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GOLPE DE ARÍETE
Disciplina: Hidráulica
2. Apresentação do tema
Definições e Conceitos
Popularmente conhecido como martelo hidráulico ou golpe de aríete, o fenômeno também
é conhecido como transiente ou transitório hidráulico. Os jargões referem-se a variação
brusca de pressão em um conduto forçado, normalmente associado a uma mudança súbita
de velocidade, de aceleração ou desaceleração, que se resume em uma “ pancada” ou
“golpe” nas paredes internas das tubulações, que geralmente causam rompimentos e
muitos estragos. Também podemos definir o Golpe de Aríete como a variação da pressão
acima e abaixo da pressão normal de uso de condutos forçados, em consequência de
mudanças bruscas de velocidade do líquido, decorrendo de manobras com registros e
válvulas. O termo Golpe de Aríete foi forjado pelos pesquisadores franceses, que
assimilaram o som produzido pelas sucessivas ondas de pressão ao som das batidas de
um aríete ao arrombar portas e muralhas de fortificações. O aríete é uma antiga máquina
de guerra, usada no período medieval.
mxv=Fxt
DESCRIÇÃO DO FENÔMENO
Então uma onda de pressão positiva vai se propagando da jusante para montante, na
direção do reservatório. Atrás desta onda, o escoamento tem velocidade nula e toda a
energia cinética é convertida em energia elástica. A velocidade de propagação, celeridade
a, da onda de sobrepressão é constante e é função das características do fluido e do
conduto.
Considerando L o comprimento do conduto e admitindo como positivo o sentido do
escoamento à jusante, a sobrepressão atinge o reservatório no tempo t0 + L/a. A primeira
fase do transiente ocorre, então, no intervalo de tempo de t0 e t0 + L/a.
Na segunda fase a onda de sobrepressão ΔH atinge o reservatório e então ocorre um
desequilíbrio na entrada do conduto, devido ao fato do nível do reservatório H0 ser
constante e a pressão não se alterar.
“ A Figura 4 mostra um escoamento reverso, passando água do duto para o reservatório
com velocidade - V0. Este escoamento vai aliviar a pressão até o valor normal antes de a
válvula ser fechada. Este processo se difunde para jusante, atingindo a válvula no instante
de tempo t0 + 2L/a e deixa todo o duto com pressão H0 e velocidade −V0. A segunda
fase do transiente ocorre no intervalo de tempo compreendido t0 + L/a e t0 + 2L/a.”
“ A Figura 5 mostra a terceira fase, quando a onda de pressão negativa atinge a válvula
fechada, velocidade fica nula, provocando uma onda de subpressão igual a ΔH. Esta onda
de subpressão se difunde em direção ao reservatório onde comprime toda a tubulação,
atingindo o reservatório no instante t0 + 3L/a”
Figura 5- Terceira fase do transiente.(Fonte : Rodrigues)
Atrás da onda a tubulação permanece com velocidade igual a zero e com pressão H0 −
ΔH. A terceira fase então, ocorre no intervalo de tempo de t0 + 2L/a e t0 + 3L/a.
“A quarta, e última fase, como mostra a Figura 6 , tem início quando a onda de subpressão
atinge o reservatório, esta fase está compreendida entre os instantes 3L/a e 4L/a. Como a
pressão no reservatório H0 é maior que a pressão na tubulação H0 − ΔH, ocorre então
uma condição de instabilidade. Devido a essa condição de estabilidade ocorre um retorno
às condições iniciais do estado permanente, o fluido escoa em direção a válvula com
velocidade V0 e pressão H0.”
Figura 6- Quarta fase do transitório ( Fonte : Rodrigues)
9900
𝐶=
√48,3 + 𝑘 𝑥 𝐷
2
2𝑥𝐿
𝑇=
𝐶
Quando a onda chega, ao voltar ela troca o sentido, fazendo novamente o mesmo percurso
durante o mesmo tempo T, porém com sinal contrário. O tempo de fechamento é um
importante fator. Se for muito rápido, o registro ficará todo fechado antes da onda de
depressão atuar, porém se fechado lentamente, haverá tempo hábil para a onda atuar a
antes da obturaçãoo completa.
