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Trocadores Casco e Tubo

“shell and tube”

Prof. Silvio A. B. Vieira de Melo


sabvm@ufba.br

Engenharia Química
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Trocador Casco e Tubo
“shell and tube”
Características

1. É o mais comumente empregado na indústria química


2. Pode ser usado para amplas faixas de vazão, pressão e
temperatura
3. É o único que se aplica a processos que necessitam de grandes
áreas de troca de calor (> 5000 m2), pressões acima de 30 bar e
temperaturas superiores a 260oC
4. Pode ser construído com diferentes materiais, possibilitando a
operação com fluidos corrosivos
5. Pode operar com líquidos, gases ou vapores, como condensador
ou vaporizador
6. Pode operar na horizontal ou vertical
7. Padronização da TEMA (Tubular Exchangers Manufacturer
Association)
09/04/2021 Engenharia Química
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Trocador Casco e Tubo
“shell and tube”
Partes constituintes

1. Casco ou carcaça (tubo cilíndrico) - “shell”


2. Tubos – “tubes” (BWG)
3. Espelhos (placas perfuradas com a função de fixar os tubos em
suas extremidades) – “tubesheets”
4. Chicanas (placas perfuradas usadas para direcionar o fluido que
escoa por fora dos tubos e também para suportar os tubos) –
“baffles”
5. Carretel (câmara que liga o bocal de entrada do trocador ao
interior dos tubos) – “channel”
6. Tampa do carretel – “channel cover”
7. Espaçadores de chicanas - “baffle spacer”
8. Bocal (lado do tubo) – “nozzle”
9. Bocal (lado do casco) – “nozzle”
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Trocador Casco e Tubo
“shell and tube”
Partes constituintes

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Trocador Casco e Tubo - TEMA

09/04/2021 Engenharia Química


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Trocador Casco e Tubo
TEMA
Notação para o cabeçote anterior

A carretel com tampa removível

B carretel tipo boné com tampa integral

C carretel integral com o espelho com tampa removível e feixe


removível

N carretel integral com o espelho com tampa removível e feixe não


removível

D vedação especial para altas pressões

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Trocador Casco e Tubo
TEMA
Notação para o casco

E uma passagem no casco

F duas passagens no casco

G fluxo dividido

H fluxo duplamente dividido

J fluxo de entrada ou de saída dividido

K refervedor tiplo “Kettle”

X fluxo cruzado
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Trocador Casco e Tubo - TEMA
Notação para o cabeçote posterior

L espelho fixo com o cabeçote estacionário tipo A

M espelho fixo com o cabeçote estacionário tipo B

N espelho fixo com o cabeçote estacionário tipo N

P cabeçote flutuante com gaxeta externa

S cabeçote flutuante com anel bipartido

T espelho flutuante removível pelo carretel (pull-through)

U feixe em U

W espelho flutuante com anel de vedação especial


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Trocador Casco e Tubo AEL

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Trocador Casco e Tubo

Turbulent swirl flow

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Trocador Casco e Tubo

Uneven flow distribution

Areas of low velocity


Fouling build-up (dead spots)

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Trocador Casco e Tubo AEL

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Trocador Casco e Tubo

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Trocador Casco e Tubo
Tubos

1. Norma BWG (Birmingham Wire Gauge), ao invés de IPS


2. Dimensão do tubo indicada pelo diâmetro externo
3. Espessura da parede dada pelo BWG (7 < BWG < 24)
Ex.: BWG 7 = 0,18 pol. = 4,57 mm (parede grossa)
BWG 24 = 0,022 pol. = 0,56 mm (parede fina)

OBS: Ao contrário da norma IPS, o valor do BWG representa sempre


a mesma espessura de parede, qualquer que seja o diâmetro do
tubo. A escolha da espessura da parede dependerá das condições
operacionais, como pressão e corrosão dos fluidos. Para
condições normais, a espessura geralmente utilizada é BWG 16 =
0,065 pol. = 1,65 mm

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Trocador Casco e Tubo
Tubos

1. Materiais dos tubos: aço carbono, cobre, latão, aço inox, ligas
nobres
2. Área de troca: tubos longos e menor diâmetro de casco ou tubos
curtos e maior diâmetro do casco??? É mais econômico construir
trocadores longos com diâmetros de casco e tubo menores
3. Comprimentos padrão: 8, 10, 12, 16 e 20 ft. Normalmente, a
relação comprimento/diâmetro do casco está entre 5 e 10
4. Diâmetro: depende da natureza da incrustação do tubo, do espaço
disponível e do custo. Os diâmetros mais utilizados são 3/4 pol.
(19,05 mm) e 1 pol. (25,4 mm). Fluidos muito viscosos (óleos
pesados) podem exigir tubos de 2 pol. (50,8 mm). Para facilitar a
limpeza deve-se ter d > 20 mm. Se Rd for menor que 0,003
ft2.h.oF/BTU, recomenda-se d = 3/4 pol.
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Trocador Casco e Tubo
Disposição dos Tubos (“tube layoyt”)
TEMA

