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1. INTRODUÇÃO
Avaliações grosseiras de carga térmica podem levar ao sub ou ao sobre-
dimensionamento da máquina de refrigeração de ar. É comum o sobre-dimensionamento
onerando os custos de investimento, operação e manutenção do sistema. Nesse sentido,
Manaus (AM) é emblemática: por volta de 50% da ponta de carga do sistema elétrico local
do segundo semestre do ano (estação seca) atende à demanda de refrigeração da
cidade. Se considerado que há poucas instalações de refrigeração industrial em Manaus,
resulta que enorme quantidade de energia é consumida em condicionamento de ar. E
desde que ar condicionado não é um utensílio acessível a todas as classes de renda,
conclui-se que os sistemas existentes são sobre-dimensionados. Daí que Manaus é a
cidade com maior número de aparelhos de janela per capita, do Norte e Nordeste do País.
Dadas as razões acima, a metodologia aqui desenvolvida enfoca especificamente
carga térmica de verão, e tem como referência a Cidade de Manaus.
3. CONFORTO TÉRMICO
É algo subjetivo a cada indivíduo de per se. Alguém pode achar que determinado
ambiente lhe é confortável, enquanto outrem não.
Os seres vivos trocam energia térmica com o seu entorno pelos mecanismos de
radiação, convecção e evaporação. Em determinado momento e ambiente, um destes
mecanismos pode prevalecer sobre os outros, a depender de vários fatores, e. g. idade,
atividade física, saúde, raça, vestimenta, estado emocional, etc. (Figura 50).
4. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS
• Data de realização do cálculo (dd/mm/aa);
Onde: Q& cond .sup .i [kW] é a carga sensível de cada superfície opaca i (parede, laje de
teto ou de piso − esta, se voltada para o ar exterior); Asup .i [m²] é a área externa de cada
(Tabela A2; ou Tabelas A2.1, A2.2 e A2.3, Apêndice A); e TBS ,ext . e TBS ,int . , [C], são
Onde, para cada vidraça j: Q& ins .vidr . j [kW] é a carga incidente; Avidr . j [m²] é a área; f v , j é
o fator de vedação, que barra a insolação (Tabela A3, Apêndice A); f r , j é o fator de
insolação total sobre o plano da vidraça, função da latitude local e da hora solar do dia,
que, na região do equador terrestre é, na prática, a hora oficial (Tabela A5, Apêndice A).
Deve-se usar a taxa de insolação máxima no dimensionamento.
5.3. Calor Sensível de Insolação Sobre Superfícies Opacas
Neste caso, tendo em vista que além da radiação direta também incide radiação
indireta de várias fontes, o modelo que contempla os dois mecanismos é (Jones, 1983):
Q& ins . sup .i = Asup .i U g ,i ∆Teq .i (66)
Onde, para cada superfície i: Q& ins .i [kW] é a carga de insolação; Asup .i [m²] é a área da
A2, Apêndice A); e ∆Teq .i [C] é a diferença de temperatura sol-ar equivalente (Tabela
Onde: Q& S , pess . e Q& L , pess . , [kW], são, respectivamente, a carga de calor sensível emitida
Onde, por cada equipamento k: Q& S ,equip.k e Q& L ,equip.k , [kW], são, respectivamente, a
Em que a vazão de infiltração, V&inf .m [m³/h], pode ser estimada por dois critérios optativos:
Em (72) e (73), por abertura m: Q& S ,inf .m e Q& L ,inf .m , [kW], são, respectivamente, a carga de
calor sensível e a carga de calor latente do ar que infiltra; TBS,ext. e TBS,int., [C], são,
respectivamente, as temperaturas de bulbo seco do ar externo e do ar interno; wext. e
wint., [kgág./kgAS], são, respectivamente, as umidades absolutas do ar externo e do ar
1
Nestas unidades, /unid.equipam. significa a unidade de referência do equipamento, p. ex., m³/h, kW, etc.
Onde a vazão introduzida para higienização, V&hig .n [m³/h], pode ser estimada por:
Também, nestas relações: Q& S ,hig . n e Q& L ,hig .n , [kW], são, respectivamente, a carga de calor
o fator de higienização, que relaciona pessoas na sala com o ar introduzido (Tabela A10,
Apêndice A); e os demais termos são como nas equações (71) e (72).
