte da sua economia. tendo como vitrine privilegiada o seu bairro portuano,
Eram engenhos como o de Garça Torta, o dos familiares de convertido em "city" financeira, e o centro comercial: ruas
Floriano Peixoto e o Boca da Caixa. iluminadas por lampiões a gás, calçamento das ruas
O número de escravos excedia, no Censo de 1870, em principais, ponte de ferro de desembarque do po~o~ rede
mais de 12o/o o da população livre. Ora, se naquele ano, já telegráfica, jardins nas praças, casas banc~ri~s .e
consolidada em sua função de centro administrativo ligado seguradoras, navegação a vapor, trem e as pnnc1paIS
ao setor de exportação, ainda havia esse percentual, é de se repartições públicas instaladas em prédios sólidos e v.is:osos
imaginar que nos anos e séculos anteriores o número era bem como o Consulado Provincial, a Alfândega, Repartiçao do

maior. Selo, Capitania do Porto, Assembléia Legislativa, Palacete
Quando, em meados do século XIX, Maceió já do Barão de Jaraguá - onde hoje funcionam o Arquivo e a
contava com 53 ruas e povoações e arrabaldes em torno do seu Biblioteca Pública-, Delegacia Fiscal etc.
perímetro urbano, a povoação de Ipioca, por exemplo, que Navios de várias bandeiras zarpavam com
fazia parte da freguesia de Maceió mas era unidade regularidade do nosso porto principal levando algodão,
independente, destacava-se por ter uma alta taxa de escravos açúcar, madeira, carne, couro, coco, azeite de mamona e
em sua população: 3.326 deles para 10.668 homens livres, gêneros exóticos como sebo em rama, vinh_ático, óle? ~e
segundo Tomaz Espíndola. Entre esses ~timos contav~-se copaíba, paina de barriguda. Em compensaçao, o comercio
os alforriados, ou seja, aqueles que tinham conseguido foi inundado de artigos de lã e seda, tecidos de algodão,
comprar ou obter a liberdade. azeite de oliva, vinhos, ferragens, drogas medicinais,
Lembremo-nos da mão-de-obra escrava como força bacalhau, cigarros, brim· de linho, chapéus franceses, chitas
de trabalho responsável por toda riqueza produtiva e percalinas, chapéus de sol e paletós de casimira.
também das atrocidades do sistema escravista. A despeito da
condição de escravo - que o limitava na medida em que lhe
era arrancada a liberdade de transmitir na plenitude os
A VISITA DO IMPERADOR
Um acontecimento que marcou aquela época foi a
valores da sua cultura -, a herança negra se faz presente em
visita do Imperador D. Pedro II a Maceió, quando,
nossa vida: na cultura, no vocabulário, nos hábitos
alimentares, na dança, no folclore, no esporte. Foi além do acompanhado da Imperatriz D. Teresa Cristina, em 31 de
dezembro de 1859, presidiu a solenidade de inauguração da
processo de miscigenação, tão visível nos rostos dos nossos
atual catedral e hospedou-se no palacete do Barão de
conterrâneos. Quem não gosta dos carinhosos diminutivos,
J araguá, ficando sua passagem marcada com um
painho, mainha, netinho, filhinho? Da pimenta malagueta,
monumento na Praça Pedro li.
do inhame, das lendas, da música, todos impregnados da
nossa negritude? .
Nas ruas da capital os negros de ganho vendiam
refrescos, guloseimas, anunciavam seus ofícios e, por for~a O INÍCIO TURBULENTO
de uma formação histórica errônea que se perpetuou depois DA REPÚBUCA
da abolição, continuaram como a grande parte da população Maceió, mais cosmopolita, acompanhou a intensa
excluída, abrigada nos bairros inóspitos e mais distantes. campanha abolicionista que redundou na libertação dos
Carente dos elementos básicos de cidadania. escravos em 13 de maio de 1888. As idéias libertárias eram
defendidas na imprensa, em jornais como "O Lincoln", a
O TREM E A MODERNIZAÇÂO "Gazeta de Notícias", "O Gutenberg" e o "Correio de Maceió"
e instituicões como o Instituto Histórico, fundado em 1868
CONSERVADORA •
na esteira das mudanças, e grêmios corporativos. O
DO SÉCULO XIX movimento contrapunha-se à resistência dos fazendeiros do
Trapiche da Barra, Poço, Bebedouro, Comércio e interior, que não queriam perder o que investiram na
Mangabeiras se consolidavam como áreas urbanas no compra dos negros - que sustentavam, com o nefando
período de grandes transformações que foi a segunda metade
4

