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8.2 Integrar a televisão e o vídeo na educação escolar ........................... 17
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 26
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1 O QUE É TECNOLOGIA ASSISTIVA
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1.4 Recursos de acessibilidade ao computador
Fonte: www.laratec.org.br
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1.7 Adequação Postural
Fonte: www.papodemae.com.br
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1.9 Auxílios para deficientes visuais ou visão sub-normal e auditivos
Fonte: g1.globo.com
Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para
equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com
aumento para leitura de documentos, publicações, alertas sonoros, etc.
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lápis para estes alunos com dificuldades motora, para que possam adquirir movimento
de pinça, jogos adaptados entre outros.
Fonte: s.glbimg.com
etc.).
Quais os recursos já utilizados para a comunicação?
Quais são os parceiros de comunicação?
Qual a rotina do aluno?
Quais são os centros de interesse?
Quais as tarefas a serem realizadas.
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convencionais estão ultrapassadas. É inevitável a pergunta: Para onde mudar? Como
ensinar e aprender em uma sociedade interconectada?
Mudanças na educação é importante para mudar a sociedade. As tecnologias
estão cada vez mais em evidência e os investimentos visam ter cada classe conectada
à Internet e cada aluno com um notebook; investe-se também em educação à
distância, educação contínua, cursos de curta duração. Mas só tecnologia não basta.
“Ensinar é um desafio constante”.
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provisórias, dando uma interpretação rápida para o todo, através dos interesses,
percepções, do modo de sentir e relacionar-se de cada um.
A construção do conhecimento, a partir do processamento multimídia é mais
livre, menos rígida, com maior abertura, passa pelo sensorial, emocional e pelo
racional; uma organização provisória que se modifica com facilidade. Convivemos
com essas diferentes formas de processamento da informação e dependendo da
bagagem cultural, da idade e dos objetivos, predominará o processamento sequencial,
o hipertextual ou o multimídico.
Atualmente perante a rapidez que temos que enfrentar situações diferentes e
cada vez mais utilizamos o processo multimídico. A televisão utiliza uma narrativa com
várias linguagens superpostas, atraentes, rápidas, porém, traz consequências para a
capacidade de compreender temas mais abstratos.
Em síntese, as formas de informação multimídia ou hipertextual são mais
difundidas. As crianças, os jovens sintonizados com esta forma de informação quando
lidam com textos, fazem-no de forma mais fácil com o texto conectado através de
links, o hipertexto.
O livro então se torna uma opção menos atraente. Não podemos, nos limitar
em uma ou outra forma de lidar com a informação, devemos utilizar todas em diversos
momentos.
Há um tipo de conhecimento multimídico de respostas rápidas que é
importante. É preciso saber selecionar para encontrar conexões, causas e efeitos,
tudo é fluido e válido, tudo tem sua importância e em pouco tempo perde o valor
anterior.
É uma atitude que se manifesta no navegar na Internet, ao deixar-se ficar diante
da televisão, numa salada de dados, informações e enfoques. As pessoas não
permanecem passivas, elas interagem de alguma forma, mas muitos não estão
preparados para receber tal variedade de dados e adotam a última moda na mídia ou
na roupa, que efêmeros, são facilmente esquecidos e/ou substituídos.
Tornamo-nos cada vez mais dependentes do sensorial. É bom, mas muitos não
partem do sensorial para voos mais ricos, mais abertos, inovadores. Muitos dados e
informações não significam necessariamente mais e melhor conhecimento. O
conhecimento torna-se produtivo se o integrarmos em uma visão ética pessoal,
transformando-o em sabedoria, em saber pensar para agir melhor.
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5 CAMINHOS QUE FACILITAM A APRENDIZAGEM
Fonte: s2.glbimg.com
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Aprendemos pela criação de hábitos, pela automatização de processos, pela
repetição. Aprendemos mais, quando conseguimos juntar todos os fatores: temos
interesse, motivação clara, desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de
aprendizagem e sentimos prazer no que estudamos.
Aprendemos realmente quando conseguimos transformar nossa vida em um
processo constante, paciente, confiante e afetuoso de aprendizagem.
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Esses processos de generalização levam a mudanças, distorções, a alterações
na percepção da realidade.