Ao calcular Q& S ,hig . n e Q& L ,hig .n , deve-se evitar baixos fator de calor sensível. E
convém só introduzir para higienização a diferença entre o maior e o menor dentre V&inf . m e
Onde: ∑ Q& S , parc. [kW] é a soma parcial das cargas sensíveis sem Q& S ( )duto ,n , consideradas
no roteiro de cálculo (seção 5.9).
( )` duto,n =
+ ∑ Q& S,equip.k + ∑ Q& S,inf.m + ∑ Q& S,hig.n + Q& S
k m n
[
= 1,05 a 1,1 ∑ Q& S, parc. + Q& S ( )` duto,n ] ≅ 1,103 a 1,155 (∑ Q& S, parc. ) (78)
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Norma Brasileira de Instalações de Ar
Condicionado Domiciliar e Industrial NB-10. Rio de Janeiro. 1978
BARREDAS, Ángel L. Miranda. Aire Acondicionado. 5.a Ed. Ediciones Ceac. 340 p.
Barcelona, Espanha. 2004
COSTA, Ênnio Cruz da. Refrigeração. Editora Edgard Blücher. 3ª Edição 322 p.
São Paulo. 1982
SILVA, Remi Benedito. Ar Condicionado. Editora da USP. 276 p. São Paulo. 1968
Tabela A6.1 – Diferença de temperatura sol-ar equivalente (∆Teq. [C]). Telhados − 0oS
Hora do Dia
Tipo de telhado
8 10 12 14 16 18 20 22 24
Insolado
⋅ Concreto 5 cm 3,3 16,7 26,6 32,2 27,8 17,8 7,8 3,3 1,1
⋅ Concreto 5 cm com isolante de 2,5 a 5 cm 3,3 16,7 26,6 32,2 27,8 17,8 7,8 3,3 1,1
⋅ Concreto 5 cm com forro 0 11,1 22,2 28,9 30,0 23,3 11,1 5,6 3,3
⋅ Concreto 10 cm 0 11,1 21,1 27,8 28,9 22,2 12,2 6,7 3,3
⋅ Concreto 10 cm com isolante de 5 cm 0 11,1 21,1 27,8 28,9 22,2 12,2 6,7 3,3
⋅ Concreto 15 cm 2,2 3,3 13,3 21,1 25,6 24,4 17,8 10,0 6,7
⋅ Concreto 15 cm com isolante de 5 cm 2,2 3,3 13,3 21,1 25,6 24,4 17,8 10,0 6,7
⋅ Qualquer material com duas águas de 15 cm -1,1 0 0 3,3 5,6 5,6 4,4 2,2 0
Sombreado
⋅ Construção leve a média -2,2 0 3,3 6,7 7,8 6,7 4,4 1,1 0
Fonte: Silva (1968).
Tabela A6.2 – Diferença de temperatura sol-ar equivalente (∆Teq. [C]). Paredes − 0oS
Tipo Di- Hora do Dia
de re- 8 10 12 14 16 18 20 22 24
parede ção E C E C E C E C E C E C E C E C E C
SE 12,2 5,6 13,3 6,7 7,8 5,6 6,7 5,6 7,8 7,8 7,8 7,8 5,6 5,6 3,3 2,2 1,1 1,1
L 16,7 7,8 20,0 10,0 17,8 8,9 6,7 6,7 7,8 7,8 7,8 7,8 5,6 5,6 3,3 3,3 1,1 1,1
NE 7,2 3,3 14,4 8,9 15,6 10,0 13,3 8,9 8,9 7,8 7,8 7,8 5,6 5,6 3,3 2,2 1,1 1,1
Madei- N -2,2 -2,2 2,2 0,0 12,2 6,7 16,7 11,1 14,4 11,1 8,9 7,8 5,6 5,6 3,3 3,3 1,1 1,1
ra NO -2,2 -2,2 0,0 -1,1 3,3 2,2 14,4 12,2 22,2 15,6 23,3 15,6 13,3 11,1 3,3 2,2 1,1 1,1
