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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental

Projeto de Instalações Prediais 1

Profa. Dra. Cláudia Marcia Coutinho Gurjão


Perda de Carga
Considera-se a perda de carga a resistência proporcionada ao líquido, neste
caso a água, em seu trajeto. Devido a vários fatores que são partes
constituintes do conduto (tubo, calha, etc) a água perderá parte da sua
energia (pressão) inicial. Esses fatores determinantes para que a água possa
vencer a resistência em seu trajeto são:

´  Rugosidade do conduto (tubo, calha, etc)


´  Viscosidade e densidade do líquido conduzido
´  Velocidade de escoamento
´  Grau de turbulência do fluxo
´  Comprimento da tubulação (distância percorrida)
´  Mudança de direção
´  Dimensão da tubulação (diâmetro) – é o único fator que contribui para
diminuir a perda de carga
Perda de Carga
A Perda de Carga é dividida em 2 partes

•  Perda de Carga Normal: é devida ao comprimento da tubulação. As


tubulações de cobre e de plástico (PVC) normalmente com grande
emprego nas instalações, oferecem grande vantagem em relação as
tubulações de ferro galvanizado ou ferro fundido no aspecto de perda de
carga (energia) no trajeto do líquido, para a mesma seção e distância
linear.

• Perda de Carga Localizada ou acidental: são as perdas que ocorrem nas


mudanças de direção, como por exemplo nas conexões (joelhos,
reduções, tês), ou quando a água passa por dispositivos de controle, tipo
registro. Portanto, quanto maior for o número de conexões de um trecho
de tubulação, maior será a perda de pressão ou perda de carga nesse
trecho, diminuindo a pressão ao longo da tubulação
Linha Piezométrica – Perda de Carga
A
B
∆h

hA hB
tubulação
R

• Com registro fechado (R), a água sobe na tubulação vertical até o nível do reservatório
(A).
• Abrindo o registro, a água entra em movimento e o nível da pressão cai do ponto A para
B, esta diferença é o que denominamos de perda de carga (∆h).
• Tubulação de menor diâmetro oferece maior resistência à vazão ocasionando maior perda
de carga.
• Tubulação de maior diâmetro oferece menor resistência à vazão ocasionando menor perda
de carga.
• A pressão hA é a pressão estática neste ponto, ou seja, quando a água está parada.
• A pressão hB é a pressão dinâmica neste ponto, ou seja, a água está em movimento.
Sistema Predial de Água Fria
Sub sistema de alimentação
•  Ramal predial
•  Cavalete/hidrômetro
•  Alimentador predial

Sub sistema de reservação

•  Reservatório inferior
•  Estação elevatória
•  Reservatório superior

Sub sistema de distribuição interna

•  Barrilete
•  Coluna
•  Ramal e sub ramal
Vazão

´  Considera-se vazão hidráulica o volume de água a ser transportado


que atravessa uma determinada seção (tubo, calha, etc) na unidade
de tempo.

´  No sistema prático de unidades, a vazão é expressa em m3/ h,


podendo ser expressa também em l/s.

´  A vazão também pode ser denominada de descarga hidráulica.

´  Em um projeto de instalações hidráulicas prediais, são dimensionadas


vários tipos de vazões a saber: de utilização, do alimentador predial,
do barrilete e colunas de distribuição, dos ramais e sub-ramais, do
reservatório superior e da instalação hidropneumática, se houver.
Pressão
A pressão é o resultado de uma força aplicada a uma superfície
que lhe ofereça oposição. Normalmente confundem pressão com
força. A pressão leva em conta dois fatores, a força aplicada e a
superfície na qual ela é aplicada.
Sendo
P = pressão
F = força
A = área

As medidas mais utilizadas em relação a pressão são:


´  kgf / cm2 ;
´ mca (metro de coluna dʼ’água),
´  lb / pol2
´  N / m2 (Newton por metro quadrado) ou Pascal (Pa)
Podemos então afirmar que: 1kgf/cm2 = 10 mca = 98.100 Pa
Pressão em um Tubo
P= F
A
Sendo:
h F = peso da água = δ . V
F
V = volume do cilindro = A . h
V
Então substituindo temos
P = δ . A . h = δ . h = 1. h = h em mca
A
A Obs: 1kgf/cm2 = 10mca = 100.000Pa
P
Pressão nas canalizações de um Prédio

q  Desta forma, em Hidráulica Predial a água contida em um tubo contém,


peso, o qual exerce uma determinada pressão nas paredes desse tubo.

q  A pressão que a água exerce sobre uma superfície qualquer, só depende
da altura do nível da água até essa superfície. É o mesmo que dizer: a
pressão não depende do volume de água contido no tubo.

q  Na maioria das vezes, no dimensionamento das tubulações em Hidráulica


Predial, a pressão considerada é devida a ação exclusiva da gravidade.

q  Nos prédios, o que ocorre com a pressão exercida pela água nos diversos
pontos das canalizações, só depende da altura do nível da água, desde um
ponto qualquer da tubulação, até o nível de água do reservatório.
!  Pressão nas canalizações de um Prédio
Pressão nas canalizações de um Prédio

Quanto maior for


esta altura (h)
maior será a
pressão. Então
podemos concluir
que, nos andares A
mais baixos terão
maior pressão B
comparados aos 3
q u e e s t ã o Pressão no
situados mais C ponto D =
próximos ao Altura do
2 nível da água
reservatório.
no
reservatório
D
até o ponto D.
TÉRREO
Principais Terminologias
Ø  Água potável: água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela
Portaria no 36 do Ministério da Saúde;

Ø  Água fria: água à temperatura dada pelas condições do ambiente;

Ø  Ramal Predial ou ramal externo: é a tubulação compreendida entre a rede pública
de abastecimento (distribuidor público) e a instalação predial caracterizada pelo
medidor público (hidrômetro) ou limitador de consumo, o qual é considerado como
parte integrante do ramal externo.

Ø  Alimentador predial ou Ramal interno: é a tubulação que liga a fonte de


abastecimento a um reservatório de água de uso doméstico;
Ø  Torneira de bóia: válvula com bóia destinada a interromper a entrada de água nos
reservatórios e caixas de descargas quando se atinge o nível operacional máximo
previsto.

Ø  Reservatório inferior: reservatório intercalado entre o alimentador predial e a


instalação elevatória, destinado a reservar água e a funcionar como poço de sucção
da instalação elevatória.
Ø  Reservatório superior: reservatório ligado a tubulação de recalque, destinado a
alimentar a rede predial de distribuição.

Ø  Instalação elevatória: conjunto de tubulação, equipamentos e dispositivos destinado


a levar a água para o reservatório superior

Ø  Tubulação de Recalque: tubulação compreendida entre o orifício de saída da


bomba e o ponto de descarga no reservatório superior (de distribuição)

Ø  Tubulação de Sucção: tubulação compreendida entre o ponto de tomada no


reservatório inferior e o orifício de entrada da bomba.

Ø  Barrilete: conjunto de tubulações que se origina no reservatório superior e do qual se


derivam as colunas de distribuição

Ø  Colunas de distribuição: tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar


ramais

Ø  Sub-ramais: tubulação que liga ramal à peça de utilização

Ø  Ramal: tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-


ramais
Ø  Nível de transbordamento: nível do plano horizontal que passa pela borda do
reservatório, aparelho sanitário ou outro componente. No caso de haver extravasor
associado ao componente, o nível é aquele do plano horizontal que passa pelo
nível inferior do extravasor;

Ø  Plástico sanitário: expressão usualmente empregada para designar peças de


utilização e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas e outros
ambientes do gênero, fabricados em material plástico. Exemplos: torneiras,
registros de pressão e gaveta, misturadores, válvulas de descarga, chuveiros e
duchas;

Ø  Ponto de utilização da água: extremidade à jusante do sub-ramal a partir de onde


a água fria passa a ser considerada água servida. Qualquer parte da instalação
predial de água fria, a montante desta extremidade, deve preservar as
características da água para o uso a que se destina;