Se nossos processos de percepção estão distorcidos, podem nos levar desde
pequenos a enxergar-nos de forma negativa. Um dos eixos de mudança na educação
seria um processo de comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos,
comunidade, incluindo os funcionários e os pais. Só aprendemos dentro de um
contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial. Autoritarismo não vale a
pena, pois os alunos não aprendem a ser cidadãos.
As organizações que quiserem evoluir terão que aprender a reeducar-se em
ambientes de mais confiabilidade, de cooperação, de autenticidade.
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O papel principal do professor é ensinar o aluno a interpretar os dados, a
relacioná-los, a contextualizá-los. Aprender depende também do aluno de que ele
esteja maduro para entender a informação.
É importante não começar pelos problemas, erros, pelo negativo, pelos limites,
mas sim pela educação positiva, pelo incentivo, pela esperança.
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Planejar e improvisar, ajustar-se às circunstâncias, ao novo.
Valorizar a presença e a comunicação virtual,
Equilibrar a presença e a distância.
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tendemos ao geral. Ex: dois escândalos na família real inglesa e se tira conclusões
sobre a ética da realeza como um todo. Uma situação isolada converte-se em uma
situação padrão.
Vídeo para o aluno significa descanso e não aula. Essa expectativa deve ser
aproveitada para atrair o aluno. A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível,
daquilo que toca todos os sentidos.
Televisão e vídeo exploram também o ver, o visualizar, ter diante de nós as
pessoas, os cenários, cores, relações espaciais, imagens estáticas e dinâmicas,
câmaras fixas ou em movimento, personagens quietos ou não.
A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam,
enquanto o narrador costura as cenas, dentro da norma culta, orientando a
significação do conjunto. A música e os efeitos sonoros servem como evocação de
situações passadas próximas às personagens do presente e cria expectativas.
A televisão e o vídeo são sensoriais, visuais as linguagens se interagem não
são separadas. As linguagens da T.V. e do vídeo respondem à sensibilidade dos
jovens e de adultos. Dirigem-se mais à afetividade do que a razão. O jovem vê para
compreender a linguagem audiovisual, desenvolve atitudes perceptivas como a
imaginação enquanto a linguagem escrita desenvolve mais a organização, a
abstração e a análise lógica.
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Análise da linguagem: Reconstrução da história, como é contada a história, que
ideias foram passadas, quais as mensagens não questionadas, aceitas sem
discussão, como foram apresentados à justiça, o trabalho, o amor, o mundo e como
cada participante reagiu.
Completar o vídeo: Pedir aos alunos apara modificarem alguma parte do vídeo,
criar um novo material, adaptado à sua realidade.
Vídeo produção: Fazer uma narrativa sobre um determinado assunto. Pesquisa
em jornais, revistas, entrevistar pessoas e exibir em classe.
Vídeo espelho: A câmara registra pessoas ou grupos e depois se observa e
comenta-se o resultado.
Vídeo dramatização: Usar a representação teatral, pelos alunos, expressar o
que o vídeo mostrou.
Comparar versões: Observar os pontos de convergência e divergências do
vídeo. Ótimo para aulas de literatura. Comparar o vídeo e a obra literária original.
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9 O COMPUTADOR E A INTERNET
Fonte: imaginanacopa.com.br
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páginas e participem de pesquisas em grupo, discutam assuntos em chats. O papel
do professor amplia-se – do informador transforma-se em orientador de
aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação dentro e fora da sala de
aula.
Lista eletrônica/ Fórum
Incentivar os alunos a aprender navegar na Internet e que todos tenham seu
endereço eletrônico (e-mail), e com isso criar uma lista interna de cada turma que irá
ajudar a criar uma conexão virtual entre eles.
Aulas – pesquisa
Transformar uma parte das aulas em processos contínuo de informação,
comunicação e pesquisa, equilibrando o conhecimento individual e o grupal, entre o
professor- coordenador- facilitador e os alunos, participantes ativos.
Trabalhar os temas do curso coletivamente, mas pesquisando mais
individualmente ou em pequenos grupos os temas secundários. Os grandes temas
são coordenados pelo professor e pesquisados pelos alunos. Assim o papel do aluno
não é de executar atividades, mas o de co-pesquisador responsável pelo resultado
final do trabalho.