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Trocador Casco e Tubo
Disposição dos Tubos (“tube layout”)

Passo tubular (Pt): é a distância de centro a centro entre


tubos adjacentes
Abertura (C): é a diferença entre o passo e o diâmetro
externo do tubo

O arranjo triangular é sempre preferível pois fornece


trocadores mais compactos, com maior área de troca e
maior h.
O arranjo quadrado é indicado apenas quando houver
problemas de incrustação no lado do casco

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Trocador Casco e Tubo
Disposição dos Tubos (“tube layout”)

O arranjo triangular é satisfatório para fluidos limpos, com Rd < 0,002


ft2.h.oF/BTU, ou em situações em que seja possível a limpeza
química

Normalmente, 1,25 De < Pt < 1,5 De, exceto quando se tem fluidos
limpos e diâmetros de tubo inferiores a 3/4 pol., quando Pt = 1,2
De

Por razões mecânicas, os tubos não podem ficar muito próximos para
não enfraquecer os espelhos. A distribuição dos tubos é
padronizada e o número de tubos por casco depende de De do
tubo, tipo e valor do passo e do número de passagens no lado do
tubo (TABELAS)
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Trocador Casco e Tubo
Casco (“shell”)

Os cascos são padronizados:


- Para diâmetros de até 24 pol., tubos comerciais (IPS)
- Para diâmetros acima de 24 pol., usam-se chapas
soldadas

Espessura de parede de no mínimo 3/8 pol. (9,5 mm)

Normalmente, 8 < Di < 60 pol.

Diâmetros internos de 12 a 24 pol., com espessura de 3/8


pol. suportam até 300 psi (20 atm)
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Trocador Casco e Tubo
Bocais (“nozzle”)

São seções de tubos soldadas ao casco, com flanges


para a conexão da tubulação, com diâmetro de 2 a 10
pol.

Fluidos sendo aquecidos ou vaporizados entram pelo


fundo e saem pelo topo

Fluidos sendo resfriados ou condensados entram pelo


topo e saem pelo fundo

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Trocador Casco e Tubo
Chicanas (“baffle”)

Têm por função suportar os tubos, para evitar curvaturas e possível


vibração, e direcionar o escoamento do lado do casco, para
melhorar a transferência de calor e evitar “regiões mortas”

O espaçamento (B) entre as chicanas é padronizado:


1/5 DIcasco < B < Lm

onde Lm é o comprimento máximo de tubo não suportado

Para aço carbono e níquel, Lm = 74. (DE)0,75


Para cobre, alumínio, titânio e zircônio, deve-se subtrair 12% do valor
de Lm calculado por essa expressão

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Trocador Casco e Tubo
Chicanas (“baffle”)

A redução do espaçamento das chicanas eleva o


coeficiente de troca de calor do lado do casco, mas o
aumento do número de chicanas tende a aumentar os
vazamentos da corrente principal do casco, reduzindo
o efeito da diminuição do espaçamento

Os vazamentos (chicana-tubo e casco-chicana)


ocorrem em razão das aberturas inerentes à
construção do equipamento, para que o feixe de tubos
possa ser colocado dentro do casco e para que os
tubos possam atravessar as chicanas
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Trocador Casco e Tubo
Chicana segmentar (mais utilizada)
J é a janela da chicana e Ic é a altura da janela

Ic/DIcasco é o corte da chicana

Corte típico de 25%  Ic/DIcasco=0,25, mas pode variar de 15 a 40%

O comprimento máximo de tubo não suportado é o dobro do


espaçamento das chicanas (Lm)

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Trocador Casco e Tubo
Chicana duplamente segmentar
São usadas quando o projeto do trocador exige perda de carga
reduzida e isso não é conseguido com as chicanas segmentares

O corte é restrito à faixa de 20 a 30%

Deve haver superposição entre chicanas consecutivas para permitir o


apoio de pelo menos 1 fileira de tubos pelas 2 chicanas (para prevenir
problemas de vibração)

