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CLIMATIZAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO Prof. Dr. Jorge E.

Corrêa

CAPÍTULO 5
REDES DE DUTOS DE AR
A rede de dutos de ar em instalações de ar condicionado envolve a distribuição do ar tratado, a
insuflação de ar nos ambientes condicionados, a captação de ar externo para ventilação, a recirculação e a
exaustão de ar.
Em projetos de rede de dutos de ar em instalações residenciais, comerciais e industriais devem ser
considerados: disponibilidade de espaço para os dutos, espaço para difusão do ar no ambiente condicionado,
níveis de ruído, fugas de ar, ganhos e perdas de calor, balanceamento das vazões, controle de fogo e fumaça,
investimento inicial e custo operacional do sistema. As vazões de ar, as dimensões dos dutos e seu layout
determinam as perdas de carga, o tamanho dos ventiladores e suas potências. Um projeto malfeito resulta em
operação incorreta ou custos elevados de instalação e operação. Uma distribuição de ar inadequada causa
desconforto, queda de produtividade e efeitos adversos na saúde dos ocupantes; a ausência de atenuadores
pode significar níveis de ruído indesejáveis. Em projetos de redes de dutos de ar malfeitos o balanceamento das
vazões pode ser inviabilizado. Montagens defeituosas ou com falta de vedação aumentam as fugas de ar nos
dutos e reduzem as vazões nos pontos de insuflação. Um isolamento térmico apropriado reduz as perdas ou
ganhos de calor pelos dutos.

5.1 Fundamentos em escoamentos de ar

A equação de Bernoulli para escoamento invíscido, em regime permanente, com densidade constante, é
dada por:

V2 P
  gz  constante [N.m/kg] (5.1)
2 a

onde: V = velocidade média na seção transversal, m/s; P = pressão absoluta, Pa (N/m²);  a = densidade do ar,
kg/m³; g = aceleração da gravidade, m/s²; e z = elevação, m. Embora tenha sido obtida para um fluido ideal,
essa equação pode ser utilizada para analisar escoamentos em fluidos reais. Em termos de pressão, a
resistência ao escoamento do fluido entre duas seções transversais de um duto é dada por:

V12 P1 V2 P
  gz1  2  2  gz2  pt ,12 (5.2)
2  a1 2 a2

A pressão atmosférica nas seções e podem ser expressas em termos da pressão atmosférica pa
tomada na mesma altura de referência, ou seja:

pz1  pa  g a z1 (5.3a)

pz 2  pa  g a z2 (5.3b)

Somando e subtraindo as equações (5.3a) e (5.3b), respectivamente, no primeiro e no segundo membro


da equação (5.2), e assumindo que não há diferença de temperatura entre as seções e (não há trocador de
calor entre seções), teremos 1   2 . Se existe um trocador de calor entre seções, usa-se um valor médio de

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temperatura nas seções e , de modo que   1   2 . Os termos P1  pz1 e P2  pz 2 correspondem à


pressão estática (manométrica) nas alturas z1 e z2 . Assim, fazendo as manipulações necessárias, teremos:

 V 2   V 2 
pt ,12   p s ,1  1    p s , 2  2   g  a   z 2  z1  (5.4a)
2 2   
 pse
pt

No segundo membro dessa equação, a diferença entre os primeiro e segundo termos corresponde à
variação da pressão total e o terceiro termo corresponde aos efeitos de empuxo causados em função da
diferença de temperatura. Daí:

pt  pt ,12  pse (5.4b)

onde: ps ,1 , ps ,2 = pressão estática nas alturas z1 e z2 , Pa; V1 ,V2 = velocidade média do ar nas seções 1 e 2,
m/s;  ,  a = densidade do ar no dentro do duto e do ar ambiente (atmosférico), kg/m³; pt ,12 = perda total de
pressão por atrito e efeitos dinâmicos entre as seções 1 e 2, Pa; pt = perda total de pressão entre as seções 1 e
2, Pa; e pse = efeitos de empuxo devido à diferença de temperatura entre as seções 1 e 2, Pa.

A perda de carga na rede de dutos deve ser vencida por energia mecânica, geralmente fornecida por um
ventilador. Isto inclui também os dutos de retorno de ar. Entretanto, nesse caso, as perdas de pressão total
referem-se à entrada do ventilador. Em aplicações de ventilação e ar condicionado as diferenças de pressão
existentes são relativamente pequenas de modo que as equações para fluidos incompressíveis podem ser
usadas. Uma simplificação adicional considera o ar com densidade padrão de 1,20 kg/m 3. Em qualquer seção
reta de um duto, a pressão total t é a soma da pressão estática, s , com a pressão dinâmica, v . Assim:

pt  ps  pv (5.5)

com a pressão dinâmica dada por:

 aV 2
pv  (5.6)
2

sendo definida por:

Q  (5.7)
V  1.000  
 A

onde: pv = pressão dinâmica, Pa; = velocidade média do fluido, m/s; = vazão do fluido, L/s; e = área da
seção reta do duto, mm2. Considerando o valor padrão para a densidade do ar, a Equação (5.6) reduz-se a:

pv  0, 602 V 2 (5.8)

A pressão total mede a energia total disponível numa seção reta do duto e sempre diminui no sentido do
escoamento de ar. A pressão estática e a dinâmica são mutuamente conversíveis e podem aumentar ou diminuir
no mesmo sentido. As variações que ocorrem na pressão total e estática num sistema duto-ventilador são

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mostradas na Figura 5.1. Este sistema ilustrativo consiste de um ventilador com dutos de insuflação e retorno de
ar. Além disso, são mostrados os gradientes de pressão total e estática com relação à pressão atmosférica.
Nas seções de área constante, seja em trechos retos ou em curvas e acessórios, as perdas de carga
total e estática são iguais. Nos trechos retos as perdas devem-se exclusivamente ao atrito; nas curvas, devem-se
ao atrito e à mudança na direção do escoamento. Nas seções divergentes e , a pressão dinâmica diminui e a
estática aumenta. Esse aumento de pressão é denominado recuperação de pressão estática (static regain). Nas
seções convergentes e , a pressão dinâmica aumenta e as pressões total e estática diminuem. A perda de
carga é a diferença de pressão entre duas seções consecutivas (montante e jusante).

Figura 5.1  Variações de pressão no escoamento de ar em dutos.

Na saída, a perda de carga total depende da forma do acessório e de características do escoamento. Os


coeficientes de perda de carga na saída podem ser maiores, menores ou iguais a um. Quando o coeficiente é
menor do que um, a pressão estática à montante da saída do acessório é negativa, ou seja, menor do que a
pressão atmosférica. A pressão estática à montante da descarga do acessório pode ser calculada subtraindo a
pressão dinâmica da pressão total nesse mesmo ponto.
A perda de pressão na entrada, seção , também depende da forma do acessório. A pressão total
imediatamente à jusante da entrada do acessório é a diferença entre a pressão à montante, que é zero (pressão
atmosférica), e a perda através do acessório. A pressão estática na entrada é zero e imediatamente à jusante é
negativa, e algebricamente igual à diferença entre a pressão total (negativa) e a pressão dinâmica (sempre
positiva), ou seja, ps  pt  pv .

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Na Figura 5.1, a resistência total do sistema ao escoamento de ar corresponde à pt . Os fatores de


efeito de sistema na aspiração e descarga do ventilador não aparecem nessa figura; somente as resistências ao
escoamento são mostradas. Para obter a pressão estática de seleção do ventilador, conhecida a pressão total do
sistema, usa-se:

ps  pt  pv ,o (5.9)

onde o subscrito refere-se à descarga do ventilador.


A pressão estática é usada como referência para o projeto do sistema; a pressão total determina a
energia mecânica real que deve ser suprida ao sistema para manter o escoamento de ar. A pressão total sempre
decresce no sentido do escoamento de ar. Entretanto, observa-se na Figura 5.1, que a pressão estática pode
aumentar ou diminuir no sentido do escoamento, tornando-se inclusive negativa (abaixo da pressão atmosférica)
em alguns pontos da rede. Desse modo, é sempre recomendável fazer uma distinção entre perda e variação de
pressão estática, pois esta última resulta de conversão da pressão dinâmica.