Ø  Rede predial de distribuição: conjunto de tubulações constituído de barriletes,


colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos,
destinado a levar água aos pontos de utilização;
Ø  Refluxo de água: escoamento de água ou outros líquidos e substâncias, proveniente de
qualquer outra fonte, que não a fonte de abastecimento prevista, para o interior da
tubulação destinada a conduzir água desta fonte. Inclui-se, neste caso, a retrossifonagem,
bem como outros tipos de refluxo como, por exemplo, aquele que se estabelece através
do mecanismo de vasos comunicantes;

Ø  Aparelho sanitário: componente destinado ao uso da água ou ao recebimento de dejetos


líquidos e sólidos. Inclui-se nessa definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios,
pias, lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras etc;

Ø  Diâmetro nominal (DN): número que serve para designar o diâmetro de uma tubulação e
que corresponde aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada produto;

Ø  Dispositivo de prevenção ao refluxo: componente, ou disposição construtiva, destinado a


impedir o refluxo de água em uma instalação predial de água fria, ou desta para a fonte
de abastecimento;

Ø  Duto: espaço fechado projetado para acomodar tubulações de água e componentes em
geral, construídos de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser tanto ao longo de seu
comprimento como em pontos específicos. Inclui também o shaft que é normalmente
entendido como um duto vertical;
Ø  Fonte de abastecimento: sistema destinado a fornecer água para a instalação predial de
água fria. Pode ser a rede pública da concessionária ou qualquer sistema particular de
fornecimento de água. No caso da rede pública, considera-se que a fonte de
abastecimento é a extremidade à jusante do ramal predial; ;

Ø  Metal sanitário: expressão usualmente empregada para designar peças de utilização e
outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas e outros ambientes do gênero,
fabricados em liga de cobre. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta,
misturadores, válvulas de descarga, chuveiros e duchas, bicas de banheira;

Ø  Registro de fechamento: componente instalado na tubulação e destinado a interromper a


passagem da água. Deve ser utilizado totalmente fechado ou totalmente aberto.
Geralmente empregam-se registros de gaveta ou de esfera. Em ambos os casos, o registro
deve apresentar seção de passagem da água com área igual à da seção interna da
tubulação onde está instalado;

Ø  Registro de utilização: componente instalado na tubulação e destinado a controlar a


vazão da água utilizada. Geralmente empregam-se registros de pressão ou válvula-globo
em sub-ramais;
Ø  Retrossifonagem: refluxo de água usada, proveniente de um reservatório, aparelho
sanitário ou de qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, devido
à sua pressão ser inferior à atmosférica;

Ø  Separação atmosférica: separação física (cujo meio é preenchido por ar) entre o
ponto de utilização ou ponto de suprimento e o nível de transbordamento do
reservatório, aparelho sanitário ou outro componente associado ao ponto de
utilização;

Ø  Sub-ramal: tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização;

Ø  Tubulação de extravasão ou extravasor: tubulação destinada a escoar o eventual


excesso de água de reservatórios onde foi superado o nível de transbordamento,
sendo popularmente denominado de ladrão;

Ø  Tubulação de limpeza: tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório para


permitir sua limpeza e manutenção.
Simbologia
Conforme NBR 5626/98
Tabela 1. Altura recomendada para os pontos de
utilização
Aparelho Altura do ponto (cm)
Válvula de descarga 110
Vaso sanitário com caixa acoplada 20 (e 15 cm à esquerda do eixo)

Caixa de descarga 200


Banheira 30
Bidê 30
Chuveiro 200 a 220
Lavatório 60
Máquina de lavar roupa 75
Máquina de lavar louça 75
Tanque 90
Pia de cozinha 100
Exercícios resolvidos
1. Dimensionar os reservatórios de um prédio multifamiliar de 6 pavimentos
tipo, com 4 apartamentos por andar de: sala, cozinha, 2 quartos, área
de serviço e 1 quarto de empregada.