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Trocador Casco e Tubo
Chicana Triplamente segmentar

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Trocador Casco e Tubo
Chicana tipo disco e anel
Seu uso é pouco comum

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Trocador Casco e Tubo
Chicana de orifício
Consiste em placas circulares, sem cortes, nas quais os orifícios por
onde passam os tubos apresentam diâmetros maiores que os
padrões definidos para as chicanas segmentares. Também é pouco
usada

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Trocador Casco e Tubo
Número de passagens (passes) dos fluidos
Passe ou passagem é o percurso de um fluido de uma extremidade a
outra do trocador, podendo ser no casco ou tubo

Por convenção, um trocador n-m implica em “n” passagens pelo


casco e “m” passagens no tubo

Para o trocador 1-1 é possível realizar operação em contra-corrente


ou paralelo, dependendo de como é feita a alimentação,
assemelhando-se ao trocador bitubular

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Trocador 1-1

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Trocador Casco e Tubo
Trocador 1-2
Uma passagem em paralelo e a outra em contra-corrente. Logo, T
será menor do que no caso do trocador 1-1

Para o trocador 1-2, a vazão do lado do tubo passará por metade dos
tubos e a área de escoamento será a área de um tubo multiplicada
pela metade do número de tubos, ou seja, a velocidade será o dobro ,
acarretando aumento de h, U e redução de Rd, mas a perda de carga
será maior

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Trocador 1-2

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Trocador Casco e Tubo
Trocador 1-2

Se o fluido controlador estiver do lado do tubo, o aumento da


velocidade acarretará aumento significativo de h e U, resultando em
menor área de troca, o que pode compensar o menor T.

Se o fluido do lado do tubo não for o controlador, mas for incrustante,


o aumento da velocidade reduzirá a incrustação, pois apenas 1
passagem no tubo não é suficiente para atingir a velocidade mínima
que atenuaria a incrustação

É comum trocadores com até 8 passagens no tubo, podendo chegar


até 16

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Trocador Casco e Tubo
Trocador 2-4
No lado do casco, há uma chicana longitudinal, localizada no centro
do feixe de tubos, que possui comprimento menor que os tubos,
dividindo o percurso em 2 passagens. No lado do tubo tem-se 4
passagens, sendo que o carretel frontal possui 2 divisórias e o
carretel posterior possui uma

Devido às dificuldades de construção, não há cascos com mais de 2


passagens. Assim, o trocador 4-8 se refere a 4 trocadores 1-2 em
série

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Trocador 2-4

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Trocador 1-1 com espelho fixo e
tampas dos carretéis removíveis
É o mais simples e barato

Os espelho são soldados ao casco (feixe não removível)

Não é possível manutenção na superfície externa dos tubos (o fluido


do casco deve ser não-incrustante)

Não acomoda a expansão térmica do casco e tubo, a menos que se


utilize uma junta de expansão no casco

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Trocador 1-2 com espelho fixo e um dos
carretéis do tipo boné, sem tampa removível

A inexistência de juntas de vedação internas, reduz os pontos de


vazamento. Pode ser operado a altas pressões ou com substâncias
perigosas

Tanto o casco quanto os tubos de cada passe podem se expandir de


forma direcionada, tensionando os espelhos fixos

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Trocador 1-2 com espelho ou cabeçote flutuante
removível pelo carretel (pull-through)

Um espelho é fixo, não soldado no casco, e o outro é livre para


acomodar a expansão diferencial entre o casco e os tubos

É possível a retirada do feixe de dentro do casco para manutenção da


superfície externa dos tubos

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Trocador com tubo em U
Possui tubos em forma de “U”, possibilitando a construção com
apenas 1 espelho, sendo ele estacionário

A outra extremidade do feixe pode se expandir livremente em relação


ao casco

Problemas de limpeza no interior dos tubos devido à parte curva

Não necessita de juntas internas de vedação

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Recomendações para escolha da
configuração mecânica do trocador
Rd (tubo) Rd (casco) Tipo do feixe
h.ft2.oF/BTU h.ft2.oF/BTU

<=0,002 >0,002 Tubos em U

qualquer <=0,002 Espelho fixo com


limpeza química
no lado do casco
>0,002 >0,002 Cabeçote
flutuante

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Método de Kern
Projeto Térmico e Hidráulico de Trocadores de Calor
Casco e Tubos 1-2

