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O Golpe de Aríete (water hammer em inglês - martelo de água) é a variação de pressão que
ocorre nos encanamentos, sempre que há passagem do movimento permanente para movimento
não-permanente, devido à variação brusca da velocidade de escoamento. É um dos chamados
transientes hidráulicos, que são ocorrências transitórias nos encanamentos. Assim, por
exemplo, durante o fechamento de uma válvula na extremidade de uma tubagem, a variação da
velocidade provoca variação da energia de pressão. Neste caso, o Teorema de Bernoulli não é
mais aplicável e resultam ondas de elevação e de redução de pressão que se propagam
alternadamente na tubagem. A elevação ou redução da pressão pode provocar ruptura ou
colapso (esmagamento) da tubagem, ruídos e interferência em equipamentos hidráulicos. Um
exemplo clássico de aplicação positiva do Golpe de Aríete é o acionamento da bomba hidráulica
– Aríete Hidráulico, também conhecida como Carneiro Hidráulico
A sobrepressão máxima pode ser calculada pela expressão ha = Cv/g, sendo v a velocidade
média da água na tubulação, g a aceleração da gravidade e ha o aumento de pressão em m c.a.
Ao longo da canalização, a sobrepressão distribui-se da seguinte maneira:
Neste caso, pode-se aplicar a fórmula anterior, multiplicada pela proporcionalidade T/t. O
resultado é válido para manobras sem variação da velocidade de fechamento da válvula, tendo-
se:
O cálculo do Golpe de Aríete é importante para o dimensionamento das tubulações, que devem
resistir à pressão no momento do fechamento da válvula. Para isso, a resistência da tubagem
deve ser verificada no catálogo do fabricante. Sendo os tubos fabricados pelo processo de
extrusão, os catálogos fornecem o diâmetro nominal (DN), o diâmetro externo (Dext) e a
espessura da parede do tubo (e). Assim, para cada classe dos tubos, deve-se calcular o diâmetro
interno (Di), fazendo-se Di = Dext – 2e, conforme esquema a seguir:
Sempre que possível, o Golpe de Aríete deve ser evitado em instalações hidráulicas; porém,
quando sua ocorrência é inevitável, seus efeitos podem ser suavizados pelo emprego de uma ou
mais medidas:
a) velocidade de escoamento
c) chaminés de equilíbrio
Na base da chaminé pode ser instalada uma válvula de sentido único, permitindo apenas a
passagem do líquido da chaminé para a tubulação, diminuindo o efeito da subpressão; neste
caso, a chaminé poderá ser instalada com qualquer altura e em qualquer local.
d) câmaras de ar comprimido
São ligadas logo após a válvula de retenção, contendo ar comprimido em parte de seu volume
total. Durante a depressão a câmara fornece água à linha de elevação e posteriormente recebe
água durante a elevação da pressão, com expansão e compressão do volume de ar. Com isso,
reduzem-se as mudanças de velocidade da água na tubagens e os efeitos do Golpe de Aríete.
Devido ao arrastamento do ar pela água, tanto maior quanto mais elevadas forem as pressões, a
câmaras necessitam de reposição periódica do mesmo.
e) volante de inércia
f) válvulas de alívio
As válvulas de alívio possuem uma haste que se movimenta, permitindo a abertura das mesmas.
Com a sobrepressão a mola comprime-se, havendo descarga do fluido da tubulação.
Conforme SILVESTRE (1979), as válvulas de alívio são ligadas à linha de elevação e quando a
pressão ultrapassa em 10% a 15% a pressão normal de bombeamento, abrem-se para a
atmosfera, descarregando certo volume de água. Por isso, limitam as pressões a valores
compatíveis com a resistência dos tubos, mas não combatem as subpressões.