5.2 Equivalência entre dutos circulares, retangulares e oval-planos

As redes de dutos são inicialmente projetadas com base nos dutos de seção transversal circular. Assim,
se forem instalados dutos com seção retangular ou oval-plana, os tamanhos dos dutos são selecionados de
modo a fornecerem a mesma vazão e perda de carga que os circulares selecionados originalmente.
Os dutos retangulares, com razão de forma (razão entre largura e altura) inferior a (lê-se 8 para 1),
apresentam geralmente a mesma perda por atrito que os dutos circulares de mesmo diâmetro hidráulico,
considerando os mesmos comprimentos e mesmas velocidades médias de escoamento. Quando as dimensões
dos dutos são expressas em termos de diâmetro hidráulico e as equações das perdas por atrito para os dutos
circulares e retangulares são igualadas, considerando a mesma vazão e o mesmo comprimento, o diâmetro de
um duto circular equivalente ao duto retangular é dado por:

Deq  1,30
ab 0,625 (5.10)
a  b0,25
onde: a, b = altura e largura do duto retangular, mm; e Deq = diâmetro do duto circular equivalente ao retangular
para mesmo atrito, vazão e comprimento, mm.
A Tabela 5.1 apresenta diâmetros de dutos circulares equivalentes aos retangulares. Os valores foram
obtidos pela Equação (5.10). Observa-se que a velocidade média do ar num duto retangular é menor do que no
seu circular equivalente. Multiplicando ou dividindo cada lado do duto por uma constante corresponde a
multiplicar ou dividir o diâmetro equivalente pela mesma constante. Assim, o diâmetro equivalente de um duto
retangular de 400  200 mm corresponde ao dobro daquele de 200  100 mm, ou seja, 2  152 = 304 mm.
No caso de instalação de dutos oval-planos em lugar dos circulares, o diâmetro equivalente para a
mesma vazão, perda de carga e comprimento é dado por:

Deq 
 
1,55 b 2 4  ba  b   0 ,625
(5.11)
b  2a  b 0,25

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onde: a ,b = maior e menor dimensão do duto oval-plano, mm. A Tabela 5.2 apresenta os diâmetros equivalentes
dos dutos oval-planos, obtidos pela Equação (5.11).

5.3 Perdas de carga em dutos

A perda de carga em trechos de dutos, p , são calculadas somando-se às perdas por atrito às perdas
dinâmicas decorrentes de acessórios e curvas existentes nesses trechos, ou seja:

f L  aV 2  V2
p  p f  pv  1.000  C a (5.12)
D 2 2
h  
Dinâmicas
Atrito

onde  C é a soma dos coeficientes de perdas dinâmicas no trecho de duto considerado. O coeficiente de
perda em cada acessório deve ser calculado com base na pressão dinâmica à sua jusante.

Perdas por atrito

As perdas de carga em trechos retos de dutos são causadas pelo atrito superficial, decorrente da
viscosidade do fluido. São obtidas usando-se a Carta de Atrito do Ar, mostrada na Figura 5.5, que é baseada na
densidade padrão de 1,20 kg/m3, com ar escoando através de um duto circular limpo, fabricado em chapas de
aço galvanizado, com rugosidade absoluta de 0,09 mm, e juntas transversais posicionadas a cada 1.200 mm.
Essa carta foi construída usando-se as equações do escoamento e da perda de carga em dutos circulares, dada
por:

f L  aV 2
p f  1.000 (5.13)
Dh 2

onde: p f = perdas por atrito em termos de pressão total, Pa; f = fator de atrito, adimensional; L=
comprimento do duto, m; Dh = diâmetro hidráulico do duto, mm;  a = densidade do ar, kg/m3; e V = velocidade
do ar no duto, m/s.
Mudanças na pressão barométrica (atmosférica), na temperatura e na umidade absoluta afetam a
densidade, a viscosidade e o número de Reynolds do escoamento. Entretanto, a Figura 5.2 pode ser usada sem
correção de valores, se: (1) o material do duto apresentar rugosidade próxima de 0,09 mm, (2) com temperaturas
entre 5ºC e 35ºC, (3) altitude até 500 metros, e (4) pressão no duto de  5.000 Pa com relação à pressão
ambiente (atmosférica). Os valores assim obtidos estarão na faixa de erros de  5 % em relação aos obtidos
para o ar padrão. Se alguma dessas condições não for satisfeita, usa-se a Equação (5.13) para calcular as
perdas de carga por atrito.

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Figura 5.2 - Carta de atrito para o ar padrão (  a = 1,2 kg/m ,  = 0,09 mm)
3

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Tabela 5.1 – Equivalência entre dutos circulares e retangulares.

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Tabela 5.2 – Equivalência entre dutos circulares e oval-planos.

Em escoamento laminar dentro de dutos ( < 5.000) o fator de atrito é função somente do número de
Reynolds. Em escoamento turbulento completamente desenvolvido, depende do número de Reynolds, da
rugosidade absoluta da superfície e da presença de protuberâncias nas superfícies internas dos dutos, tais como
as existentes nas junções de trechos adjacentes. A Equação (5.14) apresenta uma expressão simplificada para
calcular o fator de atrito:

 f  se f   0,018
0 , 25
  68 
f   f   0,11    (5.14)
0,85 f   0,0028 se f   0,018  h
D Re 

O número de Reynolds para escoamento de ar padrão é dado por:

Re  66,4 Dh V (5.15)

onde o diâmetro hidráulico é Dh  4 A P , sendo área (mm2) e o perímetro (mm) da seção transversal do
duto. A Tabela 5.3 apresenta valores de rugosidade absoluta ε de materiais usados na fabricação de dutos de ar.
Esses valores podem ser usados na Equação (5.14) para obter o fator de atrito no material correspondente e,
além dos efeitos do próprio material, incluem também os de forma de construção do duto, do tipo de junção e do
espaçamento entre elas. Dados obtidos em catálogos de fabricantes mostram que para dutos metálicos a
rugosidade varia entre 0,1 e 2,1 mm e para dutos não metálicos entre 1,0 mm e 4,6 mm.

Perdas dinâmicas

Quando há formação de vórtices no escoamento de ar, a perda de pressão total é maior do que ocorreria
num escoamento similar através de um trecho reto de duto com seção transversal uniforme. O excedente de
perda de pressão em relação à perda por atrito no duto reto é designado perda dinâmica. As perdas dinâmicas
são causadas por acessórios que mudam a direção do escoamento ou variam a área da seção transversal do

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duto na direção do escoamento. Esses acessórios são entradas, saídas, transições, curvas e conexões. Os
parâmetros que afetam as perdas de pressão nos acessórios são quantificados em termos de coeficientes
adimensionais e são apresentados em forma de tabelas (Apêndice 5-A), curvas e/ou equações. O coeficiente de
resistência ao escoamento representa a razão entre a perda de pressão total e a de pressão dinâmica numa
dada seção transversal de referência, ou seja:

p j p j
C  (5.16)
 V 2
a
2
pv

onde: = coeficiente de perda de pressão local, adimensional; p j = perda de pressão total no acessório, Pa;
 a = densidade do ar, kg/m3; V = velocidade, m/s; e p v = pressão dinâmica, Pa.

Tabela 5.3 - Rugosidade absoluta de materiais para fabricação de dutos de ar.


Material do Duto Rugosidade absoluta,ε (mm)
Aço carbono limpo 0,05
Plástico PVC 0,01 a 0,05
Alumínio 0,04 a 0,06
Aço galvanizado, costura longitudinal, juntas à 1.200 mm 0,05 a 0,10
Aço galvanizado, rolo contínuo, costura espiral, juntas à 3.000 mm 0,06 a 0,12
Aço galvanizado, costura longitudinal, juntas à 760 mm 0,15
Fibra de vidro rígida 0,9
Duto de fibra de vidro com acabamento interno 1,5
Dutos flexíveis metálicos 1,2 a 2,1
Dutos flexíveis não-metálicos 1,0 a 4,6
Concreto 1,3 a 3,0

As perdas dinâmicas e por atrito ocorrem simultaneamente em todo o comprimento do duto. Entretanto,
para facilitar os cálculos, as perdas dinâmicas são concentradas em determinado trecho de duto, sendo os
efeitos de atrito excluídos. As perdas por atrito são consideradas somente em acessórios relativamente longos.
Geralmente, são calculadas considerando o comprimento do duto entre as linhas de centro de dois acessórios
consecutivos. Em acessórios acoplados muito próximos um do outro (menos de seis diâmetros hidráulico) o
padrão de escoamento que sai de um e entra no próximo é muito diferente daquele usado nos testes de
determinação dos coeficientes de perdas. Dados adequados a esta situação não foram ainda obtidos e por isso
não estão disponíveis. Para qualquer acessório, exceto conexões, a perda de pressão total na seção é dada por:

p j  Co pv ,o (5.17)

e o subscrito refere-se à seção transversal na qual o cálculo da pressão dinâmica está baseado. As perdas
dinâmicas são calculadas com base na velocidade real do ar no duto e não na velocidade do duto equivalente.
Se houver necessidade, por exemplo, em acessórios com áreas transversais diferentes, o coeficiente de perda
pode ser convertido da seção transversal para outra seção pela Equação (5.18), onde é a velocidade do
escoamento nas respectivas seções transversais.