Sequência de Cálculo:
1) Levantamento dos dados do processo
2) Cálculo da carga térmica
3) Cálculo da ∆TML corrigida
4) Cálculo das temperaturas calóricas
5) Levantamento das propriedades físicas dos fluidos
6) Alocação dos fluidos (tubo e casco)
7) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido do casco
8) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido dos tubos
9) Cálculo do coeficiente global de polimento
10) Cálculo do coeficiente global de projeto
11) Cálculo do fator de incrustação (RD)
12) Cálculo da queda de pressão
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Método de Kern

1) Levantamento dos Dados do Processo

- Temperaturas de entrada e saída dos fluidos

- Vazões mássicas

- Capacidades caloríficas (obtidas nas temperaturas


médias tm e Tm de cada fluido)

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Método de Kern

2) Cálculo da carga térmica

q = m hCP ,h (Th,e − Th, s ) = m cCP ,c (Tc , s − Tc ,e )

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Método de Kern

3) Cálculo da ∆TML corrigida

T1 − T2
TML ( cc ) = TML(corr) = F.TML(cc )
ln (T1 T2 )

Te − Ts t s − te
R= P=
t s − te Te − te

OBS: Não se recomenda usar um trocador 1-2 quando F < 0,75


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Método de Kern

4) Cálculo das temperaturas calóricas

Tm e tm podem ser usadas, em vez de Tc e tc, para obter as


propriedades físicas dos fluidos apenas se as 3 condições
abaixo forem atendidas simultaneamente:
a) Se ambos os fluidos não forem muito viscosos (µ < 1 cp)
na extremidade fria
b) Se ∆T1< 100 oF e ∆T2 < 100 oF, onde

T1 = Th ,e − Tc , s T2 = Th , s − Tc ,e
c) Se (∆T2 - ∆T1) < 50 oF
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Método de Kern

4) Cálculo das temperaturas calóricas

tc = t1 + Fc (t2 − t1 ) Tc = T2 + Fc (T1 − T2 )

t 2 − t1 Para obter Kc, vide Gráfico 17 do Kern


r=
T1 − T2 Com Kc e r, obtenha o valor de Fc

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Método de Kern

Observação sobre as temperaturas calóricas

O uso das temperaturas calóricas está em “contradição


parcial” com a ∆TML corrigida num trocador 1-2, para o qual
se supõe U constante, pois, por definição, as temperaturas
calóricas foram obtidas supondo-se uma variação linear de
U com a temperatura, onde o ∆t é a diferença de
temperatura verdadeira do escoamento paralelo e em
contra-corrente, quando U permanece constante.

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Método de Kern

5) Levantamento das propriedades físicas dos


fluidos nas temperaturas calóricas, se for o
caso, ou nas temperaturas médias

- Viscosidade (µ)

- Capacidade calorífica (CP)

- Condutividade térmica (k)

- Massa específica ()

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Método de Kern

6) Alocação dos fluidos (casco e tubo)

Depende do critério adotado:

a) VAZÃO: o fluido com menor vazão deve passar


pelo lado do casco, pois é mais fácil atingir o
regime turbulento no lado do casco

b) VISCOSIDADE: o fluido com maior viscosidade


deve passar pelo lado do casco, pois é mais fácil
atingir o regime turbulento no lado do casco

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Método de Kern

6) Alocação dos fluidos (casco e tubo)

c) CORROSÃO: fluido corrosivo deve passar nos


tubos, pois dessa forma apenas os tubos, carretéis e
espelhos serão fabricados com materiais especiais,
deiminuindo os custos

d) INCRUSTAÇÃO: o fluido mais incrustante deve


passar nos tubos, devido à facilidade de limpeza

e) TEMPERATURA: o fluido quente deve passar nos


tubos, para diminuiros custos com isolamento no
casco
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Método de Kern

6) Alocação dos fluidos (casco e tubo)

f) PRESSÃO: o fluido com maior pressão deve passar


nos tubos, pois é mais barato ter tubos resistentes à
pressão do que o casco

g) COEFICIENTE DE PELÍCULA: o fluido com menor h


deve passar no casco, pois é mais fácil aumentar o
valor de h no casco usando dispositivos como
chicanas, aletas, etc.