instituto da escravidão, a economia local. A capital xales e turbantes. Agora eram cavalheiros de chapéu coco e
igualmente apoiou o movimento republicano que foi bengala postados solenemente nas calçadas, à porta da
vitorioso em 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, Maison Elegante, da Casa Zanotti, da High Life, da Casa
chefiado por um ilustre alagoano, o marechal Manoel Eugene Goestchel ou do Café Colombo. As damas 11ão
Deodoro da Fonseca. dispensavam coletes, mantilhas ou pequenos leques. Maceió
Seu irmão, Pedro Paulino, foi designado primeiro ganhou até um hipódromo, o Prado Alagoano, que mais tarde
governador de Alagoas no novo regime. Mas o início se chamaria Jockey Clube e que deu origem ao bairro do
republicano foi de muita turbulência política na capital. Prado. Dancava-se
, nos intervalos das corridas de cavalos, ao 1

Pedro Paulino renunciou, Gabino Besouro foi destituído e o som de conjuntos e orquestras. Apareciam os clubes de
Barão de Traipu também enfrentou sérias dificuldades. Ao futebol, CSA e CRB, outra novidade. O cinema atraía a
governo tenso de Manuel Duarte sucedeu Euclides Malta, que atenção, mudo inicialmente, com músicos a entreter os
inaugurou uma fase de tranqüilidade, mas que ficou marcada freqüentadores. Multiplicavam-se as sociedades recreativas,
como era oligárquica. o Clube Fênix, a Terpsychore Jaraguaense, o Montepio dos
, ,
Artistas, sociedades recreativas. Maceió, mais suscetível às
AS SALVAÇÕESE novidades, ia abrindo brechas na sociedade agrária, adotando
PERSEGUIÇÃO AOS TERREIROS inovações e tomando carona nas mudanças que o século XX ia
Diz-se com muita propriedade que o século XX oferecendo.
começou realmente em 1912, com a derrubada de Euclides
Malta e o advento das cha1nadas Salvações, liderado por O OUTRO LADO
Clodoaldo da Fonseca. Nos dias agitados, onde Maceió era
DA MEDALHA: os EXCLutnos
uma verdadeira praça de guerra, houve um episódio triste: a
Nem tudo era festa. As senzalas tinham sido
perseguição aos terreiros da religião afro, uma espécie de
oficialmente extintas, mas permaneceu bem vivo o poder da
inquisição alagoana. Violência, prisões, tiros, comícios,
casa grande, a segregação nas relações sociais. A ''belle
manifestações aconteceram com a população participa11do
époque" não chegara para todos, assim como as promessas
daquele movimento político. A morte do Secretário do
igualitárias da república. Maceió, estuário dos sonhos de
Interior e do estudante Bráulio Cavalcante, homenageado com
grande parte da população alagoana, não oferece a todos suas
uma praça onde hoje funciona a OAB, são tristes recordações
benesses. O mundo dos despossuídos não estava nos belos
da época.
sobrados, entre os elegantes senhores de fraque, nos costumes
Os terreiros voltariam a funcionar anos depois com os
refinados. Para a maioria da população, a casa de tijolo e
seus muitos adeptos. Por outro lado, os católicos tiveram a
alvenaria era artigo inacessível. Ela constrói seus abrigos
alegria de ver a sua Diocese criada pelo Papa Leão XIII, em 2 de
como mocambo de pescadores, em Pajuçara e Ponta da Terra
julho de 1900, e a inauguração do prédio do Seminário quatro
ou, mais adiante, às margens da lagoa, ou nas encostas de
anos mais tarde. Outras religiões, como o kardecismo - que
Bebedouro.
apareceu no final do século XIX - e as chamadas igrejas
Próximo às áreas de movimento, como o embarcadouro
reformadas se implantaram em Alagoas. Estas últimas com
da Levada, Jaraguá ou do Centro, em cortiços, galpões de
notável crescimento: Batista, em 17 de maio de 1885;
madeira subdivididos internamente entre numerosas
Presbiteriana, em 11 de setembro de 1887 e a Assembléia de
" famílias que superlotam os cubículos e brigam por qualquer
Deus, em 1910.
motivo. Gente sofrida, mestiça, descendente de escravos e
índios, precocemente envelhecida, que lava e faz biscates para
A BEI.I.E ÉPOQUE DAS EJ.ITES sobreviver.
E A MISÉRIA DOS POBRES Eles são os clientes habituais do Asilo de Mendicância, as
A capital alagoana, que no final do século XIX ainda vítimas das altas taxas de mortalidade e doenças mentais.
media forças com algumas cidades interioranas, como a Pagavam pesado tributo a enfermidades como tuberculose,
aristocrática Penedo e a lacustre Pilar, consolidou-se vaáola, cólera, gripes; uma delas, a espanhola, trazida dos
definitivamente no início do século como urbe moderna e campos de batalha da Europa, dizimou milhares de
incontestável centro político, econômico e administrativo. maceioenses. A capital alagoana mudava com o novo século,
O alargamento das ruas, o surgimento das praças onde se inseria-se na ''belle époque" com sua beleza e miséria, ora em
reuniam os munícipes, deixando a reclusão de suas casas, e a ritmo lento, ora mais veloz, mas sempre com o pensamento
construção do Palácio Floriano Peixoto, do Teatro Deodoro e do voltado para as mudanças surgidas no mundo e as novidades
Tribunal de Justiça, em prédios monumentais, marcaram o republicanas.
ingresso de Maceió na chamada "belle époque". Tempos
urbanos, por excelência. Endireitavam-se as velhas vias
cheirando a peixe frito, a tapioca, a arroz doce, vendidos nas
esquinas em tabuleiros enfeitados por negras trajando vistosos