Co
Ci  (5.18)
Vi Vo 2

Para conexões com escoamentos convergentes e divergentes, a perda de carga total através do trecho
reto (ou seja, o principal) é calculada por:

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p j  Cc , s pv , c (5.19a)

e nos ramais, por:

p j  Cc ,b pv ,c (5.19b)

onde: pv ,c = pressão dinâmica na seção transversal comum , Pa; Cc,s , Cc ,b = perdas na seção principal e no
ramal, respectivamente, relativas à pressão dinâmica na seção . A Equação (5.20) é usada para obter os
coeficientes na seção principal e no ramal, com relação à seção comum c:

Cc ,i
Ci  (5.20)
Vi Vc 
2

onde: Ci = coeficiente de perda local na seção que está sendo calculado, adimensional; Cc, i = coeficientes de
perda local na seção principal ( Cc , s ) ou no ramal ( Cc ,b ) com relação à pressão dinâmica na seção comum ,
adimensional; Vi = velocidade na seção na qual Ci está sendo calculado; e Vc = velocidade na seção
comum.
A mistura de dois escoamentos paralelos com velocidades diferentes é caracterizada por turbulência
resultando em perda de pressão. Durante a mistura ocorre uma troca de momento entre as partículas que se
movem em velocidades diferentes, para depois haver uma equalização na distribuição de velocidade ao longo do
escoamento misturado. O jato de maior velocidade cede parte de sua energia cinética para o de menor
velocidade. A perda na pressão total antes e depois da mistura é sempre positiva no jato de maior velocidade e
aumenta com o aumento da quantidade de energia cedida ao jato de menor velocidade. Por isso os coeficientes
definidos pela Equação (5.20) serão sempre positivos. A energia armazenada no jato de menor velocidade
aumenta como resultado da mistura. As perdas de pressão total e os coeficientes de perda de pressão podem,
também, assumir valores negativos para jatos de baixa velocidade.
O Apêndice 5-A apresenta os coeficientes para calcular as perdas de carga em vários tipos de
acessórios (entradas, saídas, conexões, transições e curvas) para dutos retangulares e circulares. Os acessórios
são codificados de acordo com a nomenclatura da Tabela 5.4.

Tabela 5.4  Codificação de acessórios na rede de dutos.


FUNÇÃO GEOMETRIA CATEGORIA NÚMERO SEQUENCIAL
S: Insuflação D: Circular (diâmetro) Entradas 1,2,3, ... , n
Saídas
E: Exaustão/Retorno R: Retangular Curvas
Transições
C: Comum F: Oval-plano Conexões
(Insuflação e retorno) Obstruções
Conexões duto-ventilador
Conexões duto-equipamento
Registros
Coifas

5.4 Análise em redes de dutos de ar

O desempenho do ventilador, quando instalado na rede de dutos, geralmente é menor do que os valores
fornecidos nos catálogos de fabricantes nas condições nominais de teste. As causas mais comuns são: (a)

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conexões de descarga impróprias; (b) turbulências no escoamento de aspiração; e (c) redemoinhos e vórtices no
escoamento de aspiração. Essas condições alteram as características dinâmicas do ventilador, de modo que seu
potencial de vazão não se realiza plenamente. Conexões inadequadas do ventilador com a rede de dutos, na
aspiração ou descarga do ventilador, podem resultar em desempenho muito abaixo dos valores de catálogo.
Geralmente, o ventilador é testado com aspiração aberta conectada a um trecho reto de duto na descarga. Isso
resulta em escoamento uniforme através do ventilador, e numa recuperação de pressão estática eficiente na
saída. Se na instalação real as condições se apresentam muito diferentes, o desempenho do ventilador diminui.
Desse modo, para seleção e uso do ventilador apropriado esses efeitos devem ser quantificados e
compensados.
A Figura 5.3 ilustra a redução no desempenho devido às conexões do ventilador com a rede de dutos
(efeito de sistema). As perdas de carga na rede foram determinadas com precisão, e o ventilador foi selecionado
para operar na condição do ponto 1; entretanto, o efeito de sistema ainda não foi considerado. Para compensar,
a perda de carga correspondente ao efeito de sistema deve ser adicionada à perda de carga já calculada para a
rede de dutos, a fim de obter a curva real de operação. O ponto 4 corresponde à interseção da curva de
desempenho do catálogo do ventilador com a curva real da rede de dutos. Assim, ao passar do ponto 1 ao 4, a
vazão diminui. Para retornar à vazão desejada, a diferença de pressão entre os pontos 1 e 2, que corresponde
ao efeito de sistema, deve ser adicionada à pressão calculada da rede de dutos, de modo que o ventilador seja
selecionado para operar no ponto 5.

Figura 5.3 - Redução de desempenho do ventilador devido ao efeito de sistema.

A quantificação do efeito de sistema é feita pelos coeficientes de perda de pressão considerando


ventiladores axiais e radiais (centrífugos). Os dados apresentados no Apêndice 5-A devem ser usados com
cuidado. Ventiladores de tipos diferentes, ou de mesmo tipo de fabricantes diferentes, não resultam
necessariamente no mesmo efeito de sistema. A Figura 5.4 mostra as mudanças no perfil de velocidades no duto
em várias distâncias da saída do ventilador. Para 100% de recuperação de sua forma original, o duto, incluindo a
transição, deve apresentar um trecho reto de comprimento no mínimo igual ao comprimento efetivo de duto, Le ,
dado por:

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Vo Ao 4.500 , Vo  13 m/s
Le   (5.21)
 Ao 350 , Vo  13 m/s

onde: Le = comprimento efetivo de duto, m; Vo = velocidade do escoamento, m/s; e Ao = área da seção


transversal, mm².

Figura 5.4 - Desenvolvimento do perfil de velocidades no duto de descarga de ventiladores


centrífugos e axiais.

Os ventiladores centrífugos não devem descarregar direta e abruptamente na rede de dutos ou para a
atmosfera. Convém usar um difusor semelhante ao acessório SR7-2 mostrado no Apêndice 5-A. Para se
aproximar do rendimento nominal, o escoamento de ar na aspiração do ventilador deve ser o mais uniforme
possível e sem vórtices. Turbulências nesse escoamento são as causas mais comuns da redução do
desempenho dos ventiladores. Tais condições não causam simplesmente o aumento da resistência de
escoamento do sistema; portanto, não podem ser tratadas como um decréscimo percentual na vazão e pressão
do ventilador. Na realidade, resultam num desempenho inteiramente diferente do ventilador.
Os vórtices do escoamento na entrada do ventilador têm várias causas, algumas não tão óbvias. A
Figura 5.5 ilustra algumas conexões que comumente causam rotação de escoamento na entrada do ventilador e
a forma de evitar esses problemas: (a) Curvas sem guias de fluxo não devem ser conectadas diretamente na
aspiração do ventilador – prever guias de fluxo e um trecho reto de duto com um comprimento mínimo
correspondente a um diâmetro do rotor do ventilador; (b) Curvas de canto reto e sem guias devem ser evitadas;
(c) Uma curva conectada diretamente na descarga do ventilador causa turbulência e oscilação de vazão através
do rotor. As perdas devidas ao efeito de sistema podem ser reduzidas pela inclusão de um trecho reto de duto de
comprimento adequado entre a curva e a descarga do ventilador. A rotação contrária eleva a curva pressão-
vazão, porém a potência do ventilador aumenta substancialmente; e (d) Uma expansão abrupta na descarga do
ventilador eleva a pressão estática; porém, este efeito acaba não sendo útil em função do aumento de
turbulência.

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Ventiladores instalados dentro de gabinetes, ou próximos de paredes, devem evitar obstruções no


escoamento de aspiração de ar. Se o espaço disponível no gabinete for muito restrito, ou a instalação for muito
próxima da parede, haverá queda de desempenho. Os coeficientes de efeito de sistema podem ser obtidos no
Apêndice 5-A.

Figura 5.5 - Conexões de entrada e saída em ventiladores radiais.

5.5 TAB: testes, ajustes e balanceamento de vazões

Os efeitos de sistema do ventilador ( ) não são usados somente na determinação das perdas de
carga na rede de dutos e na seleção do ventilador. Devem ser considerados também nos processos de teste,
ajuste e balanceamento de vazões ( ), realizados em campo, para obter uma comparação direta entre os
cálculos do projeto e os dados de desempenho do ventilador. Os efeitos de vórtices na aspiração do ventilador e
de conexões inadequadas de aspiração e descarga sobre o desempenho do ventilador, não podem ser medidos
diretamente. Condições inadequadas na aspiração prejudicam o escoamento de ar dentro do ventilador, ao
passo que na descarga causam instabilidade e turbulência na rede de dutos.
Em alguns sistemas, as pressões estáticas na aspiração e descarga do ventilador podem ser medidas
diretamente. Entretanto, na maioria dos casos, essas pressões são medidas em pontos que se localizam a
pequena distância à montante da aspiração ou à jusante da descarga do ventilador. Nesse caso, ao calcular a
pressão total com medições feitas em campo, usa-se a Equação (5.22) para calcular perda total de pressão entre
as seções referenciadas. Na seção 3 faz-se a medição da vazão. Se necessário, a Equação (5.9) pode ser
usada para determinar a pressão estática do ventilador através da pressão total conhecida. Para localizar os
pontos de medição e os procedimentos de cálculo, consultar AMCA Publications.