OBS: A água de resfriamento é normalmente colocada


nos tubos
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Método de Kern
7) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido
que passa no casco (he)
k m s Deq 4. Ale Ds .C.B
he = NuS Re S = Deq = As =
Deq As  Pw Pt

As é a área de escoamento através do casco


Ale é a área livre para escoamento no casco e Pw é o
perímetro molhado, que dependem do layout dos tubos
Ds, C, B e Pt são o diâmetro interno do casco, a abertura,
o espaçamento das chicanas e o passo dos tubos
Para 2x103 < Res < 1x106, usa-se
NuS = 0,36.(Re S ) (Pr )1 3
0,55

h corr
e = he .s s = (  p )0,14
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Método de Kern

Cálculo de Deq conforme layout dos tubos

Passo quadrado: Ale é a área de um quadrado


de lado Pt menos a área de
um círculo de diâmetro Det
Ale = Pt 2 − Det2 4

Pw = Det

Deq =

4 Pt 2 −  Det2 4 
C = Pt − Det Det
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Método de Kern

Cálculo de Deq conforme layout dos tubos

Passo triangular: Ale é a área de um triângulo


de lado Pt menos a metade da
área de um círculo de diâmetro
Det 3 1 De 2
Ale = Pt 2 − t
4 2 4

 2 3 Det2 
4  Pt − 
 4 8 
Deq =
C = Pt − Det Pw = Det 2 Det 2
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Método de Kern
8) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido
que passa no tubo interno (hi) e o corrigido (hie)
k m t Dit N t At' Di
hi = Nut Re t = At = hie = hi
Dit At  npt De

Nt é o número de tubos
At’ é a área de escoamento / tubo (tabelado)
npt é o número de passes nos tubos

Nut = 0,023.(Re t ) (Pr )0,4


0,8
- Para escoamento turbulento:

- Para escoamento laminar: Nu = 3,66


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Método de Kern
8) Cálculo do coeficiente convectivo para o fluido
que passa no tubo interno (hi) e o corrigido (hie)

CORREÇÃO DA VISCOSIDADE

Se o fluido for viscoso (µ > 1 cp), deve-se corrigir hie


fazendo-se corr
hie = hie .t
onde
t =   p n ( )
n = 0,11, para o fluido em aquecimento
n = 0,25, para o fluido em resfriamento
µ é a viscosidade na temperatura calórica
µp é a viscosidade na temperatura da parede (tp)

= tc +
t p 09/04/2021
he
(Tc − tc )
hie + he Engenharia Química
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Método de Kern

9) Cálculo do coeficiente global de polimento (UC)

hie he
Uc =
hie + he

10) Cálculo do coeficiente global de projeto (UD)


q A = a". L.Nt
UD =
A.TML ( corr)
a” é a área externa / comprimento linear

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Método de Kern

11) Cálculo do fator de incrustação (RD)

1 1 UC −U D
RD = − =
U D UC U C .U D

Se (RD)cal ≥ (RD)req  OK

Se (RD)cal < (RD)req  do ponto de vista térmico, o trocador


não satisfaz

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Método de Kern

12) Cálculo da queda de pressão (∆P < 10 psi)

No tubo interno

4npt. 2
2
Ptotal = Pt + Pr 4 f .L.npt  m t 
Pr =
Pt =   vm
2  .Dt  At  2

∆Pt é a perda de carga principal e ∆Pr é a perda de carga


devido aos passes e outros efeitos
f é o fator de atrito
 é a massa específica
vm é a velocidade
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Método de Kern

12) Cálculo da queda de pressão (∆P < 10 psi)

No casco

2 0 ,14
f .Ds ( N b + 1)  m s    
Ps =   s =  
2  .Deq .s  As   w 

Nb é o número de chicanas dado por N = L − 1


b
B
Para 400 < Res ≤ 1x106
f = exp (0,576 − 0,19 ln Re s )
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Método de Kern - Exercício
43.800 lb/h de querosene com 42 oAPI deixam o fundo de
uma coluna de destilação a 390 oF e são resfriados até 200
oF por 149.000 lb/h de óleo bruto de conteúdo médio com 34
oAPI, proveniente de um reservatório a 100 oF, que é

aquecido até 170 oF. Uma queda de pressão de 10 psi é


permitida para ambas as correntes e, de acordo com o
quadro 12 (pag. 666 do Kern), deve-se dispor de um fator de
incrustação combinado igual a 0,0002. Dispõe-se para esse
serviço de um trocador casco-tubos com 21(1/4)” de
diâmetro externo, possuindo 158 tubos de diâmetro externo
1”, BWG 13, com 16 ft de comprimento, dispostos com
passo quadrado, com afastamento igual a 1(1/4)”. O feixe de
tubos é agrupado em 2 passes e a distância entre as
chicanas é de 5”. Calculo o fator de incrustação e a perda de
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carga. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Contagem de Tubos para
Trocadores Casco eTubos

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