O professor coordena a escolha de temas ou questões mais específicas,
procura ajudar a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a
descobrir novos significados das informações.
Construção cooperativa
A Internet favorece a construção cooperativa, ou seja, o trabalho conjunto de
professor e alunos.
Um modo interessante de cooperativismo é criar uma página dos alunos, um
espaço virtual de referência, aonde vai sendo colocado o que acontece de mais
importante no curso. Pode ser um site provisório ou um conjunto de sites individuais.
É importante combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula, conhecer-
nos motivar-nos, reencontrar-nos com o que podemos fazer a distância, comunicar-
nos, quando necessário e acessar os materiais construídos em conjunto na
homepage.
O espaço de trocas de conhecimento transita da sala de aula para o virtual.
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9.1 Preparar os professores para a utilização do computador e da Internet
Tanto o professor como o aluno têm que estar atentos às novas tecnologias,
principalmente à Internet. Para tanto é necessário que haja salas de aula conectadas
e adequadas para pesquisa, laboratórios bem equipados. Facilitar o acesso de alunos
e da escola aos meios de informática, diminuir a distância que separa os que podem
e os que não podem pagar pelo acesso à informação.
Ajudar na familiarização com o computador e no navegar na Internet, na
utilização pedagógica da Internet e dos programas multimídia. Ensiná-los a fazer
pesquisa interagindo com o mundo.
Utilizar a Internet para ensinar exige muita atenção dos professores. Não se
deter diante de tantas possibilidades de informação, saber selecionar as mais
importantes. Uma página bem apresentada, atraente dever ser imediatamente
selecionada e pesquisada. A Internet facilita a motivação dos alunos, pela novidade e
pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece.
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental e a adaptação
a ritmos diferentes: A intuição porque as informações vão sendo descobertas por
acerto e erro. Desenvolve a flexibilidade, porque as maiores parte das sequências são
imprevisíveis, abertas.
Na Internet também desenvolvemos novas formas de comunicação
principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual,
multilinguística; todos se esforçam para escrever bem. A comunicação afetiva, a
criação de amigos em diferentes países é um outro grande resultado, individual e
coletivo, dos projetos.
Os dados e informações são muitos, e, portanto gera uma certa confusão entre
informação e conhecimento.
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Na informação os dados organizam-se dentro de uma lógica, de uma estrutura
determinada.
Conhecimento é integrar a informação no nosso referencial tornando-a
significativa para nós. Alguns alunos estão acostumados a receber tudo pronto do
professor e, portanto não aceitam esta mudança na forma de ensinar.
Também há os professores que não aceitam o ensino multimídia, porque
parece um modo de ficar brincando de aula...
Na navegação muitos alunos se perdem pelas inúmeras possibilidades de
navegação e acabam se dispersando. Deve-se orientá-los a selecionar, comparar,
sintetizar o que é mais relevante, possibilitando um aprofundamento maior e um
conhecimento significativo.
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9.6 Equilibrar o presencial e o virtual
Fonte: enquantoisso.com
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A educação a distância mudará de concepção, de individualista para mais grupal, de
isolada para participação em grupos. Educação a distância poderá ajudar os
participantes a equilibrar as necessidades e habilidades pessoais com a participação
em grupos-presenciais e virtuais.
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BIBLIOGRAFIA
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11 ARTIGOS PARA REFLEXÃO
Resumo
Como inserir no ensino fundamental a educação ambiental, utilizando a mídia e os meios de
comunicação como ferramentas didáticas? Seria possível utilizar recursos tecnológicos que fazem
parte do nosso cotidiano como a televisão, internet, jornais, revistas, oficinas de vídeo, fotografia e
cinema para educar as crianças de hoje a preservarem o meio ambiente? É de extrema importância
que a educação ambiental seja inserida nas práticas pedagógicas das escolas, uma vez que a nossa
saúde, e das gerações futuras, dependem da qualidade do meio em que vivemos. Este estudo tem por
objetivo demonstrar a possibilidade da utilização dos meios de comunicação na educação ambiental.
Como metodologia, trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, utilizando-se em seu
delineamento fontes bibliográficas e documentais. O resultado é a constatação da necessidade da
educação ambiental nas escolas, utilizando como prática pedagógica os meios de comunicação e
mídias.