Pt   ps ,5  pv ,5   p25  ESV2   ps ,4  pv ,4   p41  ESV1  ESV1,sw (5.22)

onde: Pt = pressão total do ventilador, Pa; p s = pressão estática, Pa; pv = pressão dinâmica, Pa; ESV =
efeito de sistema do ventilador, Pa; p x  y = somatório das perdas de pressão entre os planos x e y, Pa.
Subscritos = 1, aspiração do ventilador; 2, descarga do ventilador; 3, seção de medição de vazão; 4, seção de
medição à montante da aspiração; 5, seção de medição à jusante da descarga; e , vórtices.

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5.6 Diretrizes em projetos de redes de dutos

Essas regras se aplicam em sistemas de dutos de instalações centrais de ar condicionado comercial e


industrial:
 Transportar o ar pelo caminho mais direto possível, respeitando os limites de velocidade e níveis de
ruído estabelecidos, com a maior economia possível de energia, material e espaço;
 Evitar mudanças bruscas de direção ou velocidade do escoamento de ar. Se isso não for possível,
usar direcionadores de escoamento nos acessórios para reduzir a perda de carga;
 A seção transversal dos dutos retangulares deve tender à forma quadrada, permitindo maior vazão
de ar por unidade de área de material usado. Evitar razão de forma acima de 8:1, e sempre que
possível mantê-la abaixo de 4:1;
 Os dutos devem ser construídos com materiais lisos (chapas de aço ou de alumínio). Para dutos
feitos com outros materiais, observar mudança de rugosidade;
 Os procedimentos de cálculo fornecem uma estimativa razoável da perda de carga. Entretanto, na
instalação real, os valores podem ser muito diferentes daqueles calculados devido à rugosidade do
material, tipos de juntas e costuras, e da habilidade do montador em construir de acordo com o
projeto. Por isso, ao selecionar ventiladores e motores deve-se sempre considerar um pequeno fator
de segurança e, além disso, instalar registros em todos os ramais para facilitar o balanceamento de
vazões do sistema;
 Evitar obstruir dutos com tubulações, conduítes ou elementos estruturais da edificação. Se
inevitável, a obstrução deve ser recoberta por uma peça adequada de formato aerodinâmico.

Velocidades de projeto

É impossível especificar regras para selecionar velocidades e formas dos dutos (circular, retangular ou
oval-plano) sem considerar os custos e outras restrições impostas pelo próprio sistema. Um projeto ideal
apresenta custos de aquisição e de operação mínimos, consideradas todas as restrições. As velocidades e
perdas de carga cobertas pela área sombreada da Figura 5.2 devem ser tratadas como valores preliminares de
projeto; portanto, não podem ser usados indiscriminadamente. Além disso, deve ser considerado que
velocidades maiores implicam em níveis de ruído elevados.
A Tabela 5.5 apresenta as velocidades máximas e mínimas usadas em projetos da rede de dutos de ar
condicionado de baixa pressão e velocidade. Geralmente, os valores recomendados estão mais próximos dos
valores mínimos apresentados.

Pressurização do ambiente condicionado

A pressurização do ambiente condicionado, feita para evitar infiltração de ar devido à ação do vento em
frestas de janelas, portas e outras aberturas, é determinada pela localização dos ventiladores e pelo arranjo da
rede de dutos. Por exemplo, um ventilador que insufla ar para dentro de um ambiente aumenta sua pressão; por
outro lado, um ventilador de exaustão reduz a pressão do ambiente. Quando são usados ventiladores de
insuflação e retorno/exaustão a pressão no ambiente depende de suas vazões relativas. A pressão no ambiente
é positiva se a vazão insuflação excede a de exaustão; caso contrário, é negativa. A pressão no ambiente

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também sofre a influência de características de estanqueidade da edificação, e da direção e velocidade do vento


no local.

Tabela 5.5 – Velocidades típicas de projeto em dutos de baixa pressão em HVAC.


VELOCIDADE (m/s)
APLICAÇÃO Residencial Comercial Industrial
Máx Mín Máx Mín Máx Mín

Dutos principais 6,00 3,50 8,00 5,00 10,00 6,00

Ramais:
Horizontais 5,00 1,50 6,50 3,00 9,00 4,00
Verticais 4,00 1,50 6,00 3,00 8,00 4,00

Descarga do ventilador 8,50 5,00 11,00 6,50 14,00 8,00

Serpentinas (*):
Aquecimento 2,50 2,25 3,00 2,50 7,50 3,00
Resfriamento 2,25 2,25 2,50 2,50 3,60 3,00

Tomada de ar externo (TAE) (*) 4,00 2,50 4,50 2,50 6,00 2,50

(*) Baseado na área de face e não na área livre de escoamento.

Fogo e fumaça

Uma rede de dutos pode conduzir fumaça e/ou gases quentes entre ambientes condicionados,
acelerando a propagação desses elementos em caso de incêndio. Por isso, um sistema de proteção contra
esses agentes é parte essencial de um sistema de ar condicionado. Geralmente existem leis, códigos e normas
locais que orientam o projetista. O corpo de bombeiros pode fornecer essas normas já que a fiscalização desses
sistemas faz parte de suas responsabilidades. Caso não hajam, devem ser usadas normas nacionais e/ou
internacionais.

Isolamento térmico de dutos

Os dutos de distribuição e retorno de ar em sistemas de ar condicionado devem ser termicamente


isolados, a fim de reduzir o ganho de calor sensível através das suas paredes, o que aumentaria ainda mais a
carga térmica na serpentina de resfriamento e desumidificação. Geralmente, as espessuras mínimas do
isolamento são definidas em normas. Considerações de ordem econômica podem aumentar essas espessuras.
Além disso, barreiras de vapor podem ser instaladas para evitar a migração de vapor através do isolamento,
evitando sua posterior condensação caso haja condições propícias.
Os ganhos (ou perdas) de calor através dos dutos devem ser conhecidos para que se possa calcular a
vazão e a temperatura de insuflação, bem como a carga térmica na serpentina. A Equação (5.23) é usada para
estimar essa transferência de calor em função das temperaturas de entrada e saída:

UPL  te  tl 
qd    t a  (5.23)
1.000  2 

tl  y  1  2ta
te  (5.23a)
 y  1

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te  y  1  2ta
tl  (5.23b)
 y  1
Vc p
y  2,0 p/ duto retangular (5.23c)
UPL

DVc p
y  0,5 p/ duto circular (5.23d)
UL

onde: qd = ganhos ou perdas de calor sensível nos dutos, W; = coeficiente global de transferência de calor,
W/m2 K; = perímetro com ou sem isolamento, mm; = comprimento, m; t e = temperatura do ar na entrada do
duto, °C; t l = temperatura do ar na saída do duto, °C; t a = temperatura do ar na vizinhança do duto, °C; =
área da seção transversal, mm2; = velocidade média do escoamento, m/s;  = densidade do ar, kg/m3; c p =
calor específico do ar, kJ/(kg K); e = diâmetro do duto, mm. O valor de para dutos rígidos pode ser obtido na
Figura 5.6 em função da velocidade do ar e da espessura e tipo de isolamento.

Figura 5.6 – Coeficientes globais de transferência de calor U em dutos rígidos.

Vazamentos de ar em dutos

Os vazamentos de ar em dutos não selados variam bastante com o método de montagem usado, e com
a qualidade técnica do montador e seus equipamentos. Testes em dutos selados ou não, mostram que os
vazamentos em dutos com costura longitudinal e junta transversal são representados por:

Q  C psN (5.24)

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onde: = taxa de vazamento de ar, L/(s.m2) de área superficial; = constante representando a área

característica da fresta por onde ocorre vazamento, adimensional; s = diferença de pressão estática entre o
p
lado interno e externo do duto, Pa; e = expoente relacionado ao escoamento turbulento ou laminar no trajeto
do vazamento.
A análise de dados disponíveis na literatura resultou na classificação dos dutos por classes de
vazamento, C L . As conexões dos dutos com grelhas, difusores e registros não estão representadas nos dados
compilados. A Figura 5.7 apresenta algumas dessas classes, obtidas de acordo com a Equação (5.25), onde o
expoente assume o valor 0,65. Assim:

710 Q (5.25)
CL 
ps0 ,65

onde: Q = taxa de vazamento de ar, L/(s.m2) de área superficial; C L = classe de vazamento. O projetista é o
responsável em determinar as taxas de vazamento de ar permitidas na rede. Isso é feito com auxílio da Tabela
5.6, onde as classes listadas referem-se somente ao duto em particular e não a uma rede contendo várias
classes de dutos, com portas de acesso e limpeza e outros equipamentos nela montados.