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Durante os anos 20 e 30, Maceió abrigou


grandes nomes do mundo cultural brasileiro, •
como os alagoanos Graciliano Ramos, Aurélio
Buarque de Hollanda, Nise da Silveira, •

Lily Lages, a cearense Rachel de Queiroz e


os paraibanos José Lins do Rego e Tomás
Santa Rosa, entre outras estrelas da
intelectualidade local.
O Café Ponto Central era um dos endereços
preferidos por todas essas estrelas.

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3.1
HA HISTÓRIA NUA E CRUA'' Nº 3

PERIÓ DICO MACEIOENSE REDAÇÃO: D O UGLAS APRATO E LEDAALMEIDA


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1

FLAGRANTE COL.F-Tl DO NA RUA DO COMÉRCIO, QUANDO DA PASSEATA E1'vl SOLIDARIEDADE AO GOVERNADOR COSTA REGO
'
• OS GANSOS DO SALGADINHO SALVAM O GOVERNADOR
Assim como a poderosa cosmopolitas e ferrenho inimigo casa de uma amiga francesa nas
Roma dos Césares teve em sua do jogo do bicho e do crime, imediações do Riacho Salgadinho,
lustória os gansos do Capitólio, decidiu também brigar com o seu próximo a Jaraguá, quando foi alertado
a cidade-sorriso teve os gansos antecessor, Fernandes Lima, com pelo ruído d os gansos da casa vizinl1a,
do Salgadinho. Um governador muita gente importante e até com salvando-se milagrosamente de um
durão, o pilarense Costa Rego, os seus colegas jornalistas. Urna atentado encomendado por um dos
co m seus costumes certa noite estava descansando na seus muitos inimigos.
- -
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--