O -2,2 -2,2 0,0 0,0 3,3 3,3 11,1 6,7 22,2 15,6 26,7 18,9 12,2 12,2 4,4 4,4 1,1 1,1
SO -2,2 -2,2 0,0 -1,1 3,3 2,2 6,7 5,6 13,3 11,1 22,2 14,4 18,9 13,3 3,3 2,2 1,1 1,1
Sa -2,2 -2,2 -1,1 -1,1 2,2 2,2 5,6 5,6 7,8 7,8 6,7 6,7 4,4 4,4 2,2 2,2 0,0 0,0
SE -1,1 -2,2 13,3 6,7 11,1 5,6 5,6 3,3 6,7 5,6 7,8 7,8 6,7 6,7 5,6 5,6 3,3 2,2
Alvena- L 1,1 0,0 16,7 7,8 17,2 9,4 7,8 7,8 6,7 6,7 7,8 7,8 6,7 6,7 5,6 4,4 3,3 3,3
ria de NE 1,1 -1,1 11,1 5,6 15,6 8,9 14,4 8,9 10,0 7,8 7,8 7,8 6,7 6,7 5,6 4,4 3,3 3,3
15 cm N -2,2 -2,2 -1,1 -1,1 6,7 3,3 13,3 8,9 14,4 10,0 11,1 8,9 6,7 6,7 4,4 4,4 2,2 2,2
de NO 0,0 -1,1 0,0 -1,1 1,1 1,1 6,7 4,4 17,8 12,2 20,0 14,4 18,9 13,3 5,6 4,4 3,3 3,3
espes- O 0,0 -1,1 0,0 0,0 2,2 1,1 5,6 4,4 14,4 10,0 22,2 15,6 23,3 15,6 8,9 7,8 3,3 3,3
sura SO -2,2 -2,2 -1,1 -1,1 1,1 1,1 4,4 3,3 6,7 6,7 16,7 12,2 18,9 13,3 6,7 5,6 3,3 3,3
a
S -2,2 -2,2 -1,1 -1,1 0,0 0,0 3,3 3,3 5,6 5,6 6,7 6,7 6,7 6,7 4,4 4,4 2,2 2,2
SE 0,0 0,0 0,0 0,0 11,1 5,6 8,9 5,6 5,6 3,3 6,7 5,6 7,8 6,7 6,7 5,6 4,4 4,4
Alvena- L 2,2 1,1 6,7 2,2 13,3 6,7 14,4 7,8 11,1 6,7 6,7 5,6 7,8 6,7 7,8 5,6 5,6 4,4
ria de NE 1,1 0,0 1,1 0,0 8,9 4,4 11,1 6,7 1,1 7,8 7,8 6,7 7,8 6,7 6,7 5,6 4,4 3,3
25 cm N 0,0 0,0 0,0 0,0 1,1 0,0 6,7 3,3 13,3 7,8 14,4 8,9 11,1 7,8 6,7 5,6 4,4 3,3
de NO 1,1 0,0 1,1 0,0 1,1 0,0 3,3 2,2 6,7 5,6 14,4 10,0 16,7 11,1 14,4 10,0 4,4 3,3
espes- O 2,2 1,1 2,2 1,1 2,2 1,1 3,3 2,2 5,6 4,4 10,0 7,8 16,7 12,2 17,8 12,2 10,0 7,8
sura SO 0,0 0,0 0,0 0,0 1,1 0,0 2,2 1,1 4,4 3,3 6,7 5,6 17,8 10,0 16,7 12,2 5,6 4,4
Sa -1,1 -1,1 -1,1 -1,1 -1,1 -1,1 0,0 0,0 3,3 3,3 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6 3,3 3,3
a
Fonte: Silva (1968). Nota: E – escuro; C – claro. Está à sombra no primeiro semestre do ano.
Local
f P [m³/h.pessoa]
Porta giratória de 1,8 m Porta vai-e-vem de 0,9 m
Bancos 11 14
Barbearias 7 9
Drogarias 10 12
Escritórios movimentados 9 9
Escritórios privados, quartos de hotel 7
Lojas 32 51
Quartos de hospital 12 14
Restaurantes 3 4
Salas de chá 7 9
1
Ug =
1 z
e 1 Figura 52
+ ∑ c +
h ext . c =1 k c h int .
de material c (1, ..., z); e k c , [kW/m.C], é a condutância dos z materiais (c = 1, ..., z).
4
Tsup.int 4
− Tint.
h int. = h conv.int. + h rad.int. = 1,77 (Tsup. − Tint. )0,25 + E σ
Tsupint. − Tint.
h ext . = 10 + 4,1Vvento
Onde: h conv.int . , [watt/m².C], é o coeficiente de convecção interna; h conv.ext . , [watt/m².C], é o