Figura 5.7 – Classes de vazamentos em dutos de ar.

Em trechos pequenos da rede, os vazamentos podem exceder o esperado para aquela classe.
Entretanto, em média, todo o sistema deve satisfazer a taxa de fuga permitida. Desse modo, a Tabela 5.7 pode
ser usada para estimar as fugas percentuais de ar baseadas na classe de fuga e na área superficial dos dutos. O
valor da pressão estática nessa tabela corresponde a um valor médio no trecho considerado, visto que, se
baseada na pressão mais alta resultaria em fugas artificialmente elevadas.

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Tabela 5.6 - Tipo de duto e classe de vazamento recomendada.


CLASSE DE VAZAMENTO TAXA DE VAZAMENTO
TIPO DE DUTO
CL L/(sm²) em 250 Pa
Metálico:
Circular 4 0,15
Oval-plano 4 0,15
Retangular 8 0,30
Flexível: 8 0,30
Fibra de vidro:
Circular 4 0,15
Retangular 8 0,30

Os testes de vazamento devem ser realizados de acordo com os procedimentos descritos em HVAC Air
Duct Leakage Test Manual ( , 1985), considerando a classe de pressão na qual o duto está
enquadrado. Havendo várias classes de pressão, cada trecho deve ser avaliado independentemente e na classe
a qual pertence, para que se tenha um resultado representativo em toda a rede. A norma Standard
90.1 também trata do mesmo assunto.

Tabela 5.7 – Vazamentos de ar por unidade de área de superfície de duto, %.


CLASSE DE L/(sm2) de PRESSÃO ESTÁTICA, Pa.
VAZAMENTO área superficial 125 250 500 750
10 1,9 3 4,7 6,1
12,7 1,5 2,4 3,8 4,9
8 15 1,3 2,0 3,1 4,1
20 1,0 1,5 2,4 3,1
25 0,8 1,2 1,9 2,4
10 1,0 1,5 2,4 3,1
12,7 0,8 1,2 1,9 2,4
4 15 0,6 1,0 1,6 2,0
20 0,5 0,8 1,3 1,6
25 0,4 0,6 0,9 1,2

5.7 Métodos de dimensionamento de dutos de ar

Os métodos usados para dimensionamento de redes de dutos de ar são: (1) perda de carga constante
(equal friction), (2) redução da velocidade (velocity reduction) e (3) recuperação de pressão estática (static
regain). Nenhum desses métodos produz, em todas as situações, a rede de dutos mais econômica; projetar uma
rede de dutos, com menores custos de aquisição e operacionais, depende muito do tipo de aplicação e da
experiência do projetista. Entretanto, os seguintes princípios e leis se aplicam em qualquer projeto:
 A quantidade de energia necessária para movimentar o ar de um ponto a outro da rede corresponde
à variação (redução) de pressão total entre esses pontos;
 A pressão total pt em qualquer ponto da rede corresponde à energia mecânica total naquele ponto,
e é a soma da pressão estática com a dinâmica;
 A pressão total sempre diminui no sentido do escoamento de ar;
 Em redes de dutos com mais de dois ramais, as perdas de pressão total entre o ventilador e a
extremidade de cada ramal devem ser iguais;
 A pressão estática e a dinâmica são mutuamente conversíveis e podem aumentar ou diminuir no
sentido do escoamento de ar. Por exemplo, em trechos retos a pressão estática decresce e a
dinâmica permanece constante, porém, a pressão total (ou seja, a soma) também decresce. Em

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trechos divergentes (área da seção transversal aumenta gradualmente), a pressão estática cresce e
a pressão total permanece constante (desconsiderando as pequenas perdas por atrito).

Perda de carga constante

Os dutos são dimensionados para manter a perda de carga constante por unidade de comprimento. Com
vazões elevadas é necessário fixar limites de velocidades para não gerar ruídos indesejáveis. No pré-projeto, as
perdas de carga nas velocidades recomendadas podem ser obtidas no gráfico da Figura 5.2.
Assim que os dutos são dimensionados, as perdas de carga em cada trecho (duto principal e ramais)
podem ser calculadas e o gráfico da linha de pressão total pode ser traçado. Depois que a linha de pressão total
foi traçada alguns trechos de dutos podem ser redimensionados, a fim de obter um balanceamento adequado
entre os ramais sem depender inteiramente da instalação de registros de balanceamento.

Redução de velocidade

Consiste em selecionar uma velocidade na descarga do ventilador e ir reduzindo gradativamente essa


velocidade ao longo do duto principal e dos ramais. Selecionadas as velocidades e conhecidas às vazões, os
diâmetros dos dutos são determinados pela Figura 5.2 e as dimensões do retangular equivalente, obtidos pela
Equação (5.6) ou na Tabela 5.1. Os dutos de retorno são dimensionados da mesma maneira, iniciando com a
maior velocidade na sucção do ventilador e decrescendo progressivamente no sentido das grelhas de retorno.
Conhecidas as dimensões e os acessórios usados, as perdas de pressão total podem ser calculadas, os
gradientes de pressão traçados, e a perda de carga máxima ou o trajeto crítico da rede identificado.

Recuperação de pressão estática

Os dutos são dimensionados de modo que a recuperação de pressão estática, em cada acessório,
compensa a perda de carga no trecho imediato de duto. É especialmente indicado em dimensionamento de
redes de alta velocidade, contendo trechos retos longos com muitos acessórios e/ou terminais. Na entrada de
cada ramal existe praticamente a mesma pressão estática, o que facilita a seleção de grelhas, difusores e o
balanceamento do sistema. Com a rede dimensionada sua perda de carga total pode ser calculada. A principal
desvantagem desse método é que as dimensões dos ramais, próximo aos acessórios de insuflação e difusão de
ar, resultam excessivamente grandes (baixas velocidades).

Procedimentos de cálculo

1. Posicionar as grelhas e/ou difusores de insuflação e os bocais de retorno a fim de distribuir o ar


de modo adequado em cada ambiente condicionado com base nas plantas da edificação;
2. Ajustar as quantidades de ar calculadas em função dos ganhos e/ou perdas de calor, fugas de ar
nos dutos e também de recomendações para satisfazer os requisitos de qualidade do ar interno (ventilação);
3. Ajustar as quantidades de ar insuflado, de retorno e/ou exaustão para manter a pressurização
dos ambientes condicionados;
4. Selecionar as grelhas e/ou difusores de insuflação e retorno em catálogos de fabricantes;

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5. Traçar um esboço da rede de dutos, conectando os pontos de insuflação e retorno ao


equipamento central, evitando obstruções estruturais e de outros equipamentos. Cuidar da ocupação de espaço
pela rede de dutos. Usar dutos circulares sempre que for possível;
6. Dividir a rede de dutos em seções e numerar cada seção. A rede deve ser dividida em todos os
pontos onde haja mudanças na direção do escoamento de ar, dimensões e forma dos dutos. Associar o
acessório ao trecho imediatamente posterior nos dutos de distribuição, retorno e exaustão;
7. Dimensionar os dutos pelo método escolhido. Calcular a perda de carga total da rede e
selecionar o ventilador;
8. Traçar o layout detalhado da rede de dutos. Se as dimensões e acessórios forem muito
diferentes daqueles adotados no esboço, as perdas de carga devem ser recalculadas; se necessário, o
ventilador deve ser selecionado novamente;
9. Redimensionar os dutos para obter ramais com pressões relativamente balanceadas;
10. Analisar o projeto com relação ao nível de ruído e especificar abafadores se necessário.

5.8 Montagem de dutos de ar

Os dutos de ar estão submetidos às pressões estática e dinâmica resultantes do escoamento de ar. A


carga resultante do diferencial médio de pressão estática (diferença entre as pressões dentro e fora do duto)
sobre as paredes do duto, geralmente é o valor dominante, e por isso é usada para fins de classificação da
pressão de trabalho do duto. A pressão estática num ponto qualquer da rede de dutos de distribuição de ar não
corresponde necessariamente à pressão estática nominal do ventilador; assim, o valor real em cada trecho deve
ser calculado. Entretanto, o projetista deve especificar a pressão de trabalho permitida em cada trecho da rede.
Todas as possíveis condições de operação devem ser consideradas, especialmente em redes de dutos usadas
por sistemas de proteção contra incêndio.
As redes de dutos podem reter sujeira e umidade, que facilitam o aparecimento e o transporte de
contaminantes microbiológicos. Por isso, as redes devem ser projetadas, construídas e mantidas de modo a
minimizar o crescimento e a disseminação de micro-organismos. As medidas de controle recomendam limitar o
uso de materiais porosos, prover instalação de aberturas para limpeza, e utilizar filtros adequados para prevenir
o acúmulo de poeira e umidade.
Os materiais para construção de dutos de ar são chapas de aço inoxidável ou galvanizado e de alumínio,
fibra-de-vidro rígida, concreto, alvenaria e tijolos de cerâmica. De acordo com o formato da seção transversal, os
dutos de ar podem ser circulares (rígidos e flexíveis), retangulares e oval-planos, como mostra a Figura 5.8. Os
dutos retangulares têm costuras longitudinais e juntas transversais. Nos outros tipos, as costuras geralmente são
do tipo espiral, podendo ser também em alguns casos transversal.

