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ALICE MURAI SAKURAY – 201600780144

GABRIEL L. MARQUES – 201700780055


GABRIEL R. P. MANRIQUE – 201700780066
KEMILY VITÓRIA DE ANDRADE SILVA – 201800780193
MOHARA SILVEIRA GONCALVES - 201600480301

EFEITO DA FORÇA IÔNICA NA VELOCIDADE DE REAÇÃO

Relatório de atividades em laboratório da


disciplina de Físico-Química Experimental
(2QUI103).
Docente: Profa. Dra. Gizilene Maria de
Carvalho

Londrina/PR
2022
RESUMO

A velocidade da reação de oxirredução do íon iodeto na presença de íon persulfato e íon


tiossulfato é muito sensível a variações da força iônica do meio. A força iônica pode ser alterada
ao se dissociar eletrólitos na solução, como os íons Mg2+ e SO4-, a partir de MgSO4. Deste modo,
o objetivo do presente experimento foi determinar o efeito da força iônica na velocidade da
reação de oxirredução de íons iodeto na presença de íons persulfato e tiossulfato por meio de
espectrofotometria visível, ao se alterar a força iônica do meio. A partir dos dados
experimentais, um comportamento de primeira ordem foi observado, com constantes de
velocidade de 6,72x10-2 s-1 para a reação sem adição de sal, 6,08x10-2 s-1 para a reação com
adição de MgSO4 0,025 mol L-1, 6,45x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,050 mol
L-1, 7,75x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,075 mol L-1 e 5,94x10-2 s-1 para a
reação com adição de MgSO4 0,100 mol L-1.
1 INTRODUÇÃO

As reações relógio são comumente usadas para ilustrar a cinética química porque tais
sistemas são facilmente monitorados por leis de velocidade deduzidas a partir de resultados
experimentais. As reações relógio também são convenientemente usadas para demonstrar a
dependência das velocidades de reação com a temperatura e a força iônica. Os resultados
correspondentes podem fornecer informações sobre o mecanismo de reação (BAUER et al.,
2012).
Neste experimento, a reação relógio considerada é a oxidação de íon iodeto pelo
persulfato na presença de amido e íon tiossulfato:
2I- + S2O82- ⇌ C* → I2 + 2SO42-
Onde C* é o complexo ativado. A reação é de 1ª ordem com relação à concentração de cada
reagente. O iodo produzido reage com amido para formar um complexo de cor azul, mas antes
o tiossulfato reage com o iodo para reduzi-lo de volta para iodeto:
I2 + 2S2O32- → 2I- + S4O62-
Isto faz com que a concentração de iodo permaneça constante com iodo zero
virtualmente presente até todo o tiossulfato ter sido usado. Nesse ponto a solução transforma-
se em azul escuro. A característica relógio da reação reside na dependência de todo o tiossulfato
ser consumido para que a reação de produção do complexo colorido ocorra.
Esta reação é bastante sensível a variações de força iônica da solução. O coeficiente de
atividade da solução diluída pode ser expresso em termos da força iônica usando-se a lei-limite
de Debye-Hückel (𝑙𝑜𝑔𝛾𝑖 = −𝐴𝑧𝑗2 (𝐼)1/2). Assim, a constante de velocidade pode ser obtida,
combinando-se a versão termodinâmica do estado de transição com a constante de equilíbrio
termodinâmica para obter a expressão do efeito salino primário:
𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 𝑘 =𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 𝑘0 + 2𝐴𝑍+ 𝑍− (𝐼)1/2
Esta equação prediz uma relação linear entre ln k e a raiz quadrada da força iônica, que
mostra excelente concordância com um bom número de reações iônicas. De acordo com esta
equação, as reações entre íons de mesmo sinal são aceleradas por um aumento da força iônica
(catálise) enquanto reações entre íons de sinais opostos tem sua velocidade diminuída (inibição)
(MACHADO, 1992).
Portanto, o objetivo deste experimento foi avaliar a influência da força iônica sobre a
velocidade de reação da oxidação de íon iodeto pelo persulfato na presença de amido e íon
tiossulfato.
2 PARTE EXPERIMENTAL

2.1 REAGENTE E MATERIAIS

● Pipeta volumétrica de 2 ml (1) ;5 mL (2), 20 mL;


● Pipeta graduada de 10 mL;
● Balão volumétrico de 50 mL (5);
● Balão volumétrico 100 mL (2);
● Banho termostático;
● Cronômetro;
● Espectrofotômetro Uv- Vis Fenton
● Par de cubetas de plastico
● Balança analítica
● Solução de amido 1%
● Sulfato de magnésio anidro
● Solução estoque de Iodeto de potássio (KI) 0,1 3 mol L-1
● Solução estoque de Tiossulfato de sódio (Na2S2O3) 0,13 mol L-1
● Solução de Persulfato de sódio (Na₂S₂O₈) 0,1 3 mol L-1;
● Àgua destilada