1-INTRODUÇÃO
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A educação tem um papel fundamental no desenvolvimento das pessoas e das
sociedades. Neste contexto, vê-se a importância de incluir o tema transversal Meio
Ambiente contido nos Parâmetros Curriculares Nacionais, permeando toda a prática
educacional.
Uma das formas é utilizando as mídias e os meios de comunicação como
ferramentas pedagógicas. Como escreve Vandeverde (apud PERAYA, 1997) “Ensinar
tem um sentido muito próximo de comunicar”. Inserindo novas formas de aprendizado
às atividades pedagógicas, fará com que os alunos, mais do que memorizar
conteúdos, aprendam a aprender.
Este trabalho justifica-se pela necessidade de conscientização dos indivíduos
para um problema que prejudicará a nossa saúde e a das gerações futuras: a
destruição do meio ambiente. A base da formação dos seres humanos é a escola.
Utilizando as tecnologias como práticas pedagógicas na educação ambiental, fará
com que o aluno se interesse mais pelo conteúdo e o coloque em prática.
Sendo assim, este trabalho apresenta como questão problematizadora: Como
inserir a educação ambiental no ensino fundamental utilizando nas práticas
pedagógicas os meios de comunicação e as diferentes mídias? E como objetivo,
mostrar o quanto é importante educar as crianças do ensino fundamental a
preservarem o meio ambiente, analisar a utilização dos meios de comunicação e
mídias, observando como as crianças reagirão a essa prática pedagógica midiática.
Esta pesquisa poderá trazer como contribuições formas pelas quais a mídia e
os meios de comunicação podem auxiliar na educação, pois a tecnologia incentiva a
escola a ser o que sempre objetivou: crítica, fazendo do aluno não um vaso recipiente
de conhecimentos prontos (passivo), mas um ser ativo, um sujeito da história.
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É cada vez mais precoce a idade em que as crianças começam a interagir com
computadores ou jogos eletrônicos, é muito comum residências em que os aparelhos
de televisão, de videocassete e de som são operados por elas [...]. Essas crianças,
ao chegarem à escola, muitas vezes encontram nas salas de aula um cenário no qual
são oprimidas durante horas, estando claramente definidos quem é o ator e quem são
os agentes passivos daquela atividade, em que a única cor na cena é a do giz na
lousa.
Utilizando os meios de comunicação como ferramentas pedagógicas na
complementaridade do ensino, a escola dará ao aluno a oportunidade de se expressar
de forma mais viva e completa. Com isso, as escolas concentrarão a atenção dos
alunos o que estimulará, entre outras coisas, o senso crítico e o raciocínio. Deve haver
disposição docente para despertar não só o fascínio pelos meios de comunicação,
mas também uma racionalidade crítica.
A escola precisa estar sempre atenta aos seus alunos e renovar seu processo
pedagógico, trazendo para o campo educacional a criatividade. Segundo Roldão
(apud SCHENKEL4) a meta última da educação é recolocar a dimensão racional e a
dimensão imaginativa, ambas, como elementos centrais, integradores de um processo
global de construção de conhecimento que faça de cada indivíduo uma pessoa mais
bem equipada para compreender a realidade.
5- CONCLUSÃO
Os meios de comunicação estão cada dia mais presentes na vida dos seres
humanos. Nas escolas, eles se veem cada vez mais necessários e presentes. A
educação começa a utilizar os meios de comunicação e mídias como práticas
pedagógicas para formar cidadãos que aprendam a viver no mundo e não pelo mundo.
Nesse intuito, esses meios se mostram aliados à prática da educação ambiental
(tema de relevante importância neste século XXI). A intenção deste artigo foi propor
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as escolas e aos professores a valorização dos meios de comunicação e mídias na
sala de aula como ferramenta de construção de realidades baseada em conteúdo de
interesse dos alunos, estimulando a criatividade, o interesse, a opinião pessoal e a
consciência crítica.
Recomenda-se que essas práticas sejam urgentemente adotadas, pois a nossa
sobrevivência e das gerações futuras dependerá das nossas atitudes e a educação é
uma arma poderosa na formação de cidadãos críticos e conscientes. Educação e
ação, duas aliadas neste século.