´  Consumo diário “per capita” prédio de apartamentos - 200 l/dia


´  População do prédio
´  Por apartamento = (2 pessoas por quarto social) x 2 + 1 pessoa QE = 5
´  População Total do prédio = 5 x 4 x 6 = 120 pessoas
´  Consumo Diário (Cd)
´  120 x 200 = 24.000 l
´  Reserva Técnica de Incêndio (20% do consumo diário)
´  0,20 x 24.000 = 4.800 l
´  Volume Total de Reservação
´  24.000 + 4.800 = 28.800 l
´  Dimensionamento dos Reservatórios - Segundo a NBR 5626
´  Reservatório Inferior - 3/5 Cd ou 60% Cd
´ 3/5 x 28.800 = 17.280 l = 17,28 m3
´  Reservatório Superior – 2/5 Cd ou 40% Cd
´ 2/5 x 28.800 = 11.520 l = 11,52 m3
´  Dimensionamento dos Reservatórios - Segundo ao Uso Corrente.

q  Volume total de Reservação


q  Consumo Diário (Cd) = 24000 l

q  Pelo Uso Corrente é utilizado: 2 dias e meio = 2,5 x Cd

2,5 x 24000 = 60.000 l

´  Reserva Técnica de Incêndio (20% do consumo diário)


´ 0,20 x 24.000 = 4.800 l

´  Volume Total de Reservação

´ 60.000 + 4.800 = 64.800 l

q  Reservatório Inferior - 3/5 Cd ou 60% de Cd


´ 0,60 x 64.800 = 38.880 l = 38,88 m3

´  Reservatório Superior – 2/5 Cd ou 40% de Cd


´ 0,40 x 64.800 = 25.920 l = 25,92 m3
Dimensionamento do Ramal Predial e Alimentador
Predial

´ Mínimo de ¾”

A NBR 5626 prevê a vazão mínima para o ramal predial = ao


consumo diário dividido por 86400 (60x60x24h) e
considerando a velocidade máxima de 1 m/s
Ligação a Rede Pública

v Registro de derivação – fica junto ao distribuidor público


v Registro de passeio ou de fecho – permite ao Serviço de águas da municipalidade
efetuar o corte de água para o edifício. Para isso, há uma caixa de passeio, com tampa,
que permite acesso ao registro de passeio por meio de chave de haste e cruzeta.

LIGAÇÃO
q  Rede Nova – após construção do prédio – ligação pode ser feita com a colocação de um
T na própria rede, utilizando a máquina da Mueller Co.
q  A rede já existe antes da construção do prédio – e c/ o encanamento em carga - usando
a máquina Mueller que fura, abre rosca e adapta o registro de derivação. Pode-se fazer a
derivação até 21/2”.
q  A rede já existe antes da construção do prédio - Com encanamento em carga, porém
sem nele abrir rosca para inserir o registro de derivação – utiliza-se, então, o colar de
tomada, também chamado bridge ou colar de luneta. Este dispositivo permite fazer a
colocação do registro de derivação também sem necessitar interromper o abastecimento
de água na rede pública.. O colar de luneta é uma espécie de calha ou braçadeira com furo
rosqueado para adaptação do registro de derivação.
Dimensionamento da tubulação
´ 10 Passo–Dimensionamento dos SUB-RAMAIS
Através da tabela abaixo são obtido os diâmetros mínimos dos
sub-ramais

´ 2o Passo - Dimensionamento dos RAMAIS


Para se garantir a suficiência do abastecimento de água, deve-se
determinar a vazão em cada trecho da tubulação corretamente.

Isso pode ser feito através de dois critérios:


´  pelo consumo máximo possível
´  pelo consumo máximo provável
Dimensionamento dos ramais

´  Critério Consumo Máximo Possível

´  Este critério se basea na Hipótese que os diversos aparelhos servidos pelo ramal sejam
utilizados simultaneamente.