Dutos retangulares

Para um espaço restrito, disponível entre a laje e o forro de uma edificação, o duto retangular é o que
apresenta a maior área de seção transversal. São menos rígidos do que os circulares e mais fáceis de fabricar
no local da obra. Comparativamente, suas juntas e costuras deixam escapar maior porcentagem de ar do que os
dutos pré-fabricados circulares, oval-planos ou de fibra de vidro. Quando não selados podem apresentar fugas
na ordem de 15 a 20 % da sua vazão de ar. Geralmente, são usados em sistemas de baixa pressão.

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Quanto maior a razão de forma (razão entre o lado maior e o menor) maiores serão as perdas de carga
por unidade de comprimento e os ganhos de calor por unidade de vazão de ar transportado. Além disso, o
consumo de material e as horas de trabalho na fabricação são também maiores.

Figura 5.8  Tipos de dutos de ar.

Chapas de aço galvanizado ou de alumínio são as mais usadas para construção de dutos retangulares.
A Tabela 5.8 apresenta dados construtivos de dutos retangulares em redes de baixa pressão. Para evitar que a
pulsação do escoamento turbulento cause vibração das paredes dos dutos, é necessário reforçar as juntas
transversais e costuras longitudinais com perfis metálicos de ferro ou aço.

Tabela 5.8  Bitolas e espessuras de chapas de alumínio e aço galvanizado para construção de
dutos rígidos de baixa pressão (Fonte: ABNT NBR 6401)
Alumínio Aço Galvanizado Circular, diâmetro (mm) Retangular
espessura espessura costura costura lado maior
bitola bitola
(mm) (mm) espiral longitudinal (mm)
24 0,64 26 0,50 até 225 até 450 até 300
22 0,79 24 0,64 250 a 600 460 a 750 310 a 750
20 0,95 22 0,79 650 a 900 760 a 1.150 760 a 1.400
18 1,27 20 0,95 950 a 1250 1.160 a 1.500 1.410 a 5.100
16 1,59 18 1,27 1.300 a 1.500 1.510 a 5.300 5.110 a 3.000

Dutos circulares

Considerando mesma área de seção transversal e velocidade média do ar, os dutos circulares provocam
perda de carga menor do que os retangulares ou oval-planos. Possuem também maior resistência e rigidez.
Geralmente, os dutos circulares são montados em fábrica, com costura espiral ou longitudinal, o que permite
melhor qualidade de vedação de suas juntas. Por isso, os vazamentos de ar estão em torno de 3% de sua
vazão. As perdas de carga podem ser calculadas com mais precisão do que nos dutos retangulares, o que
resulta em melhor balanceamento do sistema. Além disso, produzem menos ruído do que os retangulares e oval-
planos. A principal desvantagem dos dutos circulares é a grande necessidade de espaço abaixo das vigas para
sua instalação. A Tabela 5.8 também apresenta alguns dados, para construção de dutos circulares em redes de
baixa pressão.

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Dutos oval-planos

Nos dutos oval-planos, a forma da seção transversal apresenta características dos circulares e
retangulares, como mostra a Figura 5.6. Por isso, incorpora algumas vantagens de ambos, tais como, pequena
turbulência no escoamento de ar e menor espaço para instalação. São fáceis de instalar e os vazamentos de ar
são pequenos. Geralmente são montados em fábrica, e usam costura espiral ou longitudinal.

5.9 Insuflação de ar em ambientes condicionados

O ar tratado, distribuído pela rede de dutos, é insuflado nos ambientes condicionados através de
aberturas, providas de acessórios de insuflação de ar. O ar é removido do ambiente condicionado pelas
aberturas de retorno e/ou exaustão. Vários tipos de acessórios de insuflação e retorno de ar estão disponíveis no
mercado, e devem ser selecionados em catálogos de fabricantes, de acordo com as características do projeto. A
insuflação do ar é o último processo realizado pela rede de dutos, e ocorre inteiramente dentro do ambiente
condicionado, afetando diretamente o desempenho do sistema. Os acessórios de insuflação de ar são
classificados em 5 (cinco) grupos:
GRUPO CARACTERÍSTICAS
A Montados no forro ou próximo ao forro com descarga de ar horizontal
B Montados no piso ou próximo ao piso com descarga de ar vertical com jato compacto
C Montados no piso ou próximo ao piso com descarga de ar vertical com jato difuso
D Montados no piso ou próximo ao piso com descarga de ar horizontal
E Montados no forro ou próximo ao forro com descarga do jato de ar primário vertical

A análise dos acessórios de insuflação é baseada no padrão do jato de ar primário, na movimentação do


ar, nas correntes de convecção natural, e na presença de pontos de estagnação de ar dentro do ambiente
condicionado.
No Grupo A, estão as grelhas de parede instaladas junto ao forro, difusores de forro, difusores lineares
de forro, e similares. A Figura 5.9 mostra alguns acessórios pertencentes a esse grupo. A grelha possui palhetas
direcionadoras do escoamento de ar na direção horizontal; no difusor, um defletor distribui o escoamento de ar
dentro da caixa plenum; difusor linear, a direção do jato de ar é determinada pela posição das palhetas
direcionadoras.
A Figura 5.10 ilustra a situação de movimentação de ar em grelhas de parede e difusores de forro. As
linhas pretas mais grossas são paredes externas. O “envelope” de ar primário (ISOVEL = mesma velocidade)
mostra um jato de ar horizontal com dois lóbulos, no caso da grelha, e com um único lóbulo de 360 o, no caso do
difusor de forro. Embora nas grelhas o ajuste dos defletores de ar possa causar descarga do jato em uma, duas
ou três direções (horizontal e/ou vertical), e que no difusor de forro haja pequenas variações no ângulo de
descarga do jato, ainda assim o efeito geral é semelhante ao mostrado na Figura 5.10.
No resfriamento, o ar atinge a zona ocupada a uma distância do ponto de descarga que depende da
vazão, da velocidade, da diferença de temperatura entre o jato de ar e o ar ambiente, do ângulo das palhetas
defletoras de ar, da proximidade do forro e de características de carga térmica no ambiente. A Figura 5.10 mostra
uma situação em que o ar, induzido pelo jato primário, desloca-se em direção à parede oposta, e desliza para
baixo varrendo lentamente certa distância sobre o piso. Próximo dessa parede as velocidades alcançam entre
0,5 e 0,75 m/s, que são dissipadas no ar parado tão logo a distância à parede ultrapasse 100 mm.

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Figura 5.9  Acessórios de difusão de ar pertencentes ao Grupo A.

O movimento do ar no ambiente sofre os efeitos das correntes de convecção natural, causadas pela
parede externa aquecida, que impedem seu contato com o ar induzido pelo jato. Por outro lado, o ar que atinge a
parede interna, ascende até uma determinada altura e retorna à corrente de ar induzida pelo jato primário. Em
consequência, esse tipo de acessório uniformiza a temperatura no ambiente e reduz o volume de ar estagnado
no ambiente condicionado. Nesse caso, é importante saber a distância que o jato de ar induzido alcança antes
de atingir os limites de velocidade e temperatura aceitáveis na zona ocupada.

Figura 5.10  Movimentação de ar em acessórios de difusão de ar do Grupo A.

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5.9.1 Desempenho da insuflação de ar

A insuflação do ar no ambiente condicionado deve criar, na zona ocupada (1,8 m de altura a partir do
piso), uma combinação apropriada de temperatura, umidade e velocidade relativa do ar que não comprometa o
conforto térmico dos ocupantes. O conforto térmico está relacionado com a resposta fisiológica do corpo humano
ao ambiente térmico e, além dos três parâmetros já citados, são considerados também a temperatura radiante
média do ambiente, o tipo de atividade e a vestimenta usada pelos ocupantes. As causas de desconforto térmico
relacionadas à insuflação de ar são: alta velocidade relativa do ar na zona ocupada; gradientes de temperatura
do ar elevados na direção horizontal, vertical, ou em ambas, no ambiente condicionado; distribuição deficiente de
ar de acordo com a carga térmica; e flutuações rápidas e acentuadas de temperatura.