REFERÊNCIAS
mai.2007.
12 LEITURA COMPLEMENTAR
DISPONÍVEL EM:
Revista Brasileira de Educação Especial
Print version ISSN 1413-6538
Rev. bras. educ. espec. vol.18 no.1 Marília Jan./Mar. 2012
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382012000100006
AUTORES: Aila Narene Dahwache Criado Rocha; Débora Deliberato.
ACESSO EM: 09/05/2016
RESUMO
Os estudos sobre Tecnologia Assistida enfatizaram a necessidade de inserir recursos, serviços
e estratégias na educação especial e inclusiva para colaborar com o processo de aprendizagem de
alunos com deficiências. A literatura descreveu que a primeira etapa para a implementação da
tecnologia assistida na escola deve permitir entender a situação que envolve o aluno a fim de ampliar
a sua participação no processo de ensino e aprendizagem. Este estudo teve como objetivo identificar
as necessidades de serviços, recursos e estratégias de tecnologia assistida para o aluno com paralisia
cerebral na escola. Foram selecionadas duas crianças com paralisia cerebral e seus professores. A
etapa da coleta de dados contou com três procedimentos sucessivos: entrevista com os professores,
preenchimento do protocolo de identificação da rotina escolar e observação dos participantes em sala
de aula realizada através de filmagens e diário de campo. A partir dos três procedimentos, foi proposta
a triangulação de dados, ou seja, agrupamento das informações obtidas em um único documento para
o estabelecimento das categorias de análises. Após elaboração do material, as categorias foram
apreciadas por juízes da área. Os resultados demonstraram que após entender a situação do aluno
com deficiência no contexto escolar foi possível estabelecer as suas habilidades e necessidades para
indicar os recursos de Tecnologia Assistida adequados ao planejamento do professor e propiciar a
aprendizagem da criança com deficiência. O estudo identificou a necessidade de estabelecer
procedimentos específicos, um planejamento pedagógico organizado e a participação de profissionais
da saúde para o uso da tecnologia assistida na escola.
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1 INTRODUÇÃO
Documentos internacionais e nacionais têm procurado definir a tecnologia
assistida e garantir políticas públicas que favoreçam o seu uso. Na literatura
internacional as definições de tecnologia assistida enfatizaram o uso de recursos,
estratégias e serviços aplicados para atenuar os problemas funcionais encontrados
pelos indivíduos com deficiências e proporcionar ou ampliar suas habilidades e,
consequentemente, promover independência, qualidade de vida e inclusão (KING,
1999; LAHM; SIZEMORE, 2002; JOHNSTON; EVANS, 2005; JUDGE; FLOYD;
JEFFS, 2008).
No Brasil a tecnologia assistida é uma área de conhecimento relativamente
nova e o termo ajudas técnicas aparece como sinônimo de tecnologia assistida. O
Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), em ata da reunião VII DE dezembro de 2007,
aprovou a adoção do seguinte conceito de Tecnologia Assistida:
Tecnologia Assistida é uma área do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e
serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e
participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida,
visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (CAT,
2007).
As pesquisas enfatizaram a necessidade do envolvimento de profissionais
especializados em diferentes áreas do conhecimento para o trabalho com pessoas
com deficiência para atender as diferentes etapas dos serviços da tecnologia
assistida: avaliação e identificação das habilidades e necessidades; prescrição e
confecção dos recursos; acompanhamento, bem como perceber necessidades de
modificações destes recursos durante a sua utilização. Para que essas etapas de
serviços se efetivem é necessário desenvolver estratégias de intervenção a fim de
mediar o uso dos recursos de tecnologia assistida nos diferentes contextos (MANZINI;
SANTOS 2002; PELOSI, 2009).
A tecnologia assistida vem conquistando um espaço importante na educação
especial no Brasil e nos últimos anos pode-se observar o aumento significativo de
estudos sobre esta temática. Estes estudos enfatizaram o uso de tecnologia assistida
na educação especial por meio de recursos, serviços e estratégias que colaboram
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com a acessibilidade, com o processo de aprendizagem e com o desenvolvimento das
habilidades de alunos com deficiências (BARNES; TURNER, 2001; MANZINI;
SANTOS, 2002; BERSCH, 2006; COPLEY; ZIVIANI, 2004; JUDGE, 2006; OKOLO;
BOUCK, 2007; JUDGE; FLOYD; JEFFS, 2008; PELOSI 2008, 2009; GALVÃO FILHO,
2009).