´  O uso simultâneo ocorre em geral em instalações onde o regime de uso determina
essa ocorrência, como por exemplo, em fábricas, escolas, quartéis, instalações
esportivas etc. onde todas as peças podem estar em uso simultâneo em
determinados horários. Macintyre recomenda que se utilize esse critério para casas
em cuja cobertura exista apenas um ramal alimentando as peças dos banheiros,
cozinha e área de serviço, pois é possível que, por exemplo, a descarga do vaso
sanitário, a pia da cozinha e o tanque funcionem ao mesmo tempo.

q  O Dimensionamento é feito através do Método da Seção Equivalentes que consiste


em expressar o diâmetro de cada trecho da tubulação em função da vazão
equivalente obtida com diâmetro de 15 mm (1/2”). Tabela 1.4 apresentar esta
correspondência.
Dimensionamento dos ramais
Tabela 2. Correspondência de tubos de diversos diâmetros com equivalente de 15 mm
Diâmetro nominal Diâmetro de Número de Diâmetro
mm Referência de 15mm para a
polegadas mesma vazão
15 ½ 1,0
20 ¾ 2,9
25 1 6,2
32 1¼ 10,9
40 1½ 17,4
50 2 37,8
60 2½ 65,5
75 3 110,5
100 4 189
150 6 527
200 8 1200
Dimensionamento dos ramais

Critério do consumo máximo provável

´  Este critério se baseia na hipótese de que o uso simultâneo dos aparelhos
de um mesmo ramal é pouco provável e na probabilidade do uso
simultâneo diminuir com o aumento do número de aparelhos. Este critério
conduz a diâmetro menores do que o dimensionamento adotado pelo
critério anterior.

´  Existem diferentes métodos que poderiam ser utilizados para a


determinação dos diâmetros das tubulações através desse critério. O
método recomendado pela NBR 5626:1998, e que atende ao critério do
consumo máximo provável, é o Método da Soma dos Pesos.
Dimensionamento dos ramais
Critério do consumo máximo provável (cont.)

´  O Método da Soma dos Pesos é de fácil aplicação para o dimensionamento de ramais,
colunas de alimentação e barrilete, é baseado na probabilidade de uso simultâneo
dos aparelhos e peças.

´  O método da soma dos pesos consiste nas seguintes etapas:

´  1º Verificar o peso relativo de cada aparelho sanitário conforme indicado na


Tabela 1.5.

´  2º Somar os pesos dos aparelhos alimentados em cada trecho de tubulação.

´  3º Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da equação 1.1.

Q= 0,3 √ ∑P

´  A vazão também pode ser obtida do ábaco mostrado na Figura 1.5.
Exercício 2. Dimensionar, através do critério do consumo máximo possível, os trechos do ramal de
alimentação do banheiro feminino de uma escola conforme abaixo representado.
J E
I H G F D C B A
CHUV CHUV CHUV VSCD VSCD VS CD PIA PIA PIA

TRECHO IJ HI GH FG EF DE CD BC AB

Diâmetro 1/2 1/2 1/2 11/4 11/4 11/4 1/2 1/2 1/2
mínimo
do sub-
ramal
Equivalên 1 1 1 10,9 10,9 10,9 1 1 1
cia com
diâmetro
de ½”
Soma das 38,7 37,7 36,7 35,7 24,8 13,9 3 2 1
equivalên
cias

Diâmetro 21/2 2 2 2 2 11/2 1 3/4 1/2


do trecho
Exercício 3. Dimensionar, através do critério do consumo máximo provável, o ramal de
alimentação do banheiro da suíte de um apartamento, coluna 1, sabendo-se que o prédio tem 14
pavimentos tipo, conforme abaixo representado.

RP CH

LAV BI VSCD

COL 1
1.  Verificar o peso de cada aparelho:
LAV - BI - VSCD - CH
0,3 - 0,1 - 0,3 - 0,1
2. Somar os pesos dos aparelhos alimentados pelo ramal
Σ P = 0,3 + 0,1 + 0,3 + 0,1 = 0,8

3. Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da equação - Q= 0,3 √ ∑P

Q = 0,3 √ 0,8 = 0,27 l/s


4. A partir dos valores do somatório dos pesos ou da vazão determinar o diâmetro da tubulação
através do ábaco mostrado na Figura 1.5 .
0,8 ou 0,27 l/s ábaco 1.5 Diâmetro do Ramal – ¾” ou 20 mm
3º Passo - Dimensionamento da Coluna