2 MACEIÓ

A REVOLUÇÃO DE 30 DEPÕE BEBEDOURO MANTÉM A slogan "o petróleo é nosso" e que


UM GOVERNADOR CHAMA DA contou também com o apoio de
O movimento dos tenentes CULTURA POPULAR gente de expressão i1acio11al como o
encerrou o período da República Bebedouro, bairro escritor Monteiro Lobato.
Velha, em 1930, com a tomada da tradicional, famoso por seu Estávamos em plena ditadura
capital pelos revolucionários
, e a fuga embarcadouro e pelos casarões das com o Estado Novo. A crítica ao
do governador Alvaro Paes. Surpresa famílias importantes que lá governo ou opiniões independentes
geral, pois um dia antes o governador, moravam, destacava-se pelas festas ot1 simples denímcia de desafetos
que era muito popular, fizera a sua populares que promovia. O Major eram punidas com rigor e as pessoas
costun1eira caminl1ada vesperti11a pela Bonifácio é figura inesquecível para sofriam constrangimentos.
Rua do Comércio com os seus os que amam o folclore alagoano. Intelectuais como Graciliano Ramos,
auxiliares. Sucederam-no vários Pastoril, Chegai1ça, Taieira, Baiana, que era Diretor de Instrução Pública,
interventores que representavam a Reisado, Guerreiro, o Coco-de- e Alberto Passos Guimarães foram
nova ordem chefiada por Getúlio Roda, as Bandas de Pífano, as presos sem motivo e sem
Vargas. Cavalhadas encontravam lá o seu julgamento.
, grande palco e atraíam gente dos
A EPOCA DE OURO DA arrabaldes e das cidades vizinhas. O
/

CULTURA ciclo natalino, o carnaval e as festas OGOGO DA EMA


Nas décadas de 20 e 30 juninas também eram celebrados, Um coqueiro esquisito tornou-
Maceió viveu a sua fase mais sobrepujando outros bairros que se símbolo de Maceió, objeto de
destacada na cultura. Já no final da também faziam comen1orações. admiração dos visitantes e tema de
década anterior, em 1918, com a canções e poesias. Ficava na praia de
fundação da Academia Alagoana de Ponta Verde. Sua foto era divulgada
Letras, prenunciava-se urna era de O ESTADO NOVO E A GUERRA por todo o Brasil.
forte ebulição 11as letras e nas artes. A cidade despertou da vida
Intelectuais participavam ativamente bucólica com o novo conflito na
da vida política e administrativa, tais Europa, coisa que 11ão aco11tecera na ANGÚSTIA E NINHO DE
como Jorge de Lima, Demócrito I Grande Guerra. O treinamento de COBRAS
Gracinda, Costa Rego, Guedes de soldados para o front, apagões Dois livros, duas verdadeiras
Miranda, Lima Júnior, Povina noturnos, balões vigiando as praias, obras-primas, retratam bem esse
Cavalcanti, Jayme de Altavila, entre cultivo de hortas nas casas, falta de período e são os romances por
muitos outros. víveres importados.O excelência de Maceió. Lá se
Os ecos do modernismo torpedeamento de navios brasileiros encontram a geografia da cidade,
chegaram até nós. Rompia-se com os em costas nordestinas levou a seu jeito de ser, seus tipos
padrões clássicos e debatia-se o população às rt1as, ein gigantescos ii1esquecíveis, sua arquitetura, a
regional. Na Rua do Comércio, nas comícios pedin.do nossa entrada na alma e a psicologia da urbe. São eles
imediações do Ponto Central, podia-se guerra. A presença de soldados Angústia e Ninho de Cobras, dos
encontrar um Graciliano Ramos e um norte- americanos era explicada pela geniais Graciliano Ramos e Ledo
Carlos Paurílio tomando café e ameaça nazista. O Vergel do Lago e o Ivo. Quem quer que se disponha a
conversando com Raquel de Queiroz, Tabuleiro tomaram impulso com a conhecer Maceió não pode
José Lins do Rego, Santa Rosa e Jorge construção de campos de pouso. A prescindir da leitura desses dois
An1ado. Os jovens, como Diegues juventude e a intelectualidade livros.
Junior e Arnon de Mello, fundava111 também queriam a exploração do
associações - o Grêmio Guimarães petróleo descoberto em Riacho
Passos e a Academia dos Dez U11idos. Doce. O assunto galvanizou as A REDEMOCRATIZAÇÃO
Revistas de vanguarda eram atenções do país, pois geólogos DE 45
publicadas. Lourenço Peixoto lançava norte-americanos diziam que O fim da guerra apressou a
o paralelismo. O Instituto Histórico, a Alagoas não possuía reservas do derrubada de Getúlio Vargas e
m ais antiga i11stituição cultt1ral, ouro negro. Um intelectual negro, juntou os antagonistas comunistas
mantinha movimentadas reuniões. Rodriguez de Melo, participava e udenistas em uma frente ampla
dessa campan11a que tinha como contra o adversário comum: a
MACEIÓ 3