Os documentos nacionais que regem a educação no Brasil, também
enfatizaram que na proposta da educação especial a tecnologia assistida tem a função
de atender às especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais
e os habilitar funcionalmente nas atividades escolares. Em relação à educação
inclusiva a tecnologia assistida está inserida com o objetivo de conduzir à promoção
da inclusão de todos os alunos na escola. Portanto, o espaço escolar deve ser
estruturado como aquele que oferece os recursos, serviços e estratégias de tecnologia
assistida (BRASIL, 2006, 2007).
Também preocupados com a sistematização do uso da tecnologia assistida
com alunos com deficiência no contexto escolar, Manzini e Santos (2002),
descreveram as etapas para implementar a tecnologia assistida na escola: entender
a situação, gerar ideias, escolher alternativas, representar a ideia, construir o objeto,
avaliar e posteriormente acompanhar o uso do recurso de tecnologia assistida.
Os mesmos autores ainda alertaram que durante a implementação da
tecnologia assistida é necessário conhecer o usuário destes recursos, sua história,
suas necessidades e desejos, bem como identificar quais são as necessidades reais
considerando todo o seu contexto social e as possíveis barreiras que limitem a sua
independência (PARETTE; BROTHERSON, 2004).
Manzini e Santos (2002) descreveram que a primeira etapa para a
implementação do recurso de tecnologia assistida na escola deve permitir ao
profissional entender a situação que envolve o estudante, para isto é necessário
escutar seus desejos, identificar as características físicas, psicomotoras e
comunicativas, observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar, reconhecer o
contexto social e também as necessidades da professora para ampliar a participação
do aluno no processo de ensino e aprendizagem.
O uso da tecnologia assistida na escola demanda não somente o recurso, mas
também um serviço que ofereça estratégias para o seu uso. As estratégias devem ter
início anteriormente a prescrição ou construção do recurso, ou seja, é necessário
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observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar e reconhecer suas
necessidades. Por meio das informações do aluno, dos profissionais da escola e do
ambiente é possível estabelecer critérios para elaborar recursos com perspectivas
funcionais que atendam às necessidades especificas do aluno com deficiência e
consequentemente diminua as taxas de abandono dos recursos de tecnologia
assistida. Neste contexto de discussão o objetivo deste estudo foi identificar as
necessidades de serviços, recursos e estratégias de tecnologia assistida para o aluno
com paralisia cerebral na escola.
2 MATERIAL E MÉTODO
39
informações do diário de campo, as informações transformaram-se em um texto
escrito único.
Após estruturações do texto escrito foram estabelecidas categorias de análise
segundo Bardin (2004), descritas no segundo a seguir:
O material foi encaminhado aos juízes com experiência na área e foram obtidos
os seguintes índices de concordância segundo Carvalho (1996): pesquisador com juiz
A – 86,74%, pesquisador com juiz B – 90,47% e juiz A com juiz B – 88,69%.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Recursos
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Em relação ao participante B, a observação permitiu identificar que o recurso
utilizado para o posicionamento era um andador com estrutura em aço com assento
tipo fraldão e mesa de apoio para atividades. O andador era trazido de casa todos os
dias. Apesar de o andador ser de uso pessoal do aluno ele não estava adequado para
as suas necessidades, pois necessitava de ajustes ergonômicos, como pode ser
observado pelo exemplo a seguir:
Participante B
[...] o participante B foi posicionado em seu andador em frente a uma mesa de
sala de aula comum, está com os joelhos semi fletidos e membros superiores sobre a
mesa de atividades do andador, e com a cabeça baixa apoiada sobre os braços.
O andador utilizado pelo Participante B permitiu que ele se deslocasse pelo
ambiente, porém para que isto acontecesse muitas vezes realizou movimentos
inadequados, principalmente de pernas e braços, estimulados pela persistência dos
reflexos primitivos. Durante as atividades também foi possível observar que o uso
deste recurso não era adequado, porque estimulou os movimentos involuntários e
variações na tonicidade muscular, dificultando os movimentos que a criança pretendia
executar e consequentemente sua funcionalidade. Nas atividades observadas nos
ambientes externos da escola, a criança se locomovia e permanecia durante todo o
tempo no andador.