B
3
C

1
Dimensionamento da Coluna
´  Procedimento de cálculo de Coluna após dimensionamento dos sub-ramais
e ramais:
´  Coluna (1): Indica-se a coluna que está sendo dimensionada;
´  Coluna (2): Indica-se o trecho que está sendo dimensionado;
´  Coluna (3): Indica-se o peso de cada banheiro;
´  Coluna (4): É a soma acumulada dos pesos nos diversos trechos de baixo
para cima;
´  Coluna (5): Em função do somatório dos pesos em cada trecho, determina-
se a vazão correspondente de cada trecho através da equação:
Q = 0,3 √ ΣP ou do ábaco da Figura 1.5;
´  Coluna (6): Em função do somatório dos pesos em cada trecho ou da
vazão, determina-se o diâmetro correspondente através do ábaco da
Figura 1.5;
´  Coluna (7): Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho,
determina-se a velocidade correspondente através dos ábacos das
Figuras 1.6 e 1.7;
´  Coluna (8): Indica-se o comprimento de cada trecho da tubulação (dado
de projeto);
Dimensionamento da Coluna
´  Coluna (9): Indica-se o comprimento equivalente das conexões em
cada trecho (obtido das Tabelas respectivas);
´  Coluna (10): É a soma das colunas 9 e 10;
´  Coluna (11): Obter a Pressão Disponível que corresponde a altura
que parte do fundo do reservatório superior até a 1ª derivação
(entrada do 1 ramal)
´  Coluna (12): Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho,
determina-se a perda de carga unitária correspondente através da
equação 1.4 ou 1.5 ou dos ábacos das Figuras 1.6 e 1.7;
´  Coluna (13): É a multiplicação dos valores das colunas 10 e 12, ou
seja, H = J x LT;
Coluna (14): A Pressão Final (dinâmica) é a pressão disponível (Pdisp)
menos a perda de carga total (H)
´  Obs: a Pressão Disponível dos trechos posteriores será PFinal do
trecho anterior + o pé direito
Golpe de Ariete

´  É um fenômeno que ocorre nas instalações hidráulica quando a água, ao descer com
velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida, ficando os
equipamentos da instalação sujeitos a golpes de grande intensidade (elevada
pressão).

´  Se um líquido, ao passar por uma calha, tiver sua corrente bruscamente interrompida,
seu nível subirá rapidamente, passando a escorrer pelos lados. Se tal fenômeno for
observado dentro do tubo, o liquido, não tendo por onde sair, provocará um aumento
de pressão contra as paredes do tubo, causando sérias conseqüências na instalação.

´  Nas instalações prediais, alguns tipos de válvulas de descarga e registro de


fechamento rápido provocam o efeito do golpe de ariete, que tem como principal
conseqüência, danos nos equipamentos da instalação = prejuízo.
Golpe de Ariete

Já existem algumas
v á l v u l a s d e
descarga que
p o s s u e m
dispositivos anti-
golpe de ariete, os
quais fazem com
que o fechamento
da válvula se torne
mais suave.
4. Dimensionar, segundo a NBR 5626, os ramais e a coluna de alimentação de uma área de
serviço, para um edifício multifamiliar com 2 pavimentos tipo, conforme e figura abaixo:

Obs:
As tubulações dos ramais e da coluna serão de PVC.
Dimensionar as tubulações dos ramais pelo método do consumo máximo provável (NBR 5626)
Fórmulas: Q = 0.3 √ Σ P; Lvirtual = Leq + Lr; H = LT x J; PF = Pdisps – H
Procedimento de cálculo de Coluna após dimensionamento dos sub-ramais e ramais:
Coluna (1): Indica-se a coluna que está sendo dimensionada;
Coluna (2): Indica-se o trecho que está sendo dimensionado;
Coluna (3): Indica-se o peso de cada banheiro;
Coluna (4): É a soma acumulada dos pesos nos diversos trechos de baixo para cima;
Coluna (5): Em função do somatório dos pesos em cada trecho, determina-se a vazão correspondente de cada
trecho através da equação Q = 0,3 ν ΣP ou do ábaco da Figura 1.5;
Coluna (6): Em função do somatório dos pesos em cada trecho ou da vazão, determina-se o diâmetro
correspondente através do ábaco da Figura 1.5;
Coluna (7): Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho, determina-se a velocidade correspondente
através dos ábacos das Figuras 1.6 e 1.7;
Coluna (8): Indica-se o comprimento de cada trecho da tubulação (dado de projeto);
Coluna (9): Indica-se o comprimento equivalente das conexões em cada trecho (obtido das Tabelas
respectivas);
Coluna (10): É a soma das colunas 9 e 10;
Coluna (11): Obter a Pressão Disponível que corresponde a altura que parte do fundo do reservatório superior
até a 1ª derivação (entrada do 1! ramal)
Coluna (12): Em função da vazão e do diâmetro de cada trecho, determina-se a perda de carga unitária
correspondente através da equação 1.4 ou 1.5 ou dos ábacos das Figuras 1.6 e 1.7;
Coluna (13): É a multiplicação dos valores das colunas 10 e 12, ou seja, H = J x LT;
Coluna (14): A Pressão Final (dinâmica) é a pressão disponível (Pdisp) menos a perda de carga total (H)
Obs: a Pressão Disponível dos trechos posteriores será PFinal do trecho anterior + o pé direito
Sub–ramais T - MLR
¾” ¾”
Ramais T - MLR
ΣP = 0,7 + 1,0
Q = 0,3 ν 1,7 = 0,39 l/s
Comprimentos
Trechos AB
LR = 1+ 6+1,5 = 8,5
Lequiv = RG 25 mm = 0,3
2 J 90° 25 mm = 2 x 1,5 = 3
1 TPD 25mm = 0,9
4,2
LT = 8,5 + 4,2 = 12,7
Trechos BC
LR = 2,8
Lequiv = 1 J 90° 20 mm = 1,2
LT = 2,8 + 1,2 = 4
4º Passo - Barrilete

´  Método de Hunter

- Fixamos a perda de carga em 8% = J = 0,08


- a Vazão Total no último pavimento – QB

QB = 0,3 ΣP

sendo ΣP = ao somatório dos pesos acumulados de todas as


colunas no último pavimento

Então entramos no ábaco de Fair-Whipple-Hsiao, determina-se o diâmetro do


barrilete.
Exercício.
1. Dimensionar um barrilete, segundo a NBR 5626, que alimenta as 4 colunas de
distribuição, conforme desenho e quadro abaixo:

´  Qb = 0.3 √ Σ P e J = 8%
´  ΣP = (2 X 5,6) + (2X3,9) = 19
´  QB = 0,3 √19 = 1,31 l/s Tubulação em PVC – ábaco 1.6 – 1 ½ ”
´  J = 0,08
Ventilação na Instalação Hidráulica
Por que ventilar ?
Caso não haja ventilação, podem ocorrer dois problemas:

1. A primeira seria a possibilidade de contaminação devida ao fenômeno da


RETROSSIFONAGEM (pressões negativas na rede, que causam a entrada (refluxo) de
água com germes, através do sub-ramal do vaso sanitário, bidê ou banheira).
Pode ocorre quando se fecha o registro no início de uma coluna e se dá
descarga a um ou mais vasos, a água, ao esvaziar o trecho superior da coluna,
provoca uma rarefação (vácuo), de modo que, se não houver válvula
adequada, a água poderá sair do vaso e seguir para a coluna de
alimentação, onde se formou o vácuo