família Góis Monteiro, que vinha 121 . 000 habitantes. O


dirigindo o Estado desde a Revolução cosmopolitismo e os ventos da
de 30. Foi wna época de muita transformação nacional chegam até
.i11quietação e sobressaltos na capital, aqui. A capital vai deixando de ser
. no governo Silvestre Péricles . rural e conservadora e tor11a-se mais AS VILAS
• Grandes concentrações públicas eram urbana e aberta quanto a novos OPERÁRIAS E O
feitas e1n Maceió e os conúcios no costumes. A influência francesa
Parque Gonçalves Ledo, Praça do cede lugar ao prestígio da cultura
VOTO URBANO
Urna das transformações
Pirulito e Rua do Comércio atraíam norte-americana.
• multidões . Após tanto tempo Na política e i1a
ocorridas na década de 50 foi a
igualdade de votos entre as
rigidamente controlada, a política administração vive - se uma
populações urbana e rural. O
voltava a entusiasmar os dramática experiência com a
eleitorado mais independente
maceioenses. Uma grande tragédia ascensão do populismo,
da capital e de vilas operárias
marcou também a capital alagoana representado pelo governador
como Alexa11dria, Fernão
qua11do uma tromba d' água caiu sobre Muniz Falcão. Pela pri1neira vez um
a cida.d e soterrando casas e matando Velho e Saúde passaram a
governo saído das entranhas da
muitas famílias nas imediações do massa ousa confrontar-se com as constituir um peso importante
nas eleições estaduais. Foram
atual Cefet. elites e a aristocracia estadual, que
elas que sustentaram o
secularmente controlam as rédeas
movimento populista e deram
do poder local.
a vitória a Muniz Falcão.
O PRIMEIRO PREFEITO ELEITO
Deve-se registrar, também,
EM 1953
Um fato a ser destacado i1essa que o inovimento sindical que
O EPISÓDIO DO
ressurgiu no fim da década de
nova fase foi a eleição do primeiro "IMPEACHMENT"
prefeito constituil1te de Maceió, em 06 40 tem uma história de luta
Na sexta - feira, 13 de bem mais antiga. As primeiras
de outubro de 1953, uma vez que os setembro de 1957, Maceió foi notícia
intendentes antes, e os prefeitos greves surgem no começo do
internacional com um conflito entre século passado. Na década de
depois, eram nomeados. Neste poderes que ficou conhecido como a 20 os arquii11imigos Euclides
memorável pleito para a 11istória tragédia do "in1peachment". As Malta e Fernandes Lima
política da capital sagrou-se vencedor ate11ções nacionais voltaram-se para juntaram-se para combater
o coronel José Lucena Maranhão, que a Assembléia Legislativa, com a , .
uma greve portuar1a que
tinha sido antes prefeito de Santana do presença de altas personalidades da paralisou Jaraguá. Por outro
Ipanema e ficou famoso por ter política brasileira. Votava-se o lado, a existência de uma classe
comandado as volantes que impedimento do gover11ador Muniz média, a concentração de
combateram e liquidaram Lampião e Falcão no parlamento quando foi professores, estudantes e
seu bando de cangaceiros. deflagrado violento tiroteio entre intelectuais e a criação da Ufal,
deputados situacionistas e da em 1961, com un1 co11tingente
oposição, transformando o prédio de massa crítica mais atuante,
AS SURPREENDENTES da Câmara Estadual em praça de
e ajudaram a formar na capital
MUDANÇAS EM 50 guerra, deixando a cidade aquilo que se denomina
A década de 50, que começou conflagrada e atônita com a tensa opinião pública. Gente menos
com a surpreendente vitória do crise política que terminou com uma
• comprometida com os
liberalismo udenista do jornalista intervenção assinada pelo coro11éis donos da vida e da
Arno11 de Mello sobre o silvestris1no, presidente Juscelino Kt1bitscheck. morte das pessoas.
registrou importantes mudanças em Depois houve o retorno triunfal do
outros campos. Na questão governador.
populacional, por exemplo, Maceió
vai simbolizar essas modificações
co1n o crescime11to urbano e a
migração de numeroso contingente de
pessoas do interior, pulando para
4 MACEIÓ