As referências da literatura apontaram que adequando a postura das crianças
com paralisia cerebral, dando-lhes pontos de apoio e estabilidade; é possível modificar
as alterações de tônus muscular e diminuir os movimentos involuntários e, com isto
oferecer condições para que o aluno possa atuar sobre objetos e materiais escolares;
consequentemente poderá permanecer com melhor contato e seguimento visual do
espaço e sua atenção poderá estar direcionado para atividades mais complexas
(BEUKELMAN; MIRENDA, 2007; BRASIL, 2007; BERSH, 2006).
3.2 Estratégias
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2006; JUDGE, 2006; OKOLO; BOUCK, 2007; JUDGE; FLOYD; JEFFS, 2008; ROCHA
et al., 2008; PELOSI, 2008, 2009; GALVÃO FILHO, 2009).
A literatura nacional e internacional através de autores como Steelman (2002)
e Pelosi (2009) discutiram a necessidade de programas de intervenção na escola por
meio de atuações colaborativas entre os profissionais da educação e da saúde para
a efetiva participação dos alunos com paralisia cerebral na escola, quer ambiente
inclusivo ou no ambiente segregado. Nas pesquisas realizadas pelos autores foi
possível perceber a importância do professor estar envolvido com etapas de atuação
sistematizada para refletir a respeito dos recursos e estratégias necessárias.
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A sala de aula do participante B não dispunha de adequações físicas e de
materiais para favorecer ao aluno com paralisia cerebral envolvimento nas diferentes
tarefas, como pode ser visualizado por meio do exemplo a seguir:
Participante B
[...] as carteiras ficavam próximas uma da outra, o que dificultava a locomoção
do participante B na sala de aula. O chão é de piso frio e claro, a sala é bem iluminada.
Em relação a lousa, foi possível perceber que é elevada não favorecendo o campo
visual do participante B.
Embora os documentos oficiais designem às escolas à necessidade de
adaptações e adequações para os diferentes alunos com deficiência para garantir
acesso às questões pedagógicas, ainda os recursos, estratégias e serviços da área
de tecnologia assistida estão centrados nas classes especiais, salas multifuncionais,
salas de recursos e, ainda nas instituições especializadas. O ambiente inclusivo é
discutido pela literatura como essencial para a criança com deficiência compartilhar
experiências e adquirir conhecimento, mas para que este ambiente inclusivo
proporcione aprendizagem significativa, deve ser adequada à diversidade de alunos
(SORO-CAMATS, 2003; PELOSI, 2009; VON TEZTCNHER et al, 2005).
4 Conclusões
O estudo permitiu indicar que: 1. As informações obtidas por meio do relato dos
professores favoreceram a descrição das especificidades do aluno e do ambiente; 2.
A caracterização dos alunos e do ambiente é fundamental para a confecção dos
recursos; 3. A importância da capacitação do professor não só para o uso dos
recursos, mas para estabelecer as estratégias de uso dos materiais; 4. O ambiente da
classe especial favoreceu a disponibilidade de recursos, mas não garantiu a
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generalização do uso dos instrumentos frente à rotina do professor; 5. O ambiente
inclusivo favoreceu a interação do aluno com paralisia cerebral com outros
interlocutores competentes em diversas habilidades; 6. O ambiente inclusivo não
favoreceu a disponibilidade de recursos.
5 Considerações finais
REFERÊNCIAS
54
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deficiente físico. In: MANZINI E.J. (Org.). Linguagem, cognição e Ensino do Aluno com
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79.
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Roopnarire (Ed.). Conceptual, social-cognitive, and contextual issues in the field of
play. Conn: Ablex Publishing, 2002.
55
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the field. Journal of Special Education Technology. United States v.21, n.4, p.17-21,
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KING, T.W. Assistive Technology: essential human factors. Boston: Allyn and Bacon,
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57
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In: Ensaios pedagógicos:construindo escolas inclusivas. Brasília: SEESP/MEC, 2005.
p. 82-86.
58
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