NBR – 5626/98
Os aparelhos sanitários, bem como, sua instalações e canais internos, devem ser de
tal forma que não provoquem retrossifonagem.
Nos casos de instalações que contenham válvulas de descarga, a coluna de
distribuição deverá ser ventilada conforme última solução descrita a seguir
Fenômeno da Retrossifonagem - Solução
Solução:
- Instalar estes aparelhos em coluna, barrilete e reservatório independentes, previstos
com a finalidade exclusiva de abastecê-los
-Instalar estes aparelhos em coluna, barrilete e reservatório comuns a outros
aparelhos ou peças, desde que seu sub-ramal esteja protegido por dispositivo
quebrador de vácuo
-Instalar estes aparelhos em coluna, barrilete e reservatório comuns a outros
aparelhos ou peças, desde que a coluna logo abaixo do registro correspondente
em sua parte superior seja dotada de tubulação de ventilação, executada com
as seguintes características:

- ter diâmetro igual ou superior ao da coluna de onde deriva;


- ser ligada à coluna, a jusante (após) do registro de passagem (gaveta) que a
serve
- ter sua extremidade livre acima do nível máximo admissível do reservatório
superior
Obs: instrução da norma
Ventilação na Instalação Hidráulica

2. O outro problema, é que, nas tubulações, sempre ocorrem bolhas de ar, que
normalmente acompanham o fluxo de água, causando a diminuição das
vazões das tubulações. Se existir o tubo ventilador (suspiro), essas bolhas serão
expulsas, melhorando o desempenho final das peças de utilização.
Também, em caso de esvaziamento da rede por falta de água, pode ocorrer
acúmulo de ar e, quando voltar a mesma a encher, o ar fica “preso”,
dificultando a passagem da água. Nesse caso, a ventilação permitirá a
expulsão do ar acumulado
5º Passo - Dimensionamento da tubulação de Recalque e
Sucção
O recalque é a tubulação que vai da bomba ao reservatório superior e a tubulação de sucção vai
da válvula de pé no reservatório inferior até a bomba.
Segundo a NBR 5626 a capacidade horária mínima da bomba é de 15% do Consumo Diário, ou
seja no máximo 6,66 h/24 horas de funcionamento da bomba.
1h - 15% Cd
X - 100% Cd
X = 100 ÷ 15 = 6,66 h/24 h
Na prática adota-se para a capacidade horária da bomba 50% do Consumo Diário, o que obriga
a bomba funcionar apenas durante 2 horas para recalcar o consumo diário.
1h - 50% Cd
X - 100% Cd
X = 100 ÷ 50 = 2 h/24 h
Adota-se para a tubulação de sucção um diâmetro imediatamente superior ao da tubulação de
recalque. D SUC > D RECAL
Recalque e Sucção

O dimensionamento das
tubulações de recalque e
sucção ficará sujeito a
confirmação, após
dimensionamento da
bomba recalque
O diâmetro do
EXTRAVASSOR é no
mínimo 2 bitolas
comerciais acima da
tubulação de recalque
5. Dimensionar as tubulações de recalque e sucção para um prédio multifamiliar de 06
pavimentos com 4 apartamentos por andar com 1 sala, 2 quartos, cozinha e dependência
de empregada. Considerar vazão horária da bomba igual a 50% do consumo diário (ou
seja 2 horas de funcionamento da bomba) e o consumo diário “per capita” de 200l/dia .

Uso Corrente
Cd 10 Exercício 24.000l
Vazão Bomba para 2 h - 24000 / 2 = 12.000 l/h = 12 m3 = 12.000 / 3600 = 3,33
l/s
Ábaco – dR = 1 ½” e dS = 2”

Pela NBR
Cd 10 Exercício 24.000l
Vazão Bomba para 6,66 h - 24.000 / 6,66 = 3.603,6 l/h = 3,61 m3 = 3.603,6 /
3600 = 1,0 l/s
Ábaco – dR = 1 ¼ ” e dS = 1 ½ “
Referências Bibliográficas

§ CREDER, Hélio – “Instalações Hidráulicas e Sanitárias”- Editora Livros Técnicos e


Científicos S. A. 5! Edição. Rio de Janeiro, 1999.

§ MACINTYRE, Joseph A. – “Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais ”- Editora Livros


Técnicos e Científicos S. A. 3! Edição. Rio de Janeiro, RJ, 2000.

§ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Instalações Prediais de Água Fria.


Rio de Janeiro, 1998. Publicada como NBR 5626.

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