Temperatura efetiva de draft

Um problema comum, relacionado à insuflação deficiente de ar no ambiente condicionado é o draft. O


draft é o resfriamento (ou aquecimento) indesejável de uma parte do corpo, causada por um jato de ar frio (ou
quente), admitindo que a umidade absoluta do ar e a temperatura radiante média do ambiente são constantes.
Flutuações rápidas na velocidade relativa do ar também podem criar draft. O resfriamento (ou aquecimento)
causado por draft é avaliado com relação à condição de um ambiente padrão mantido a 24°C de temperatura de
bulbo seco, medida no centro do ambiente à altura de 0,75 m do piso, com velocidade relativa do ar de 0,15 m/s.
Um parâmetro designado temperatura efetiva de draft  (°C), definido pela Equação (5.26), é usado para
quantificar o desvio de um ponto do ambiente condicionado com relação à condição padrão. Assim:

  t x  tc   8 Vx  0,15 (5.26)

onde: t x = temperatura de bulbo seco da corrente de ar no ponto considerado, °C; t c = média da temperatura de
bulbo seco (controle) do ambiente, °C; e V x = velocidade relativa da corrente de ar no ponto considerado, m/s.

A Equação (5.28) leva em conta a sensação de frio produzida pela movimentação do ar. No verão, a
temperatura t x está abaixo de tc . Uma vez que a velocidade Vx geralmente é maior do que 0,15 m/s, os termos
com temperatura e velocidade na Equação (5.28) são negativos e causam a sensação de frio. Desse modo, no
verão a temperatura efetiva de draft nunca alcança o valor zero, ou seja, é sempre negativa. De modo geral as
pessoas toleram maiores velocidades e menores temperaturas na altura do tornozelo do que na altura do tronco.
Por isso, as condições da zona ocupada entre 0,75 e 1,50 m acima do piso são mais críticas do que próximo ao
piso. Geralmente, são preferíveis velocidades do ar abaixo de 0,25 m/s. Entretanto, em algumas condições
velocidades maiores são aceitáveis. A norma ANSI-ASHRAE 55 recomenda combinações de velocidades e
temperaturas altas. Não existe velocidade do ar mínima recomendada para conforto, embora valores menores do
que 0,1 m/s sejam imperceptíveis.

Índice de desempenho de insuflação de ar (  )

Para –1,5 <  < +1,0 K com velocidades do ar menores do que 0,35 m/s, uma grande porcentagem de
pessoas sente-se confortável realizando atividades sedentárias (trabalho de escritório). Para medidas de
temperatura e velocidade do ar, realizadas em vários pontos da zona ocupada, o índice expresso em
porcentagem, indica os locais de medição que não satisfazem as especificações de temperatura efetiva de draft
e velocidade do ar. O valor de ADPI é dado por:

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N
ADPI  100 (5.27)
N

onde: N  = número de pontos de medição na zona ocupada nos quais –1,5 <  < +1,0 K; e N = número total
de pontos de medição na zona ocupada.
Quando o ADPI é próximo de 100% são obtidas as condições ambientais de conforto mais propícias.
Quanto maior o ADPI maior a porcentagem de ocupantes que se sentirão confortáveis. Em sistemas de
resfriamento para conforto o ADPI é usado para avaliar a qualidade da insuflação de ar no ambiente
condicionado.

Critérios de seleção do ADPI para resfriamento

Um jato de ar é uma corrente de ar descarregada no ambiente condicionado por um bocal, com


velocidade muito mais alta do que a do ar circunvizinho, que se move ao longo de um eixo central, até que sua
velocidade terminal seja igual, ou aproximadamente igual, à velocidade do ar na zona ocupada do ambiente
condicionado. O alcance do jato mede a distância entre o ponto de descarga de ar e um ponto onde sua
velocidade máxima, na seção transversal, se reduz a uma velocidade terminal especificada. Essa velocidade
terminal, VT , foi especificada para todas as grelhas e difusores igual a 0,25 m/s, exceto para os difusores de
forro lineares, onde é 0,50 m/s. Cada fabricante fornece dados de alcance do jato para vários tipos de difusores,
considerando condições isotérmicas e sem obstáculos interferindo com o jato. Para o alcance do jato, denotado
por TV , o subscrito indica a velocidade terminal especificada para determinação do alcance. O comprimento
característico do ambiente, , é dado pela distância do difusor à parede mais próxima que intercepta o jato.
Entretanto, quando o ar insuflado no ambiente não colide com a superfície de uma parede e sim com o jato de
outro difusor próximo, o comprimento característico é metade da distância entre os difusores somada à distância
que a mistura dos jatos percorre até atingir a zona ocupada. A Tabela 5.9 apresenta um resumo das definições
de comprimentos característicos de vários tipos de acessórios de insuflação de ar.

Tabela 5.9  Comprimento característico do ambiente para vários de acessórios de difusão de ar.
TIPO DE ACESSÓRIO COMPRIMENTO CARACTERÍSTICO, L
Grelha de parede junto ao forro Distância até a parede perpendicular ao jato
Difusor de forro circular Distância até a parede mais próxima ou até a interseção com outro jato de ar
Grelha de parede comum Comprimento do ambiente na direção do jato de ar
Difusor linear de forro Distância até a parede ou plano médio entre linhas de descarga
Distância do plano médio entre as linhas de descarga somada à distância do
Difusor com luminária
forro até a zona ocupada
Forro com placas perfuradas Distância até a parede ou ao plano médio entre pontos de descarga

O plano médio entre difusores pode também ser considerado como as linhas que limitam módulos de
área do ambiente condicionado, quando os difusores os servem uniformemente. Nesse caso, o comprimento
característico pode ser baseado nas dimensões desses módulos. Outro fator que deve ser considerado é a carga
térmica. As recomendações da Tabela 5.10 cobrem cargas de resfriamento de até 250 W/m2 de área de piso.
Dessa carga, 22 W/m2 estão uniformemente distribuídos, 30 W/m2 são decorrentes da iluminação artificial, e o
restante corresponde à carga concentrada numa parede simulando, por exemplo, uma grande janela ensolarada.
Segundo os dados da Tabela 5.10, a condição de ADPI máximo é menor para as maiores cargas; entretanto, a
condição ótima de projeto varia muito pouco com a carga térmica.

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Tabela 5.10  Guia de seleção para ADPI.

Carga térmica T0,25 L para ADPI Para ADPI Faixa de


Acessório terminal
W/m2 ADPI máximo máximo maior do que T0,25 L
250 1,8 68  
Grelha de parede junto ao forro 190 1,8 72 70 1,5 – 2,2
(distância < 0,30 m) 125 1,6 78 70 1,2 – 2,3
65 1,5 85 80 1,0 – 1,9
250 0,8 76 70 0,7 – 1,3
190 0,8 83 80 0,7 – 1,2
Difusor de forro circular
125 0,8 88 80 0,5 – 1,5
65 0,8 93 90 0,7 – 1,3
250 1,7 61 60 1,5 – 1,7
Grelha comum, aletas fixas 190 1,7 72 70 1,4 – 1,7
(distância > 0,80 m) 125 1,3 86 80 1,2 – 1,8
65 0,9 95 90 0,8 – 1,3
250 0,7 94 90 0,6 – 1,5
Grelha comum, aletas ajustáveis 190 0,7 94 80 0,6 – 1,7
(distância > 0,80 m) 125 0,7 94  
65 0,7 94  
250 0,3 85 80 0,3 – 0,7
Difusor linear de forro (para 190 0,3 88 80 0,3 – 0,8
T0,50 / L ) 125 0,3 91 80 0,3 – 1,1
65 0,3 92 80 0,3 – 1,5
190 2,5 86 80 < 3,8
Difusor com luminária 125 1,0 92 90 < 3,0
65 1,0 95 90 < 4,5
90 1,4 – 2,7
Forro com placas perfuradas 35  160 2,0 96
80 1,0 – 3,4

5.9.2 Recomendações para projeto

Abordam o nível de ruído, aberturas e acessórios para exaustão e retorno de ar, conexão dos dutos com
os acessórios e balanceamento da rede de dutos.

Nível de ruído

As principais fontes de ruído em redes de dutos de ar condicionado são os difusores e grelhas, os


ventiladores, a própria rede e seus acessórios, e a vibração. Cada uma dessas fontes deve ter um tratamento
adequado para evitar que provoquem ruído excessivo. Os difusores e grelhas devem ser selecionados para
satisfazer as condições operacionais de projeto e instalados de modo a não gerar ruídos adicionais. A potência
sonora do ventilador é determinada pelo tipo de ventilador, vazão e pressão total na descarga. O controle de
ruído causado pela própria rede requer arranjo e tamanhos de dutos adequados, além de prever a instalação de
atenuadores de ruído, se necessário. Geralmente, o nível de ruído gerado aumenta com o aumento da
velocidade do ar e com o aumento da pressão nos dutos. O ruído gerado em grelhas e difusores de ar é
transmitido diretamente ao ambiente condicionado e não pode ser atenuado. A Tabela 5.11 fornece os níveis
sonoros máximos recomendados para cada tipo de ambiente.
A maioria dos fabricantes de grelhas e difusores fornece em seus catálogos os resultados NC de testes.
Entretanto, os seguintes pontos devem ser considerados: (a) Os testes dos fabricantes são feitos com uma
distribuição normal e uniforme de ar na entrada das grelhas e difusores. Na situação real isso pode não ocorrer,
o que aumenta o nível de ruído gerado; (b) Se o projetista seleciona grelhas com aletas de deflexão dupla e
registro de vazão com lâminas opostas (convergentes), o ruído gerado pelas aletas e lâminas adicionais pode
não estar contemplado nos dados de catálogos do fabricante; (c) O desbalanceamento da perda de carga entre

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ramais aumenta a velocidade do ar em alguns ramais, e provoca o aumento da velocidade de face e do nível de
ruído nos acessórios desses ramais; e (d) A condição real do ambiente pode ser diferente da assumida para
selecionar as grelhas e difusores em catálogos de fabricantes.