2.2 PROCEDIMENTO
Inicialmente, preparou-se uma solução de KI 0,1 M. Assim, pesou-se 1,66 g de KI e
transferiu-se para um balão volumétrico de 100 mL. Em seguida, foram realizadas em cinco
diluições em balão volumétrico de 50 mL, sendo transferido uma alíquota de 20 mL para cada
balão e por fim apresentando uma concentração final de 4,0x10-2 mol L-1. Após, as soluções
foram levadas para o banho termostático a 25oC.
A solução de persulfato de sódio pesou-se 2,380 g e transferiu-se para um balão
volumétrico de 100 mL. Em seguida, foram realizadas em cinco diluições em balão volumétrico
de 50 mL, sendo transferido 2,5 ml para cada balão e apresentando uma concentração final de
5x10-3 mol L-1. Após, as soluções foram levadas para o banho termostático a 25oC. A terceira
solução de tiossulfato de sódio pesou-se 1,84 g e transferiu-se para um balão volumétrico de 50
mL e foi levada ao banho termostático a 25 oC.
As soluções estoque brevemente preparada foram utilizadas para preparação de uma
mistura contendo KI 4x10-2 3 mol L-1, Na2S2O8 5x10-3 mol L-1 e Na2S2O3 0,1 3 mol L-1 com o
objetivo de formar uma mistura contendo 1x10-4 mol L-1.
No espectrofotômetro UV-vis, no comprimento de onda de 620 nm foi calibrado. Em
seguida, a mistura preparada anteriormente foi adicionada uma gota de amido 1% e foi iniciado
o cronômetro. No tempo zero, retirou-se uma alíquota e transferiu-se para cubeta para realização
da leitura da amostra, quando observou-se uma variação da absorbância da amostra foi realizado
a leitura em intervalos de 3 minutos até a mudança da coloração.
Em seguida, pesou-se as respectivas massas 0,6262 g;1,234 g ;1,84 g e 2,46g de MgSO4
que corresponde às seguintes concentrações: 0,025; 0,050;0,075 e 0,10 mol L-1 e foram
adicionados em três béquer contendo a mistura de KI, Na2S2O8 e Na2S2O3 e foi realizado o
mesmo procedimento do tempo zero no espectrofotômetro e anotado as absorbâncias para
avaliação da cinética da reação.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo a literatura, existe uma relação inversamente proporcional entre a absorbância


e a força iônica (SKOOG, 2006). No entanto, observa-se aumento da absorbância à medida que
se adiciona sal com maior concentração.

Absorbância
Tempo Sem MgSO4 MgSO4 MgSO4 MgSO4
(min) MgSO4 0,025 mol L-1 0,050 mol L-1 0,075 mol L-1 0,100 mol L-1
0 0,062 0,089 0,086 0,038 0,099
3 0,128 0,177 0,171 0,116 0,197
6 0,167 0,224 0,231 0,148 0,243
9 0,195 0,256 0,262 0,171 0,278
12 0,217 0,282 0,289 0,187 0,305
15 0,236 0,300 0,309 0,200 0,326
18 0,248 0,318 0,327 0,213 0,346

Sabendo que a constante de velocidade de uma reação depende da força iônica da


solução, as cargas iguais dos reagentes fazem com que o complexo ativado tenha maior carga
que os reagentes. Dessa forma, aumentar a força iônica da solução, por meio da adição de
MgSO4, aumenta o valor da constante de velocidade, já que o aumento da força iônica tem um
efeito estabilizador maior sobre o complexo do que sobre os reagentes (ATKINS, 2008).
Entretanto, esse efeito não é comprovado experimentalmente já que as constantes de
velocidade obtidas não seguem essa ordem.

Figura 1 – Gráfico ln A versus tempo em minutos para a reação sem adição de MgSO4.

Fonte: Os autores.
Figura 2 – Gráfico ln A versus tempo em minutos para a reação com adição de MgSO4 0,025
M.

Fonte: Os autores.

Figura 3 – Gráfico ln A versus tempo em minutos para a reação com adição de MgSO4 0,050
M.

Fonte: Os autores.
Figura 4 – Gráfico ln A versus tempo em minutos para a reação com adição de MgSO4 0,075
M.

Fonte: Os autores.

Figura 5 – Gráfico ln A versus tempo em minutos para a reação com adição de MgSO4 0,100
M.

Fonte: Os autores.

As constantes de velocidade são determinadas a partir dos coeficientes angulares de


cada reta, já que as reações são de primeira ordem. Assim, as constantes são 6,72x10-2 s-1 para
a reação sem adição de sal, 6,08x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,025 mol L-1,
6,45x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,050 mol L-1, 7,75x10-2 s-1 para a reação com
adição de MgSO4 0,075 mol L-1 e 5,94x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,100 mol
L-1.
4 CONCLUSÃO

Através da espectrofotometria no visível foi possível determinar a ordem da reação de


oxirredução de íons iodeto na presença de íons persulfato e tiossulfato. Foi verificado, também,
o efeito da força iônica do meio na velocidade da reação. A ordem da reação determinada
experimentalmente foi de primeira ordem, com constante de velocidade de 6,72x10-2 s-1 para a
reação sem adição de sal, 6,08x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,025 mol L-1,
6,45x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,050 mol L-1, 7,75x10-2 s-1 para a reação com
adição de MgSO4 0,075 mol L-1 e 5,94x10-2 s-1 para a reação com adição de MgSO4 0,100 mol
L-1.
REFERÊNCIAS

ATKINS, P.; DE PAULA, J. Físico-Química. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, v. 2, 2008.

BAUER, J.; TOMISIC, V.; VRKLJAN, P. B. A. The Effect of Temperature and Ionic Strength
on the Oxidation of Iodide by Iron(III): A Clock Reaction Kinetic Study. Journal of Chemical
Education, v. 89, p. 540-544, 2012.

MACHADO, V. G. Catálise catiônica na hidrólise de bases de Schiff. Dissertação (Mestrado


em Ciências). Universidade de Santa Catarina, Santa Catarina, 1992.

SKOOG, D. Fundamentos de Química Analítica. 8 ed. São Paulo: Thomson, 2006.

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