NOVA PERDA DA AUTONOMIA Vereadores, ajudando ainda na i10 parlamento estadual e nos
.
Com o ad,rento do regime eleição para a Assembléia muruc1pais, nas empresas e na
militar de 64, a população Legislativa de vários nomes Prefeitura de Maceió. Uma
maceioense deixou de escolher de comprometidos com a abertura surpresa - elegeu uma militante

novo seu dirigente pelo voto. O democrática. Logo em seguida, no sindical, a dentista Kátia Bom,
último prefeito eleito foi Divaldo retorno da autonomia municipal, para a Chefia da Municipalidade,
Suruagy, em 1966, que governou com a consolidação da abertura reelegendo-a na primeira eleição
até fevereiro de 1970. Os militares política, elege o prefeito de do século XXI.
conseguiram a cassação pela oposição, o ex-deputado Djalma
Câmara Municipal de Sandoval Falcão.
Caju em inaio de 1964 e a posse do
vice, Vinicius Cansanção. Sand oval PRESENÇA DAS MULHERES NA
era um prefeito que sabia ~xercer RIBALTA POLÍTICA 1
ben1 a arte da comunicação com o O final do século XX foi O DÉFICIT SOCIAL
povo e deixou muitas praças movimentado no burgo querido de 1
E A EXCLUSÃO
construídas. Suruagy, por sua vez, Melo e Póvoas. A população 1 PERMANECEM
começou a construção de conjuntos manteve-se fiel à tradição irredenta A cidade cresceu. Hoje
populares e alçou vôos n1ais altos, de va11guarda das transformações beira quase um milhão de
chegando ao governo do Estado por sociais do Estado, iniciadas com a habitantes. Modernizou-se.
três vezes e exercendo um domínio mudança da capital em 1839. Já não é a pacata cidadezinha
de mais de três décadas na política Destaque-se a visibilidade em que todos se conheciam.
alagoana, superando Euclides dos movimentos negro e indígena, São
, muitos os bairros novos.
Malta, Fernandes Lima e os Góis as passagens constantes do E uma metrópole. Ponta
Monteiro. Movimento Sem Terra pelas ruas da Verde é o seu cartão postal.
capital, a eleição, para a Prefeitura Mas os graves e antigos
A RESISTÊNCIA EM UMA de Maceió, de Ronaldo Lessa e problemas também se
ÉPOCA DE MEDO Heloísa Helena - políticos que ampliaram. As
O longo período que vai de militam em partidos de esquerda desigualdades e a exclusão
64 até o início da década de 80 foi (PSB e PT) -, o movimento popular social se agravaram. A
uma época de medo e incertezas. O de 17 de julho de 1997 (derrubando o maioria da população não
regime ditatorial aniquilava governador Divaldo Suruagy, à tem os direitos básicos de
qt1alquer tentativa de oposição. frente do seu terceiro mandato no cidada11ia, o que é um
Maceió resistia com sua juventude, Palácio dos Martírios). Outro fato desafio para os novos
seus jornais alternativos e suas importante foi a eleição do mesmo dirigentes públicos e para a
lideranças si11dicais. A OAB, a Ronaldo Lessa para o governo do toda a comunidade
Igreja, as entidades estudantis, os Estado, em urna frente de esquerda rnaceioense em geral. Que a
partidos proscritos, a Sociedade dos contra o candidato Manuel Gomes 11istória de luta do nosso
Direitos Humanos, as Associações de Barros, que pleiteava a reeleição. burgo não seja esquecida e
de Moradores, os núcleos femininos O fato mais destacado do século, inspire o enfrentamento
passam a oferecer um contraponto à porém, foi a vitória do movimento sem trégua dos graves
violência, à falsa unanimidade feminista. Iniciado na década de 30 problemas sociais que
oficial e à falta de democracia. Os com a Federação para o Progresso exigem uma resposta à
movimentos sociais e a sociedade Feminino, as mulheres rnaceioenses altura dos seus munícipes.
civil organizada surgem como decidiram quebrar as cidadelas de
esperança de 11ovos dias. privilégio masculino: organizaram-
Nas eleições n1w1icipais de se em Conselhos e Associações e
1982, o MDB (partido que se conseguiram importantes vitórias.
contrapunha à situacionista Arena), Elas estão hoje em todos os setores.
elege uma forte representação No Senado da República,
op osicionista para a Câmara de representando o Estado, na Justiça,
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