Tabela 5.11  Níveis sonoros máximos recomendados.


Aplicação Nível sonoro, db(A) NC
Emissoras de rádio
Estúdios de televisão 20  25 15  20
Bibliotecas
Igrejas
Escritórios privados
Hospitais
Auditórios 25  35 20  30
Teatros
Hotéis
Salas de concerto
Agências bancárias
Escolas
Edifícios públicos
Cinemas 35  40 30  35
Cafeterias, bares e similares
Escritórios em geral
Restaurantes
Edifícios industriais
Shopping Centers 40 50 35  45
Grandes magazines

Conexão duto-acessório

O modo como a corrente de ar se aproxima do acessório de insuflação de ar é muito importante. Para


uma insuflação satisfatória, a velocidade da corrente de ar no duto que contém o acessório deve ser a mais
uniforme possível na seção transversal do duto de conexão. Uma aproximação incorreta não será compensada
pela grelha ou pelo difusor. Se a rede de dutos é projetada com o devido cuidado, grelhas de parede instaladas
no final de um duto horizontal, ou difusores de forro instalados no final de um duto vertical, receberão o ar
perpendicularmente e com velocidade uniforme em toda a seção transversal. Entretanto, poucas grelhas e
difusores são instalados desse modo. A maioria das grelhas de parede é instalada na borda de um duto vertical
ou na lateral de um duto horizontal, ao passo que os difusores são conectados diretamente no fundo de dutos
horizontais, ou ainda, no final de pequenas seções de dutos verticais, conectadas ao fundo dos horizontais.
Nesses casos, há necessidade de dispositivos para homogeneizar e direcionar o escoamento de ar antes dele
chegar ao acessório de insuflação.

Acessórios de retorno e exaustão

A seleção de acessórios de retorno e exaustão depende de: (1) Velocidade do ar na zona ocupada, (2)
Perda de carga máxima permitida e (3) Nível de ruído máximo permitido. A movimentação de ar no ambiente é
influenciada pela localização das saídas de retorno e exaustão de ar, até uma distância correspondente a um
comprimento característico (ou seja, a raiz quadrada da área da abertura). O ar se aproxima do acessório, vindo
de todas as direções, e sua velocidade cai rapidamente à medida que a distância até a abertura aumenta. Desse
modo, raramente se formam correntes de ar próximo deles. A Tabela 5.12 apresenta alguns valores de
velocidade de face recomendados em acessórios de retorno e exaustão de ar. As perdas de carga máximas

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permitidas em acessórios de retorno e exaustão de ar são definidas pelo projetista. Entretanto, o valor escolhido
deve permitir um controle adequado da vazão.

Tabela 5.12  Velocidade de face recomendada para acessórios de retorno e exaustão.


Velocidade através
Localização da abertura
da área bruta, m/s
Acima da zona ocupada > 4,0
Dentro da zona ocupada, longe de assentos 3,0 a 4,0
Dentro da zona ocupada, perto de assentos 2,0 a 3,0
Grelhas instaladas em portas e paredes 1,0 a 1,5
Embaixo da porta 1,0 a 1,5

O problema de ruído nos acessórios de retorno é semelhante ao dos acessórios de insuflação de ar.
Assim, ao estabelecer os níveis de ruído resultantes da operação do sistema de ar condicionado, os acessórios
de retorno devem ser considerados como parte da área total das grelhas. Os acessórios devem ser posicionados
para evitar o retorno ou exaustão do ar sem passar pela zona ocupada. Se o ar é insuflado por difusores de
forro, o retorno deve ser posicionado entre os jatos, ou na parede do ambiente mais distante do ponto de
insuflação. Em ambientes com estratificação vertical de temperatura, tais como teatros, bares, cozinhas, salas de
computadores, de reunião e de clubes, as saídas de exaustão devem ser localizadas junto ao forro para coletar o
ar quente, odores e fumaças. Os acessórios de retorno localizados em paredes e portas, dependendo da altura
de instalação, têm características de retorno pelo piso ou pelo forro. Em grandes edifícios, com muitos ambientes
pequenos, o retorno de ar pode ser feito por grelhas de porta ou por aberturas sob as portas, de modo que o ar
coletado nos diversos ambientes siga pelo corredor em direção a um ponto de captação comum. Se a perda de
carga nas grelhas de retorno for excessiva, a insuflação de ar nos ambientes pode ser seriamente afetada pelo
desbalanceamento causado pelo abrir e fechar de portas.
A rede de dutos, incluindo todos os acessórios, inclusive os de insuflação e retorno de ar, deve ser
dimensionada, e ter seus acessórios selecionados, para promover uma distribuição satisfatória do ar tratado.
Embora os fabricantes de dutos e acessórios de insuflação de ar possam produzi-los em quaisquer dimensões, é
conveniente selecioná-los nas dimensões padronizadas disponíveis. Isso confere maior flexibilidade ao projeto, e
facilita o balanceamento da rede de dutos.

5.9.3 Seleção de grelhas e difusores de insuflação

Não há critério para escolher entre tipos de acessórios de insuflação de ar (vide Tabela 5.10). Todos os
acessórios testados, quando usados de acordo com as recomendações, apresentam valores de ADPI
satisfatórios (maiores de 90% para cargas térmicas inferiores a 130W/m2). Na seleção de acessórios de
insuflação de ar é usado o seguinte procedimento:
1. Determinar a vazão de ar em cada ambiente, com base na carga térmica e nas exigências de
ventilação;
2. Selecionar o tipo de acessório e determinar sua localização no ambiente;
3. Determinar o comprimento característico na Tabela 5.10;
4. Selecionar a relação TV / L recomendada na Tabela 5.11;

5. Calcular o alcance TV multiplicando TV / L pelo comprimento característico ;

6. Localizar o tamanho apropriado do acessório no catálogo do fabricante;

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7. Assegurar que o acessório selecionado satisfaz os requisitos de nível de ruído e perda de carga.
O projeto de um sistema de distribuição e insuflação de ar depende dos mesmos fatores que influenciam
o projeto de uma instalação de ar condicionado  finalidade da edificação (uso), tamanho e tipo de construção. A
localização e seleção dos acessórios de insuflação, retorno e exaustão de ar dependem do design do interior da
edificação, posicionamento das fontes de ganho de calor e desempenho e design dos próprios acessórios.
Fontes de ganho de calor localizadas causam correntes de convecção e estratificação de temperatura;
assim, elas podem determinar o tipo e a localização de grelhas e difusores de ar. Os pontos de insuflação devem
ser localizados de modo a neutralizar qualquer corrente de convecção produzida pela concentração de carga
térmica. Se uma fonte de calor concentrada está localizada na zona ocupada, o efeito de aquecimento pode ser
contrabalançado por (1) direcionamento de um jato de ar frio diretamente sobre a fonte ou (2) posicionamento da
saída de retorno ou exaustão de ar próximo à fonte. O segundo método é mais econômico em caso de
resfriamento, visto que o calor produzido pela fonte não se dissipa no ambiente condicionado. Em ambientes
com carga térmica de iluminação acima de 50 W/m2, instaladas em forros abaixo de 4,5 m, as saídas de retorno
ou exaustão devem ser posicionadas abaixo da fonte, e o ar quente estratificado deve ser retirado por um
ventilador de retorno ou exaustão. Se a temperatura de bulbo úmido do ar no ambiente é maior do que a do ar
exterior usa-se um ventilador de exaustão; caso contrário, um de retorno de ar. Isso reduz as necessidades de ar
exterior de ventilação. Luminárias com lâmpadas embutidas são mais econômicas do que lâmpadas expostas,
pois a parcela de energia radiante é bastante reduzida.
Os catálogos de fabricantes podem ser consultados para seleção de grelhas e difusores de insuflação,
retorno e exaustão de ar em ambientes condicionados. No Apêndice 5-B estão dados retirados de um catálogo
de fabricante, mostrando dados para difusores redondos de insuflação e retorno de ar.

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Apêndice 5-A: Coeficientes de perda de carga em dutos de ar.

SEÇÃO TRANSVERSAL CIRCULAR

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SEÇÃO TRANSVERSAL RETANGULAR

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Apêndice 5-B: Difusores de insuflação e retorno de ar.

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