2𝑥 𝐿 2𝑥 𝐿
Se T > , a manobra é lenta. Se T < , manobra é considerada rápida.
𝑐 𝑐
(𝑐 . 𝑣 )
ℎ𝑎 =
𝑔
𝑐. 𝑣 𝑇
ℎ𝑎 = 𝑥
𝑔 𝑡
Essa fórmula leva a valores superiores aos verificados experimentalmente, porém ainda
é utilizada, principalmente em instalações de pequena importância, por estar ao lado da
segurança. Casos mais complexos exigem um maior grau de analíse.
Figura 10- Princiáis teorias e fórmulas a respeito do golpe de aríete.( Fonte : Manual
de Hidráulica 8º edição)
Dispositivos Usuais de Alivio do golpe
Afim de minimizar ou até minimizar ou até mesmo extinguir os efeitos do golpe de aríete
na tabulação, podemos instalar alguns dispositivos que visam a proteção da mesma,
aumentando sua vida útil e confiabilidade. Estes são indispensáveis em sistemas
elevatórios e até em adutoras por gravidade, os mais comuns são:
Válvulas de alivio
Figura 11- corte de válvula de alivio tipo “vam” metálica. ( Fonte :Mecanica
industrial, 2018)
Funciona de modo que quando a pressão for maior ou menor que a de calibragem
do aparelho a expele o fluido pela abertura afim de normalizar a pressão no
conduto. São instaladas ao longo da tubulação sempre que necessárias, de
preferencia diretamente no tubo a ser protegido ou o mais próximo dele possível.
Tanques unidirecionais (TAUs)
Assim como as válvulas de alivio são dispositivos automáticos, devem ser feitos de
material durável, como o aço inox e o broze, sua localização é definida no estudo do
transiente hidráulico. Pode ser de dois tipo; do tipo “tau” com pressão atimosferica e do
tipo “tbu” com ar comprimido.
Seu funcionamento ocorre de forma a preencher o tubo com fluido de modo a aliviar a
tubulação.
São sistemas que exigem constante verificação e manutenção. Uma vez que se utiliza
reservatórios de ar e água. O maior problema é a dissolução do ar na água. O sistema pode
ser por pistão ou bolsão de ar, e é recomendado apenas para adutoras onde a vasão e a
pressão são baixas, já que a confiabilidade do mesmo não é muito grande. Necessita
também de um sistema de injeção de ar comprimido, o mesmo também acontecer por
meio da própria tubulação, porem exige maior verificação.
Figura 13 – Valvula de ar comprimido e tanque bidimensional. ( Fonte : Manual
de Hidráulica 8º edição)
Seu funcionamento é muito simples, quando o golpe se inicia a câmera cede uma
quantidade de agua para a tubulação, atenuando o golpe, o ar se expande na
câmera. Em seguida na segunda fase do golpe a câmera recebe água comprimindo
o golpe e atenuando novamente o golpe. O calculo dos volumes é feito através de
fixação de valores. O método mais usado é o de Sonnet.
São tidas como a solução mais confiável para o golpe de aríete, uma vez que são de fácil
instalação simples funcionamento, são semelhantes aos TAU’s atuam de maneira
bidirecional e tem a vantagem de não precisarem de válvulas. São instaladas o mais
próximo possível das maquinas, e em cotas topográficas mais alta, devendo ser mais altas
que o maior nível d’agua em cotas interligadas, e ainda acrescido uma parte devido ao
golpe, e uma borda livre.
Figura 14- Chaminé de equilíbrio instalada em adutora nos EUA. ( Fonte :Jamal,
2017)
Volante de Inercia
Mais aplicado em casos onde as linhas de recalque são menores, é uma solução
de grande praticidade e muito simples. Um disco é acoplado ao eixo da bomba
afim de aumentar seu momento de inercia e massa, tornando assim manobras
rápidas mais lentas.
JAMAL, Hasseb. Surge Tanks, Function and Types of Surge Tanks. 2017.
Disponível em: <https://www.aboutcivil.org/surge-tanks-functions-
types.html>. Acesso em: 19 nov. 2018.