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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – CCET


CURSO DE QUÍMICA BACHARELADO
PROF.: xxxx

EQUAÇÃO DE ARRHENIUS, ENERGIA DE ATIVAÇÃO E


MECANISMOS DE REAÇÃO

Sobral, Ce
INTRODUÇÃO
A constante de velocidade de reações, K, depende da temperatura, de acordo com a equação
de Arrhenius:

onde R é a constante universal dos gases, e A e Ea são duas constantes características da


reação. Ea é chamada de Energia de Ativação. A equação pode ser escrita como:

log = .[ - ]

onde K1 e K2 sã o as constantes de velocidade da reaçã o nas temperaturas absolutas T1


e T2. É possível determinar a energia de ativaçã o para uma dada reaçã o, a partir da
medida de sua constante de velocidade em duas temperaturas distintas. Nesta aula será
feita a determinaçã o da constante de velocidade para a seguinte reaçã o, conhecida como
reaçã o reló gio iodo/iodeto, em meio á cido:
2 I– + H2O2 + 2 H+ I2 + 2 H2O
A constante K será medida a duas temperaturas: ambiente e próxima a 35 °C.

OBJETIVOS
Observar o efeito da temperatura sobrea a velocidade da reação; Discutir e aplicar a equação
de arrhenius para determinar a Energia de Ativação; Determinar a energia de ativação para a
reação em questão.

PARTE EXPERIMENTAL

MATERIAIS E REAGENTES
Chapa aquecedora com termostato, cronômetro, 2 balões de destilação de fundo chato de 1
litro cada, 4 tubos de ensaio grandes, bureta de no mínimo 25 mL.
Solução de amido a 2%, água oxigenada 20 Volumes (0,6 g/L), ácido sulfúrico 0,5 N,
tiossulfato de sódio 0,1 N, iodeto de potássio sólido.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foi dissolvido em um balão de fundo chato de 1 Litro, 2 g de KI em 500 mL de água destilada
e em seguida adicionado 20 mL de ácido sulfúrico 0,5 N. O balão foi colocado sob agitação
magnética. Em um tubo de ensaio, foi colocado 10 mL de solução de amido e no outro tubo,
10 mL de água oxigenada. Em seguida foi acrescentado, por meio de uma bureta, 1 mL de
solução de tiossulfato ao balão e em seguida o amido contido no tubo de ensaio. Finalmente,
adiciona-se a água oxigenada contida no tubo de ensaio e, neste exato instante, dispara-se o
cronômetro. Depois de algum tempo surgiu uma coloração azul característica devido à
complexação entre o iodo produzido, I2, e o amido presente. Com a mistura incolor, depois de
adicionada a água oxigenada, foi acompanhado o tempo até que surjisse a coloração azul
característica novamente. Neste instante, parar o cronômetro e imediatamente adicionar mais
1 mL de tiossulfato com auxílio da bureta, depois do que o cronômetro deve ser posto a correr
de novo. Aguarda-se novamente o aparecimento da cor azul, para-se o cronômetro e anota-se
o tempo. Junta-se imediatamente mais 1 mL de tiossulfato, esperando novamente o
aparecimento da cor azul enquanto se acompanha o tempo no cronômetro e, assim, procede-se
sucessivamente até totalizar 15 leituras no cronometro.
Estes mesmo procedimentos devem ser repetidos à temperatura de 35ºC.
As temperaturas são tomadas no interior do balão antes do início da reação e depois de
terminar a experiência, anotando-se ambas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi adicionado ao sistema a solução de tiossulfato de 1,0 em 1,0 ml por meio de uma bureta
sempre que a solução contida no balão apresentava coloração azul já que o peróxido estava
sendo consumido a coloração azul voltava depois de alguns minutos, esse tempo foi
cronometrado e está na tabela 1. A reação é uma reação de segunda ordem, já que ocorre em
duas etapas:

+ → + O (etapa 1)

+ + O+ → +2 O (etapa 2)

A etapa 1 é lenta e a etapa 2 é quase instantânea, predomina a ordem da etapa 1, e a


velocidade da reação depende das concentrações de e . Portanto a reação é de
segunda ordem. No entanto, pela técnica utilizada, que mantém a concentração de
constante, a reação apresenta-se como de primeira ordem (reação de pseudo primeira ordem).
O tiossulfato de sódio, Na2S2O3, presente na solução que é adicionada, em volume de 1 mL
por vez, consome o iodo que se forma, de acordo com a seguinte reação, dando como
produtos o iodeto, que é assim reconstituído, e o tetrationato:

2 + → +2

Desse modo, enquanto a concentração de iodeto permanece constante ao longo da reação, o


peróxido de hidrogênio é consumido e sua concentração vai diminuindo ao longo da reação.
A velocidade da reação é medida pela razão entre a variação na concentração de H2O2, Δ
[H2O2] e o tempo transcorrido. Em cada medida que se efetua, Δ [H2O2] é sempre a mesma,
uma vez que esta quantidade coincide com a quantidade de iodeto consumido que, por sua
vez, é igual à quantidade de tiossulfato cada vez que se adiciona 1 mL de sua solução. A única
variável que muda, em cada medida feita, é o tempo.
Como foi dito, a quantidade de iodeto permanecerá constante, pois será sempre regenerada
pela adição de tiossulfato de sódio, enquanto a concentração de H2O2 diminuirá à medida que
a reação progride, de modo que a cinética da reação é investigada com base medida da
variação da concentração deste reagente e do tempo de reação.

Tabela 1 – Tempo da reação


= 25 °C / 298,15 K = 35 °C / 308,15 K
Tempo Tempo
Leitura Razão ( / )
t/min t/ seg t/min t/seg
1 03’03’’ 183 1’25’’ 85 0,4645
2 06’26’’ 386 1’20’’ 165 0,4275
3 10’14’’ 614 1’40’’ 265 0,4316
4 14’16’’ 856 1’40’’ 365 0,4264
5 18’50’’ 1130 1’51’’ 476 0,4212
6 23’55’’ 1435 2’10’’ 606 0,4223
7 29’37’’ 1777 2’20’’ 746 0,4198
8 35’59’’ 2159 3’02’’ 928 0,4298
9 43’23’’ 2603 4’00’’ 1168 0,4487
10 51’54’’ 3114 4’39’’ 1447 0,4647
média 0,4356

Ea = . log

Ea = . log (0,4356)

Ea = 63,5 K J

CONCLUSÃO

Foi possível determinar a energia de ativação, e foi observado com o aumento de 10 °C que a
reação duplicou sua velocidade.

REFERÊNCIAS

RIBEIRO, W. H. F. Manual de Físico-Química Experimental III. Sistema acadêmico.


Arquivos.

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